Nos últimos 20 anos, a tecnologia transformou o mundo. Economia, comportamento, cultura, trabalho, relacionamentos, política, educação, poder: não houve uma área que tenha passado sem mudanças profundas permeadas pela internet, pelas redes sociais, pelos smartphones, pelas conexões móveis, pelos aplicativos e pelos algoritmos.
Mas a nossa relação com esse mundo tecnológico também mudou. Depois de anos encantados pelas possibilidades oferecidas por todos esses aparatos, os sinais negativos também ficaram mais evidentes: polarização, desinformação, derretimento da saúde mental, cultura do cancelamento, concentração de capital e poder. Acompanhamos os diversos escândalos do Facebook, incluindo Cambridge Analytica, o papel de apps de mensagem na corrosão do processo democrático de diversos países, incluindo o Brasil, e o apogeu dos algoritmos de grandes plataformas.
Não é uma coincidência que a série Black Mirror, da Netflix, tenha surgido e feito sucesso no período. A promessa dos pioneiros da rede era de que teríamos grande uma comunidade global, troca de conhecimento e fluxo livre de informações parece ter sido corrompida no meio do caminho.
Leia Também:
Como trafegar por tantas mudanças diante de uma revolução que promete ser tão impactante quanto a chegada da internet, a inteligência artificial (IA)? E como não repetir os erros e superar desafios já vistos no passado?
Para entender como fomos do otimismo ao pessimismo tecnológico, o Dois Pontos conversou com Carlos Affonso Souza, professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade, e Edney Souza, professor da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) e especialista em tecnologias e inovação.
O episódio é apresentado pela colunista do Estadão, Roseann Kennedy, com a participação de Bruno Romani, editor do Link, editoria de tecnologia do jornal.