O Ministério da Educação (MEC) homologou o parecer do Conselho Nacional da Educação (CNE) que define que os cursos de formação para professores, como Licenciaturas e Pedagogia, terão de ser oferecidos com 50% da sua carga horária presencial. A educação a distância (EAD) para formar docentes no País tem crescido nos últimos anos, com muitos questionamentos sobre a qualidade. A maior parte das associações de faculdades e de educação a distância criticam o novo limite e apontam dificuldades para seguir o modelo.
O avanço do EAD, porém, levanta questionamentos de especialistas sobre a qualidade da preparação dos futuros professores. Entre as críticas, está a falta de aulas práticas e de troca presencial de experiências com colegas e docentes durante a faculdade.
Pesquisa recente da Fundação Getulio Vargas (FGV) mostra que o professor é responsável por quase 60% do resultado dos alunos na educação fundamental. Isso quer dizer que ele é mais relevante que todas as outras variáveis da escola pública somadas, como número de alunos por turma, escolaridade dos pais, se há ou não internet e até o partido do prefeito.
Quem defende a EAD sustenta que ela é uma alternativa para alunos mais pobres, que trabalham e têm menos tempo para se dedicar aos estudos. Aponta ainda a facilitação do acesso para quem mora fora dos grandes centros, como nas periferias, no interior e áreas rurais.
Neste episódio do Dois Pontos, o presidente da Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed), João Mattar, e a diretora executiva do Instituto Península, Heloisa Morel, mostram os dois lados dessa discussão.
O episódio tem a apresentação de Roseann Kennedy e participação da repórter especial e colunista de Educação do Estadão, Renata Cafardo.