Alas do MDB e do PSDB pressionam para união entre Doria e Simone


Baixo desempenho nas pesquisas dos dois pré-candidatos intensificam movimentos para que partidos formem aliança

BRASÍLIA - As pré-candidaturas ao Palácio do Planalto do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e da senadora Simone Tebet (MDB-MS) têm enfrentado pressões de alas dos dois partidos para que se unam em uma candidatura única ou deixem a disputa. Com desempenho considerado fraco nas pesquisas de intenção de voto até agora — Tebet tem 1% e Doria tem 2%, de acordo com levantamento do Ipec —, os dois chegaram a conversar no mês passado, mas ainda não há uma definição sobre eventual aliança.

O ex-presidente Michel Temer (MDB) é um dos que tentam atrair Doria para a campanha da correligionária. Em dezembro, ele esteve com o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), que perdeu para o paulista a indicação nas prévias presidenciais.

Defensores do apoio à candidatura de Simone Tebet argumentam que ela tem menos rejeição que João Doria e, portanto, teria mais chances de se consolidar como um nome da terceira via. Foto: Gabriela Biló/Estadão e Dida Sampaio/Estadão
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Na semana passada foi a vez de o ex-presidente receber o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), adversário de Doria no PSDB. Segundo relatos de integrantes dos dois partidos, o senador disse que Tebet pode ser "uma surpresa positiva" na corrida eleitoral. O parlamentar foi um dos apoiadores de Simone quando ela tentou ser presidente do Senado, no início de 2021. Procurada, a assessoria do senador evitou dar detalhes sobre o que foi discutido com Temer.

Defensores do apoio à candidatura de Simone argumentam que ela tem menos rejeição que Doria e, portanto, teria mais chances de se consolidar como um nome da terceira via — ela tem 5%, enquanto o tucano registra 23% no levantamento do Ipec. A senadora, porém, enfrenta resistência de setores do próprio partido – especialmente do Nordeste e do Norte – que preferem uma aliança do MDB em torno do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Simone Tebet disse ao Estadão que tem proximidade com Tasso, mas afirmou desconhecer articulações do PSDB para apoiá-la. "Com Tasso falo sempre. Somos colegas, mas não sei de movimento algum", afirmou. Os dois atuaram juntos na CPI da Covid, que ajudou a projetar a emedebista.

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Do outro lado, o entorno de Doria trata Simone como opção de vice. A avaliação interna é de que a campanha do governador paulista deve ganhar tração nos próximos meses, quando a população começar a associar avanços na vacinação e na economia do Estado à candidatura presidencial. O tucano tem como bandeira eleitoral o empenho na imunização contra covid-19, que começou por São Paulo há um ano, após o presidente Jair Bolsonaro ignorar e protelar ofertas de farmacêuticas.

Aliados rebatem também a crítica sobre a rejeição lembrando que o índice tem relação com o conhecimento do candidato. Lembram, ainda, que Doria, quando conquistou a Prefeitura de São Paulo, em 2016, também não apresentava bons resultados nas pesquisas meses antes de eleição, mas foi eleito.

O presidente estadual do PSDB em São Paulo e secretário de Desenvolvimento Regional do governo paulista, Marco Vinholi, descarta qualquer recuo de Doria sobre concorrer ao Planalto. “Nenhuma chance de não ser candidato e será o próximo presidente do Brasil”, disse. "Doria esta avançando a cada dia, seja na mobilização do partido, na unidade, na montagem de candidaturas nos Estados. Ontem mesmo, no Paraná junto com Beto Richa filiou o nosso pre candidato a governador, Cesar Silvestre Filho vindo do Podemos”, afirmou.

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Doria tem dito que deseja ter uma mulher na sua chapa. Procurado, o governador de São Paulo afirmou, por meio de sua equipe de pré-campanha, que ele e a senadora estarão juntos na eleição.

Em São Paulo, as duas legendas fazem parte do mesmo grupo político. O PSDB é da base do prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes (MDB), e o MDB integra o governo Doria. Nunes diz estar esperançoso que Tebet ganhe musculatura e atraia o apoio de outras legendas. "Estou confiante que a população verá as qualidades da Simone, ela irá crescer. As consequências são naturais", afirmou ao Estadão.

No plano nacional as duas siglas também já foram aliadas. O MDB fez parte da base de apoio do governo do ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) e indicou a ex-deputada Rita Camata como vice de José Serra (PSDB) na eleição presidencial de 2002. No governo de Michel Temer (MDB), tucanos exerceram cargos importantes, como os ministérios das Relações Exteriores, das Cidades e da Secretaria de Governo.

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Pós-prévias do PSDB

Doria venceu a eleição interna do PSDB em novembro após uma disputa agressiva, que mostrou publicamente as divisões internas do partido.

No último dia 13 de janeiro, em entrevista à rádio O Povo CBN, de Fortaleza, Eduardo Leite declarou que Doria deve desistir da eleição caso não decole nas pesquisas. Ao Estadão, Leite reforçou a avaliação de que o paulista não deve buscar ser obrigatoriamente candidato ao Planalto. "Não pode a aspiração pessoal de qualquer pessoa, por mais legítima que seja, prejudicar a viabilização de uma alternativa à polarização que aí está", disse ele.

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Considerado o principal opositor do governador de São Paulo dentro da legenda, o deputado Aécio Neves (MG) deu o tom que agora é repetido por Leite. "Se nós chegarmos extremamente isolados, obviamente que o PSDB vai discutir a conveniência ou não de ter essa candidatura", disse o mineiro em entrevista ao Estadão menos de uma semana após o resultado das prévias. 

BRASÍLIA - As pré-candidaturas ao Palácio do Planalto do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e da senadora Simone Tebet (MDB-MS) têm enfrentado pressões de alas dos dois partidos para que se unam em uma candidatura única ou deixem a disputa. Com desempenho considerado fraco nas pesquisas de intenção de voto até agora — Tebet tem 1% e Doria tem 2%, de acordo com levantamento do Ipec —, os dois chegaram a conversar no mês passado, mas ainda não há uma definição sobre eventual aliança.

O ex-presidente Michel Temer (MDB) é um dos que tentam atrair Doria para a campanha da correligionária. Em dezembro, ele esteve com o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), que perdeu para o paulista a indicação nas prévias presidenciais.

Defensores do apoio à candidatura de Simone Tebet argumentam que ela tem menos rejeição que João Doria e, portanto, teria mais chances de se consolidar como um nome da terceira via. Foto: Gabriela Biló/Estadão e Dida Sampaio/Estadão

Na semana passada foi a vez de o ex-presidente receber o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), adversário de Doria no PSDB. Segundo relatos de integrantes dos dois partidos, o senador disse que Tebet pode ser "uma surpresa positiva" na corrida eleitoral. O parlamentar foi um dos apoiadores de Simone quando ela tentou ser presidente do Senado, no início de 2021. Procurada, a assessoria do senador evitou dar detalhes sobre o que foi discutido com Temer.

Defensores do apoio à candidatura de Simone argumentam que ela tem menos rejeição que Doria e, portanto, teria mais chances de se consolidar como um nome da terceira via — ela tem 5%, enquanto o tucano registra 23% no levantamento do Ipec. A senadora, porém, enfrenta resistência de setores do próprio partido – especialmente do Nordeste e do Norte – que preferem uma aliança do MDB em torno do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Simone Tebet disse ao Estadão que tem proximidade com Tasso, mas afirmou desconhecer articulações do PSDB para apoiá-la. "Com Tasso falo sempre. Somos colegas, mas não sei de movimento algum", afirmou. Os dois atuaram juntos na CPI da Covid, que ajudou a projetar a emedebista.

Do outro lado, o entorno de Doria trata Simone como opção de vice. A avaliação interna é de que a campanha do governador paulista deve ganhar tração nos próximos meses, quando a população começar a associar avanços na vacinação e na economia do Estado à candidatura presidencial. O tucano tem como bandeira eleitoral o empenho na imunização contra covid-19, que começou por São Paulo há um ano, após o presidente Jair Bolsonaro ignorar e protelar ofertas de farmacêuticas.

Aliados rebatem também a crítica sobre a rejeição lembrando que o índice tem relação com o conhecimento do candidato. Lembram, ainda, que Doria, quando conquistou a Prefeitura de São Paulo, em 2016, também não apresentava bons resultados nas pesquisas meses antes de eleição, mas foi eleito.

O presidente estadual do PSDB em São Paulo e secretário de Desenvolvimento Regional do governo paulista, Marco Vinholi, descarta qualquer recuo de Doria sobre concorrer ao Planalto. “Nenhuma chance de não ser candidato e será o próximo presidente do Brasil”, disse. "Doria esta avançando a cada dia, seja na mobilização do partido, na unidade, na montagem de candidaturas nos Estados. Ontem mesmo, no Paraná junto com Beto Richa filiou o nosso pre candidato a governador, Cesar Silvestre Filho vindo do Podemos”, afirmou.

Doria tem dito que deseja ter uma mulher na sua chapa. Procurado, o governador de São Paulo afirmou, por meio de sua equipe de pré-campanha, que ele e a senadora estarão juntos na eleição.

Em São Paulo, as duas legendas fazem parte do mesmo grupo político. O PSDB é da base do prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes (MDB), e o MDB integra o governo Doria. Nunes diz estar esperançoso que Tebet ganhe musculatura e atraia o apoio de outras legendas. "Estou confiante que a população verá as qualidades da Simone, ela irá crescer. As consequências são naturais", afirmou ao Estadão.

No plano nacional as duas siglas também já foram aliadas. O MDB fez parte da base de apoio do governo do ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) e indicou a ex-deputada Rita Camata como vice de José Serra (PSDB) na eleição presidencial de 2002. No governo de Michel Temer (MDB), tucanos exerceram cargos importantes, como os ministérios das Relações Exteriores, das Cidades e da Secretaria de Governo.

Pós-prévias do PSDB

Doria venceu a eleição interna do PSDB em novembro após uma disputa agressiva, que mostrou publicamente as divisões internas do partido.

No último dia 13 de janeiro, em entrevista à rádio O Povo CBN, de Fortaleza, Eduardo Leite declarou que Doria deve desistir da eleição caso não decole nas pesquisas. Ao Estadão, Leite reforçou a avaliação de que o paulista não deve buscar ser obrigatoriamente candidato ao Planalto. "Não pode a aspiração pessoal de qualquer pessoa, por mais legítima que seja, prejudicar a viabilização de uma alternativa à polarização que aí está", disse ele.

Considerado o principal opositor do governador de São Paulo dentro da legenda, o deputado Aécio Neves (MG) deu o tom que agora é repetido por Leite. "Se nós chegarmos extremamente isolados, obviamente que o PSDB vai discutir a conveniência ou não de ter essa candidatura", disse o mineiro em entrevista ao Estadão menos de uma semana após o resultado das prévias. 

BRASÍLIA - As pré-candidaturas ao Palácio do Planalto do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e da senadora Simone Tebet (MDB-MS) têm enfrentado pressões de alas dos dois partidos para que se unam em uma candidatura única ou deixem a disputa. Com desempenho considerado fraco nas pesquisas de intenção de voto até agora — Tebet tem 1% e Doria tem 2%, de acordo com levantamento do Ipec —, os dois chegaram a conversar no mês passado, mas ainda não há uma definição sobre eventual aliança.

O ex-presidente Michel Temer (MDB) é um dos que tentam atrair Doria para a campanha da correligionária. Em dezembro, ele esteve com o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), que perdeu para o paulista a indicação nas prévias presidenciais.

Defensores do apoio à candidatura de Simone Tebet argumentam que ela tem menos rejeição que João Doria e, portanto, teria mais chances de se consolidar como um nome da terceira via. Foto: Gabriela Biló/Estadão e Dida Sampaio/Estadão

Na semana passada foi a vez de o ex-presidente receber o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), adversário de Doria no PSDB. Segundo relatos de integrantes dos dois partidos, o senador disse que Tebet pode ser "uma surpresa positiva" na corrida eleitoral. O parlamentar foi um dos apoiadores de Simone quando ela tentou ser presidente do Senado, no início de 2021. Procurada, a assessoria do senador evitou dar detalhes sobre o que foi discutido com Temer.

Defensores do apoio à candidatura de Simone argumentam que ela tem menos rejeição que Doria e, portanto, teria mais chances de se consolidar como um nome da terceira via — ela tem 5%, enquanto o tucano registra 23% no levantamento do Ipec. A senadora, porém, enfrenta resistência de setores do próprio partido – especialmente do Nordeste e do Norte – que preferem uma aliança do MDB em torno do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Simone Tebet disse ao Estadão que tem proximidade com Tasso, mas afirmou desconhecer articulações do PSDB para apoiá-la. "Com Tasso falo sempre. Somos colegas, mas não sei de movimento algum", afirmou. Os dois atuaram juntos na CPI da Covid, que ajudou a projetar a emedebista.

Do outro lado, o entorno de Doria trata Simone como opção de vice. A avaliação interna é de que a campanha do governador paulista deve ganhar tração nos próximos meses, quando a população começar a associar avanços na vacinação e na economia do Estado à candidatura presidencial. O tucano tem como bandeira eleitoral o empenho na imunização contra covid-19, que começou por São Paulo há um ano, após o presidente Jair Bolsonaro ignorar e protelar ofertas de farmacêuticas.

Aliados rebatem também a crítica sobre a rejeição lembrando que o índice tem relação com o conhecimento do candidato. Lembram, ainda, que Doria, quando conquistou a Prefeitura de São Paulo, em 2016, também não apresentava bons resultados nas pesquisas meses antes de eleição, mas foi eleito.

O presidente estadual do PSDB em São Paulo e secretário de Desenvolvimento Regional do governo paulista, Marco Vinholi, descarta qualquer recuo de Doria sobre concorrer ao Planalto. “Nenhuma chance de não ser candidato e será o próximo presidente do Brasil”, disse. "Doria esta avançando a cada dia, seja na mobilização do partido, na unidade, na montagem de candidaturas nos Estados. Ontem mesmo, no Paraná junto com Beto Richa filiou o nosso pre candidato a governador, Cesar Silvestre Filho vindo do Podemos”, afirmou.

Doria tem dito que deseja ter uma mulher na sua chapa. Procurado, o governador de São Paulo afirmou, por meio de sua equipe de pré-campanha, que ele e a senadora estarão juntos na eleição.

Em São Paulo, as duas legendas fazem parte do mesmo grupo político. O PSDB é da base do prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes (MDB), e o MDB integra o governo Doria. Nunes diz estar esperançoso que Tebet ganhe musculatura e atraia o apoio de outras legendas. "Estou confiante que a população verá as qualidades da Simone, ela irá crescer. As consequências são naturais", afirmou ao Estadão.

No plano nacional as duas siglas também já foram aliadas. O MDB fez parte da base de apoio do governo do ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) e indicou a ex-deputada Rita Camata como vice de José Serra (PSDB) na eleição presidencial de 2002. No governo de Michel Temer (MDB), tucanos exerceram cargos importantes, como os ministérios das Relações Exteriores, das Cidades e da Secretaria de Governo.

Pós-prévias do PSDB

Doria venceu a eleição interna do PSDB em novembro após uma disputa agressiva, que mostrou publicamente as divisões internas do partido.

No último dia 13 de janeiro, em entrevista à rádio O Povo CBN, de Fortaleza, Eduardo Leite declarou que Doria deve desistir da eleição caso não decole nas pesquisas. Ao Estadão, Leite reforçou a avaliação de que o paulista não deve buscar ser obrigatoriamente candidato ao Planalto. "Não pode a aspiração pessoal de qualquer pessoa, por mais legítima que seja, prejudicar a viabilização de uma alternativa à polarização que aí está", disse ele.

Considerado o principal opositor do governador de São Paulo dentro da legenda, o deputado Aécio Neves (MG) deu o tom que agora é repetido por Leite. "Se nós chegarmos extremamente isolados, obviamente que o PSDB vai discutir a conveniência ou não de ter essa candidatura", disse o mineiro em entrevista ao Estadão menos de uma semana após o resultado das prévias. 

BRASÍLIA - As pré-candidaturas ao Palácio do Planalto do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e da senadora Simone Tebet (MDB-MS) têm enfrentado pressões de alas dos dois partidos para que se unam em uma candidatura única ou deixem a disputa. Com desempenho considerado fraco nas pesquisas de intenção de voto até agora — Tebet tem 1% e Doria tem 2%, de acordo com levantamento do Ipec —, os dois chegaram a conversar no mês passado, mas ainda não há uma definição sobre eventual aliança.

O ex-presidente Michel Temer (MDB) é um dos que tentam atrair Doria para a campanha da correligionária. Em dezembro, ele esteve com o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), que perdeu para o paulista a indicação nas prévias presidenciais.

Defensores do apoio à candidatura de Simone Tebet argumentam que ela tem menos rejeição que João Doria e, portanto, teria mais chances de se consolidar como um nome da terceira via. Foto: Gabriela Biló/Estadão e Dida Sampaio/Estadão

Na semana passada foi a vez de o ex-presidente receber o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), adversário de Doria no PSDB. Segundo relatos de integrantes dos dois partidos, o senador disse que Tebet pode ser "uma surpresa positiva" na corrida eleitoral. O parlamentar foi um dos apoiadores de Simone quando ela tentou ser presidente do Senado, no início de 2021. Procurada, a assessoria do senador evitou dar detalhes sobre o que foi discutido com Temer.

Defensores do apoio à candidatura de Simone argumentam que ela tem menos rejeição que Doria e, portanto, teria mais chances de se consolidar como um nome da terceira via — ela tem 5%, enquanto o tucano registra 23% no levantamento do Ipec. A senadora, porém, enfrenta resistência de setores do próprio partido – especialmente do Nordeste e do Norte – que preferem uma aliança do MDB em torno do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Simone Tebet disse ao Estadão que tem proximidade com Tasso, mas afirmou desconhecer articulações do PSDB para apoiá-la. "Com Tasso falo sempre. Somos colegas, mas não sei de movimento algum", afirmou. Os dois atuaram juntos na CPI da Covid, que ajudou a projetar a emedebista.

Do outro lado, o entorno de Doria trata Simone como opção de vice. A avaliação interna é de que a campanha do governador paulista deve ganhar tração nos próximos meses, quando a população começar a associar avanços na vacinação e na economia do Estado à candidatura presidencial. O tucano tem como bandeira eleitoral o empenho na imunização contra covid-19, que começou por São Paulo há um ano, após o presidente Jair Bolsonaro ignorar e protelar ofertas de farmacêuticas.

Aliados rebatem também a crítica sobre a rejeição lembrando que o índice tem relação com o conhecimento do candidato. Lembram, ainda, que Doria, quando conquistou a Prefeitura de São Paulo, em 2016, também não apresentava bons resultados nas pesquisas meses antes de eleição, mas foi eleito.

O presidente estadual do PSDB em São Paulo e secretário de Desenvolvimento Regional do governo paulista, Marco Vinholi, descarta qualquer recuo de Doria sobre concorrer ao Planalto. “Nenhuma chance de não ser candidato e será o próximo presidente do Brasil”, disse. "Doria esta avançando a cada dia, seja na mobilização do partido, na unidade, na montagem de candidaturas nos Estados. Ontem mesmo, no Paraná junto com Beto Richa filiou o nosso pre candidato a governador, Cesar Silvestre Filho vindo do Podemos”, afirmou.

Doria tem dito que deseja ter uma mulher na sua chapa. Procurado, o governador de São Paulo afirmou, por meio de sua equipe de pré-campanha, que ele e a senadora estarão juntos na eleição.

Em São Paulo, as duas legendas fazem parte do mesmo grupo político. O PSDB é da base do prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes (MDB), e o MDB integra o governo Doria. Nunes diz estar esperançoso que Tebet ganhe musculatura e atraia o apoio de outras legendas. "Estou confiante que a população verá as qualidades da Simone, ela irá crescer. As consequências são naturais", afirmou ao Estadão.

No plano nacional as duas siglas também já foram aliadas. O MDB fez parte da base de apoio do governo do ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) e indicou a ex-deputada Rita Camata como vice de José Serra (PSDB) na eleição presidencial de 2002. No governo de Michel Temer (MDB), tucanos exerceram cargos importantes, como os ministérios das Relações Exteriores, das Cidades e da Secretaria de Governo.

Pós-prévias do PSDB

Doria venceu a eleição interna do PSDB em novembro após uma disputa agressiva, que mostrou publicamente as divisões internas do partido.

No último dia 13 de janeiro, em entrevista à rádio O Povo CBN, de Fortaleza, Eduardo Leite declarou que Doria deve desistir da eleição caso não decole nas pesquisas. Ao Estadão, Leite reforçou a avaliação de que o paulista não deve buscar ser obrigatoriamente candidato ao Planalto. "Não pode a aspiração pessoal de qualquer pessoa, por mais legítima que seja, prejudicar a viabilização de uma alternativa à polarização que aí está", disse ele.

Considerado o principal opositor do governador de São Paulo dentro da legenda, o deputado Aécio Neves (MG) deu o tom que agora é repetido por Leite. "Se nós chegarmos extremamente isolados, obviamente que o PSDB vai discutir a conveniência ou não de ter essa candidatura", disse o mineiro em entrevista ao Estadão menos de uma semana após o resultado das prévias. 

BRASÍLIA - As pré-candidaturas ao Palácio do Planalto do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e da senadora Simone Tebet (MDB-MS) têm enfrentado pressões de alas dos dois partidos para que se unam em uma candidatura única ou deixem a disputa. Com desempenho considerado fraco nas pesquisas de intenção de voto até agora — Tebet tem 1% e Doria tem 2%, de acordo com levantamento do Ipec —, os dois chegaram a conversar no mês passado, mas ainda não há uma definição sobre eventual aliança.

O ex-presidente Michel Temer (MDB) é um dos que tentam atrair Doria para a campanha da correligionária. Em dezembro, ele esteve com o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), que perdeu para o paulista a indicação nas prévias presidenciais.

Defensores do apoio à candidatura de Simone Tebet argumentam que ela tem menos rejeição que João Doria e, portanto, teria mais chances de se consolidar como um nome da terceira via. Foto: Gabriela Biló/Estadão e Dida Sampaio/Estadão

Na semana passada foi a vez de o ex-presidente receber o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), adversário de Doria no PSDB. Segundo relatos de integrantes dos dois partidos, o senador disse que Tebet pode ser "uma surpresa positiva" na corrida eleitoral. O parlamentar foi um dos apoiadores de Simone quando ela tentou ser presidente do Senado, no início de 2021. Procurada, a assessoria do senador evitou dar detalhes sobre o que foi discutido com Temer.

Defensores do apoio à candidatura de Simone argumentam que ela tem menos rejeição que Doria e, portanto, teria mais chances de se consolidar como um nome da terceira via — ela tem 5%, enquanto o tucano registra 23% no levantamento do Ipec. A senadora, porém, enfrenta resistência de setores do próprio partido – especialmente do Nordeste e do Norte – que preferem uma aliança do MDB em torno do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Simone Tebet disse ao Estadão que tem proximidade com Tasso, mas afirmou desconhecer articulações do PSDB para apoiá-la. "Com Tasso falo sempre. Somos colegas, mas não sei de movimento algum", afirmou. Os dois atuaram juntos na CPI da Covid, que ajudou a projetar a emedebista.

Do outro lado, o entorno de Doria trata Simone como opção de vice. A avaliação interna é de que a campanha do governador paulista deve ganhar tração nos próximos meses, quando a população começar a associar avanços na vacinação e na economia do Estado à candidatura presidencial. O tucano tem como bandeira eleitoral o empenho na imunização contra covid-19, que começou por São Paulo há um ano, após o presidente Jair Bolsonaro ignorar e protelar ofertas de farmacêuticas.

Aliados rebatem também a crítica sobre a rejeição lembrando que o índice tem relação com o conhecimento do candidato. Lembram, ainda, que Doria, quando conquistou a Prefeitura de São Paulo, em 2016, também não apresentava bons resultados nas pesquisas meses antes de eleição, mas foi eleito.

O presidente estadual do PSDB em São Paulo e secretário de Desenvolvimento Regional do governo paulista, Marco Vinholi, descarta qualquer recuo de Doria sobre concorrer ao Planalto. “Nenhuma chance de não ser candidato e será o próximo presidente do Brasil”, disse. "Doria esta avançando a cada dia, seja na mobilização do partido, na unidade, na montagem de candidaturas nos Estados. Ontem mesmo, no Paraná junto com Beto Richa filiou o nosso pre candidato a governador, Cesar Silvestre Filho vindo do Podemos”, afirmou.

Doria tem dito que deseja ter uma mulher na sua chapa. Procurado, o governador de São Paulo afirmou, por meio de sua equipe de pré-campanha, que ele e a senadora estarão juntos na eleição.

Em São Paulo, as duas legendas fazem parte do mesmo grupo político. O PSDB é da base do prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes (MDB), e o MDB integra o governo Doria. Nunes diz estar esperançoso que Tebet ganhe musculatura e atraia o apoio de outras legendas. "Estou confiante que a população verá as qualidades da Simone, ela irá crescer. As consequências são naturais", afirmou ao Estadão.

No plano nacional as duas siglas também já foram aliadas. O MDB fez parte da base de apoio do governo do ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) e indicou a ex-deputada Rita Camata como vice de José Serra (PSDB) na eleição presidencial de 2002. No governo de Michel Temer (MDB), tucanos exerceram cargos importantes, como os ministérios das Relações Exteriores, das Cidades e da Secretaria de Governo.

Pós-prévias do PSDB

Doria venceu a eleição interna do PSDB em novembro após uma disputa agressiva, que mostrou publicamente as divisões internas do partido.

No último dia 13 de janeiro, em entrevista à rádio O Povo CBN, de Fortaleza, Eduardo Leite declarou que Doria deve desistir da eleição caso não decole nas pesquisas. Ao Estadão, Leite reforçou a avaliação de que o paulista não deve buscar ser obrigatoriamente candidato ao Planalto. "Não pode a aspiração pessoal de qualquer pessoa, por mais legítima que seja, prejudicar a viabilização de uma alternativa à polarização que aí está", disse ele.

Considerado o principal opositor do governador de São Paulo dentro da legenda, o deputado Aécio Neves (MG) deu o tom que agora é repetido por Leite. "Se nós chegarmos extremamente isolados, obviamente que o PSDB vai discutir a conveniência ou não de ter essa candidatura", disse o mineiro em entrevista ao Estadão menos de uma semana após o resultado das prévias. 

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