Após a mais recente pesquisa Ipec mostrar crescimento de 4% nas intenções de voto para o governador Rodrigo Garcia (PSDB), que apareceu com 18% empatado tecnicamente em 2° lugar com o ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos), com 22%, aliados do ex-ministro Ciro Gomes (PDT) e bolsonaristas já falam nos bastidores em apoiar o tucano contra o PT caso ele chegue ao 2° turno.
Em conversas reservadas, Ciro Gomes admitiu que o palanque de Garcia seria o caminho natural já que o PDT esteve perto de entrar na coligação do governador no 1° turno. Se Tarcísio, que é o representante do presidente Jair Bolsonaro (PL) na disputa em São Paulo, superar o tucano na reta final e conseguir a 2° vaga, a sigla deve permanecer neutra.
Sem aliados, estrutura e tempo de TV, o candidato do PDT, Elvis Cezar, não decolou na campanha e cumpre hoje apenas o papel de dar suporte a Ciro no maior colégio do País.
Os bolsonaristas se dizem otimistas, mas avaliam que o cenário é imprevisível e admitem que o peso da máquina do governo paulista pode fazer a diferença para Rodrigo Garcia na semana final.
Se Tarcisio for ultrapassado por Garcia, só restará uma opção aos bolsonaristas: formar uma “frente ampla” antipetista no Estado. O movimento interessaria também ao governador, que espera atrair por inércia os votos conservadores.
Agregador de Pesquisas do Estadão
Na hipótese de Tarcísio conseguir manter a dianteira e passar para o 2° turno, o PSDB deve enfrentar um racha profundo. A expectativa nesse cenário é que os principais cardeais tucanos - Aloysio Nunes Ferreira, José Serra, Fernando Henrique Cardoso, José Aníbal, Tasso Jereissati, José Gregori - subam no palanque de Lula e Haddad embalados pelo clima de polarização. Sem Garcia na disputa, o PSDB seria engolido por esse movimento.
Nas conversas fechadas, os petistas do entorno de Lula dizem que há uma divergência de estratégia entre as campanhas presidencial e paulista. Para Lula, seria melhor que Bolsonaro ficasse sem palanque em São Paulo, especialmente no horário eleitoral da TV e rádio.
Mas a cúpula do partido admite que Garcia torna-se favorito em uma disputa direta com Haddad devido ao antipetismo enraizado no interior paulista.