BRASÍLIA - Após ter sido solto nessa quinta-feira, 11, pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, o ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal Anderson Torres voltou a morar em sua casa num bairro de condomínios fechados na capital federal.
Torres estava preso há quatro meses por conta da investigação que apura os responsáveis pelos ataques de apoiadores extremistas de Jair Bolsonaro no dia 8 de janeiro, em Brasília. Os manifestantes invadiram os Palácios do STF e do Planalto e o Congresso Nacional. Vestidos de verde-e-amarelo, os bolsonaristas pediam um golpe de Estado sob o pretexto de uma intervenção das Forças Armadas. Desde então, mais de duas mil pessoas foram presas.
Na mansão, Torres mora com a esposa e as filhas. Na manhã desta sexta-feira, 12, o ex-ministro de Jair Bolsonaro (PL) recebeu visitas e uma caixa embrulhada em forma de presente.
A residência de Anderson Torres fica a menos de 10 minutos de carro da casa do ex-presidente Jair Bolsonaro. Ao conceder a liberdade provisória, o ministro Alexandre de Moraes determinou medidas cautelares. Torres está proibido de se ausentar da capital federal, de usar as redes sociais e de se comunicar com os demais envolvidos. Questionada pelo Estadão, a defesa do ex-ministro afirmou que a determinação inclui Bolsonaro. O ex-ministro também terá de usar tornozeleira eletrônica e irá devolver suas armas de fogo.
De acordo com a defesa, o ex-ministro de Jair Bolsonaro perdeu cerca de 12 kg no período em que ficou preso no 19.º Batalhão da Polícia Militar em Brasília. Além disso, Torres teria desenvolvido um quadro de depressão e ansiedade.
O advogado Eumar Novacki também negou possibilidade de delação premiada. O defensor avalia se o ex-secretário irá depor à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos, na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), ou mesmo na Comissão Mista Parlamentar de Inquérito (CPMI) aberta no Congresso Nacional.