Análise: Lei sobre fake news precisa seguir rota do dinheiro


Lei precisa cortar os laços financeiros que sustentam rede. Desinformar em larga escala custa caro

Por Carlos Affonso

Lord Byron dizia que o amor é apressado e o ódio, vagaroso. Em tempos de internet já não se sabe qual dos dois está mais acelerado. O volume de informações falsas ou inflamatórias parece demandar uma solução urgente.

Foi a partir desse apelo que o Senado ensaiou a votação do Projeto de Lei 2630/20, que procura combater a desinformação e aumentar a transparência na rede. Atropelando consulta pública, o texto chegou à forma para votação na sua própria véspera. Não deixa de ser surpreendente que o projeto que procura melhorar o debate na sociedade seja o mesmo que, pela pressa, o inviabiliza. A votação ficou marcada para a próxima semana.

Plenário do Senado Federal. Foto: Leonardo Silva/Agência Senado
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Um projeto para combater a desinformação precisa compreender que as fake news são a ferramenta e a desinformação, o resultado. Existe todo um ecossistema que envolve quem decide o conteúdo, quem paga por ele, quem cria e quem dissemina (pelos mais variados motivos). Uma lei sobre o tema precisa seguir a rota do dinheiro e cortar os laços financeiros que sustentam essa rede. Desinformar em larga escala custa caro.

Nas idas e vindas de sua redação, o PL (e seu substitutivo) flertaram com a necessidade de se exigir dos usuários das redes sociais a confirmação “de sua identificação e localização, inclusive por meio da apresentação de documento de identidade válido”. Obrigar a todos a andar de crachá na internet é o sonho dourado do vigilantismo e a antítese da liberdade que o PL procura preservar.

Para durar, uma lei sobre tecnologia precisa ser tecnologicamente neutra – ela não pode impor obrigações de olho na forma pela qual um ou outro provedor funciona agora. O PL ainda tem muito a melhorar nesse aspecto, sobretudo ao desenhar um regime de transparência que precisa ser mais principiológico e menos detalhista. Um relógio sempre mostra as horas, mas a forma dos ponteiros e do mostrador evolui com o tempo.

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*DIRETOR DO INSTITUTO DE TECNOLOGIA E SOCIEDADE (ITS) E PROFESSOR DA FACULDADE DE DIREITO DA UERJ

Lord Byron dizia que o amor é apressado e o ódio, vagaroso. Em tempos de internet já não se sabe qual dos dois está mais acelerado. O volume de informações falsas ou inflamatórias parece demandar uma solução urgente.

Foi a partir desse apelo que o Senado ensaiou a votação do Projeto de Lei 2630/20, que procura combater a desinformação e aumentar a transparência na rede. Atropelando consulta pública, o texto chegou à forma para votação na sua própria véspera. Não deixa de ser surpreendente que o projeto que procura melhorar o debate na sociedade seja o mesmo que, pela pressa, o inviabiliza. A votação ficou marcada para a próxima semana.

Plenário do Senado Federal. Foto: Leonardo Silva/Agência Senado

Um projeto para combater a desinformação precisa compreender que as fake news são a ferramenta e a desinformação, o resultado. Existe todo um ecossistema que envolve quem decide o conteúdo, quem paga por ele, quem cria e quem dissemina (pelos mais variados motivos). Uma lei sobre o tema precisa seguir a rota do dinheiro e cortar os laços financeiros que sustentam essa rede. Desinformar em larga escala custa caro.

Nas idas e vindas de sua redação, o PL (e seu substitutivo) flertaram com a necessidade de se exigir dos usuários das redes sociais a confirmação “de sua identificação e localização, inclusive por meio da apresentação de documento de identidade válido”. Obrigar a todos a andar de crachá na internet é o sonho dourado do vigilantismo e a antítese da liberdade que o PL procura preservar.

Para durar, uma lei sobre tecnologia precisa ser tecnologicamente neutra – ela não pode impor obrigações de olho na forma pela qual um ou outro provedor funciona agora. O PL ainda tem muito a melhorar nesse aspecto, sobretudo ao desenhar um regime de transparência que precisa ser mais principiológico e menos detalhista. Um relógio sempre mostra as horas, mas a forma dos ponteiros e do mostrador evolui com o tempo.

*DIRETOR DO INSTITUTO DE TECNOLOGIA E SOCIEDADE (ITS) E PROFESSOR DA FACULDADE DE DIREITO DA UERJ

Lord Byron dizia que o amor é apressado e o ódio, vagaroso. Em tempos de internet já não se sabe qual dos dois está mais acelerado. O volume de informações falsas ou inflamatórias parece demandar uma solução urgente.

Foi a partir desse apelo que o Senado ensaiou a votação do Projeto de Lei 2630/20, que procura combater a desinformação e aumentar a transparência na rede. Atropelando consulta pública, o texto chegou à forma para votação na sua própria véspera. Não deixa de ser surpreendente que o projeto que procura melhorar o debate na sociedade seja o mesmo que, pela pressa, o inviabiliza. A votação ficou marcada para a próxima semana.

Plenário do Senado Federal. Foto: Leonardo Silva/Agência Senado

Um projeto para combater a desinformação precisa compreender que as fake news são a ferramenta e a desinformação, o resultado. Existe todo um ecossistema que envolve quem decide o conteúdo, quem paga por ele, quem cria e quem dissemina (pelos mais variados motivos). Uma lei sobre o tema precisa seguir a rota do dinheiro e cortar os laços financeiros que sustentam essa rede. Desinformar em larga escala custa caro.

Nas idas e vindas de sua redação, o PL (e seu substitutivo) flertaram com a necessidade de se exigir dos usuários das redes sociais a confirmação “de sua identificação e localização, inclusive por meio da apresentação de documento de identidade válido”. Obrigar a todos a andar de crachá na internet é o sonho dourado do vigilantismo e a antítese da liberdade que o PL procura preservar.

Para durar, uma lei sobre tecnologia precisa ser tecnologicamente neutra – ela não pode impor obrigações de olho na forma pela qual um ou outro provedor funciona agora. O PL ainda tem muito a melhorar nesse aspecto, sobretudo ao desenhar um regime de transparência que precisa ser mais principiológico e menos detalhista. Um relógio sempre mostra as horas, mas a forma dos ponteiros e do mostrador evolui com o tempo.

*DIRETOR DO INSTITUTO DE TECNOLOGIA E SOCIEDADE (ITS) E PROFESSOR DA FACULDADE DE DIREITO DA UERJ

Lord Byron dizia que o amor é apressado e o ódio, vagaroso. Em tempos de internet já não se sabe qual dos dois está mais acelerado. O volume de informações falsas ou inflamatórias parece demandar uma solução urgente.

Foi a partir desse apelo que o Senado ensaiou a votação do Projeto de Lei 2630/20, que procura combater a desinformação e aumentar a transparência na rede. Atropelando consulta pública, o texto chegou à forma para votação na sua própria véspera. Não deixa de ser surpreendente que o projeto que procura melhorar o debate na sociedade seja o mesmo que, pela pressa, o inviabiliza. A votação ficou marcada para a próxima semana.

Plenário do Senado Federal. Foto: Leonardo Silva/Agência Senado

Um projeto para combater a desinformação precisa compreender que as fake news são a ferramenta e a desinformação, o resultado. Existe todo um ecossistema que envolve quem decide o conteúdo, quem paga por ele, quem cria e quem dissemina (pelos mais variados motivos). Uma lei sobre o tema precisa seguir a rota do dinheiro e cortar os laços financeiros que sustentam essa rede. Desinformar em larga escala custa caro.

Nas idas e vindas de sua redação, o PL (e seu substitutivo) flertaram com a necessidade de se exigir dos usuários das redes sociais a confirmação “de sua identificação e localização, inclusive por meio da apresentação de documento de identidade válido”. Obrigar a todos a andar de crachá na internet é o sonho dourado do vigilantismo e a antítese da liberdade que o PL procura preservar.

Para durar, uma lei sobre tecnologia precisa ser tecnologicamente neutra – ela não pode impor obrigações de olho na forma pela qual um ou outro provedor funciona agora. O PL ainda tem muito a melhorar nesse aspecto, sobretudo ao desenhar um regime de transparência que precisa ser mais principiológico e menos detalhista. Um relógio sempre mostra as horas, mas a forma dos ponteiros e do mostrador evolui com o tempo.

*DIRETOR DO INSTITUTO DE TECNOLOGIA E SOCIEDADE (ITS) E PROFESSOR DA FACULDADE DE DIREITO DA UERJ

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