A semana em Brasília será marcada por temas importantes no Executivo, no Legislativo e no Judiciário. Enquanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva inicia nova agenda internacional, o seu advogado pessoal Cristiano Zanin Martins será sabatinado na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado Federal para uma vaga no Supremo Tribunal Federal, e o ex-presidente Jair Bolsonaro será julgado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com a chance de se tornar inelegível.
Os próximos dias ainda contam com o início dos depoimentos na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro e uma possível troca da ministra do Turismo.
Lula na Itália e na França
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva embarca nesta segunda-feira, 19, para Roma, onde deve se encontrar com o presidente da Itália, Sergio Mattarella, e o prefeito de Roma, Roberto Gualtieri. No Vaticano, o petista é aguardado pelo Papa Francisco.
Lula também tem agendado eventos na França. Para o fim da semana, sua presença é esperada em dois eventos públicos, além de um encontro com o presidente Emmanuel Macron.
Sabatina do Zanin
Nesta quarta-feira, 21, o advogado Cristiano Zanin Martins, indicado pelo presidente Lula para uma cadeira no Supremo Tribunal Federal (STF), será sabatinado pela CCJ do Senado. O relator da nomeação na na comissão será o senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB). Após a sabatina e votação na CCJ, aprovado ou não, o nome do advogado será submetido ao plenário da Casa. Ele precisa de ao menos 41 votos dos 81 senadores.
Na prática, a aprovação de Zanin é dada como certa. Os presidentes do Senado e da CCJ, por exemplo, já elogiaram a escolha de Lula, que tem na Casa uma base de apoio mais consistente do que na Câmara. Nesta quarta, o advogado se reúne com a bancada do MDB.
Depoimentos na CPMI do 8 de Janeiro
O primeiro depoimento da comissão, marcado para esta terça-feira, 19, será o do ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques. Apoiador de Jair Bolsonaro, Silvinei é investigado em razão da operação do órgão nas estradas no dia 30 de outubro, durante o segundo turno das eleições. A ação teria por objetivo atrapalhar a chegada de eleitores do presidente Lula, sobretudo no Nordeste, tradicional reduto político do petista.
Outro nome deve ser ouvido na quinta-feira, 21: o gerente de postos de combustíveis George Washington de Oliveira Sousa, preso desde dezembro por ter orquestrado um atentado a bomba no aeroporto de Brasília às vésperas da posse de Lula. O extremista - também apoiador de Bolsonaro - planejava detonar um caminhão de gasolina nas imediações do aeroporto.
Julgamento do Bolsonaro no TSE
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) julga nesta quinta-feira, 22, a ação que pode tornar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) inelegível. O processo foi movido pelo PDT e acusa Bolsonaro de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação por atacar o processo eleitoral em reunião com embaixadores estrangeiros em julho de 2022, quando ainda era presidente.
O Ministério Público Eleitoral (MPE) já deu seu parecer e defende a suspensão dos direitos políticos de Bolsonaro, o que o tornaria inelegível por oito anos. Há ainda outras ações que podem incorrer na mesma punição, como as que investigam a relação do ex-presidente com o ataque golpista de 8 de janeiro e sua suposta atuação com milícias digitais no âmbito do inquérito das fake news.
Troca da ministra do Turismo
Aliados do presidente Lula dão como certa a saída da ministra do Turismo, Daniela Carneiro, como mostro o Estadão na semana passada. O nome do deputado Celso Sabino (União Brasil-PA) já foi indicado pelo Centrão para substituí-la.