O Brasil enfrenta em 2024 a maior seca das últimas sete décadas. No início de outubro, grande parte do País atravessou a oitava onda de calor do ano, com temperaturas até 5ºC mais altas do que normal. O tempo quente e seco tem favorecido os incêndios na Amazônia, no Pantanal e no interior de São Paulo, em uma temporada de fogo que deve ser a maior desde 2010 e deixou quase todo o País coberto por fumaça no último mês.
Por dias em setembro, São Paulo ficou entre as cidades mais poluídas do mundo em um ranking internacional, atingindo níveis de poluição pelas queimadas que já vinham sendo enfrentados em cidades do Norte, como Porto Velho, em Rondônia, e Rio Branco, no Acre.
A fumaça e o calor têm consequências graves para a saúde - principalmente dos grupos mais vulneráveis -, aumentando o número de internações e sobrecarregando o sistema de saúde. Há evidências de que as ondas de calor são desastres negligenciados, que matam mais do que chuvas e deslizamentos no Brasil. Há ainda regiões das cidades que sentem mais os impactos das altas temperaturas, em função de uma distribuição desigual de áreas verdes e do efeito das ilhas de calor.
Diante desse cenário, quais ações precisam ser adotadas pelo poder público para enfrentar o problema de maneira efetiva e proteger a população de seus efeitos?
Neste episódio do vodcast Dois Pontos, os convidados Suely Araújo, coordenadora de Políticas Públicas do Observatório do Clima e ex-presidente do Ibama, e Paulo Saldiva, médico patologista e professor da Faculdade de Medicina da USP, discutem sobre as mudanças climáticas e as consequências para a saúde.
O episódio tem a apresentação de Roseann Kennedy e a participação de Juliana Domingos de Lima, repórter de Sustentabilidade do Estadão.