Allan dos Santos e Monark, bloqueados em redes sociais por fake news, conseguem espaço no Spotify


Blogueiro bolsonarista foi recebido em episódio do MonarkTalk, no qual, por três horas e 38 minutos, falou de ditadura do Judiciário e críticas a Alexandre de Moraes

Por Isabella Alonso Panho
Atualização:

Banidos das redes sociais por disseminar notícias falsas, o blogueiro bolsonarista Allan dos Santos e o podcaster Bruno Aiub, conhecido como Monark, conseguiram espaço no Spotify, plataforma de streaming (reprodução pela demanda o usuário) de músicas e podcasts.

Monark abriu um canal que leva seu nome na plataforma. No dia 11 de julho, ele recebeu Allan dos Santos no MonarkTalk, para um episódio que durou três horas e 38 minutos. Ao Estadão, a empresa disse que o conteúdo não viola as suas diretrizes e, por isso, foi mantido no ar.

Episódio do programa MonarkTalk, no Spotify, que recebe Allan dos Santos  Foto: Reprodução/Spotify
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Entrevistado e entrevistador se identificam como vítimas de uma “ditadura do Judiciário”. O blogueiro é apresentado por Monark como quem “conseguiu ser mais perseguido do que eu”. Esse é o fio dos primeiros minutos do programa.

O vídeo que ilustra a entrevista está hospedado no site canadense Rumble, que levanta a bandeira de ser uma plataforma “imune à cultura do cancelamento”.

Allan dos Santos deu uma entrevista a Monark falando sobre 'ditadura' do Judiciário, governo Lula, Bolsonaro e governos autoritários na América Latina Foto: Reprodução/Spotify
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De costas para uma bandeira dos Estados Unidos e uma do Brasil, Allan dos Santos fala que nos EUA tem uma vida “livre” no exterior. “Posso andar pelos Estados Unidos, posso viajar, andar de avião, tenho minha carteira de motorista, minha permissão de trabalho, posso trabalhar aqui, como faço com minha empresa. Aqui, ninguém pode fazer nada comigo. E ele (Alexandre de Moraes) tentou de tudo.”

Monark comparou o seu próprio caso para concordar com o entrevistado. “De todas as pessoas que o ‘Xandão’ perseguiu, Daniel Silveira e você são as pessoas em quem ele foi com mais raiva e mais força. Eu já xinguei o Alexandre de Moraes.” O restante do episódio passou por temas como ditaduras na América Latina, União Soviética, governo Lula e Jair Bolsonaro.

Nas redes sociais, há um movimento crescente que levanta a hashtag (símbolo #, usado para reunir publicações sobre um mesmo assunto) “Spotify apoia fake news”, em repúdio à presença de Allan dos Santos na rede. A página Sleeping Giants Brasil está encabeçando a movimentação.

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Banidos das redes

Tanto Monark quanto Allan foram banidos das redes sociais por determinação do ministro do Supremo Alexandre de Moraes.

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No bojo das investigações sobre o 8 de janeiro, quando as sedes dos Três Poderes em Brasília foram depredadas por radicais, Alexandre de Moraes determinou o banimento de Monark das redes sociais no dia 14 de junho deste ano.

Ele teria atacado o sistema eleitoral ao dizer, durante uma entrevista: “A gente vê o TSE censurando gente, a gente vê o Alexandre de Moraes prendendo pessoas, você vê um monte de coisa acontecendo, e ao mesmo tempo eles impedindo a transparência das urnas? Qual é o interesse? Manipular as urnas? Manipular as eleições?”.

Tanto Dos Santos quanto Monark foram banidos das redes sociais por ordem do ministro do Supremo, Alexandre de Moraes Foto: Alessandro Dantas/Agência Senado e Reprodução/YouTube
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A decisão abarca Instagram, Rumble, Telegram, Twitter e YouTube e prevê multas por hora para ambos os lados: R$ 100 mil para as plataformas, caso mantivesses os perfis de Monark, e R$ 10 mil para o podcaster, caso disseminasse conteúdos falsos por outra vias.

Já Allan dos Santos é investigado no inquérito das milícias digitais, também de relatoria de Moraes, e é suspeito de participar de uma rede organizada de ataques a adversários políticos do ex-presidente Jair Bolsonaro.

O blogueiro comandava o canal Terça Livre, derrubado por ordem judicial. Hoje ele vive nos Estados Unidos, foragido da Justiça brasileira, que expediu uma ordem de prisão contra ele. O governo atual prometeu extraditá-lo.

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Partido nazista no Brasil

Monark era um dos apresentadores do Flow Podcast, um dos programas mais ouvidos por brasileiros. Em fevereiro de 2022, ele defendeu que o País pudesse ter um partido nazista. Por causa dessa declaração, que foi interpretada como um gesto de apologia ao crime, ele foi retirado do programa.

Na época, Monark tentou voltar ao YouTube criando um novo canal, mas foi barrado pela própria plataforma.

Dentro das normas

A reportagem entrou em contato com o Spotify questionando a plataforma sobre o eventual descumprimento de alguma ordem judicial diante da hospedagem de conteúdos de Monark e Allan dos Santos.

A plataforma enviou a seguinte nota à reportagem:

“Nossas Regras de Plataforma deixam claro que removeremos conteúdos que tentem manipular ou interferir em processos relacionados às eleições. Após uma análise minuciosa, esse conteúdo não violou nossas políticas. Como sempre, o contexto e o conteúdo que não desencoraje ou impeça claramente a participação em um processo cívico, ou que não intimide ou desencoraje claramente os eleitores de participar de uma eleição, pode permanecer na plataforma. Em 2023, até o momento, removemos milhares de episódio de podcasts por violar nossas políticas.”

Banidos das redes sociais por disseminar notícias falsas, o blogueiro bolsonarista Allan dos Santos e o podcaster Bruno Aiub, conhecido como Monark, conseguiram espaço no Spotify, plataforma de streaming (reprodução pela demanda o usuário) de músicas e podcasts.

Monark abriu um canal que leva seu nome na plataforma. No dia 11 de julho, ele recebeu Allan dos Santos no MonarkTalk, para um episódio que durou três horas e 38 minutos. Ao Estadão, a empresa disse que o conteúdo não viola as suas diretrizes e, por isso, foi mantido no ar.

Episódio do programa MonarkTalk, no Spotify, que recebe Allan dos Santos  Foto: Reprodução/Spotify

Entrevistado e entrevistador se identificam como vítimas de uma “ditadura do Judiciário”. O blogueiro é apresentado por Monark como quem “conseguiu ser mais perseguido do que eu”. Esse é o fio dos primeiros minutos do programa.

O vídeo que ilustra a entrevista está hospedado no site canadense Rumble, que levanta a bandeira de ser uma plataforma “imune à cultura do cancelamento”.

Allan dos Santos deu uma entrevista a Monark falando sobre 'ditadura' do Judiciário, governo Lula, Bolsonaro e governos autoritários na América Latina Foto: Reprodução/Spotify

De costas para uma bandeira dos Estados Unidos e uma do Brasil, Allan dos Santos fala que nos EUA tem uma vida “livre” no exterior. “Posso andar pelos Estados Unidos, posso viajar, andar de avião, tenho minha carteira de motorista, minha permissão de trabalho, posso trabalhar aqui, como faço com minha empresa. Aqui, ninguém pode fazer nada comigo. E ele (Alexandre de Moraes) tentou de tudo.”

Monark comparou o seu próprio caso para concordar com o entrevistado. “De todas as pessoas que o ‘Xandão’ perseguiu, Daniel Silveira e você são as pessoas em quem ele foi com mais raiva e mais força. Eu já xinguei o Alexandre de Moraes.” O restante do episódio passou por temas como ditaduras na América Latina, União Soviética, governo Lula e Jair Bolsonaro.

Nas redes sociais, há um movimento crescente que levanta a hashtag (símbolo #, usado para reunir publicações sobre um mesmo assunto) “Spotify apoia fake news”, em repúdio à presença de Allan dos Santos na rede. A página Sleeping Giants Brasil está encabeçando a movimentação.

Banidos das redes

Tanto Monark quanto Allan foram banidos das redes sociais por determinação do ministro do Supremo Alexandre de Moraes.

No bojo das investigações sobre o 8 de janeiro, quando as sedes dos Três Poderes em Brasília foram depredadas por radicais, Alexandre de Moraes determinou o banimento de Monark das redes sociais no dia 14 de junho deste ano.

Ele teria atacado o sistema eleitoral ao dizer, durante uma entrevista: “A gente vê o TSE censurando gente, a gente vê o Alexandre de Moraes prendendo pessoas, você vê um monte de coisa acontecendo, e ao mesmo tempo eles impedindo a transparência das urnas? Qual é o interesse? Manipular as urnas? Manipular as eleições?”.

Tanto Dos Santos quanto Monark foram banidos das redes sociais por ordem do ministro do Supremo, Alexandre de Moraes Foto: Alessandro Dantas/Agência Senado e Reprodução/YouTube

A decisão abarca Instagram, Rumble, Telegram, Twitter e YouTube e prevê multas por hora para ambos os lados: R$ 100 mil para as plataformas, caso mantivesses os perfis de Monark, e R$ 10 mil para o podcaster, caso disseminasse conteúdos falsos por outra vias.

Já Allan dos Santos é investigado no inquérito das milícias digitais, também de relatoria de Moraes, e é suspeito de participar de uma rede organizada de ataques a adversários políticos do ex-presidente Jair Bolsonaro.

O blogueiro comandava o canal Terça Livre, derrubado por ordem judicial. Hoje ele vive nos Estados Unidos, foragido da Justiça brasileira, que expediu uma ordem de prisão contra ele. O governo atual prometeu extraditá-lo.

Partido nazista no Brasil

Monark era um dos apresentadores do Flow Podcast, um dos programas mais ouvidos por brasileiros. Em fevereiro de 2022, ele defendeu que o País pudesse ter um partido nazista. Por causa dessa declaração, que foi interpretada como um gesto de apologia ao crime, ele foi retirado do programa.

Na época, Monark tentou voltar ao YouTube criando um novo canal, mas foi barrado pela própria plataforma.

Dentro das normas

A reportagem entrou em contato com o Spotify questionando a plataforma sobre o eventual descumprimento de alguma ordem judicial diante da hospedagem de conteúdos de Monark e Allan dos Santos.

A plataforma enviou a seguinte nota à reportagem:

“Nossas Regras de Plataforma deixam claro que removeremos conteúdos que tentem manipular ou interferir em processos relacionados às eleições. Após uma análise minuciosa, esse conteúdo não violou nossas políticas. Como sempre, o contexto e o conteúdo que não desencoraje ou impeça claramente a participação em um processo cívico, ou que não intimide ou desencoraje claramente os eleitores de participar de uma eleição, pode permanecer na plataforma. Em 2023, até o momento, removemos milhares de episódio de podcasts por violar nossas políticas.”

Banidos das redes sociais por disseminar notícias falsas, o blogueiro bolsonarista Allan dos Santos e o podcaster Bruno Aiub, conhecido como Monark, conseguiram espaço no Spotify, plataforma de streaming (reprodução pela demanda o usuário) de músicas e podcasts.

Monark abriu um canal que leva seu nome na plataforma. No dia 11 de julho, ele recebeu Allan dos Santos no MonarkTalk, para um episódio que durou três horas e 38 minutos. Ao Estadão, a empresa disse que o conteúdo não viola as suas diretrizes e, por isso, foi mantido no ar.

Episódio do programa MonarkTalk, no Spotify, que recebe Allan dos Santos  Foto: Reprodução/Spotify

Entrevistado e entrevistador se identificam como vítimas de uma “ditadura do Judiciário”. O blogueiro é apresentado por Monark como quem “conseguiu ser mais perseguido do que eu”. Esse é o fio dos primeiros minutos do programa.

O vídeo que ilustra a entrevista está hospedado no site canadense Rumble, que levanta a bandeira de ser uma plataforma “imune à cultura do cancelamento”.

Allan dos Santos deu uma entrevista a Monark falando sobre 'ditadura' do Judiciário, governo Lula, Bolsonaro e governos autoritários na América Latina Foto: Reprodução/Spotify

De costas para uma bandeira dos Estados Unidos e uma do Brasil, Allan dos Santos fala que nos EUA tem uma vida “livre” no exterior. “Posso andar pelos Estados Unidos, posso viajar, andar de avião, tenho minha carteira de motorista, minha permissão de trabalho, posso trabalhar aqui, como faço com minha empresa. Aqui, ninguém pode fazer nada comigo. E ele (Alexandre de Moraes) tentou de tudo.”

Monark comparou o seu próprio caso para concordar com o entrevistado. “De todas as pessoas que o ‘Xandão’ perseguiu, Daniel Silveira e você são as pessoas em quem ele foi com mais raiva e mais força. Eu já xinguei o Alexandre de Moraes.” O restante do episódio passou por temas como ditaduras na América Latina, União Soviética, governo Lula e Jair Bolsonaro.

Nas redes sociais, há um movimento crescente que levanta a hashtag (símbolo #, usado para reunir publicações sobre um mesmo assunto) “Spotify apoia fake news”, em repúdio à presença de Allan dos Santos na rede. A página Sleeping Giants Brasil está encabeçando a movimentação.

Banidos das redes

Tanto Monark quanto Allan foram banidos das redes sociais por determinação do ministro do Supremo Alexandre de Moraes.

No bojo das investigações sobre o 8 de janeiro, quando as sedes dos Três Poderes em Brasília foram depredadas por radicais, Alexandre de Moraes determinou o banimento de Monark das redes sociais no dia 14 de junho deste ano.

Ele teria atacado o sistema eleitoral ao dizer, durante uma entrevista: “A gente vê o TSE censurando gente, a gente vê o Alexandre de Moraes prendendo pessoas, você vê um monte de coisa acontecendo, e ao mesmo tempo eles impedindo a transparência das urnas? Qual é o interesse? Manipular as urnas? Manipular as eleições?”.

Tanto Dos Santos quanto Monark foram banidos das redes sociais por ordem do ministro do Supremo, Alexandre de Moraes Foto: Alessandro Dantas/Agência Senado e Reprodução/YouTube

A decisão abarca Instagram, Rumble, Telegram, Twitter e YouTube e prevê multas por hora para ambos os lados: R$ 100 mil para as plataformas, caso mantivesses os perfis de Monark, e R$ 10 mil para o podcaster, caso disseminasse conteúdos falsos por outra vias.

Já Allan dos Santos é investigado no inquérito das milícias digitais, também de relatoria de Moraes, e é suspeito de participar de uma rede organizada de ataques a adversários políticos do ex-presidente Jair Bolsonaro.

O blogueiro comandava o canal Terça Livre, derrubado por ordem judicial. Hoje ele vive nos Estados Unidos, foragido da Justiça brasileira, que expediu uma ordem de prisão contra ele. O governo atual prometeu extraditá-lo.

Partido nazista no Brasil

Monark era um dos apresentadores do Flow Podcast, um dos programas mais ouvidos por brasileiros. Em fevereiro de 2022, ele defendeu que o País pudesse ter um partido nazista. Por causa dessa declaração, que foi interpretada como um gesto de apologia ao crime, ele foi retirado do programa.

Na época, Monark tentou voltar ao YouTube criando um novo canal, mas foi barrado pela própria plataforma.

Dentro das normas

A reportagem entrou em contato com o Spotify questionando a plataforma sobre o eventual descumprimento de alguma ordem judicial diante da hospedagem de conteúdos de Monark e Allan dos Santos.

A plataforma enviou a seguinte nota à reportagem:

“Nossas Regras de Plataforma deixam claro que removeremos conteúdos que tentem manipular ou interferir em processos relacionados às eleições. Após uma análise minuciosa, esse conteúdo não violou nossas políticas. Como sempre, o contexto e o conteúdo que não desencoraje ou impeça claramente a participação em um processo cívico, ou que não intimide ou desencoraje claramente os eleitores de participar de uma eleição, pode permanecer na plataforma. Em 2023, até o momento, removemos milhares de episódio de podcasts por violar nossas políticas.”

Banidos das redes sociais por disseminar notícias falsas, o blogueiro bolsonarista Allan dos Santos e o podcaster Bruno Aiub, conhecido como Monark, conseguiram espaço no Spotify, plataforma de streaming (reprodução pela demanda o usuário) de músicas e podcasts.

Monark abriu um canal que leva seu nome na plataforma. No dia 11 de julho, ele recebeu Allan dos Santos no MonarkTalk, para um episódio que durou três horas e 38 minutos. Ao Estadão, a empresa disse que o conteúdo não viola as suas diretrizes e, por isso, foi mantido no ar.

Episódio do programa MonarkTalk, no Spotify, que recebe Allan dos Santos  Foto: Reprodução/Spotify

Entrevistado e entrevistador se identificam como vítimas de uma “ditadura do Judiciário”. O blogueiro é apresentado por Monark como quem “conseguiu ser mais perseguido do que eu”. Esse é o fio dos primeiros minutos do programa.

O vídeo que ilustra a entrevista está hospedado no site canadense Rumble, que levanta a bandeira de ser uma plataforma “imune à cultura do cancelamento”.

Allan dos Santos deu uma entrevista a Monark falando sobre 'ditadura' do Judiciário, governo Lula, Bolsonaro e governos autoritários na América Latina Foto: Reprodução/Spotify

De costas para uma bandeira dos Estados Unidos e uma do Brasil, Allan dos Santos fala que nos EUA tem uma vida “livre” no exterior. “Posso andar pelos Estados Unidos, posso viajar, andar de avião, tenho minha carteira de motorista, minha permissão de trabalho, posso trabalhar aqui, como faço com minha empresa. Aqui, ninguém pode fazer nada comigo. E ele (Alexandre de Moraes) tentou de tudo.”

Monark comparou o seu próprio caso para concordar com o entrevistado. “De todas as pessoas que o ‘Xandão’ perseguiu, Daniel Silveira e você são as pessoas em quem ele foi com mais raiva e mais força. Eu já xinguei o Alexandre de Moraes.” O restante do episódio passou por temas como ditaduras na América Latina, União Soviética, governo Lula e Jair Bolsonaro.

Nas redes sociais, há um movimento crescente que levanta a hashtag (símbolo #, usado para reunir publicações sobre um mesmo assunto) “Spotify apoia fake news”, em repúdio à presença de Allan dos Santos na rede. A página Sleeping Giants Brasil está encabeçando a movimentação.

Banidos das redes

Tanto Monark quanto Allan foram banidos das redes sociais por determinação do ministro do Supremo Alexandre de Moraes.

No bojo das investigações sobre o 8 de janeiro, quando as sedes dos Três Poderes em Brasília foram depredadas por radicais, Alexandre de Moraes determinou o banimento de Monark das redes sociais no dia 14 de junho deste ano.

Ele teria atacado o sistema eleitoral ao dizer, durante uma entrevista: “A gente vê o TSE censurando gente, a gente vê o Alexandre de Moraes prendendo pessoas, você vê um monte de coisa acontecendo, e ao mesmo tempo eles impedindo a transparência das urnas? Qual é o interesse? Manipular as urnas? Manipular as eleições?”.

Tanto Dos Santos quanto Monark foram banidos das redes sociais por ordem do ministro do Supremo, Alexandre de Moraes Foto: Alessandro Dantas/Agência Senado e Reprodução/YouTube

A decisão abarca Instagram, Rumble, Telegram, Twitter e YouTube e prevê multas por hora para ambos os lados: R$ 100 mil para as plataformas, caso mantivesses os perfis de Monark, e R$ 10 mil para o podcaster, caso disseminasse conteúdos falsos por outra vias.

Já Allan dos Santos é investigado no inquérito das milícias digitais, também de relatoria de Moraes, e é suspeito de participar de uma rede organizada de ataques a adversários políticos do ex-presidente Jair Bolsonaro.

O blogueiro comandava o canal Terça Livre, derrubado por ordem judicial. Hoje ele vive nos Estados Unidos, foragido da Justiça brasileira, que expediu uma ordem de prisão contra ele. O governo atual prometeu extraditá-lo.

Partido nazista no Brasil

Monark era um dos apresentadores do Flow Podcast, um dos programas mais ouvidos por brasileiros. Em fevereiro de 2022, ele defendeu que o País pudesse ter um partido nazista. Por causa dessa declaração, que foi interpretada como um gesto de apologia ao crime, ele foi retirado do programa.

Na época, Monark tentou voltar ao YouTube criando um novo canal, mas foi barrado pela própria plataforma.

Dentro das normas

A reportagem entrou em contato com o Spotify questionando a plataforma sobre o eventual descumprimento de alguma ordem judicial diante da hospedagem de conteúdos de Monark e Allan dos Santos.

A plataforma enviou a seguinte nota à reportagem:

“Nossas Regras de Plataforma deixam claro que removeremos conteúdos que tentem manipular ou interferir em processos relacionados às eleições. Após uma análise minuciosa, esse conteúdo não violou nossas políticas. Como sempre, o contexto e o conteúdo que não desencoraje ou impeça claramente a participação em um processo cívico, ou que não intimide ou desencoraje claramente os eleitores de participar de uma eleição, pode permanecer na plataforma. Em 2023, até o momento, removemos milhares de episódio de podcasts por violar nossas políticas.”

Banidos das redes sociais por disseminar notícias falsas, o blogueiro bolsonarista Allan dos Santos e o podcaster Bruno Aiub, conhecido como Monark, conseguiram espaço no Spotify, plataforma de streaming (reprodução pela demanda o usuário) de músicas e podcasts.

Monark abriu um canal que leva seu nome na plataforma. No dia 11 de julho, ele recebeu Allan dos Santos no MonarkTalk, para um episódio que durou três horas e 38 minutos. Ao Estadão, a empresa disse que o conteúdo não viola as suas diretrizes e, por isso, foi mantido no ar.

Episódio do programa MonarkTalk, no Spotify, que recebe Allan dos Santos  Foto: Reprodução/Spotify

Entrevistado e entrevistador se identificam como vítimas de uma “ditadura do Judiciário”. O blogueiro é apresentado por Monark como quem “conseguiu ser mais perseguido do que eu”. Esse é o fio dos primeiros minutos do programa.

O vídeo que ilustra a entrevista está hospedado no site canadense Rumble, que levanta a bandeira de ser uma plataforma “imune à cultura do cancelamento”.

Allan dos Santos deu uma entrevista a Monark falando sobre 'ditadura' do Judiciário, governo Lula, Bolsonaro e governos autoritários na América Latina Foto: Reprodução/Spotify

De costas para uma bandeira dos Estados Unidos e uma do Brasil, Allan dos Santos fala que nos EUA tem uma vida “livre” no exterior. “Posso andar pelos Estados Unidos, posso viajar, andar de avião, tenho minha carteira de motorista, minha permissão de trabalho, posso trabalhar aqui, como faço com minha empresa. Aqui, ninguém pode fazer nada comigo. E ele (Alexandre de Moraes) tentou de tudo.”

Monark comparou o seu próprio caso para concordar com o entrevistado. “De todas as pessoas que o ‘Xandão’ perseguiu, Daniel Silveira e você são as pessoas em quem ele foi com mais raiva e mais força. Eu já xinguei o Alexandre de Moraes.” O restante do episódio passou por temas como ditaduras na América Latina, União Soviética, governo Lula e Jair Bolsonaro.

Nas redes sociais, há um movimento crescente que levanta a hashtag (símbolo #, usado para reunir publicações sobre um mesmo assunto) “Spotify apoia fake news”, em repúdio à presença de Allan dos Santos na rede. A página Sleeping Giants Brasil está encabeçando a movimentação.

Banidos das redes

Tanto Monark quanto Allan foram banidos das redes sociais por determinação do ministro do Supremo Alexandre de Moraes.

No bojo das investigações sobre o 8 de janeiro, quando as sedes dos Três Poderes em Brasília foram depredadas por radicais, Alexandre de Moraes determinou o banimento de Monark das redes sociais no dia 14 de junho deste ano.

Ele teria atacado o sistema eleitoral ao dizer, durante uma entrevista: “A gente vê o TSE censurando gente, a gente vê o Alexandre de Moraes prendendo pessoas, você vê um monte de coisa acontecendo, e ao mesmo tempo eles impedindo a transparência das urnas? Qual é o interesse? Manipular as urnas? Manipular as eleições?”.

Tanto Dos Santos quanto Monark foram banidos das redes sociais por ordem do ministro do Supremo, Alexandre de Moraes Foto: Alessandro Dantas/Agência Senado e Reprodução/YouTube

A decisão abarca Instagram, Rumble, Telegram, Twitter e YouTube e prevê multas por hora para ambos os lados: R$ 100 mil para as plataformas, caso mantivesses os perfis de Monark, e R$ 10 mil para o podcaster, caso disseminasse conteúdos falsos por outra vias.

Já Allan dos Santos é investigado no inquérito das milícias digitais, também de relatoria de Moraes, e é suspeito de participar de uma rede organizada de ataques a adversários políticos do ex-presidente Jair Bolsonaro.

O blogueiro comandava o canal Terça Livre, derrubado por ordem judicial. Hoje ele vive nos Estados Unidos, foragido da Justiça brasileira, que expediu uma ordem de prisão contra ele. O governo atual prometeu extraditá-lo.

Partido nazista no Brasil

Monark era um dos apresentadores do Flow Podcast, um dos programas mais ouvidos por brasileiros. Em fevereiro de 2022, ele defendeu que o País pudesse ter um partido nazista. Por causa dessa declaração, que foi interpretada como um gesto de apologia ao crime, ele foi retirado do programa.

Na época, Monark tentou voltar ao YouTube criando um novo canal, mas foi barrado pela própria plataforma.

Dentro das normas

A reportagem entrou em contato com o Spotify questionando a plataforma sobre o eventual descumprimento de alguma ordem judicial diante da hospedagem de conteúdos de Monark e Allan dos Santos.

A plataforma enviou a seguinte nota à reportagem:

“Nossas Regras de Plataforma deixam claro que removeremos conteúdos que tentem manipular ou interferir em processos relacionados às eleições. Após uma análise minuciosa, esse conteúdo não violou nossas políticas. Como sempre, o contexto e o conteúdo que não desencoraje ou impeça claramente a participação em um processo cívico, ou que não intimide ou desencoraje claramente os eleitores de participar de uma eleição, pode permanecer na plataforma. Em 2023, até o momento, removemos milhares de episódio de podcasts por violar nossas políticas.”

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