81% dos policiais querem posse de eleito e 84% preferem a democracia, mostra pesquisa


Dados de pesquisa do Fórum Brasileiro de Segurança Pública afasta, em tese, receio do uso de corporações para uma ruptura

Por Marcelo Godoy

Pesquisa feita pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostra que 80,9% dos policiais de todo o País concordam que o vencedor das eleições declarado pela Justiça Eleitoral deve tomar posse em janeiro de 2023. Divulgado neste sábado, 27, o trabalho ouviu 5.058 policiais civis, militares, federais, penais, guardas civis e bombeiros militares em todos os Estados e Distrito Federal. E mostra que a adesão dos policiais à democracia atinge 84%, que responderam preferi-la ante a qualquer outra forma de governo.

”Esse resultado surpreende pela intensidade da adesão à legalidade democrática”, afirmou o ex-secretário nacional de Segurança Pública, coronel José Vicente da Silva Filho. Ainda mais, segundo ele, em razão da adesão tradicional dos policiais a pautas conservadoras e, ultimamente, ao governo Jair Bolsonaro. “Há uma enorme simpatia por Bolsonaro, principalmente nas PMs, mas isso não significa adesão a qualquer ideia de ruptura institucional.” Recente pesquisa Datafolha mostrou que o apoio à democracia na população em geral era de 75%.

Dados de pesquisa do Fórum Brasileiro de Segurança Pública afasta, em tese, receio do uso de corporações para uma ruptura Foto: Taba Benedicto/Estadão
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Em relação às polícias, a que mais apoia a democracia e a posse dos eleitos são a Federal e a Científica, com índices próximos de 65% de total concordância em ambos os casos. A adesão menor, simbolizada aqui pelo apoio em parte ao enunciado das duas perguntas, está na Polícia Penal (11% em relação à democracia e 18% sobre a posse dos eleitos) e nas Polícias e nos Corpos de Bombeiros Militares (10% e 17%, respectivamente).

Os dados da pesquisa sugerem afastamento da possibilidade de corpos policiais serem mobilizados por alguma força política que queira questionar o resultado das urnas eletrônicas, a exemplo do que fez o presidente ao condicionar o reconhecimento de eventual derrota ao que ele chamou de eleições “limpas e transparentes”. Nesta semana, integrantes do Conselho Nacional de Comandantes-Gerais das Polícias e Corpo de Bombeiros Militares estiveram reunidos com o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, para discutir a segurança nas eleições. O presidente do órgão, coronel Paulo Coutinho, afirmou ao Estadão que não há hipótese de as polícias se unirem em uma ofensiva contra o sistema democrático. Afirmou ainda que seja qual for o resultado das urnas, ele será respeitado. Segundo ele, não há risco de quebra da hierarquia ou disciplina.

Riscos

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Para o presidente do fórum, o sociólogo Renato Sérgio de Lima, embora a adesão dos policiais à democracia seja alta, é preciso lembrar que Bolsonaro nunca se disse contrário a essa forma de governo. “O problema é que para Bolsonaro a palavra democracia tem outro sentido e comporta a contestação do resultado das urnas eletrônicas.”

De fato, os dados da pesquisa mostram que, ao serem confrontados com a pergunta sobre se “em alguns casos seria justificável que os militares apoiassem ou tomassem o poder através de um golpe de Estado”, apenas 55,6% dos entrevistados discordaram da afirmação, enquanto 14,7% concordaram ou concordaram totalmente com uma ruptura, e 19,1% concordaram em parte.

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Outra pergunta que teria capturado o risco de radicalização de parte dos policiais seria a que mostrou que 62,9% discordavam da afirmação de que um governo podia agir fora de lei e por cima do Congresso e das demais instituições em uma situação de crise para resolver problema.

Apesar desses resultados, Lima afirmou que a situação que se desenhava antes do 7 de Setembro do ano passado era mais grave do que a pesquisa capturada agora. Em agosto daquele ano, um dos comandantes da PM paulista, o coronel Aleksander Lacerda, foi afastado por criticar em uma rede social ministros do Supremo Tribunal Federal, por ofender o então governador João Doria (PSDB) e por pregar o comparecimento no ato bolsonarista convocado para a Avenida Paulista, em São Paulo.

“A reação dos comandantes de tropas disciplinando, por exemplo, o uso de redes sociais e combatendo manifestações de caráter político-partidário entre policiais da ativa freou a tendência de radicalização”, disse Lima. O coronel José Vicente concorda que a ação dos comandantes-gerais foi importante para a manutenção da disciplina e da hierarquia nas organizações policiais.

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Direitos Humanos

Em outra pergunta, apenas 26,7% dos policiais concordaram com a afirmação de que a sociedade seria mais segura se todos os cidadãos pudessem andar armados. Ao mesmo tempo, 74,9% dos policiais concordaram ou concordaram totalmente com a afirmação de que o respeito aos direitos humanos é essencial para a democracia. A maioria (52,7%) concordou ainda ser importante para a democracia que os tribunais sejam capazes de impedir o governo de agir além de sua autoridade.

Pesquisa feita pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostra que 80,9% dos policiais de todo o País concordam que o vencedor das eleições declarado pela Justiça Eleitoral deve tomar posse em janeiro de 2023. Divulgado neste sábado, 27, o trabalho ouviu 5.058 policiais civis, militares, federais, penais, guardas civis e bombeiros militares em todos os Estados e Distrito Federal. E mostra que a adesão dos policiais à democracia atinge 84%, que responderam preferi-la ante a qualquer outra forma de governo.

”Esse resultado surpreende pela intensidade da adesão à legalidade democrática”, afirmou o ex-secretário nacional de Segurança Pública, coronel José Vicente da Silva Filho. Ainda mais, segundo ele, em razão da adesão tradicional dos policiais a pautas conservadoras e, ultimamente, ao governo Jair Bolsonaro. “Há uma enorme simpatia por Bolsonaro, principalmente nas PMs, mas isso não significa adesão a qualquer ideia de ruptura institucional.” Recente pesquisa Datafolha mostrou que o apoio à democracia na população em geral era de 75%.

Dados de pesquisa do Fórum Brasileiro de Segurança Pública afasta, em tese, receio do uso de corporações para uma ruptura Foto: Taba Benedicto/Estadão

Em relação às polícias, a que mais apoia a democracia e a posse dos eleitos são a Federal e a Científica, com índices próximos de 65% de total concordância em ambos os casos. A adesão menor, simbolizada aqui pelo apoio em parte ao enunciado das duas perguntas, está na Polícia Penal (11% em relação à democracia e 18% sobre a posse dos eleitos) e nas Polícias e nos Corpos de Bombeiros Militares (10% e 17%, respectivamente).

Os dados da pesquisa sugerem afastamento da possibilidade de corpos policiais serem mobilizados por alguma força política que queira questionar o resultado das urnas eletrônicas, a exemplo do que fez o presidente ao condicionar o reconhecimento de eventual derrota ao que ele chamou de eleições “limpas e transparentes”. Nesta semana, integrantes do Conselho Nacional de Comandantes-Gerais das Polícias e Corpo de Bombeiros Militares estiveram reunidos com o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, para discutir a segurança nas eleições. O presidente do órgão, coronel Paulo Coutinho, afirmou ao Estadão que não há hipótese de as polícias se unirem em uma ofensiva contra o sistema democrático. Afirmou ainda que seja qual for o resultado das urnas, ele será respeitado. Segundo ele, não há risco de quebra da hierarquia ou disciplina.

Riscos

Para o presidente do fórum, o sociólogo Renato Sérgio de Lima, embora a adesão dos policiais à democracia seja alta, é preciso lembrar que Bolsonaro nunca se disse contrário a essa forma de governo. “O problema é que para Bolsonaro a palavra democracia tem outro sentido e comporta a contestação do resultado das urnas eletrônicas.”

De fato, os dados da pesquisa mostram que, ao serem confrontados com a pergunta sobre se “em alguns casos seria justificável que os militares apoiassem ou tomassem o poder através de um golpe de Estado”, apenas 55,6% dos entrevistados discordaram da afirmação, enquanto 14,7% concordaram ou concordaram totalmente com uma ruptura, e 19,1% concordaram em parte.

Outra pergunta que teria capturado o risco de radicalização de parte dos policiais seria a que mostrou que 62,9% discordavam da afirmação de que um governo podia agir fora de lei e por cima do Congresso e das demais instituições em uma situação de crise para resolver problema.

Apesar desses resultados, Lima afirmou que a situação que se desenhava antes do 7 de Setembro do ano passado era mais grave do que a pesquisa capturada agora. Em agosto daquele ano, um dos comandantes da PM paulista, o coronel Aleksander Lacerda, foi afastado por criticar em uma rede social ministros do Supremo Tribunal Federal, por ofender o então governador João Doria (PSDB) e por pregar o comparecimento no ato bolsonarista convocado para a Avenida Paulista, em São Paulo.

“A reação dos comandantes de tropas disciplinando, por exemplo, o uso de redes sociais e combatendo manifestações de caráter político-partidário entre policiais da ativa freou a tendência de radicalização”, disse Lima. O coronel José Vicente concorda que a ação dos comandantes-gerais foi importante para a manutenção da disciplina e da hierarquia nas organizações policiais.

Direitos Humanos

Em outra pergunta, apenas 26,7% dos policiais concordaram com a afirmação de que a sociedade seria mais segura se todos os cidadãos pudessem andar armados. Ao mesmo tempo, 74,9% dos policiais concordaram ou concordaram totalmente com a afirmação de que o respeito aos direitos humanos é essencial para a democracia. A maioria (52,7%) concordou ainda ser importante para a democracia que os tribunais sejam capazes de impedir o governo de agir além de sua autoridade.

Pesquisa feita pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostra que 80,9% dos policiais de todo o País concordam que o vencedor das eleições declarado pela Justiça Eleitoral deve tomar posse em janeiro de 2023. Divulgado neste sábado, 27, o trabalho ouviu 5.058 policiais civis, militares, federais, penais, guardas civis e bombeiros militares em todos os Estados e Distrito Federal. E mostra que a adesão dos policiais à democracia atinge 84%, que responderam preferi-la ante a qualquer outra forma de governo.

”Esse resultado surpreende pela intensidade da adesão à legalidade democrática”, afirmou o ex-secretário nacional de Segurança Pública, coronel José Vicente da Silva Filho. Ainda mais, segundo ele, em razão da adesão tradicional dos policiais a pautas conservadoras e, ultimamente, ao governo Jair Bolsonaro. “Há uma enorme simpatia por Bolsonaro, principalmente nas PMs, mas isso não significa adesão a qualquer ideia de ruptura institucional.” Recente pesquisa Datafolha mostrou que o apoio à democracia na população em geral era de 75%.

Dados de pesquisa do Fórum Brasileiro de Segurança Pública afasta, em tese, receio do uso de corporações para uma ruptura Foto: Taba Benedicto/Estadão

Em relação às polícias, a que mais apoia a democracia e a posse dos eleitos são a Federal e a Científica, com índices próximos de 65% de total concordância em ambos os casos. A adesão menor, simbolizada aqui pelo apoio em parte ao enunciado das duas perguntas, está na Polícia Penal (11% em relação à democracia e 18% sobre a posse dos eleitos) e nas Polícias e nos Corpos de Bombeiros Militares (10% e 17%, respectivamente).

Os dados da pesquisa sugerem afastamento da possibilidade de corpos policiais serem mobilizados por alguma força política que queira questionar o resultado das urnas eletrônicas, a exemplo do que fez o presidente ao condicionar o reconhecimento de eventual derrota ao que ele chamou de eleições “limpas e transparentes”. Nesta semana, integrantes do Conselho Nacional de Comandantes-Gerais das Polícias e Corpo de Bombeiros Militares estiveram reunidos com o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, para discutir a segurança nas eleições. O presidente do órgão, coronel Paulo Coutinho, afirmou ao Estadão que não há hipótese de as polícias se unirem em uma ofensiva contra o sistema democrático. Afirmou ainda que seja qual for o resultado das urnas, ele será respeitado. Segundo ele, não há risco de quebra da hierarquia ou disciplina.

Riscos

Para o presidente do fórum, o sociólogo Renato Sérgio de Lima, embora a adesão dos policiais à democracia seja alta, é preciso lembrar que Bolsonaro nunca se disse contrário a essa forma de governo. “O problema é que para Bolsonaro a palavra democracia tem outro sentido e comporta a contestação do resultado das urnas eletrônicas.”

De fato, os dados da pesquisa mostram que, ao serem confrontados com a pergunta sobre se “em alguns casos seria justificável que os militares apoiassem ou tomassem o poder através de um golpe de Estado”, apenas 55,6% dos entrevistados discordaram da afirmação, enquanto 14,7% concordaram ou concordaram totalmente com uma ruptura, e 19,1% concordaram em parte.

Outra pergunta que teria capturado o risco de radicalização de parte dos policiais seria a que mostrou que 62,9% discordavam da afirmação de que um governo podia agir fora de lei e por cima do Congresso e das demais instituições em uma situação de crise para resolver problema.

Apesar desses resultados, Lima afirmou que a situação que se desenhava antes do 7 de Setembro do ano passado era mais grave do que a pesquisa capturada agora. Em agosto daquele ano, um dos comandantes da PM paulista, o coronel Aleksander Lacerda, foi afastado por criticar em uma rede social ministros do Supremo Tribunal Federal, por ofender o então governador João Doria (PSDB) e por pregar o comparecimento no ato bolsonarista convocado para a Avenida Paulista, em São Paulo.

“A reação dos comandantes de tropas disciplinando, por exemplo, o uso de redes sociais e combatendo manifestações de caráter político-partidário entre policiais da ativa freou a tendência de radicalização”, disse Lima. O coronel José Vicente concorda que a ação dos comandantes-gerais foi importante para a manutenção da disciplina e da hierarquia nas organizações policiais.

Direitos Humanos

Em outra pergunta, apenas 26,7% dos policiais concordaram com a afirmação de que a sociedade seria mais segura se todos os cidadãos pudessem andar armados. Ao mesmo tempo, 74,9% dos policiais concordaram ou concordaram totalmente com a afirmação de que o respeito aos direitos humanos é essencial para a democracia. A maioria (52,7%) concordou ainda ser importante para a democracia que os tribunais sejam capazes de impedir o governo de agir além de sua autoridade.

Pesquisa feita pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostra que 80,9% dos policiais de todo o País concordam que o vencedor das eleições declarado pela Justiça Eleitoral deve tomar posse em janeiro de 2023. Divulgado neste sábado, 27, o trabalho ouviu 5.058 policiais civis, militares, federais, penais, guardas civis e bombeiros militares em todos os Estados e Distrito Federal. E mostra que a adesão dos policiais à democracia atinge 84%, que responderam preferi-la ante a qualquer outra forma de governo.

”Esse resultado surpreende pela intensidade da adesão à legalidade democrática”, afirmou o ex-secretário nacional de Segurança Pública, coronel José Vicente da Silva Filho. Ainda mais, segundo ele, em razão da adesão tradicional dos policiais a pautas conservadoras e, ultimamente, ao governo Jair Bolsonaro. “Há uma enorme simpatia por Bolsonaro, principalmente nas PMs, mas isso não significa adesão a qualquer ideia de ruptura institucional.” Recente pesquisa Datafolha mostrou que o apoio à democracia na população em geral era de 75%.

Dados de pesquisa do Fórum Brasileiro de Segurança Pública afasta, em tese, receio do uso de corporações para uma ruptura Foto: Taba Benedicto/Estadão

Em relação às polícias, a que mais apoia a democracia e a posse dos eleitos são a Federal e a Científica, com índices próximos de 65% de total concordância em ambos os casos. A adesão menor, simbolizada aqui pelo apoio em parte ao enunciado das duas perguntas, está na Polícia Penal (11% em relação à democracia e 18% sobre a posse dos eleitos) e nas Polícias e nos Corpos de Bombeiros Militares (10% e 17%, respectivamente).

Os dados da pesquisa sugerem afastamento da possibilidade de corpos policiais serem mobilizados por alguma força política que queira questionar o resultado das urnas eletrônicas, a exemplo do que fez o presidente ao condicionar o reconhecimento de eventual derrota ao que ele chamou de eleições “limpas e transparentes”. Nesta semana, integrantes do Conselho Nacional de Comandantes-Gerais das Polícias e Corpo de Bombeiros Militares estiveram reunidos com o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, para discutir a segurança nas eleições. O presidente do órgão, coronel Paulo Coutinho, afirmou ao Estadão que não há hipótese de as polícias se unirem em uma ofensiva contra o sistema democrático. Afirmou ainda que seja qual for o resultado das urnas, ele será respeitado. Segundo ele, não há risco de quebra da hierarquia ou disciplina.

Riscos

Para o presidente do fórum, o sociólogo Renato Sérgio de Lima, embora a adesão dos policiais à democracia seja alta, é preciso lembrar que Bolsonaro nunca se disse contrário a essa forma de governo. “O problema é que para Bolsonaro a palavra democracia tem outro sentido e comporta a contestação do resultado das urnas eletrônicas.”

De fato, os dados da pesquisa mostram que, ao serem confrontados com a pergunta sobre se “em alguns casos seria justificável que os militares apoiassem ou tomassem o poder através de um golpe de Estado”, apenas 55,6% dos entrevistados discordaram da afirmação, enquanto 14,7% concordaram ou concordaram totalmente com uma ruptura, e 19,1% concordaram em parte.

Outra pergunta que teria capturado o risco de radicalização de parte dos policiais seria a que mostrou que 62,9% discordavam da afirmação de que um governo podia agir fora de lei e por cima do Congresso e das demais instituições em uma situação de crise para resolver problema.

Apesar desses resultados, Lima afirmou que a situação que se desenhava antes do 7 de Setembro do ano passado era mais grave do que a pesquisa capturada agora. Em agosto daquele ano, um dos comandantes da PM paulista, o coronel Aleksander Lacerda, foi afastado por criticar em uma rede social ministros do Supremo Tribunal Federal, por ofender o então governador João Doria (PSDB) e por pregar o comparecimento no ato bolsonarista convocado para a Avenida Paulista, em São Paulo.

“A reação dos comandantes de tropas disciplinando, por exemplo, o uso de redes sociais e combatendo manifestações de caráter político-partidário entre policiais da ativa freou a tendência de radicalização”, disse Lima. O coronel José Vicente concorda que a ação dos comandantes-gerais foi importante para a manutenção da disciplina e da hierarquia nas organizações policiais.

Direitos Humanos

Em outra pergunta, apenas 26,7% dos policiais concordaram com a afirmação de que a sociedade seria mais segura se todos os cidadãos pudessem andar armados. Ao mesmo tempo, 74,9% dos policiais concordaram ou concordaram totalmente com a afirmação de que o respeito aos direitos humanos é essencial para a democracia. A maioria (52,7%) concordou ainda ser importante para a democracia que os tribunais sejam capazes de impedir o governo de agir além de sua autoridade.

Pesquisa feita pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostra que 80,9% dos policiais de todo o País concordam que o vencedor das eleições declarado pela Justiça Eleitoral deve tomar posse em janeiro de 2023. Divulgado neste sábado, 27, o trabalho ouviu 5.058 policiais civis, militares, federais, penais, guardas civis e bombeiros militares em todos os Estados e Distrito Federal. E mostra que a adesão dos policiais à democracia atinge 84%, que responderam preferi-la ante a qualquer outra forma de governo.

”Esse resultado surpreende pela intensidade da adesão à legalidade democrática”, afirmou o ex-secretário nacional de Segurança Pública, coronel José Vicente da Silva Filho. Ainda mais, segundo ele, em razão da adesão tradicional dos policiais a pautas conservadoras e, ultimamente, ao governo Jair Bolsonaro. “Há uma enorme simpatia por Bolsonaro, principalmente nas PMs, mas isso não significa adesão a qualquer ideia de ruptura institucional.” Recente pesquisa Datafolha mostrou que o apoio à democracia na população em geral era de 75%.

Dados de pesquisa do Fórum Brasileiro de Segurança Pública afasta, em tese, receio do uso de corporações para uma ruptura Foto: Taba Benedicto/Estadão

Em relação às polícias, a que mais apoia a democracia e a posse dos eleitos são a Federal e a Científica, com índices próximos de 65% de total concordância em ambos os casos. A adesão menor, simbolizada aqui pelo apoio em parte ao enunciado das duas perguntas, está na Polícia Penal (11% em relação à democracia e 18% sobre a posse dos eleitos) e nas Polícias e nos Corpos de Bombeiros Militares (10% e 17%, respectivamente).

Os dados da pesquisa sugerem afastamento da possibilidade de corpos policiais serem mobilizados por alguma força política que queira questionar o resultado das urnas eletrônicas, a exemplo do que fez o presidente ao condicionar o reconhecimento de eventual derrota ao que ele chamou de eleições “limpas e transparentes”. Nesta semana, integrantes do Conselho Nacional de Comandantes-Gerais das Polícias e Corpo de Bombeiros Militares estiveram reunidos com o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, para discutir a segurança nas eleições. O presidente do órgão, coronel Paulo Coutinho, afirmou ao Estadão que não há hipótese de as polícias se unirem em uma ofensiva contra o sistema democrático. Afirmou ainda que seja qual for o resultado das urnas, ele será respeitado. Segundo ele, não há risco de quebra da hierarquia ou disciplina.

Riscos

Para o presidente do fórum, o sociólogo Renato Sérgio de Lima, embora a adesão dos policiais à democracia seja alta, é preciso lembrar que Bolsonaro nunca se disse contrário a essa forma de governo. “O problema é que para Bolsonaro a palavra democracia tem outro sentido e comporta a contestação do resultado das urnas eletrônicas.”

De fato, os dados da pesquisa mostram que, ao serem confrontados com a pergunta sobre se “em alguns casos seria justificável que os militares apoiassem ou tomassem o poder através de um golpe de Estado”, apenas 55,6% dos entrevistados discordaram da afirmação, enquanto 14,7% concordaram ou concordaram totalmente com uma ruptura, e 19,1% concordaram em parte.

Outra pergunta que teria capturado o risco de radicalização de parte dos policiais seria a que mostrou que 62,9% discordavam da afirmação de que um governo podia agir fora de lei e por cima do Congresso e das demais instituições em uma situação de crise para resolver problema.

Apesar desses resultados, Lima afirmou que a situação que se desenhava antes do 7 de Setembro do ano passado era mais grave do que a pesquisa capturada agora. Em agosto daquele ano, um dos comandantes da PM paulista, o coronel Aleksander Lacerda, foi afastado por criticar em uma rede social ministros do Supremo Tribunal Federal, por ofender o então governador João Doria (PSDB) e por pregar o comparecimento no ato bolsonarista convocado para a Avenida Paulista, em São Paulo.

“A reação dos comandantes de tropas disciplinando, por exemplo, o uso de redes sociais e combatendo manifestações de caráter político-partidário entre policiais da ativa freou a tendência de radicalização”, disse Lima. O coronel José Vicente concorda que a ação dos comandantes-gerais foi importante para a manutenção da disciplina e da hierarquia nas organizações policiais.

Direitos Humanos

Em outra pergunta, apenas 26,7% dos policiais concordaram com a afirmação de que a sociedade seria mais segura se todos os cidadãos pudessem andar armados. Ao mesmo tempo, 74,9% dos policiais concordaram ou concordaram totalmente com a afirmação de que o respeito aos direitos humanos é essencial para a democracia. A maioria (52,7%) concordou ainda ser importante para a democracia que os tribunais sejam capazes de impedir o governo de agir além de sua autoridade.

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