O presidente do Congresso, senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) duvida que haja um rompimento do Planalto com os pefelistas, implicando na demissão dos ministros do partido, por causa da inesperada aliança PFL/PT que resultou na derrubada, na Câmara dos Deputados, da Medida Provisória que fixava o pagamento dos servidores federais no dia 5 do mês subseqüente. "Não creio que seja o ato mais sensato (a demissão dos ministros) entretanto, a nomeação e demissão é de competência exclusiva do senhor presidente da República", comentou, achando que um eventual rompimento deve partir do presidente Fernando Henrique Cardoso. ACM se disse surpreso com a repercussão da queda da MP, defendendo a autonomia do Congresso para decidir o assunto. "Se não for assim, o Congresso só faria carimbar as medidas do Executivo, abdicando do seu poder de legislar", declarou. ACM rejeita a tese de que o PFL passou para a oposição ao se aliar ao PT, insinuando que ao fazer parte da base de apoio ao governo, os pefelistas sofreram até certo desgaste. "O presidente da República até aqui governou com nosso apoio até mesmo quando precisou adotar medidas impopulares". Ele lembrou que sempre tentou, como presidente do Senado limitar a utilização das Medidas Provisórias, instrumento que não considera adequado para se legislar. "Infelizmente não consegui mas ninguém se engane porque o Supremo Tribunal Federal vai acabar coibindo as MPs, inicialmente sustando a relevância e a urgência delas", previu. Sobre a eleição no Senado, ACM admitiu o surgimento de um terceiro nome (além de Jáder Barbalho-PMDB/PA e Jéfferson Peres-PDT-AM) com amplas possibilidades de vencer a disputa. Enigmático, preferiu não falar sobre o assunto. "Essas negociações estão a cargo de outros senadores", disse, afirmando que apoiará a decisão do PFL no caso. Na avaliação de Magalhães, a disputa só será definida mesmo no dia da eleição do novo presidente do Senado, marcado para dia 14. Com relação à sucessão na Câmara dos Deputados, ACM sustenta que apesar do deputado Aécio Neves (PSDB-MG) ser o nome mais forte, Inocêncio de Oliveira (PFL-PE) "tem a preferência da maioria dos deputados", Ele criticou os ministros que estão atuando nos bastidores para a eleição de Aécio, citando especialmente Francisco Dornelles (Trabalho e Emprego). "Ele é capaz de tantas coisas que só um estudo psiquiátrico pode diagnosticar".