A demanda por salão de beleza infantil está aumentando, principalmente em regiões mais nobres, com grande quantidade de prédios novos. O público mais frequente é A e B. Empresas que estão aproveitando essa oportunidade abrem filiais e apostam no modelo de franquias para crescer. O principal desafio é encontrar profissional especializado, por isso esses estabelecimentos precisam treinar suas equipes.
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A sócia-proprietária do GlitzMania, Juliana Butler de Rezende Monteiro, conta que a empresa se preparou quanto à formação antes mesmo de abrir sua primeira loja, em 2003. "O salão infantil precisa de treinamento diferenciado, nós contratamos uma consultoria que fez um trabalho com a equipe por uns quatro ou cinco meses antes de abrirmos as portas", diz. "O diferencial vai de como recepcionar a criança até a técnica do corte", acrescenta.
O salão tem em torno de 80 funcionários, contanto as duas lojas próprias na capital paulista e as cinco franquias, três em São Paulo, uma em Campinas e uma no Rio de Janeiro. Neste mês, a empresa está inaugurando mais uma franquia na cidade e pretende abrir mais duas unidades franqueadas até o final do ano. O investimento médio na franquia é de R$ 350 mil.
Tudo começou quando as três irmãs, que trabalhavam em empresas de outros setores, resolveram juntar recursos e montar o Glitz. A primeira loja demandou investimento de aproximadamente R$ 500 mil, 10 anos atrás, e a segunda, aberta em 2009, exigiu investimentos na casa dos R$ 800 mil. somando todas as unidades, o GlitzMania atende cerca de oito mil crianças por mês e fatura aproximadamente R$ 700 mil.
O cabeleireiro Alexandre Finozzi também resolveu entrar nessa área. Ele tinha trabalhado em um salão infantil havia uns 15 anos, depois atuou na barbearia do pai e em uma grande rede de cabeleireiros, e, visualizando uma oportunidade de trabalhar com crianças, resolveu empreender. "Abri meu negócio já com foco no infantil, mas bem caseiro, pequeno, e fui melhorando aos poucos", conta. Ele é o dono da Corte Kids.
Sua primeira loja começou a funcionar há mais de sete anos no bairro da Mooca, em São Paulo, que atende perto de 1,3 mil crianças e fatura em torno de R$ 50 mil por mês. Há quatro anos, o empreendedor abriu o segundo salão, no Tatuapé, e vai inaugurar sua primeira franquia em outubro, na Vila Olímpia, zona sul de São Paulo. "Tenho recebido interessados em abrir franquia, inclusive de outros estados, como Paraná e Maranhão", diz Finozzi. "Tenho intenção de abrir cinco lojas (franqueadas) até o final do ano que vem." O investimento para a abertura da primeira franquia da marca foi de R$ 190 mil aproximadamente.
O mercado de cabeleireiro em geral cresce devido à demanda, ao aumento de pessoas nos bairros e cidades, e também fica mais competitivo. De acordo com a Junta Comercial do Estado de São Paulo, só no Estado de São Paulo foram registradas aberturas de 17.302 empresas no setor de cabeleireiros, de janeiro a agosto.
A dica de Juliana, da Glitz Mania, é escolher bem o ponto comercial. "Nosso negócio precisa de fluxo, pois o tíquete médio de consumo é baixo, comparando ao de salões de beleza de adultos", diz a empreendedora. "É preciso analisar muito bem o ponto."
O cabeleireiro Finozzi também ressalta o a importância do volume de pessoas para o negócio ser saudável, mas lembra de dois fatores que devem ser observados, principalmente na hora de montar o salão. "O setor é novo e por isso temos carência de fornecedores, por exemplo os de móveis adequados, como cadeiras para crianças", afirma. Outro item a ser observado é que, "apesar de o atendimento às crianças ser mais demorado, é preciso colocar limites, pois é necessário ter rotatividade de clientes na loja".
"Às vezes, as pessoas têm ideias boas, mas que não são práticas. Como uma cadeira em formato de dinossauro que eu vi, que dificultava totalmente o trabalho do cabeleireiro, e tem quem monta um verdadeiro parque de diversões, quando poderia ter algo mais simples, para que a criança queira ficar lá o tempo certo e necessário", explica.
Segundo informação do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o número de pessoas com até 14 anos no Brasil chega a quase 50 milhões. Esse é público que o empreendedor pode trabalhar para atender, com a ressalva que o salão de beleza infantil geralmente é voltado a pessoas das classes A e B. Finozzi conta que atende crianças de dois meses a 12 anos, mas abre exceções a quem passou da idade. "Tenho um espaço pequeno, com cara de barbearia, onde atendo adolescentes, irmão das crianças ou clientes antigos. Um deles começou comigo criança e hoje vem de Jundiaí dirigindo seu carro para cortar o cabelo comigo."