'Amarildos' querem permanecer na escadaria da Câmara


Por Clarice Cudischevitch

Os sete manifestantes afirmam que a luta não acabou: eles garantem que vão permanecer ocupando as escadarias do prédio, onde cerca de 40 pessoas permanecem com barracas."Meu coração ficou lá, formamos uma grande amizade", afirmou a dona de casa de 57 anos que ocupou a Câmara até a noite de terça-feira, 20, quando saiu a decisão do desembargador de conceder a reintegração de posse. Ela ficou com medo de uma possível ação violenta da polícia durante a madrugada e atendeu aos apelos da filha de 26 anos para que fosse embora. A dona de casa era a única mulher entre os oito manifestantes que resistiram à ocupação ate o momento do anúncio de que seriam retirados. Não desistiu nem quando teve problemas gástricos e precisou de remédios, nos primeiros dias."Recebemos muito apoio do pessoal de fora, que sempre perguntava se precisávamos de alguma coisa. Foi isso que nos deu forcas", comentou um dos Amarildos, como se identificam os ocupantes da Câmara. Estudante de jornalismo e de relações internacionais, o jovem de 24 anos sempre recebia visitas do pai através do portão. Dois tios seus que vieram de Natal também passaram no prédio para dar apoio ao sobrinho. A rede de colaboração que se formou pela internet foi fundamental para manter a ocupação, conta o grupo. Pelos portões da Câmara, eles recebiam comida, água, itens de higiene, remédios e jornais. Até um restaurante natural contribuiu oferecendo refeições para dois manifestantes vegetarianos e um vegano. Passar tanto tempo na Câmara dos Vereadores, dormindo no Plenário e tomando banho de balde, fez com que o grupo vivesse algumas situações inusitadas. Durante os 11 dias, a única Amarilda da ocupação preferiu substituir o banho por lenços umedecidos, já que não havia privacidade alguma. "A porta não trancava." Entre os casos curiosos, aparições sobrenaturais eram recorrentes. "Sempre via fantasmas no corredor e na escada do saguão", conta o Amarildo de 39 anos, produtor cultural. Mas o medo mesmo era dos humanos. Por isso, ele se colocou na "comissão de segurança" do grupo e seu trabalho era identificar "milicianos e P2".Já um outro Amarildo estudante de relações internacionais, de 25 anos, acabou mesmo confundido com uma figura recorrente da Câmara e conseguiu burlar a segurança da casa. Ele saiu para uma entrevista da seleção do mestrado em sociologia, foi aprovado e voltou para a câmara, entrando tranquilamente pela portaria.Em algumas manhãs, o grupo também teve aulas de ioga, ministradas do outro lado do portão por professoras voluntárias. Já à noite, os sambas tiveram até a presença de um policial, que fez questão de pedir uma música: "A semente", de Bezerra da Silva, que faz referência à atuação intimidadora da polícia. Também fez sucesso um integrante do Black Bloc que deu um show sambando e, ao fim da performance, em vez de tirar o chapéu, tirou a máscara.O grupo se emocionou quando recebeu a visita de uma menina autista de 14 anos, que chegou a entrar na Câmara para falar com eles. "A família disse que ela pediu para conhecer a gente", contam os Amarildos.

Os sete manifestantes afirmam que a luta não acabou: eles garantem que vão permanecer ocupando as escadarias do prédio, onde cerca de 40 pessoas permanecem com barracas."Meu coração ficou lá, formamos uma grande amizade", afirmou a dona de casa de 57 anos que ocupou a Câmara até a noite de terça-feira, 20, quando saiu a decisão do desembargador de conceder a reintegração de posse. Ela ficou com medo de uma possível ação violenta da polícia durante a madrugada e atendeu aos apelos da filha de 26 anos para que fosse embora. A dona de casa era a única mulher entre os oito manifestantes que resistiram à ocupação ate o momento do anúncio de que seriam retirados. Não desistiu nem quando teve problemas gástricos e precisou de remédios, nos primeiros dias."Recebemos muito apoio do pessoal de fora, que sempre perguntava se precisávamos de alguma coisa. Foi isso que nos deu forcas", comentou um dos Amarildos, como se identificam os ocupantes da Câmara. Estudante de jornalismo e de relações internacionais, o jovem de 24 anos sempre recebia visitas do pai através do portão. Dois tios seus que vieram de Natal também passaram no prédio para dar apoio ao sobrinho. A rede de colaboração que se formou pela internet foi fundamental para manter a ocupação, conta o grupo. Pelos portões da Câmara, eles recebiam comida, água, itens de higiene, remédios e jornais. Até um restaurante natural contribuiu oferecendo refeições para dois manifestantes vegetarianos e um vegano. Passar tanto tempo na Câmara dos Vereadores, dormindo no Plenário e tomando banho de balde, fez com que o grupo vivesse algumas situações inusitadas. Durante os 11 dias, a única Amarilda da ocupação preferiu substituir o banho por lenços umedecidos, já que não havia privacidade alguma. "A porta não trancava." Entre os casos curiosos, aparições sobrenaturais eram recorrentes. "Sempre via fantasmas no corredor e na escada do saguão", conta o Amarildo de 39 anos, produtor cultural. Mas o medo mesmo era dos humanos. Por isso, ele se colocou na "comissão de segurança" do grupo e seu trabalho era identificar "milicianos e P2".Já um outro Amarildo estudante de relações internacionais, de 25 anos, acabou mesmo confundido com uma figura recorrente da Câmara e conseguiu burlar a segurança da casa. Ele saiu para uma entrevista da seleção do mestrado em sociologia, foi aprovado e voltou para a câmara, entrando tranquilamente pela portaria.Em algumas manhãs, o grupo também teve aulas de ioga, ministradas do outro lado do portão por professoras voluntárias. Já à noite, os sambas tiveram até a presença de um policial, que fez questão de pedir uma música: "A semente", de Bezerra da Silva, que faz referência à atuação intimidadora da polícia. Também fez sucesso um integrante do Black Bloc que deu um show sambando e, ao fim da performance, em vez de tirar o chapéu, tirou a máscara.O grupo se emocionou quando recebeu a visita de uma menina autista de 14 anos, que chegou a entrar na Câmara para falar com eles. "A família disse que ela pediu para conhecer a gente", contam os Amarildos.

Os sete manifestantes afirmam que a luta não acabou: eles garantem que vão permanecer ocupando as escadarias do prédio, onde cerca de 40 pessoas permanecem com barracas."Meu coração ficou lá, formamos uma grande amizade", afirmou a dona de casa de 57 anos que ocupou a Câmara até a noite de terça-feira, 20, quando saiu a decisão do desembargador de conceder a reintegração de posse. Ela ficou com medo de uma possível ação violenta da polícia durante a madrugada e atendeu aos apelos da filha de 26 anos para que fosse embora. A dona de casa era a única mulher entre os oito manifestantes que resistiram à ocupação ate o momento do anúncio de que seriam retirados. Não desistiu nem quando teve problemas gástricos e precisou de remédios, nos primeiros dias."Recebemos muito apoio do pessoal de fora, que sempre perguntava se precisávamos de alguma coisa. Foi isso que nos deu forcas", comentou um dos Amarildos, como se identificam os ocupantes da Câmara. Estudante de jornalismo e de relações internacionais, o jovem de 24 anos sempre recebia visitas do pai através do portão. Dois tios seus que vieram de Natal também passaram no prédio para dar apoio ao sobrinho. A rede de colaboração que se formou pela internet foi fundamental para manter a ocupação, conta o grupo. Pelos portões da Câmara, eles recebiam comida, água, itens de higiene, remédios e jornais. Até um restaurante natural contribuiu oferecendo refeições para dois manifestantes vegetarianos e um vegano. Passar tanto tempo na Câmara dos Vereadores, dormindo no Plenário e tomando banho de balde, fez com que o grupo vivesse algumas situações inusitadas. Durante os 11 dias, a única Amarilda da ocupação preferiu substituir o banho por lenços umedecidos, já que não havia privacidade alguma. "A porta não trancava." Entre os casos curiosos, aparições sobrenaturais eram recorrentes. "Sempre via fantasmas no corredor e na escada do saguão", conta o Amarildo de 39 anos, produtor cultural. Mas o medo mesmo era dos humanos. Por isso, ele se colocou na "comissão de segurança" do grupo e seu trabalho era identificar "milicianos e P2".Já um outro Amarildo estudante de relações internacionais, de 25 anos, acabou mesmo confundido com uma figura recorrente da Câmara e conseguiu burlar a segurança da casa. Ele saiu para uma entrevista da seleção do mestrado em sociologia, foi aprovado e voltou para a câmara, entrando tranquilamente pela portaria.Em algumas manhãs, o grupo também teve aulas de ioga, ministradas do outro lado do portão por professoras voluntárias. Já à noite, os sambas tiveram até a presença de um policial, que fez questão de pedir uma música: "A semente", de Bezerra da Silva, que faz referência à atuação intimidadora da polícia. Também fez sucesso um integrante do Black Bloc que deu um show sambando e, ao fim da performance, em vez de tirar o chapéu, tirou a máscara.O grupo se emocionou quando recebeu a visita de uma menina autista de 14 anos, que chegou a entrar na Câmara para falar com eles. "A família disse que ela pediu para conhecer a gente", contam os Amarildos.

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