Ao prestar depoimento nesta quinta-feira, 30, à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid no Senado, o empresário Otávio Fakhoury, investigado no inquérito das fake news, repetiu o discurso negacionista adotado por ele nas redes sociais. Apoiador do presidente Jair Bolsonaro, ele disse ter restrições às vacinas e ao uso de máscaras, e insistiu na adoção do “tratamento precoce”, composto por medicamentos ineficazes, contra a covid-19.
Confrontado pela exibição de um vídeo em que faz campanha pela retirada das máscaras e pelo “tratamento precoce”, Fakhoury negou que tenha atuado para desestimular a população a adotar medidas protetivas contra o vírus. Ao se defender, disse que se limitou a “relatar” publicamente o que aconteceu em sua família – segundo ele, 14 pessoas contraíram a doença e tomaram medicamentos do “kit covid” antes de se curarem. Os remédios, afirmou, foram receitados por um médico.
Segurança. Fakhoury disse que nenhum integrante de sua família foi vacinado contra a covid-19. Afirmou, erroneamente, que os imunizantes estão em fase de testes e não têm comprovação de segurança. Antes do fim do depoimento, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) encaminhou à CPI um parecer atestando a segurança das vacinas e esclarecendo que todos os imunizantes disponíveis no Brasil passaram pelas fases 1, 2 e 3 de testes.
Repetidas vezes, o empresário argumentou estar protegido pela liberdade de opinião. O vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), rebateu a declaração. Afirmou que a atitude de Fakhoury põe em risco a saúde pública e que, por isso, não é alcançada pela liberdade de expressão, mas classificada como “crime”.