57% defendem candidato de terceira via para superar polarização em 2026, diz Ipec


Especialistas afirmam que consolidação de um nome não será fácil, mas que espaço já está dado para construção de uma nova liderança

Por Natália Santos e Ana Luiza Antunes

Mais da metade da população brasileira (57%) defende um candidato de terceira via para superar a polarização nas eleições de 2026. Esse total soma o porcentual dos que dizem concordar totalmente (39%) e os que afirmam concordar em parte (18%). Os dados são da pesquisa Ipec divulgada nesta segunda-feira, 19, pelo jornal O Globo.

Uma parcela de 27% discorda totalmente ou em parte; outros 5% afirmam que não concordam e nem discordam. Os que não sabem ou não responderam totalizam 11%.

Nas eleições do ano passado, os principais candidatos da chamada terceira via não tiveram bom desempenho nas urnas. No primeiro turno, a ex-senadora Simone Tebet (MDB) - atual ministra do Planejamento - teve 4,9 milhões de votos (4,2%). Já Ciro Gomes (PDT) recebeu 3,5 milhões (3%).

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Mesmo se consolidando como terceira via nas eleições de 2022, nome de Simone Tebet recebeu apenas 4,2% dos votos no primeiro turno. Foto: MDB

Segundo o cientista político Marco Antônio Teixeira, da Fundação Getulio Vargas (FGV), esse cenário aconteceu porque a ascensão de uma terceira via foi tardia. Segundo ele, o que comprometeu o surgimento de uma nova opção diante da polarização entre o então presidente Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi a ausência de uma unidade entre os partidos.

“PSDB, MDB e União Brasil ficaram muito tempo discutindo e demoraram a chegar em um nome. Quando chegaram com o nome da Simone Tebet, rachou o grupo”, explica. “Nesse contexto, se não tiver unidade dos partidos que se propõem a lançar a terceira via, ela pode surgir natimorta (...) A impressão é que a sociedade queria mais a terceira via do que os partidos.”

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Para Teixeira, para que haja a possibilidade de uma terceira via com força política nas próximas eleições, é preciso que os partidos encontrem uma liderança e que essa figura passe a ser inserida no debate público a partir de agora já. “(Hoje) há um vazio no espaço da oposição por uma candidatura a ser construída”, ressalta.

Rodrigo Prando, cientista político da Universidade Prebiteriana Mackenzie, destaca que a consolidação de um nome que rompa com a polarização Lula-Bolsonaro não será fácil. Segundo ele, é preciso que esta figura tenha, dentre outras características, carisma, apoio político e acesso aos partidos que, “em grande parte dos casos, têm seus caciques ou lideranças já consolidadas.”

Desejo por nova liderança

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O levantamento do Ipec mostra que o desejo por uma terceira via é compartilhado de forma homogênea. No recorte de gênero, por exemplo, 56% dos homens defendem um nome alternativo a Lula e Bolsonaro, assim como 57% mulheres. Nas faixas etárias, o cenário é semelhante: 16 a 24 anos (59%), 25 a 34 (61%) e 35 a 44 (59%), 45 a 59 (54%) e 60 e mais (50%).

“Novas lideranças são sempre almejadas. Contudo, o risco, em muitos casos, é que essa liderança não tenha sido socializada no ambiente político”, diz Prando.

A pesquisa Ipec realizou entrevistas presenciais com 2 mil pessoas de 16 anos ou mais em 128 municípios do País entre os dias 2 e 6 de março. A margem de erro máxima estimada é de dois pontos porcentuais para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%.

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Mais da metade da população brasileira (57%) defende um candidato de terceira via para superar a polarização nas eleições de 2026. Esse total soma o porcentual dos que dizem concordar totalmente (39%) e os que afirmam concordar em parte (18%). Os dados são da pesquisa Ipec divulgada nesta segunda-feira, 19, pelo jornal O Globo.

Uma parcela de 27% discorda totalmente ou em parte; outros 5% afirmam que não concordam e nem discordam. Os que não sabem ou não responderam totalizam 11%.

Nas eleições do ano passado, os principais candidatos da chamada terceira via não tiveram bom desempenho nas urnas. No primeiro turno, a ex-senadora Simone Tebet (MDB) - atual ministra do Planejamento - teve 4,9 milhões de votos (4,2%). Já Ciro Gomes (PDT) recebeu 3,5 milhões (3%).

Mesmo se consolidando como terceira via nas eleições de 2022, nome de Simone Tebet recebeu apenas 4,2% dos votos no primeiro turno. Foto: MDB

Segundo o cientista político Marco Antônio Teixeira, da Fundação Getulio Vargas (FGV), esse cenário aconteceu porque a ascensão de uma terceira via foi tardia. Segundo ele, o que comprometeu o surgimento de uma nova opção diante da polarização entre o então presidente Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi a ausência de uma unidade entre os partidos.

“PSDB, MDB e União Brasil ficaram muito tempo discutindo e demoraram a chegar em um nome. Quando chegaram com o nome da Simone Tebet, rachou o grupo”, explica. “Nesse contexto, se não tiver unidade dos partidos que se propõem a lançar a terceira via, ela pode surgir natimorta (...) A impressão é que a sociedade queria mais a terceira via do que os partidos.”

Para Teixeira, para que haja a possibilidade de uma terceira via com força política nas próximas eleições, é preciso que os partidos encontrem uma liderança e que essa figura passe a ser inserida no debate público a partir de agora já. “(Hoje) há um vazio no espaço da oposição por uma candidatura a ser construída”, ressalta.

Rodrigo Prando, cientista político da Universidade Prebiteriana Mackenzie, destaca que a consolidação de um nome que rompa com a polarização Lula-Bolsonaro não será fácil. Segundo ele, é preciso que esta figura tenha, dentre outras características, carisma, apoio político e acesso aos partidos que, “em grande parte dos casos, têm seus caciques ou lideranças já consolidadas.”

Desejo por nova liderança

O levantamento do Ipec mostra que o desejo por uma terceira via é compartilhado de forma homogênea. No recorte de gênero, por exemplo, 56% dos homens defendem um nome alternativo a Lula e Bolsonaro, assim como 57% mulheres. Nas faixas etárias, o cenário é semelhante: 16 a 24 anos (59%), 25 a 34 (61%) e 35 a 44 (59%), 45 a 59 (54%) e 60 e mais (50%).

“Novas lideranças são sempre almejadas. Contudo, o risco, em muitos casos, é que essa liderança não tenha sido socializada no ambiente político”, diz Prando.

A pesquisa Ipec realizou entrevistas presenciais com 2 mil pessoas de 16 anos ou mais em 128 municípios do País entre os dias 2 e 6 de março. A margem de erro máxima estimada é de dois pontos porcentuais para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%.

Mais da metade da população brasileira (57%) defende um candidato de terceira via para superar a polarização nas eleições de 2026. Esse total soma o porcentual dos que dizem concordar totalmente (39%) e os que afirmam concordar em parte (18%). Os dados são da pesquisa Ipec divulgada nesta segunda-feira, 19, pelo jornal O Globo.

Uma parcela de 27% discorda totalmente ou em parte; outros 5% afirmam que não concordam e nem discordam. Os que não sabem ou não responderam totalizam 11%.

Nas eleições do ano passado, os principais candidatos da chamada terceira via não tiveram bom desempenho nas urnas. No primeiro turno, a ex-senadora Simone Tebet (MDB) - atual ministra do Planejamento - teve 4,9 milhões de votos (4,2%). Já Ciro Gomes (PDT) recebeu 3,5 milhões (3%).

Mesmo se consolidando como terceira via nas eleições de 2022, nome de Simone Tebet recebeu apenas 4,2% dos votos no primeiro turno. Foto: MDB

Segundo o cientista político Marco Antônio Teixeira, da Fundação Getulio Vargas (FGV), esse cenário aconteceu porque a ascensão de uma terceira via foi tardia. Segundo ele, o que comprometeu o surgimento de uma nova opção diante da polarização entre o então presidente Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi a ausência de uma unidade entre os partidos.

“PSDB, MDB e União Brasil ficaram muito tempo discutindo e demoraram a chegar em um nome. Quando chegaram com o nome da Simone Tebet, rachou o grupo”, explica. “Nesse contexto, se não tiver unidade dos partidos que se propõem a lançar a terceira via, ela pode surgir natimorta (...) A impressão é que a sociedade queria mais a terceira via do que os partidos.”

Para Teixeira, para que haja a possibilidade de uma terceira via com força política nas próximas eleições, é preciso que os partidos encontrem uma liderança e que essa figura passe a ser inserida no debate público a partir de agora já. “(Hoje) há um vazio no espaço da oposição por uma candidatura a ser construída”, ressalta.

Rodrigo Prando, cientista político da Universidade Prebiteriana Mackenzie, destaca que a consolidação de um nome que rompa com a polarização Lula-Bolsonaro não será fácil. Segundo ele, é preciso que esta figura tenha, dentre outras características, carisma, apoio político e acesso aos partidos que, “em grande parte dos casos, têm seus caciques ou lideranças já consolidadas.”

Desejo por nova liderança

O levantamento do Ipec mostra que o desejo por uma terceira via é compartilhado de forma homogênea. No recorte de gênero, por exemplo, 56% dos homens defendem um nome alternativo a Lula e Bolsonaro, assim como 57% mulheres. Nas faixas etárias, o cenário é semelhante: 16 a 24 anos (59%), 25 a 34 (61%) e 35 a 44 (59%), 45 a 59 (54%) e 60 e mais (50%).

“Novas lideranças são sempre almejadas. Contudo, o risco, em muitos casos, é que essa liderança não tenha sido socializada no ambiente político”, diz Prando.

A pesquisa Ipec realizou entrevistas presenciais com 2 mil pessoas de 16 anos ou mais em 128 municípios do País entre os dias 2 e 6 de março. A margem de erro máxima estimada é de dois pontos porcentuais para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%.

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