Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso, Cármen Lúcia: veja os ataques a ministros do STF


Membros da Suprema Corte são alvos de xingamentos e violência principalmente em momentos fora da Corte; casos de hostilidade envolvem também declarações do ex-presidente Jair Bolsonaro

Por Natália Santos

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes foi hostilizado na última sexta-feira, 14, no aeroporto internacional de Roma, na Itália, por um grupo de brasileiros. Os suspeitos de chamarem o magistrado de “bandido, comunista e comprado” e agredirem o filho dele foram identificados pela Polícia Federal (PF) e serão alvos de um inquérito. Essa, entretanto, não foi a primeira vez que ministros do Supremo foram atacados, principalmente em momentos fora da atuação na Suprema Corte, por políticos e populares.

Antes das eleições, o então presidente Jair Bolsonaro (PL) centralizou críticas ao ministro Alexandre Moraes, chamando-o de “canalha” e “otário”; Luís Roberto Barroso foi alvo de hostilização também tanto pelo ex-chefe do Executivo quanto por militantes da direita; além disso, a ministra Carmén Lúcia teve a atuação profissional comparada a de uma “prostituta”, entre outros episódios.

Plenário do STF: magistrados têm sido alvo de ataques de políticos e populares Foto: Dida Sampaio/Estadão
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‘Canalha’, ‘otário’, ‘imbecil’

As atitudes de apoiadores do ex-presidente refletem também as ações do próprio Bolsonaro. Em diversos episódios, na posição de chefe do Executivo, ele hostilizou ministros da Suprema Corte, sendo os alvos preferenciais Moraes e Barroso.

Em julho de 2021, Bolsonaro chamou Moraes de “otário” ao comentar o inquérito sobre ataques à democracia. O presidente fez referência à sentença do magistrado contra defensores do AI-5, como Daniel Silveira. “Inclusive, o senhor Alexandre de Moraes tem que respeitar o artigo 142. ‘O cara levanta AI-5′. Que que é AI-5? Não existe AI-5. E alguns acham que quero dar o golpe. Fala para esse otário que eu já estou no poder. Importante refletir, pessoal. A liberdade não tem preço”, disse.

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No mesmo ano, durante evento do 7 de setembro, o ex-presidente usou o termo “canalha” para se referir à Moraes e ameaçou tentar afastá-lo do cargo diante da uma multidão na Avenida Paulista, em São Paulo, “Sai, Alexandre de Moraes, deixe de ser canalha, deixe de oprimir o povo brasileiro.”

Antes de centrar fogo em Moraes, o ex-chefe do Executivo já havia xingado Barroso de expressões como “imbecil”, “idiota” e “filho da p...” em meio ao debate para a adoção do voto impresso nas eleições de 2022.

Ministros em Nova York

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Ministros do STF também foram hostilizados durante viagem aos Estados Unidos em outubro de 2022. Um grupo de manifestantes com bandeiras do Brasil e cartazes com mensagens antidemocráticas e apoio às Forças Armadas se posicionou em frente ao hotel onde estavam hospedado seis ministros do STF e gritaram por intervenção militar e pelo fechamento da Corte.

Vídeos mostraram que ao menos quatro ministros foram atacados. Sob os gritos de “ladrão, bandido, vagabundo’', Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, agora aposentado, e Moraes saíram do hotel em Nova York com a escolta de seguranças na ocasião. Os manifestantes gritaram: “Ei, Xandão, seu lugar é na prisão!”.

Na mesma viagem, Barroso foi hostilizado enquanto andava pela Times Square. “Nós vamos ganhar esta luta. Cuidado! Você não vai ganhar o nosso País. Foge!”, disse outra manifestante a Barroso, que retrucou: “Minha senhora, não seja grosseira. Passe bem”.

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Em outro momento, um homem abordou Barroso e Moraes e questionou se o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deixaria o código fonte das urnas ser exposto. Irritado, Barroso respondeu: “Perdeu, mané. Não amola”. Já Moraes ficou em silêncio.

Os seis magistrados estavam em Nova York para participar do Brazil Conference, evento organizado pelo Lide (Grupo de Líderes Empresariais).

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‘Satanás’

Em viagem aos EUA também em 2022, o ministro Luís Roberto Barroso foi hostilizado por um homem que o chamou de “satanás”. O vídeo mostra Barroso ao celular, com fone de ouvido, quando o homem se aproxima e começa a falar. “O demônio que encontro aí, galera. Satanás. Está aqui na Harvard se achando o bacanudo, demônio. Boquinha de veludo”, disse. O ministro ignorou a declaração e entrou em uma livraria.

O magistrado estava em Harvard para palestrar em um evento da Kennedy School, escola de serviço público da universidade. O vídeo com os xingamentos foi compartilhado nas redes sociais por perfis bolsonaristas.

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‘Bruxa de Blair’

Ministra Cárme Lúcia foi atacada digitalmente pelo o ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB) Foto: Nilton Fukuda/Estadão

Durante as eleições de 2022, em vídeo divulgado nas redes sociais, o ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB) comparou a ministra do STF Cármen Lúcia a uma “prostituta” por ela ter votado a favor da punição da Jovem Pan, no caso envolvendo a concessão de direitos de resposta a Lula, na época ex-presidente, após divulgação de declarações consideradas distorcidas e ofensivas contra o petista.

O ex-deputado federal, na ocasião em prisão domiciliar e investigado por atuação em milícia digital contra a democracia, usou também os termos “Bruxa de Blair” e “Carmen Lúcifer” para se referir à ministra. “Fui rever o voto da bruxa de Blair, da Cármen Lúcifer, na censura prévia à Jovem Pan. Olhei de novo, não dá para acreditar. Lembra mesmo aquelas prostitutas, aquelas vagabundas arrombadas”, disse ele.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes foi hostilizado na última sexta-feira, 14, no aeroporto internacional de Roma, na Itália, por um grupo de brasileiros. Os suspeitos de chamarem o magistrado de “bandido, comunista e comprado” e agredirem o filho dele foram identificados pela Polícia Federal (PF) e serão alvos de um inquérito. Essa, entretanto, não foi a primeira vez que ministros do Supremo foram atacados, principalmente em momentos fora da atuação na Suprema Corte, por políticos e populares.

Antes das eleições, o então presidente Jair Bolsonaro (PL) centralizou críticas ao ministro Alexandre Moraes, chamando-o de “canalha” e “otário”; Luís Roberto Barroso foi alvo de hostilização também tanto pelo ex-chefe do Executivo quanto por militantes da direita; além disso, a ministra Carmén Lúcia teve a atuação profissional comparada a de uma “prostituta”, entre outros episódios.

Plenário do STF: magistrados têm sido alvo de ataques de políticos e populares Foto: Dida Sampaio/Estadão

‘Canalha’, ‘otário’, ‘imbecil’

As atitudes de apoiadores do ex-presidente refletem também as ações do próprio Bolsonaro. Em diversos episódios, na posição de chefe do Executivo, ele hostilizou ministros da Suprema Corte, sendo os alvos preferenciais Moraes e Barroso.

Em julho de 2021, Bolsonaro chamou Moraes de “otário” ao comentar o inquérito sobre ataques à democracia. O presidente fez referência à sentença do magistrado contra defensores do AI-5, como Daniel Silveira. “Inclusive, o senhor Alexandre de Moraes tem que respeitar o artigo 142. ‘O cara levanta AI-5′. Que que é AI-5? Não existe AI-5. E alguns acham que quero dar o golpe. Fala para esse otário que eu já estou no poder. Importante refletir, pessoal. A liberdade não tem preço”, disse.

No mesmo ano, durante evento do 7 de setembro, o ex-presidente usou o termo “canalha” para se referir à Moraes e ameaçou tentar afastá-lo do cargo diante da uma multidão na Avenida Paulista, em São Paulo, “Sai, Alexandre de Moraes, deixe de ser canalha, deixe de oprimir o povo brasileiro.”

Antes de centrar fogo em Moraes, o ex-chefe do Executivo já havia xingado Barroso de expressões como “imbecil”, “idiota” e “filho da p...” em meio ao debate para a adoção do voto impresso nas eleições de 2022.

Ministros em Nova York

Ministros do STF também foram hostilizados durante viagem aos Estados Unidos em outubro de 2022. Um grupo de manifestantes com bandeiras do Brasil e cartazes com mensagens antidemocráticas e apoio às Forças Armadas se posicionou em frente ao hotel onde estavam hospedado seis ministros do STF e gritaram por intervenção militar e pelo fechamento da Corte.

Vídeos mostraram que ao menos quatro ministros foram atacados. Sob os gritos de “ladrão, bandido, vagabundo’', Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, agora aposentado, e Moraes saíram do hotel em Nova York com a escolta de seguranças na ocasião. Os manifestantes gritaram: “Ei, Xandão, seu lugar é na prisão!”.

Na mesma viagem, Barroso foi hostilizado enquanto andava pela Times Square. “Nós vamos ganhar esta luta. Cuidado! Você não vai ganhar o nosso País. Foge!”, disse outra manifestante a Barroso, que retrucou: “Minha senhora, não seja grosseira. Passe bem”.

Em outro momento, um homem abordou Barroso e Moraes e questionou se o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deixaria o código fonte das urnas ser exposto. Irritado, Barroso respondeu: “Perdeu, mané. Não amola”. Já Moraes ficou em silêncio.

Os seis magistrados estavam em Nova York para participar do Brazil Conference, evento organizado pelo Lide (Grupo de Líderes Empresariais).

‘Satanás’

Em viagem aos EUA também em 2022, o ministro Luís Roberto Barroso foi hostilizado por um homem que o chamou de “satanás”. O vídeo mostra Barroso ao celular, com fone de ouvido, quando o homem se aproxima e começa a falar. “O demônio que encontro aí, galera. Satanás. Está aqui na Harvard se achando o bacanudo, demônio. Boquinha de veludo”, disse. O ministro ignorou a declaração e entrou em uma livraria.

O magistrado estava em Harvard para palestrar em um evento da Kennedy School, escola de serviço público da universidade. O vídeo com os xingamentos foi compartilhado nas redes sociais por perfis bolsonaristas.

‘Bruxa de Blair’

Ministra Cárme Lúcia foi atacada digitalmente pelo o ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB) Foto: Nilton Fukuda/Estadão

Durante as eleições de 2022, em vídeo divulgado nas redes sociais, o ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB) comparou a ministra do STF Cármen Lúcia a uma “prostituta” por ela ter votado a favor da punição da Jovem Pan, no caso envolvendo a concessão de direitos de resposta a Lula, na época ex-presidente, após divulgação de declarações consideradas distorcidas e ofensivas contra o petista.

O ex-deputado federal, na ocasião em prisão domiciliar e investigado por atuação em milícia digital contra a democracia, usou também os termos “Bruxa de Blair” e “Carmen Lúcifer” para se referir à ministra. “Fui rever o voto da bruxa de Blair, da Cármen Lúcifer, na censura prévia à Jovem Pan. Olhei de novo, não dá para acreditar. Lembra mesmo aquelas prostitutas, aquelas vagabundas arrombadas”, disse ele.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes foi hostilizado na última sexta-feira, 14, no aeroporto internacional de Roma, na Itália, por um grupo de brasileiros. Os suspeitos de chamarem o magistrado de “bandido, comunista e comprado” e agredirem o filho dele foram identificados pela Polícia Federal (PF) e serão alvos de um inquérito. Essa, entretanto, não foi a primeira vez que ministros do Supremo foram atacados, principalmente em momentos fora da atuação na Suprema Corte, por políticos e populares.

Antes das eleições, o então presidente Jair Bolsonaro (PL) centralizou críticas ao ministro Alexandre Moraes, chamando-o de “canalha” e “otário”; Luís Roberto Barroso foi alvo de hostilização também tanto pelo ex-chefe do Executivo quanto por militantes da direita; além disso, a ministra Carmén Lúcia teve a atuação profissional comparada a de uma “prostituta”, entre outros episódios.

Plenário do STF: magistrados têm sido alvo de ataques de políticos e populares Foto: Dida Sampaio/Estadão

‘Canalha’, ‘otário’, ‘imbecil’

As atitudes de apoiadores do ex-presidente refletem também as ações do próprio Bolsonaro. Em diversos episódios, na posição de chefe do Executivo, ele hostilizou ministros da Suprema Corte, sendo os alvos preferenciais Moraes e Barroso.

Em julho de 2021, Bolsonaro chamou Moraes de “otário” ao comentar o inquérito sobre ataques à democracia. O presidente fez referência à sentença do magistrado contra defensores do AI-5, como Daniel Silveira. “Inclusive, o senhor Alexandre de Moraes tem que respeitar o artigo 142. ‘O cara levanta AI-5′. Que que é AI-5? Não existe AI-5. E alguns acham que quero dar o golpe. Fala para esse otário que eu já estou no poder. Importante refletir, pessoal. A liberdade não tem preço”, disse.

No mesmo ano, durante evento do 7 de setembro, o ex-presidente usou o termo “canalha” para se referir à Moraes e ameaçou tentar afastá-lo do cargo diante da uma multidão na Avenida Paulista, em São Paulo, “Sai, Alexandre de Moraes, deixe de ser canalha, deixe de oprimir o povo brasileiro.”

Antes de centrar fogo em Moraes, o ex-chefe do Executivo já havia xingado Barroso de expressões como “imbecil”, “idiota” e “filho da p...” em meio ao debate para a adoção do voto impresso nas eleições de 2022.

Ministros em Nova York

Ministros do STF também foram hostilizados durante viagem aos Estados Unidos em outubro de 2022. Um grupo de manifestantes com bandeiras do Brasil e cartazes com mensagens antidemocráticas e apoio às Forças Armadas se posicionou em frente ao hotel onde estavam hospedado seis ministros do STF e gritaram por intervenção militar e pelo fechamento da Corte.

Vídeos mostraram que ao menos quatro ministros foram atacados. Sob os gritos de “ladrão, bandido, vagabundo’', Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, agora aposentado, e Moraes saíram do hotel em Nova York com a escolta de seguranças na ocasião. Os manifestantes gritaram: “Ei, Xandão, seu lugar é na prisão!”.

Na mesma viagem, Barroso foi hostilizado enquanto andava pela Times Square. “Nós vamos ganhar esta luta. Cuidado! Você não vai ganhar o nosso País. Foge!”, disse outra manifestante a Barroso, que retrucou: “Minha senhora, não seja grosseira. Passe bem”.

Em outro momento, um homem abordou Barroso e Moraes e questionou se o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deixaria o código fonte das urnas ser exposto. Irritado, Barroso respondeu: “Perdeu, mané. Não amola”. Já Moraes ficou em silêncio.

Os seis magistrados estavam em Nova York para participar do Brazil Conference, evento organizado pelo Lide (Grupo de Líderes Empresariais).

‘Satanás’

Em viagem aos EUA também em 2022, o ministro Luís Roberto Barroso foi hostilizado por um homem que o chamou de “satanás”. O vídeo mostra Barroso ao celular, com fone de ouvido, quando o homem se aproxima e começa a falar. “O demônio que encontro aí, galera. Satanás. Está aqui na Harvard se achando o bacanudo, demônio. Boquinha de veludo”, disse. O ministro ignorou a declaração e entrou em uma livraria.

O magistrado estava em Harvard para palestrar em um evento da Kennedy School, escola de serviço público da universidade. O vídeo com os xingamentos foi compartilhado nas redes sociais por perfis bolsonaristas.

‘Bruxa de Blair’

Ministra Cárme Lúcia foi atacada digitalmente pelo o ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB) Foto: Nilton Fukuda/Estadão

Durante as eleições de 2022, em vídeo divulgado nas redes sociais, o ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB) comparou a ministra do STF Cármen Lúcia a uma “prostituta” por ela ter votado a favor da punição da Jovem Pan, no caso envolvendo a concessão de direitos de resposta a Lula, na época ex-presidente, após divulgação de declarações consideradas distorcidas e ofensivas contra o petista.

O ex-deputado federal, na ocasião em prisão domiciliar e investigado por atuação em milícia digital contra a democracia, usou também os termos “Bruxa de Blair” e “Carmen Lúcifer” para se referir à ministra. “Fui rever o voto da bruxa de Blair, da Cármen Lúcifer, na censura prévia à Jovem Pan. Olhei de novo, não dá para acreditar. Lembra mesmo aquelas prostitutas, aquelas vagabundas arrombadas”, disse ele.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes foi hostilizado na última sexta-feira, 14, no aeroporto internacional de Roma, na Itália, por um grupo de brasileiros. Os suspeitos de chamarem o magistrado de “bandido, comunista e comprado” e agredirem o filho dele foram identificados pela Polícia Federal (PF) e serão alvos de um inquérito. Essa, entretanto, não foi a primeira vez que ministros do Supremo foram atacados, principalmente em momentos fora da atuação na Suprema Corte, por políticos e populares.

Antes das eleições, o então presidente Jair Bolsonaro (PL) centralizou críticas ao ministro Alexandre Moraes, chamando-o de “canalha” e “otário”; Luís Roberto Barroso foi alvo de hostilização também tanto pelo ex-chefe do Executivo quanto por militantes da direita; além disso, a ministra Carmén Lúcia teve a atuação profissional comparada a de uma “prostituta”, entre outros episódios.

Plenário do STF: magistrados têm sido alvo de ataques de políticos e populares Foto: Dida Sampaio/Estadão

‘Canalha’, ‘otário’, ‘imbecil’

As atitudes de apoiadores do ex-presidente refletem também as ações do próprio Bolsonaro. Em diversos episódios, na posição de chefe do Executivo, ele hostilizou ministros da Suprema Corte, sendo os alvos preferenciais Moraes e Barroso.

Em julho de 2021, Bolsonaro chamou Moraes de “otário” ao comentar o inquérito sobre ataques à democracia. O presidente fez referência à sentença do magistrado contra defensores do AI-5, como Daniel Silveira. “Inclusive, o senhor Alexandre de Moraes tem que respeitar o artigo 142. ‘O cara levanta AI-5′. Que que é AI-5? Não existe AI-5. E alguns acham que quero dar o golpe. Fala para esse otário que eu já estou no poder. Importante refletir, pessoal. A liberdade não tem preço”, disse.

No mesmo ano, durante evento do 7 de setembro, o ex-presidente usou o termo “canalha” para se referir à Moraes e ameaçou tentar afastá-lo do cargo diante da uma multidão na Avenida Paulista, em São Paulo, “Sai, Alexandre de Moraes, deixe de ser canalha, deixe de oprimir o povo brasileiro.”

Antes de centrar fogo em Moraes, o ex-chefe do Executivo já havia xingado Barroso de expressões como “imbecil”, “idiota” e “filho da p...” em meio ao debate para a adoção do voto impresso nas eleições de 2022.

Ministros em Nova York

Ministros do STF também foram hostilizados durante viagem aos Estados Unidos em outubro de 2022. Um grupo de manifestantes com bandeiras do Brasil e cartazes com mensagens antidemocráticas e apoio às Forças Armadas se posicionou em frente ao hotel onde estavam hospedado seis ministros do STF e gritaram por intervenção militar e pelo fechamento da Corte.

Vídeos mostraram que ao menos quatro ministros foram atacados. Sob os gritos de “ladrão, bandido, vagabundo’', Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, agora aposentado, e Moraes saíram do hotel em Nova York com a escolta de seguranças na ocasião. Os manifestantes gritaram: “Ei, Xandão, seu lugar é na prisão!”.

Na mesma viagem, Barroso foi hostilizado enquanto andava pela Times Square. “Nós vamos ganhar esta luta. Cuidado! Você não vai ganhar o nosso País. Foge!”, disse outra manifestante a Barroso, que retrucou: “Minha senhora, não seja grosseira. Passe bem”.

Em outro momento, um homem abordou Barroso e Moraes e questionou se o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deixaria o código fonte das urnas ser exposto. Irritado, Barroso respondeu: “Perdeu, mané. Não amola”. Já Moraes ficou em silêncio.

Os seis magistrados estavam em Nova York para participar do Brazil Conference, evento organizado pelo Lide (Grupo de Líderes Empresariais).

‘Satanás’

Em viagem aos EUA também em 2022, o ministro Luís Roberto Barroso foi hostilizado por um homem que o chamou de “satanás”. O vídeo mostra Barroso ao celular, com fone de ouvido, quando o homem se aproxima e começa a falar. “O demônio que encontro aí, galera. Satanás. Está aqui na Harvard se achando o bacanudo, demônio. Boquinha de veludo”, disse. O ministro ignorou a declaração e entrou em uma livraria.

O magistrado estava em Harvard para palestrar em um evento da Kennedy School, escola de serviço público da universidade. O vídeo com os xingamentos foi compartilhado nas redes sociais por perfis bolsonaristas.

‘Bruxa de Blair’

Ministra Cárme Lúcia foi atacada digitalmente pelo o ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB) Foto: Nilton Fukuda/Estadão

Durante as eleições de 2022, em vídeo divulgado nas redes sociais, o ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB) comparou a ministra do STF Cármen Lúcia a uma “prostituta” por ela ter votado a favor da punição da Jovem Pan, no caso envolvendo a concessão de direitos de resposta a Lula, na época ex-presidente, após divulgação de declarações consideradas distorcidas e ofensivas contra o petista.

O ex-deputado federal, na ocasião em prisão domiciliar e investigado por atuação em milícia digital contra a democracia, usou também os termos “Bruxa de Blair” e “Carmen Lúcifer” para se referir à ministra. “Fui rever o voto da bruxa de Blair, da Cármen Lúcifer, na censura prévia à Jovem Pan. Olhei de novo, não dá para acreditar. Lembra mesmo aquelas prostitutas, aquelas vagabundas arrombadas”, disse ele.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes foi hostilizado na última sexta-feira, 14, no aeroporto internacional de Roma, na Itália, por um grupo de brasileiros. Os suspeitos de chamarem o magistrado de “bandido, comunista e comprado” e agredirem o filho dele foram identificados pela Polícia Federal (PF) e serão alvos de um inquérito. Essa, entretanto, não foi a primeira vez que ministros do Supremo foram atacados, principalmente em momentos fora da atuação na Suprema Corte, por políticos e populares.

Antes das eleições, o então presidente Jair Bolsonaro (PL) centralizou críticas ao ministro Alexandre Moraes, chamando-o de “canalha” e “otário”; Luís Roberto Barroso foi alvo de hostilização também tanto pelo ex-chefe do Executivo quanto por militantes da direita; além disso, a ministra Carmén Lúcia teve a atuação profissional comparada a de uma “prostituta”, entre outros episódios.

Plenário do STF: magistrados têm sido alvo de ataques de políticos e populares Foto: Dida Sampaio/Estadão

‘Canalha’, ‘otário’, ‘imbecil’

As atitudes de apoiadores do ex-presidente refletem também as ações do próprio Bolsonaro. Em diversos episódios, na posição de chefe do Executivo, ele hostilizou ministros da Suprema Corte, sendo os alvos preferenciais Moraes e Barroso.

Em julho de 2021, Bolsonaro chamou Moraes de “otário” ao comentar o inquérito sobre ataques à democracia. O presidente fez referência à sentença do magistrado contra defensores do AI-5, como Daniel Silveira. “Inclusive, o senhor Alexandre de Moraes tem que respeitar o artigo 142. ‘O cara levanta AI-5′. Que que é AI-5? Não existe AI-5. E alguns acham que quero dar o golpe. Fala para esse otário que eu já estou no poder. Importante refletir, pessoal. A liberdade não tem preço”, disse.

No mesmo ano, durante evento do 7 de setembro, o ex-presidente usou o termo “canalha” para se referir à Moraes e ameaçou tentar afastá-lo do cargo diante da uma multidão na Avenida Paulista, em São Paulo, “Sai, Alexandre de Moraes, deixe de ser canalha, deixe de oprimir o povo brasileiro.”

Antes de centrar fogo em Moraes, o ex-chefe do Executivo já havia xingado Barroso de expressões como “imbecil”, “idiota” e “filho da p...” em meio ao debate para a adoção do voto impresso nas eleições de 2022.

Ministros em Nova York

Ministros do STF também foram hostilizados durante viagem aos Estados Unidos em outubro de 2022. Um grupo de manifestantes com bandeiras do Brasil e cartazes com mensagens antidemocráticas e apoio às Forças Armadas se posicionou em frente ao hotel onde estavam hospedado seis ministros do STF e gritaram por intervenção militar e pelo fechamento da Corte.

Vídeos mostraram que ao menos quatro ministros foram atacados. Sob os gritos de “ladrão, bandido, vagabundo’', Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, agora aposentado, e Moraes saíram do hotel em Nova York com a escolta de seguranças na ocasião. Os manifestantes gritaram: “Ei, Xandão, seu lugar é na prisão!”.

Na mesma viagem, Barroso foi hostilizado enquanto andava pela Times Square. “Nós vamos ganhar esta luta. Cuidado! Você não vai ganhar o nosso País. Foge!”, disse outra manifestante a Barroso, que retrucou: “Minha senhora, não seja grosseira. Passe bem”.

Em outro momento, um homem abordou Barroso e Moraes e questionou se o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deixaria o código fonte das urnas ser exposto. Irritado, Barroso respondeu: “Perdeu, mané. Não amola”. Já Moraes ficou em silêncio.

Os seis magistrados estavam em Nova York para participar do Brazil Conference, evento organizado pelo Lide (Grupo de Líderes Empresariais).

‘Satanás’

Em viagem aos EUA também em 2022, o ministro Luís Roberto Barroso foi hostilizado por um homem que o chamou de “satanás”. O vídeo mostra Barroso ao celular, com fone de ouvido, quando o homem se aproxima e começa a falar. “O demônio que encontro aí, galera. Satanás. Está aqui na Harvard se achando o bacanudo, demônio. Boquinha de veludo”, disse. O ministro ignorou a declaração e entrou em uma livraria.

O magistrado estava em Harvard para palestrar em um evento da Kennedy School, escola de serviço público da universidade. O vídeo com os xingamentos foi compartilhado nas redes sociais por perfis bolsonaristas.

‘Bruxa de Blair’

Ministra Cárme Lúcia foi atacada digitalmente pelo o ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB) Foto: Nilton Fukuda/Estadão

Durante as eleições de 2022, em vídeo divulgado nas redes sociais, o ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB) comparou a ministra do STF Cármen Lúcia a uma “prostituta” por ela ter votado a favor da punição da Jovem Pan, no caso envolvendo a concessão de direitos de resposta a Lula, na época ex-presidente, após divulgação de declarações consideradas distorcidas e ofensivas contra o petista.

O ex-deputado federal, na ocasião em prisão domiciliar e investigado por atuação em milícia digital contra a democracia, usou também os termos “Bruxa de Blair” e “Carmen Lúcifer” para se referir à ministra. “Fui rever o voto da bruxa de Blair, da Cármen Lúcifer, na censura prévia à Jovem Pan. Olhei de novo, não dá para acreditar. Lembra mesmo aquelas prostitutas, aquelas vagabundas arrombadas”, disse ele.

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