O ex-governador de Goiás e presidente do PSDB, Marconi Perillo, e o deputado federal mineiro Aécio Neves saíram em defesa de José Luiz Datena, candidato da legenda à Prefeitura de São Paulo, depois do episódio da cadeirada do apresentador contra Pablo Marçal (PRTB) no debate da TV Cultura no último domingo, 15.
Na nota conjunta, assinada pelo partido e pelo Instituto Teotônio Vilela, escola de formação política tucana, Aécio —que preside o instituto— e Perillo dizem que a legenda não “defende, reconhece ou estimula” a violência e admitem que a atitude de Datena foi “reprovável”, mas alegam que ela veio “na medida da violência a que vinham sendo submetidos São Paulo e o Brasil”, acrescentando que o apresentador só sai do sério “com bandidos”.
“Com seu ato, uma reação humana a atitudes baixas, vis e desqualificadas moralmente, Datena trouxe à luz o terrorismo psíquico que vinha sendo praticado durante a campanha. Quem o acompanha diariamente na TV sabe que Datena, à sua maneira, defende a todo custo a população de bem e só sai do sério com bandidos”, dizem os peessedebistas.
O partido também lamentou o que chamou de “erros recentes”, como o fato de não ter lançado candidatura própria nas últimas eleições presidenciais, em 2022, e manifestou novamente apoio à candidatura do apresentador, que Perillo e Aécio dizem ver como candidato certo para defender os ideais tucanos.
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Datena agrediu Marçal depois que o ex-coach o provocou, citando uma denúncia de assédio sexual contra o apresentador e dando a entender que ele seria agressor sexual, chamando-o de “jack”, gíria usada em presídios para se referir a quem comete crimes dessa natureza. O tucano disse que a denúncia foi arquivada pelo Ministério Público por falta de provas e que a acusação teria sido um motivo para a morte de sua sogra. Marçal, então, subiu o tom e disse que Datena não era “homem” para agredi-lo, como havia ameaçado duas semanas antes, no debate da TV Gazeta.
Datena, então, pegou a cadeira de Marina Helena (Novo) e acertou Marçal. Depois, arremessou a banqueta no candidato do PRTB. O apresentador ainda tentou arremessar um segundo assento, mas foi contido por seguranças. Foi expulso do debate e reconheceu, no dia seguinte, que errou ao dar a cadeirada no ex-coach, mas declarou que não se arrependia do ato e repetiria o gesto. O candidato tucano também afirmou esperar que com a agressão tivesse “lavado a alma de milhões de pessoas”.
Marçal, por sua vez, foi levado ao Sírio-Libanês após a agressão e teve alta na segunda, dia 16. O boletim médico divilgado pelo hospital citou traumatismos no tórax e punho, “sem maiores complicações”.