Após a Coluna do Estadão revelar a ambição do Republicanos para comandar o Ministério dos Esportes, deputados e atletas lançaram, neste sábado, 8, a hashtag #FicaAnaMoser nas redes sociais. De acordo com os organizadores, a ideia do movimento é demonstrar o apoio para a garantia da permanência da ministra Ana Moser e impedir que o cargo caia nas mãos do Centrão.
No Twitter, os parlamentares Erika Hilton (PSOL-SP), Ivan Valente (PSOL-SP), Talíria Petrone (PSOL-RJ) e Valmir Assunção (PT-BA) compartilharam mensagens de apoio a Moser com a hashtag. De acordo com a deputada Hilton, o ministério não deve se tornar um “puxadinho do Centrão”. Já Valente afirmou que o grupo suprapartidário “volta os olhos de cobiça” para a pasta. Petrone, por sua vez, disse que o movimento é uma pressão política. Assunção, o único petista que participou do movimento nas redes, defendeu a atual ministra declarando que “há um trabalho sério” sendo feito no Esporte.
Atletas premiados também declararam o apoio a Moser por meio da hashtag. A ex-nadadora Joanna Maranhão pediu para que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não atenda os interesses do Republicanos. A ex-jogadora de basquetebol Hortência Marcari republicou a mensagem de Maranhão nas redes.
Controle da pasta interessa ao Republicanos
Na última sexta-feira, 7, a Coluna adiantou que o Republicanos já teria um nome para substituir Moser. O Republicanos quer levar ao Planalto a indicação do deputado Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) para comandar a pasta. A articulação está sendo feita por líderes do partido na Câmara dos Deputados que acreditam que, após a aprovação da reforma tributária que contou com o apoio da maioria do partido e do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), merecem uma recompensação por parte do Planalto.
O apetite do Centrão por cargos no governo vem aumentando, e após não ter conseguido derrubar a ministra Nísia Trindade do comando da Saúde, o grupo passou a mirar a pasta de Ana Moser. O fato de Ana Moser não ser filiada um partido político faz com que ela seja vista pelo grupo como alguém mais fácil de substituir.
O presidente do Republicanos, deputado Marcos Pereira, disse que os parlamentares podem fazer indicações, porém não irão contar com o apoio institucional do partido, que pretende manter a sua autonomia perante o Planalto. A assessoria de Pereira disse à Coluna que não há hipóteses da sigla entrar para a base de apoio do governo: “Seguiremos independentes até o fim do governo Lula. As pautas serão tratadas individualmente. O caso da reforma tributária é um exemplo”.