Brasília - Após ver a crise hídrica que atinge o Estado de São Paulo ser levada ao centro do debate político na última eleição presidencial, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) adotou um discurso de conciliação nesta quinta-feira, 4, ao participar de solenidade no Palácio do Planalto de assinatura de contratos de infraestrutura urbana, ao lado da presidente Dilma Rousseff.
"Olha o resultado das eleições: quem ganhou é governo, quem perdeu fiscaliza, é oposição. É a lógica democrática, é tão patriótico ser governo quanto exercer a oposição. Cabe à posição criticar, fiscalizar e propor. É o absoluto exercício da democracia e cabe a nós, que somos governo, trabalharmos de forma federativa, republicana", comentou o governador, ao conversar com jornalistas.
"O dinheiro do governo do Estado de São Paulo não é do PSDB, é do contribuinte. O dinheiro do governo federal é do contribuinte, acho que demos aqui um exemplo de maturidade política, de trabalho conjunto baseado no interesse público", ressaltou Alckmin.
Questionado sobre a sua posição quanto à votação do projeto que altera a Lei de Diretrizes Orçamentárias e a forma de cálculo do superávit primário, Alckmin tergiversou. "Acompanho o meu partido, mas quero destacar o bom convênio (de hoje)", respondeu.
Temperatura. Também em um tom de conciliação, a presidente Dilma Rousseff destacou durante a rápida solenidade que a cerimônia marcava um "momento importante".
"É fato que durante a campanha é natural divergir, é natural criticar, é natural disputar. E mesmo em alguns momentos é, diríamos assim, compreensível que as temperaturas se elevem. Mas no entanto, depois de eleito, nós temos de respeitar as escolhas legítimas da população brasileira", disse a presidente.
"Essas escolhas legítimas, em um país que preza a democracia, que está em processo, inclusive, de construir cada vez mais, e de aprofundar a sua democracia, que está ficando cada vez mais madura, é algo extremamente necessário, essas relações republicanas e parceiras", afirmou Dilma.
A presidente obteve no Estado de São Paulo apenas 35,69% dos votos válidos no segundo turno, um dos seus piores desempenhos por unidade da federação. No País todo, a petista obteve 51,64% dos votos válidos.