Moraes x Musk: entenda como a disputa judicial pode levar à suspensão da rede social X no Brasil


Bilionário iniciou campanha de críticas ao ministro do STF e passou a difundir o discurso falso de que o Brasil vive sob ditadura do Poder Judiciário; magistrado reagiu com ordens judiciais e empresário respondeu com divulgação de decisões sigilosas do STF

Por Weslley Galzo
Atualização:

BRASÍLIA - A disputa pública entre o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e o bilionário Elon Musk, dono do X (antigo Twitter), atingiu o seu ápice nesta quarta-feira, 28. O ministro ordenou que Musk seja notificado a informar, em até 24 horas, o novo representante da plataforma no Brasil, sob pena de suspender a rede social em caso de descumprimento do prazo. A intimação foi feita pela própria rede social, em resposta à conta oficial do X.

No sábado retrasado, 17, Musk anunciou a decisão de fechar o escritório da rede social no Brasil alegando perseguição e censura. No outro flanco, o magistrado da Suprema Corte argumenta que tomou medidas duras contra a plataforma após sucessivos descumprimentos de decisões judiciais.

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A escalada de tensões entre os dois atores foi rápida. Musk nunca tinha feito menção a Moraes antes de abril deste ano. No dia 6 de abril, o empresário respondeu a uma publicação do ministro no X com uma provocação: “Por que você está ordenando tanta censura no Brasil?”. O questionamento foi usado pela base de apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que antagoniza com Moraes habitualmente, para insuflar o discurso falso de que o Brasil vive uma ditadura do Poder Judiciário, o que passou a ser reverberado por Musk.

O bilionário Elon Musk e o ministro do Supremo, Alexandre de Moraes.  Foto: Czarek Sokolowski/AP e Gustavo Moreno/SCO/STF

Horas após responder à publicação do ministro, Musk voltou a questioná-lo sobre uma decisão que obrigou o X a bloquear perfis de usuários no País identificados pelo STF como desinformadores. Além do bilionário, a própria rede social passou a emitir discursos políticos contra Moraes. “O povo brasileiro, independentemente de suas crenças políticas, tem direito à liberdade de expressão, ao devido processo legal e à transparência por parte de suas próprias autoridades”, publicou o perfil de Assuntos Governamentais Globais do X no dia 6.

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A tensão aumentou nos dias seguintes à primeira declaração de Musk. No dia 7 de abril, o bilionário escreveu que “em breve” iria postar tudo que foi ordenado por Moraes em relação ao X e como essas decisões violariam a lei brasileira. O dono da rede social chamou o ministro de “vergonhoso” e pediu que ele renunciasse ou sofresse processo de impeachment. “Este juiz traiu descaradamente e repetidamente a constituição e o povo do Brasil”, escreveu Musk.

Moraes, que até então havia ficado em silêncio diante das críticas, decidiu ainda no dia 7 de abril incluir Musk como investigado no inquérito das milícias digitais por “dolosa instrumentalização” da rede social X. O ministro ainda ordenou a abertura de um inquérito à parte sobre o empresário por suposta obstrução de Justiça “inclusive em organização criminosa e incitação ao crime”.

Primeiro trecho da decisão sigilosa de Mores exposta pelo X em seu perfil Foto: Reprodução via @GlobalAffairs no X
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Após a decisão, Musk fez ataques seguidos a Moraes durante duas semanas e passou a compartilhar publicações de aliados de Bolsonaro, como o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO), com alegações de que o ministro seria um ditador.

As provocações de Musk no X se converteram em ação no dia 15 de abril, quando a rede social compartilhou com o Comitê Judiciário da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, controlado por deputados aliados de Donald Trump, todas as ordens de Moraes de remoção de perfis e publicações com ataques às instituições brasileiras.

Dois dias depois, em 17 de abril, a ala republicana do Comitê Judiciário divulgou um relatório sobre a suposta “censura do governo brasileiro” ao X (antigo Twitter) e a outras redes sociais, como Facebook e Instagram. O documento inclui 88 decisões determinando a retirada de perfis das plataformas. As ordens partiram do ministro Alexandre de Moraes em processos que tramitam sob sigilo no STF.

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Segundo trecho de decisão judicial sigilosa de Moraes exposta pelo X na plataforma Foto: Reprodução via @GlobalAffairs em X

Em resposta, o STF afirmou que os documentos divulgados pelos deputados dos EUA não são as decisões fundamentadas que determinaram a retirada de conteúdos ou perfis, mas sim os ofícios enviados às plataformas para cumprimento da decisão. “Todas as decisões tomadas pelo STF são fundamentadas, como prevê a Constituição, e as partes, as pessoas afetadas, têm acesso à fundamentação”, informou o Supremo, em nota.

A divulgação das decisões sigilosas do ministro foi o ponto alto na disputa entre Musk e Moraes. O empresário não faz menções ao ministro em sua conta oficial no X desde o dia 18 de abril, até que neste sábado, 17, a rede social informou o fechamento do seu escritório no Brasil. O bilionário escreveu na plataforma que o ministro do STF é “uma desgraça total para a Justiça”.

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“Em suas exigências por “Justiça” no Brasil, Alexandre vai nos ordenar (em segredo) para violar as leis, brasileiras, argentinas, americanas e internacionais. O X não tem outra escolha se não fechar as nossas operações no Brasil”, concluiu.

BRASÍLIA - A disputa pública entre o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e o bilionário Elon Musk, dono do X (antigo Twitter), atingiu o seu ápice nesta quarta-feira, 28. O ministro ordenou que Musk seja notificado a informar, em até 24 horas, o novo representante da plataforma no Brasil, sob pena de suspender a rede social em caso de descumprimento do prazo. A intimação foi feita pela própria rede social, em resposta à conta oficial do X.

No sábado retrasado, 17, Musk anunciou a decisão de fechar o escritório da rede social no Brasil alegando perseguição e censura. No outro flanco, o magistrado da Suprema Corte argumenta que tomou medidas duras contra a plataforma após sucessivos descumprimentos de decisões judiciais.

A escalada de tensões entre os dois atores foi rápida. Musk nunca tinha feito menção a Moraes antes de abril deste ano. No dia 6 de abril, o empresário respondeu a uma publicação do ministro no X com uma provocação: “Por que você está ordenando tanta censura no Brasil?”. O questionamento foi usado pela base de apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que antagoniza com Moraes habitualmente, para insuflar o discurso falso de que o Brasil vive uma ditadura do Poder Judiciário, o que passou a ser reverberado por Musk.

O bilionário Elon Musk e o ministro do Supremo, Alexandre de Moraes.  Foto: Czarek Sokolowski/AP e Gustavo Moreno/SCO/STF

Horas após responder à publicação do ministro, Musk voltou a questioná-lo sobre uma decisão que obrigou o X a bloquear perfis de usuários no País identificados pelo STF como desinformadores. Além do bilionário, a própria rede social passou a emitir discursos políticos contra Moraes. “O povo brasileiro, independentemente de suas crenças políticas, tem direito à liberdade de expressão, ao devido processo legal e à transparência por parte de suas próprias autoridades”, publicou o perfil de Assuntos Governamentais Globais do X no dia 6.

A tensão aumentou nos dias seguintes à primeira declaração de Musk. No dia 7 de abril, o bilionário escreveu que “em breve” iria postar tudo que foi ordenado por Moraes em relação ao X e como essas decisões violariam a lei brasileira. O dono da rede social chamou o ministro de “vergonhoso” e pediu que ele renunciasse ou sofresse processo de impeachment. “Este juiz traiu descaradamente e repetidamente a constituição e o povo do Brasil”, escreveu Musk.

Moraes, que até então havia ficado em silêncio diante das críticas, decidiu ainda no dia 7 de abril incluir Musk como investigado no inquérito das milícias digitais por “dolosa instrumentalização” da rede social X. O ministro ainda ordenou a abertura de um inquérito à parte sobre o empresário por suposta obstrução de Justiça “inclusive em organização criminosa e incitação ao crime”.

Primeiro trecho da decisão sigilosa de Mores exposta pelo X em seu perfil Foto: Reprodução via @GlobalAffairs no X

Após a decisão, Musk fez ataques seguidos a Moraes durante duas semanas e passou a compartilhar publicações de aliados de Bolsonaro, como o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO), com alegações de que o ministro seria um ditador.

As provocações de Musk no X se converteram em ação no dia 15 de abril, quando a rede social compartilhou com o Comitê Judiciário da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, controlado por deputados aliados de Donald Trump, todas as ordens de Moraes de remoção de perfis e publicações com ataques às instituições brasileiras.

Dois dias depois, em 17 de abril, a ala republicana do Comitê Judiciário divulgou um relatório sobre a suposta “censura do governo brasileiro” ao X (antigo Twitter) e a outras redes sociais, como Facebook e Instagram. O documento inclui 88 decisões determinando a retirada de perfis das plataformas. As ordens partiram do ministro Alexandre de Moraes em processos que tramitam sob sigilo no STF.

Segundo trecho de decisão judicial sigilosa de Moraes exposta pelo X na plataforma Foto: Reprodução via @GlobalAffairs em X

Em resposta, o STF afirmou que os documentos divulgados pelos deputados dos EUA não são as decisões fundamentadas que determinaram a retirada de conteúdos ou perfis, mas sim os ofícios enviados às plataformas para cumprimento da decisão. “Todas as decisões tomadas pelo STF são fundamentadas, como prevê a Constituição, e as partes, as pessoas afetadas, têm acesso à fundamentação”, informou o Supremo, em nota.

A divulgação das decisões sigilosas do ministro foi o ponto alto na disputa entre Musk e Moraes. O empresário não faz menções ao ministro em sua conta oficial no X desde o dia 18 de abril, até que neste sábado, 17, a rede social informou o fechamento do seu escritório no Brasil. O bilionário escreveu na plataforma que o ministro do STF é “uma desgraça total para a Justiça”.

“Em suas exigências por “Justiça” no Brasil, Alexandre vai nos ordenar (em segredo) para violar as leis, brasileiras, argentinas, americanas e internacionais. O X não tem outra escolha se não fechar as nossas operações no Brasil”, concluiu.

BRASÍLIA - A disputa pública entre o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e o bilionário Elon Musk, dono do X (antigo Twitter), atingiu o seu ápice nesta quarta-feira, 28. O ministro ordenou que Musk seja notificado a informar, em até 24 horas, o novo representante da plataforma no Brasil, sob pena de suspender a rede social em caso de descumprimento do prazo. A intimação foi feita pela própria rede social, em resposta à conta oficial do X.

No sábado retrasado, 17, Musk anunciou a decisão de fechar o escritório da rede social no Brasil alegando perseguição e censura. No outro flanco, o magistrado da Suprema Corte argumenta que tomou medidas duras contra a plataforma após sucessivos descumprimentos de decisões judiciais.

A escalada de tensões entre os dois atores foi rápida. Musk nunca tinha feito menção a Moraes antes de abril deste ano. No dia 6 de abril, o empresário respondeu a uma publicação do ministro no X com uma provocação: “Por que você está ordenando tanta censura no Brasil?”. O questionamento foi usado pela base de apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que antagoniza com Moraes habitualmente, para insuflar o discurso falso de que o Brasil vive uma ditadura do Poder Judiciário, o que passou a ser reverberado por Musk.

O bilionário Elon Musk e o ministro do Supremo, Alexandre de Moraes.  Foto: Czarek Sokolowski/AP e Gustavo Moreno/SCO/STF

Horas após responder à publicação do ministro, Musk voltou a questioná-lo sobre uma decisão que obrigou o X a bloquear perfis de usuários no País identificados pelo STF como desinformadores. Além do bilionário, a própria rede social passou a emitir discursos políticos contra Moraes. “O povo brasileiro, independentemente de suas crenças políticas, tem direito à liberdade de expressão, ao devido processo legal e à transparência por parte de suas próprias autoridades”, publicou o perfil de Assuntos Governamentais Globais do X no dia 6.

A tensão aumentou nos dias seguintes à primeira declaração de Musk. No dia 7 de abril, o bilionário escreveu que “em breve” iria postar tudo que foi ordenado por Moraes em relação ao X e como essas decisões violariam a lei brasileira. O dono da rede social chamou o ministro de “vergonhoso” e pediu que ele renunciasse ou sofresse processo de impeachment. “Este juiz traiu descaradamente e repetidamente a constituição e o povo do Brasil”, escreveu Musk.

Moraes, que até então havia ficado em silêncio diante das críticas, decidiu ainda no dia 7 de abril incluir Musk como investigado no inquérito das milícias digitais por “dolosa instrumentalização” da rede social X. O ministro ainda ordenou a abertura de um inquérito à parte sobre o empresário por suposta obstrução de Justiça “inclusive em organização criminosa e incitação ao crime”.

Primeiro trecho da decisão sigilosa de Mores exposta pelo X em seu perfil Foto: Reprodução via @GlobalAffairs no X

Após a decisão, Musk fez ataques seguidos a Moraes durante duas semanas e passou a compartilhar publicações de aliados de Bolsonaro, como o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO), com alegações de que o ministro seria um ditador.

As provocações de Musk no X se converteram em ação no dia 15 de abril, quando a rede social compartilhou com o Comitê Judiciário da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, controlado por deputados aliados de Donald Trump, todas as ordens de Moraes de remoção de perfis e publicações com ataques às instituições brasileiras.

Dois dias depois, em 17 de abril, a ala republicana do Comitê Judiciário divulgou um relatório sobre a suposta “censura do governo brasileiro” ao X (antigo Twitter) e a outras redes sociais, como Facebook e Instagram. O documento inclui 88 decisões determinando a retirada de perfis das plataformas. As ordens partiram do ministro Alexandre de Moraes em processos que tramitam sob sigilo no STF.

Segundo trecho de decisão judicial sigilosa de Moraes exposta pelo X na plataforma Foto: Reprodução via @GlobalAffairs em X

Em resposta, o STF afirmou que os documentos divulgados pelos deputados dos EUA não são as decisões fundamentadas que determinaram a retirada de conteúdos ou perfis, mas sim os ofícios enviados às plataformas para cumprimento da decisão. “Todas as decisões tomadas pelo STF são fundamentadas, como prevê a Constituição, e as partes, as pessoas afetadas, têm acesso à fundamentação”, informou o Supremo, em nota.

A divulgação das decisões sigilosas do ministro foi o ponto alto na disputa entre Musk e Moraes. O empresário não faz menções ao ministro em sua conta oficial no X desde o dia 18 de abril, até que neste sábado, 17, a rede social informou o fechamento do seu escritório no Brasil. O bilionário escreveu na plataforma que o ministro do STF é “uma desgraça total para a Justiça”.

“Em suas exigências por “Justiça” no Brasil, Alexandre vai nos ordenar (em segredo) para violar as leis, brasileiras, argentinas, americanas e internacionais. O X não tem outra escolha se não fechar as nossas operações no Brasil”, concluiu.

BRASÍLIA - A disputa pública entre o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e o bilionário Elon Musk, dono do X (antigo Twitter), atingiu o seu ápice nesta quarta-feira, 28. O ministro ordenou que Musk seja notificado a informar, em até 24 horas, o novo representante da plataforma no Brasil, sob pena de suspender a rede social em caso de descumprimento do prazo. A intimação foi feita pela própria rede social, em resposta à conta oficial do X.

No sábado retrasado, 17, Musk anunciou a decisão de fechar o escritório da rede social no Brasil alegando perseguição e censura. No outro flanco, o magistrado da Suprema Corte argumenta que tomou medidas duras contra a plataforma após sucessivos descumprimentos de decisões judiciais.

A escalada de tensões entre os dois atores foi rápida. Musk nunca tinha feito menção a Moraes antes de abril deste ano. No dia 6 de abril, o empresário respondeu a uma publicação do ministro no X com uma provocação: “Por que você está ordenando tanta censura no Brasil?”. O questionamento foi usado pela base de apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que antagoniza com Moraes habitualmente, para insuflar o discurso falso de que o Brasil vive uma ditadura do Poder Judiciário, o que passou a ser reverberado por Musk.

O bilionário Elon Musk e o ministro do Supremo, Alexandre de Moraes.  Foto: Czarek Sokolowski/AP e Gustavo Moreno/SCO/STF

Horas após responder à publicação do ministro, Musk voltou a questioná-lo sobre uma decisão que obrigou o X a bloquear perfis de usuários no País identificados pelo STF como desinformadores. Além do bilionário, a própria rede social passou a emitir discursos políticos contra Moraes. “O povo brasileiro, independentemente de suas crenças políticas, tem direito à liberdade de expressão, ao devido processo legal e à transparência por parte de suas próprias autoridades”, publicou o perfil de Assuntos Governamentais Globais do X no dia 6.

A tensão aumentou nos dias seguintes à primeira declaração de Musk. No dia 7 de abril, o bilionário escreveu que “em breve” iria postar tudo que foi ordenado por Moraes em relação ao X e como essas decisões violariam a lei brasileira. O dono da rede social chamou o ministro de “vergonhoso” e pediu que ele renunciasse ou sofresse processo de impeachment. “Este juiz traiu descaradamente e repetidamente a constituição e o povo do Brasil”, escreveu Musk.

Moraes, que até então havia ficado em silêncio diante das críticas, decidiu ainda no dia 7 de abril incluir Musk como investigado no inquérito das milícias digitais por “dolosa instrumentalização” da rede social X. O ministro ainda ordenou a abertura de um inquérito à parte sobre o empresário por suposta obstrução de Justiça “inclusive em organização criminosa e incitação ao crime”.

Primeiro trecho da decisão sigilosa de Mores exposta pelo X em seu perfil Foto: Reprodução via @GlobalAffairs no X

Após a decisão, Musk fez ataques seguidos a Moraes durante duas semanas e passou a compartilhar publicações de aliados de Bolsonaro, como o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO), com alegações de que o ministro seria um ditador.

As provocações de Musk no X se converteram em ação no dia 15 de abril, quando a rede social compartilhou com o Comitê Judiciário da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, controlado por deputados aliados de Donald Trump, todas as ordens de Moraes de remoção de perfis e publicações com ataques às instituições brasileiras.

Dois dias depois, em 17 de abril, a ala republicana do Comitê Judiciário divulgou um relatório sobre a suposta “censura do governo brasileiro” ao X (antigo Twitter) e a outras redes sociais, como Facebook e Instagram. O documento inclui 88 decisões determinando a retirada de perfis das plataformas. As ordens partiram do ministro Alexandre de Moraes em processos que tramitam sob sigilo no STF.

Segundo trecho de decisão judicial sigilosa de Moraes exposta pelo X na plataforma Foto: Reprodução via @GlobalAffairs em X

Em resposta, o STF afirmou que os documentos divulgados pelos deputados dos EUA não são as decisões fundamentadas que determinaram a retirada de conteúdos ou perfis, mas sim os ofícios enviados às plataformas para cumprimento da decisão. “Todas as decisões tomadas pelo STF são fundamentadas, como prevê a Constituição, e as partes, as pessoas afetadas, têm acesso à fundamentação”, informou o Supremo, em nota.

A divulgação das decisões sigilosas do ministro foi o ponto alto na disputa entre Musk e Moraes. O empresário não faz menções ao ministro em sua conta oficial no X desde o dia 18 de abril, até que neste sábado, 17, a rede social informou o fechamento do seu escritório no Brasil. O bilionário escreveu na plataforma que o ministro do STF é “uma desgraça total para a Justiça”.

“Em suas exigências por “Justiça” no Brasil, Alexandre vai nos ordenar (em segredo) para violar as leis, brasileiras, argentinas, americanas e internacionais. O X não tem outra escolha se não fechar as nossas operações no Brasil”, concluiu.

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