Prefeito de SP passa de rejeitado a primeira opção da centro-direita para disputa contra Boulos


Lideranças de centro à centro-direita que antes questionavam viabilidade eleitoral de Ricardo Nunes começam a sinalizar apoio à sua reeleição

Por Zeca Ferreira
Atualização:

Pré-candidato à reeleição em 2024, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), passou de um “desconhecido que certamente perderia a eleição para seu principal adversário, Guilherme Boulos (PSOL)”, para a grande aposta do centro nas eleições municipais da capital paulista. O grupo político de Nunes dizia em conversas reservadas que ele teria até o segundo semestre para se tornar viável eleitoralmente ou seria trocado, mas abandonou esse discurso.

Nas últimas semanas, Nunes tem recebido apoio das principais forças políticas da centro-direita e da direita, a começar pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). O ex-governador João Doria, desafeto declarado do ex-presidente, também declarou apoio ao emedebista. E assim ninguém mais fala em buscar um novo candidato.

Além disso, recentemente, ele participou de evento do Grupo Lide com empresários do setor imobiliário. No evento, ele foi elogiado por nomes importantes do setor, como o presidente da Associação Brasileira de Incorporadoras (Abrainc), Luiz França, e o presidente da Secovi-SP, Rodrigo Luna, e foi aplaudido ao alfinetar Boulos e dizer que “nunca invadiu nada de ninguém”.

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São exatamente as críticas ao adversário que têm reforçado a campanha por Nunes. “Todos contra o Boulos. Não queremos PT e PSOL jamais”, resumiu um empresário que participa das reuniões em torno do prefeito.

O segredo, dizem interlocutores do prefeito, são os R$ 35 bilhões que a prefeitura tem em caixa para investir neste ano pré-eleitoral em obras. Assim, Nunes transformou a cidade num canteiro de obras visíveis ao eleitorado. Nunes tem se reunido com políticos e empresários a fim de angariar apoio à reeleição. Somente com Bolsonaro, ele teve pelo menos quatro encontros nos últimos meses.

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Em junho, Ricardo Nunes se encontrou com Bolsonaro e Valdemar em Brasília em meio às negociações para apoio a seu nome Foto: Beto Barata/PL/Divulgação

Eleito vice-prefeito da capital paulista na chapa de Bruno Covas (PSDB) na eleição de 2020, Nunes assumiu o comando definitivo da maior cidade do País em maio de 2021, após a morte do tucano por complicações de um câncer. Antes disso, exerceu dois mandatos como vereador de São Paulo. Na Câmara Municipal, Nunes não se tornou conhecido do grande público, mas estreitou a relação com um importante aliado, o vereador Milton Leite (União Brasil).

Presidente da Casa legislativa, Leite é um dos políticos mais influentes do município e compartilha com o prefeito o mesmo reduto eleitoral: a zona sul de São Paulo. “Posso afirmar que, da parte do União Brasil em São Paulo, o apoio ao prefeito Ricardo Nunes existe desde sempre e nunca houve dúvida alguma sobre isso”, disse. “E falo também pelos deputados Alexandre Leite e Milton Leite Filho. Todos trabalharemos juntos pela reeleição do prefeito”.

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Todos trabalharemos juntos pela reeleição do prefeito.

Vereador Milton Leite (União Brasil)

A falta de alternativas no campo da direita para fazer frente a Boulos, que conta com o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), também beneficia Nunes.

Recentemente, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, destacou a necessidade de uma união da direita em torno de Nunes a fim de evitar uma vitória de Boulos nas urnas. “Nós precisamos nos unir, fazer de tudo para trazer esses votos do Bolsonaro só para somar. Porque se brincarmos aqui, vamos ter o Boulos de prefeito e na próxima eleição ele será candidato a presidente do Brasil” disse, no mês passado ao lado de Nunes e Bolsonaro em um almoço com empresário.

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A declaração de Valdemar contrasta com a sua própria análise do cenário eleitoral no mês de março. Na ocasião, ele liberou o deputado federal Ricardo Salles (PL) para que tentasse se viabilizar como candidato à Prefeitura, visto que havia dúvidas sobre a capacidade de Nunes em se mostrar conhecido para a população. Pesquisas internas indicavam que boa parte dos paulistanos não conheciam o prefeito.

No entanto, a empreitada de Salles não vingou. Na avaliação de membros do PL, o eleitor de São Paulo tem um perfil voltado à centro-esquerda. Por conta disso, seria preferível que o representante da direita na disputa pelo comando da capital não fosse um “bolsonarista raiz”, mas sim um nome mais moderado, como o Nunes. A vitória de Lula e do então candidato ao governo do Estado Fernando Haddad (PT) na cidade nas eleições de 2022 fortalece esse argumento, contam.

Sem outros nomes à vista no campo da direita, Nunes vai aglutinando sinalizações de apoio de diferentes lideranças, incluindo de Bolsonaro ao ex-governador de São Paulo João Doria, desafeto declarado do ex-presidente. Bolsonaro, por exemplo, já disse estar “noivo” de Nunes, mas defendeu que o anúncio oficial de seu apoio seja adiado ao máximo, para evitar críticas de adversários. “Às vezes, num lançamento muito antecipado, você começa a levar tiro desnecessário (...) Vamos deixar atrasar o máximo possível, porque até a escolha fica sendo melhor.”

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Doria, por sua vez, publicou em julho uma imagem de um encontro informal com Ricardo Nunes e comentou: ”Fazendo uma caminhada com meu amigo, o Prefeito Ricardo Nunes. E falando sobre São Paulo, seus problemas e soluções. Nós dois amamos São Paulo”.

Pré-candidato à reeleição em 2024, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), passou de um “desconhecido que certamente perderia a eleição para seu principal adversário, Guilherme Boulos (PSOL)”, para a grande aposta do centro nas eleições municipais da capital paulista. O grupo político de Nunes dizia em conversas reservadas que ele teria até o segundo semestre para se tornar viável eleitoralmente ou seria trocado, mas abandonou esse discurso.

Nas últimas semanas, Nunes tem recebido apoio das principais forças políticas da centro-direita e da direita, a começar pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). O ex-governador João Doria, desafeto declarado do ex-presidente, também declarou apoio ao emedebista. E assim ninguém mais fala em buscar um novo candidato.

Além disso, recentemente, ele participou de evento do Grupo Lide com empresários do setor imobiliário. No evento, ele foi elogiado por nomes importantes do setor, como o presidente da Associação Brasileira de Incorporadoras (Abrainc), Luiz França, e o presidente da Secovi-SP, Rodrigo Luna, e foi aplaudido ao alfinetar Boulos e dizer que “nunca invadiu nada de ninguém”.

São exatamente as críticas ao adversário que têm reforçado a campanha por Nunes. “Todos contra o Boulos. Não queremos PT e PSOL jamais”, resumiu um empresário que participa das reuniões em torno do prefeito.

O segredo, dizem interlocutores do prefeito, são os R$ 35 bilhões que a prefeitura tem em caixa para investir neste ano pré-eleitoral em obras. Assim, Nunes transformou a cidade num canteiro de obras visíveis ao eleitorado. Nunes tem se reunido com políticos e empresários a fim de angariar apoio à reeleição. Somente com Bolsonaro, ele teve pelo menos quatro encontros nos últimos meses.

Em junho, Ricardo Nunes se encontrou com Bolsonaro e Valdemar em Brasília em meio às negociações para apoio a seu nome Foto: Beto Barata/PL/Divulgação

Eleito vice-prefeito da capital paulista na chapa de Bruno Covas (PSDB) na eleição de 2020, Nunes assumiu o comando definitivo da maior cidade do País em maio de 2021, após a morte do tucano por complicações de um câncer. Antes disso, exerceu dois mandatos como vereador de São Paulo. Na Câmara Municipal, Nunes não se tornou conhecido do grande público, mas estreitou a relação com um importante aliado, o vereador Milton Leite (União Brasil).

Presidente da Casa legislativa, Leite é um dos políticos mais influentes do município e compartilha com o prefeito o mesmo reduto eleitoral: a zona sul de São Paulo. “Posso afirmar que, da parte do União Brasil em São Paulo, o apoio ao prefeito Ricardo Nunes existe desde sempre e nunca houve dúvida alguma sobre isso”, disse. “E falo também pelos deputados Alexandre Leite e Milton Leite Filho. Todos trabalharemos juntos pela reeleição do prefeito”.

Todos trabalharemos juntos pela reeleição do prefeito.

Vereador Milton Leite (União Brasil)

A falta de alternativas no campo da direita para fazer frente a Boulos, que conta com o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), também beneficia Nunes.

Recentemente, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, destacou a necessidade de uma união da direita em torno de Nunes a fim de evitar uma vitória de Boulos nas urnas. “Nós precisamos nos unir, fazer de tudo para trazer esses votos do Bolsonaro só para somar. Porque se brincarmos aqui, vamos ter o Boulos de prefeito e na próxima eleição ele será candidato a presidente do Brasil” disse, no mês passado ao lado de Nunes e Bolsonaro em um almoço com empresário.

A declaração de Valdemar contrasta com a sua própria análise do cenário eleitoral no mês de março. Na ocasião, ele liberou o deputado federal Ricardo Salles (PL) para que tentasse se viabilizar como candidato à Prefeitura, visto que havia dúvidas sobre a capacidade de Nunes em se mostrar conhecido para a população. Pesquisas internas indicavam que boa parte dos paulistanos não conheciam o prefeito.

No entanto, a empreitada de Salles não vingou. Na avaliação de membros do PL, o eleitor de São Paulo tem um perfil voltado à centro-esquerda. Por conta disso, seria preferível que o representante da direita na disputa pelo comando da capital não fosse um “bolsonarista raiz”, mas sim um nome mais moderado, como o Nunes. A vitória de Lula e do então candidato ao governo do Estado Fernando Haddad (PT) na cidade nas eleições de 2022 fortalece esse argumento, contam.

Sem outros nomes à vista no campo da direita, Nunes vai aglutinando sinalizações de apoio de diferentes lideranças, incluindo de Bolsonaro ao ex-governador de São Paulo João Doria, desafeto declarado do ex-presidente. Bolsonaro, por exemplo, já disse estar “noivo” de Nunes, mas defendeu que o anúncio oficial de seu apoio seja adiado ao máximo, para evitar críticas de adversários. “Às vezes, num lançamento muito antecipado, você começa a levar tiro desnecessário (...) Vamos deixar atrasar o máximo possível, porque até a escolha fica sendo melhor.”

Doria, por sua vez, publicou em julho uma imagem de um encontro informal com Ricardo Nunes e comentou: ”Fazendo uma caminhada com meu amigo, o Prefeito Ricardo Nunes. E falando sobre São Paulo, seus problemas e soluções. Nós dois amamos São Paulo”.

Pré-candidato à reeleição em 2024, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), passou de um “desconhecido que certamente perderia a eleição para seu principal adversário, Guilherme Boulos (PSOL)”, para a grande aposta do centro nas eleições municipais da capital paulista. O grupo político de Nunes dizia em conversas reservadas que ele teria até o segundo semestre para se tornar viável eleitoralmente ou seria trocado, mas abandonou esse discurso.

Nas últimas semanas, Nunes tem recebido apoio das principais forças políticas da centro-direita e da direita, a começar pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). O ex-governador João Doria, desafeto declarado do ex-presidente, também declarou apoio ao emedebista. E assim ninguém mais fala em buscar um novo candidato.

Além disso, recentemente, ele participou de evento do Grupo Lide com empresários do setor imobiliário. No evento, ele foi elogiado por nomes importantes do setor, como o presidente da Associação Brasileira de Incorporadoras (Abrainc), Luiz França, e o presidente da Secovi-SP, Rodrigo Luna, e foi aplaudido ao alfinetar Boulos e dizer que “nunca invadiu nada de ninguém”.

São exatamente as críticas ao adversário que têm reforçado a campanha por Nunes. “Todos contra o Boulos. Não queremos PT e PSOL jamais”, resumiu um empresário que participa das reuniões em torno do prefeito.

O segredo, dizem interlocutores do prefeito, são os R$ 35 bilhões que a prefeitura tem em caixa para investir neste ano pré-eleitoral em obras. Assim, Nunes transformou a cidade num canteiro de obras visíveis ao eleitorado. Nunes tem se reunido com políticos e empresários a fim de angariar apoio à reeleição. Somente com Bolsonaro, ele teve pelo menos quatro encontros nos últimos meses.

Em junho, Ricardo Nunes se encontrou com Bolsonaro e Valdemar em Brasília em meio às negociações para apoio a seu nome Foto: Beto Barata/PL/Divulgação

Eleito vice-prefeito da capital paulista na chapa de Bruno Covas (PSDB) na eleição de 2020, Nunes assumiu o comando definitivo da maior cidade do País em maio de 2021, após a morte do tucano por complicações de um câncer. Antes disso, exerceu dois mandatos como vereador de São Paulo. Na Câmara Municipal, Nunes não se tornou conhecido do grande público, mas estreitou a relação com um importante aliado, o vereador Milton Leite (União Brasil).

Presidente da Casa legislativa, Leite é um dos políticos mais influentes do município e compartilha com o prefeito o mesmo reduto eleitoral: a zona sul de São Paulo. “Posso afirmar que, da parte do União Brasil em São Paulo, o apoio ao prefeito Ricardo Nunes existe desde sempre e nunca houve dúvida alguma sobre isso”, disse. “E falo também pelos deputados Alexandre Leite e Milton Leite Filho. Todos trabalharemos juntos pela reeleição do prefeito”.

Todos trabalharemos juntos pela reeleição do prefeito.

Vereador Milton Leite (União Brasil)

A falta de alternativas no campo da direita para fazer frente a Boulos, que conta com o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), também beneficia Nunes.

Recentemente, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, destacou a necessidade de uma união da direita em torno de Nunes a fim de evitar uma vitória de Boulos nas urnas. “Nós precisamos nos unir, fazer de tudo para trazer esses votos do Bolsonaro só para somar. Porque se brincarmos aqui, vamos ter o Boulos de prefeito e na próxima eleição ele será candidato a presidente do Brasil” disse, no mês passado ao lado de Nunes e Bolsonaro em um almoço com empresário.

A declaração de Valdemar contrasta com a sua própria análise do cenário eleitoral no mês de março. Na ocasião, ele liberou o deputado federal Ricardo Salles (PL) para que tentasse se viabilizar como candidato à Prefeitura, visto que havia dúvidas sobre a capacidade de Nunes em se mostrar conhecido para a população. Pesquisas internas indicavam que boa parte dos paulistanos não conheciam o prefeito.

No entanto, a empreitada de Salles não vingou. Na avaliação de membros do PL, o eleitor de São Paulo tem um perfil voltado à centro-esquerda. Por conta disso, seria preferível que o representante da direita na disputa pelo comando da capital não fosse um “bolsonarista raiz”, mas sim um nome mais moderado, como o Nunes. A vitória de Lula e do então candidato ao governo do Estado Fernando Haddad (PT) na cidade nas eleições de 2022 fortalece esse argumento, contam.

Sem outros nomes à vista no campo da direita, Nunes vai aglutinando sinalizações de apoio de diferentes lideranças, incluindo de Bolsonaro ao ex-governador de São Paulo João Doria, desafeto declarado do ex-presidente. Bolsonaro, por exemplo, já disse estar “noivo” de Nunes, mas defendeu que o anúncio oficial de seu apoio seja adiado ao máximo, para evitar críticas de adversários. “Às vezes, num lançamento muito antecipado, você começa a levar tiro desnecessário (...) Vamos deixar atrasar o máximo possível, porque até a escolha fica sendo melhor.”

Doria, por sua vez, publicou em julho uma imagem de um encontro informal com Ricardo Nunes e comentou: ”Fazendo uma caminhada com meu amigo, o Prefeito Ricardo Nunes. E falando sobre São Paulo, seus problemas e soluções. Nós dois amamos São Paulo”.

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