Ao lado de Lula, Boulos critica Tarcísio e vice de Nunes indicado por Bolsonaro em São Paulo


Governador e prefeito não compareceram a evento na zona leste realizado após o presidente e o deputado do PSOL terem sido multados por propaganda eleitoral antecipada

Por Pedro Augusto Figueiredo
Atualização:

O pré-candidato a prefeito de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL), criticou neste sábado, 29, em evento do governo federal, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o coronel da reserva Ricardo de Mello Araújo (PL), vice indicado por Jair Bolsonaro (PL) para a chapa do prefeito Ricardo Nunes (MDB).

O psolista foi recebido aos gritos de “prefeito” ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em evento em Itaquera, na zona leste de São Paulo. A ex-prefeita Marta Suplicy (PT), vice na chapa de Boulos, também estava presente, mas não discursou.

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É a primeira vez que Lula e Boulos fazem ato em São Paulo desde que eles foram condenados a pagar multa de R$ 20 mil e R$ 15 mil, respectivamente, por propaganda eleitoral antecipada. O presidente pediu voto para o deputado federal na disputa pela prefeitura paulistana em um ato para comemorar o feriado de 1º de Maio realizado na Neo Química Arena, estádio do Corinthians.

Questionado se conversou com Lula para não haver uma nova multa, Boulos respondeu que o ato de dois meses atrás foi um evento político organizado pelas centrais sindicais, diferente do anúncio oficial feito pelo governo federal neste sábado, 29. Apesar disso, o evento de 1º de Maio teve transmissão ao vivo pela TV Brasil, emissora pública do Executivo federal, patrocínios da Petrobras e do Conselho Nacional do Serviço Social da Indústria (Sesi).

Guilherme Boulos, pré-candidato à Prefeitura de São Paulo, discursa em evento com Lula Foto: Reprodução TV Brasil
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Lula mencionou Boulos apenas uma vez em seu discurso, de passagem, e o único comentário eleitoral que teceu foi sobre Marta. Para o ex-presidente, a petista não foi reeleita para governar São Paulo em 2004 por causa do preconceito da elite paulistana com a gestão dela, que teria sido focada nos mais pobres.

“A única coisa que justifica [a derrota de Marta] é o preconceito com as pessoas que fazem políticas pensando nos mais pobres”, disse o presidente da República ao mencionar os Centros Educacionais Unificados (CEU).

O chefe do Executivo destacou a importância da educação para diminuir a desigualdade social e defendeu políticas de crédito para pequenos empresários e comerciantes como uma forma de estimular a economia e aumentar as vagas de emprego. Ele ainda exaltou a situação da economia no País, a despeito do aumento do dólar.

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“Hoje eu vim aqui no Estado que é governado pelo adversário porque eu não estou preocupado com quem é o governador, eu estou preocupado com o que o povo de São Paulo necessita”, afirmou.

Evento levanta debate sobre projeto de Tarcísio para escolas cívico-militares

O evento em Itaquera serviu para o governo federal lançar a pedra fundamental do campus da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) na região e do campus Cidade Tiradentes do Instituto Federal de São Paulo (IFSP). O terreno para a construção do campus da universidade foi doado ao governo federal pela Prefeitura na gestão do atual ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT).

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“Esse dia mostra a diferença do nosso projeto para os outros”, discursou Boulos, que tem como estratégia explorar a polarização entre ele, apoiado por Lula, e Nunes, aliado de Bolsonaro e Tarcísio. “A diferença é que enquanto o presidente Lula está inaugurando universidade e instituto federal, tem gente achando que a solução é escola cívico-militar”, continuou.

Após o governo Lula cancelar o programa federal de escolas cívico-militares, Tarcísio propôs e a Assembleia Legislativa de São Paulo aprovou em maio uma iniciativa para manter o modelo no Estado. O assunto é motivo de embate no Supremo Tribunal Federal (STF) entre o governador de São Paulo e o PSOL, partido de Boulos. Em coletiva após o evento, o pré-candidato disse que, se eleito, não implantará o modelo na capital paulista.

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Boulos também rebateu uma declaração de Mello Araújo, que, quando era comandante das Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (Rota) em 2017, disse que a abordagem policial nos Jardins deveria ser diferente das periferias.

“Enquanto tem gente que ainda hoje acha que o morador da periferia tem que ser tratado diferente do morador do Jardins, nós que estamos aqui temos a convicção que o morador de Itaquera e Cidade Tiradentes tem que ser tratado com o mesmo respeito dos Jardins, do Morumbi ou de qualquer bairro rico da cidade”, declarou.

Nunes preferia ter outro vice em sua chapa, mas mudou de ideia após a entrada de Pablo Marçal (PRTB) na disputa eleitoral. Dessa forma, ele aceitou a indicação de Bolsonaro para selar a aliança com o ex-presidente e tentar impedir a migração de votos de eleitores de direita. A ideia da campanha do emedebista é explorar o passado de Mello Araújo, como sua atuação na Rota e a gestão feita por ele no Ceagesp, e apresentá-lo como nome técnico.

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Outros nomes do primeiro escalão do governo federal estavam presentes no evento: o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, e os ministros da Educação, Camilo Santana (PT), da Fazenda, Fernando Haddad (PT) das Cidades, Jader Filho (MDB), do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira (PT) e da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, Laércio Portela. A primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, também compareceu.

Ainda neste sábado, Lula segue para a zona sul, onde assina a expansão do IFSP para o bairro Jardim Ângela e anuncia investimentos do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC) para a expansão da linha 5 Lilás do Metrô.

Evento sobre a linha 5 na semana passada também teve conotação eleitoral, mas para o principal rival de Boulos na disputa. Após assinar o termo aditivo com a concessionária para levar o metrô até o Jardim Ângela, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) anunciou que o vice de Nunes seria Mello Araújo.

A concessão da linha, assim como o projeto da obra e os recursos desembolsados são do governo do Estado. Porém, Tarcísio tem adotado a estratégia de incluir obras que exigem alto investimento no Novo PAC para facilitar eventual financiamento via Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o que abre brecha para o governo federal também capitalizar politicamente.

Estão previstos R$ 3,4 bilhões em investimentos e duas novas estações, Comendador Sant’anna e Jardim Ângela, que beneficiariam 150 mil pessoas por dia.

Tarcísio, que está em Londres, onde tenta atrair investidores para privatizar a Sabesp, e Nunes não participaram do evento na manhã deste sábado e também não estarão no Jardim Ângela à tarde. Nesta semana, Lula citou o governador como possível adversário na eleição presidencial em 2026 e, na semana passada, se queixou da proximidade dele com Roberto Campos Neto. O chefe do Executivo paulista ofereceu um jantar em homenagem ao presidente do Banco Central no Palácio dos Bandeirantes.

O prefeito de São Paulo justificou que tem outras agendas na cidade e sexta-feira disse que o anúncio do governo federal é um “ato político” em favor de Boulos. Perguntado sobre a declaração, o pré-candidato do PSOL disse que Tarcísio e Nunes é que fizeram buscaram se beneficiar politicamente do governo federal pois, segundo ele, a expansão da linha 5 do Metrô será financiada por recursos federais.

“Eu acho que o prefeito Ricardo Nunes hoje não tem autoridade moral para falar de institucionalidade. Ele se tornou um refém, um repetidor do bolsonarismo”, disse Boulos, que também criticou o fato do atual chefe do Executivo paulistano ter se antecipado e se reunido na sexta-feira com o reitor do IFSP para assinar a doação do terreno ao Ministério da Educação, o que possibilitará a construção da unidade educacional em Cidade Tiradentes. A área pertencia à Companhia Metropolitana de Habitação (COHAB).

O pré-candidato a prefeito de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL), criticou neste sábado, 29, em evento do governo federal, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o coronel da reserva Ricardo de Mello Araújo (PL), vice indicado por Jair Bolsonaro (PL) para a chapa do prefeito Ricardo Nunes (MDB).

O psolista foi recebido aos gritos de “prefeito” ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em evento em Itaquera, na zona leste de São Paulo. A ex-prefeita Marta Suplicy (PT), vice na chapa de Boulos, também estava presente, mas não discursou.

É a primeira vez que Lula e Boulos fazem ato em São Paulo desde que eles foram condenados a pagar multa de R$ 20 mil e R$ 15 mil, respectivamente, por propaganda eleitoral antecipada. O presidente pediu voto para o deputado federal na disputa pela prefeitura paulistana em um ato para comemorar o feriado de 1º de Maio realizado na Neo Química Arena, estádio do Corinthians.

Questionado se conversou com Lula para não haver uma nova multa, Boulos respondeu que o ato de dois meses atrás foi um evento político organizado pelas centrais sindicais, diferente do anúncio oficial feito pelo governo federal neste sábado, 29. Apesar disso, o evento de 1º de Maio teve transmissão ao vivo pela TV Brasil, emissora pública do Executivo federal, patrocínios da Petrobras e do Conselho Nacional do Serviço Social da Indústria (Sesi).

Guilherme Boulos, pré-candidato à Prefeitura de São Paulo, discursa em evento com Lula Foto: Reprodução TV Brasil

Lula mencionou Boulos apenas uma vez em seu discurso, de passagem, e o único comentário eleitoral que teceu foi sobre Marta. Para o ex-presidente, a petista não foi reeleita para governar São Paulo em 2004 por causa do preconceito da elite paulistana com a gestão dela, que teria sido focada nos mais pobres.

“A única coisa que justifica [a derrota de Marta] é o preconceito com as pessoas que fazem políticas pensando nos mais pobres”, disse o presidente da República ao mencionar os Centros Educacionais Unificados (CEU).

O chefe do Executivo destacou a importância da educação para diminuir a desigualdade social e defendeu políticas de crédito para pequenos empresários e comerciantes como uma forma de estimular a economia e aumentar as vagas de emprego. Ele ainda exaltou a situação da economia no País, a despeito do aumento do dólar.

“Hoje eu vim aqui no Estado que é governado pelo adversário porque eu não estou preocupado com quem é o governador, eu estou preocupado com o que o povo de São Paulo necessita”, afirmou.

Evento levanta debate sobre projeto de Tarcísio para escolas cívico-militares

O evento em Itaquera serviu para o governo federal lançar a pedra fundamental do campus da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) na região e do campus Cidade Tiradentes do Instituto Federal de São Paulo (IFSP). O terreno para a construção do campus da universidade foi doado ao governo federal pela Prefeitura na gestão do atual ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT).

“Esse dia mostra a diferença do nosso projeto para os outros”, discursou Boulos, que tem como estratégia explorar a polarização entre ele, apoiado por Lula, e Nunes, aliado de Bolsonaro e Tarcísio. “A diferença é que enquanto o presidente Lula está inaugurando universidade e instituto federal, tem gente achando que a solução é escola cívico-militar”, continuou.

Após o governo Lula cancelar o programa federal de escolas cívico-militares, Tarcísio propôs e a Assembleia Legislativa de São Paulo aprovou em maio uma iniciativa para manter o modelo no Estado. O assunto é motivo de embate no Supremo Tribunal Federal (STF) entre o governador de São Paulo e o PSOL, partido de Boulos. Em coletiva após o evento, o pré-candidato disse que, se eleito, não implantará o modelo na capital paulista.

Boulos também rebateu uma declaração de Mello Araújo, que, quando era comandante das Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (Rota) em 2017, disse que a abordagem policial nos Jardins deveria ser diferente das periferias.

“Enquanto tem gente que ainda hoje acha que o morador da periferia tem que ser tratado diferente do morador do Jardins, nós que estamos aqui temos a convicção que o morador de Itaquera e Cidade Tiradentes tem que ser tratado com o mesmo respeito dos Jardins, do Morumbi ou de qualquer bairro rico da cidade”, declarou.

Nunes preferia ter outro vice em sua chapa, mas mudou de ideia após a entrada de Pablo Marçal (PRTB) na disputa eleitoral. Dessa forma, ele aceitou a indicação de Bolsonaro para selar a aliança com o ex-presidente e tentar impedir a migração de votos de eleitores de direita. A ideia da campanha do emedebista é explorar o passado de Mello Araújo, como sua atuação na Rota e a gestão feita por ele no Ceagesp, e apresentá-lo como nome técnico.

Outros nomes do primeiro escalão do governo federal estavam presentes no evento: o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, e os ministros da Educação, Camilo Santana (PT), da Fazenda, Fernando Haddad (PT) das Cidades, Jader Filho (MDB), do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira (PT) e da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, Laércio Portela. A primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, também compareceu.

Ainda neste sábado, Lula segue para a zona sul, onde assina a expansão do IFSP para o bairro Jardim Ângela e anuncia investimentos do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC) para a expansão da linha 5 Lilás do Metrô.

Evento sobre a linha 5 na semana passada também teve conotação eleitoral, mas para o principal rival de Boulos na disputa. Após assinar o termo aditivo com a concessionária para levar o metrô até o Jardim Ângela, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) anunciou que o vice de Nunes seria Mello Araújo.

A concessão da linha, assim como o projeto da obra e os recursos desembolsados são do governo do Estado. Porém, Tarcísio tem adotado a estratégia de incluir obras que exigem alto investimento no Novo PAC para facilitar eventual financiamento via Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o que abre brecha para o governo federal também capitalizar politicamente.

Estão previstos R$ 3,4 bilhões em investimentos e duas novas estações, Comendador Sant’anna e Jardim Ângela, que beneficiariam 150 mil pessoas por dia.

Tarcísio, que está em Londres, onde tenta atrair investidores para privatizar a Sabesp, e Nunes não participaram do evento na manhã deste sábado e também não estarão no Jardim Ângela à tarde. Nesta semana, Lula citou o governador como possível adversário na eleição presidencial em 2026 e, na semana passada, se queixou da proximidade dele com Roberto Campos Neto. O chefe do Executivo paulista ofereceu um jantar em homenagem ao presidente do Banco Central no Palácio dos Bandeirantes.

O prefeito de São Paulo justificou que tem outras agendas na cidade e sexta-feira disse que o anúncio do governo federal é um “ato político” em favor de Boulos. Perguntado sobre a declaração, o pré-candidato do PSOL disse que Tarcísio e Nunes é que fizeram buscaram se beneficiar politicamente do governo federal pois, segundo ele, a expansão da linha 5 do Metrô será financiada por recursos federais.

“Eu acho que o prefeito Ricardo Nunes hoje não tem autoridade moral para falar de institucionalidade. Ele se tornou um refém, um repetidor do bolsonarismo”, disse Boulos, que também criticou o fato do atual chefe do Executivo paulistano ter se antecipado e se reunido na sexta-feira com o reitor do IFSP para assinar a doação do terreno ao Ministério da Educação, o que possibilitará a construção da unidade educacional em Cidade Tiradentes. A área pertencia à Companhia Metropolitana de Habitação (COHAB).

O pré-candidato a prefeito de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL), criticou neste sábado, 29, em evento do governo federal, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o coronel da reserva Ricardo de Mello Araújo (PL), vice indicado por Jair Bolsonaro (PL) para a chapa do prefeito Ricardo Nunes (MDB).

O psolista foi recebido aos gritos de “prefeito” ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em evento em Itaquera, na zona leste de São Paulo. A ex-prefeita Marta Suplicy (PT), vice na chapa de Boulos, também estava presente, mas não discursou.

É a primeira vez que Lula e Boulos fazem ato em São Paulo desde que eles foram condenados a pagar multa de R$ 20 mil e R$ 15 mil, respectivamente, por propaganda eleitoral antecipada. O presidente pediu voto para o deputado federal na disputa pela prefeitura paulistana em um ato para comemorar o feriado de 1º de Maio realizado na Neo Química Arena, estádio do Corinthians.

Questionado se conversou com Lula para não haver uma nova multa, Boulos respondeu que o ato de dois meses atrás foi um evento político organizado pelas centrais sindicais, diferente do anúncio oficial feito pelo governo federal neste sábado, 29. Apesar disso, o evento de 1º de Maio teve transmissão ao vivo pela TV Brasil, emissora pública do Executivo federal, patrocínios da Petrobras e do Conselho Nacional do Serviço Social da Indústria (Sesi).

Guilherme Boulos, pré-candidato à Prefeitura de São Paulo, discursa em evento com Lula Foto: Reprodução TV Brasil

Lula mencionou Boulos apenas uma vez em seu discurso, de passagem, e o único comentário eleitoral que teceu foi sobre Marta. Para o ex-presidente, a petista não foi reeleita para governar São Paulo em 2004 por causa do preconceito da elite paulistana com a gestão dela, que teria sido focada nos mais pobres.

“A única coisa que justifica [a derrota de Marta] é o preconceito com as pessoas que fazem políticas pensando nos mais pobres”, disse o presidente da República ao mencionar os Centros Educacionais Unificados (CEU).

O chefe do Executivo destacou a importância da educação para diminuir a desigualdade social e defendeu políticas de crédito para pequenos empresários e comerciantes como uma forma de estimular a economia e aumentar as vagas de emprego. Ele ainda exaltou a situação da economia no País, a despeito do aumento do dólar.

“Hoje eu vim aqui no Estado que é governado pelo adversário porque eu não estou preocupado com quem é o governador, eu estou preocupado com o que o povo de São Paulo necessita”, afirmou.

Evento levanta debate sobre projeto de Tarcísio para escolas cívico-militares

O evento em Itaquera serviu para o governo federal lançar a pedra fundamental do campus da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) na região e do campus Cidade Tiradentes do Instituto Federal de São Paulo (IFSP). O terreno para a construção do campus da universidade foi doado ao governo federal pela Prefeitura na gestão do atual ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT).

“Esse dia mostra a diferença do nosso projeto para os outros”, discursou Boulos, que tem como estratégia explorar a polarização entre ele, apoiado por Lula, e Nunes, aliado de Bolsonaro e Tarcísio. “A diferença é que enquanto o presidente Lula está inaugurando universidade e instituto federal, tem gente achando que a solução é escola cívico-militar”, continuou.

Após o governo Lula cancelar o programa federal de escolas cívico-militares, Tarcísio propôs e a Assembleia Legislativa de São Paulo aprovou em maio uma iniciativa para manter o modelo no Estado. O assunto é motivo de embate no Supremo Tribunal Federal (STF) entre o governador de São Paulo e o PSOL, partido de Boulos. Em coletiva após o evento, o pré-candidato disse que, se eleito, não implantará o modelo na capital paulista.

Boulos também rebateu uma declaração de Mello Araújo, que, quando era comandante das Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (Rota) em 2017, disse que a abordagem policial nos Jardins deveria ser diferente das periferias.

“Enquanto tem gente que ainda hoje acha que o morador da periferia tem que ser tratado diferente do morador do Jardins, nós que estamos aqui temos a convicção que o morador de Itaquera e Cidade Tiradentes tem que ser tratado com o mesmo respeito dos Jardins, do Morumbi ou de qualquer bairro rico da cidade”, declarou.

Nunes preferia ter outro vice em sua chapa, mas mudou de ideia após a entrada de Pablo Marçal (PRTB) na disputa eleitoral. Dessa forma, ele aceitou a indicação de Bolsonaro para selar a aliança com o ex-presidente e tentar impedir a migração de votos de eleitores de direita. A ideia da campanha do emedebista é explorar o passado de Mello Araújo, como sua atuação na Rota e a gestão feita por ele no Ceagesp, e apresentá-lo como nome técnico.

Outros nomes do primeiro escalão do governo federal estavam presentes no evento: o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, e os ministros da Educação, Camilo Santana (PT), da Fazenda, Fernando Haddad (PT) das Cidades, Jader Filho (MDB), do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira (PT) e da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, Laércio Portela. A primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, também compareceu.

Ainda neste sábado, Lula segue para a zona sul, onde assina a expansão do IFSP para o bairro Jardim Ângela e anuncia investimentos do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC) para a expansão da linha 5 Lilás do Metrô.

Evento sobre a linha 5 na semana passada também teve conotação eleitoral, mas para o principal rival de Boulos na disputa. Após assinar o termo aditivo com a concessionária para levar o metrô até o Jardim Ângela, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) anunciou que o vice de Nunes seria Mello Araújo.

A concessão da linha, assim como o projeto da obra e os recursos desembolsados são do governo do Estado. Porém, Tarcísio tem adotado a estratégia de incluir obras que exigem alto investimento no Novo PAC para facilitar eventual financiamento via Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o que abre brecha para o governo federal também capitalizar politicamente.

Estão previstos R$ 3,4 bilhões em investimentos e duas novas estações, Comendador Sant’anna e Jardim Ângela, que beneficiariam 150 mil pessoas por dia.

Tarcísio, que está em Londres, onde tenta atrair investidores para privatizar a Sabesp, e Nunes não participaram do evento na manhã deste sábado e também não estarão no Jardim Ângela à tarde. Nesta semana, Lula citou o governador como possível adversário na eleição presidencial em 2026 e, na semana passada, se queixou da proximidade dele com Roberto Campos Neto. O chefe do Executivo paulista ofereceu um jantar em homenagem ao presidente do Banco Central no Palácio dos Bandeirantes.

O prefeito de São Paulo justificou que tem outras agendas na cidade e sexta-feira disse que o anúncio do governo federal é um “ato político” em favor de Boulos. Perguntado sobre a declaração, o pré-candidato do PSOL disse que Tarcísio e Nunes é que fizeram buscaram se beneficiar politicamente do governo federal pois, segundo ele, a expansão da linha 5 do Metrô será financiada por recursos federais.

“Eu acho que o prefeito Ricardo Nunes hoje não tem autoridade moral para falar de institucionalidade. Ele se tornou um refém, um repetidor do bolsonarismo”, disse Boulos, que também criticou o fato do atual chefe do Executivo paulistano ter se antecipado e se reunido na sexta-feira com o reitor do IFSP para assinar a doação do terreno ao Ministério da Educação, o que possibilitará a construção da unidade educacional em Cidade Tiradentes. A área pertencia à Companhia Metropolitana de Habitação (COHAB).

O pré-candidato a prefeito de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL), criticou neste sábado, 29, em evento do governo federal, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o coronel da reserva Ricardo de Mello Araújo (PL), vice indicado por Jair Bolsonaro (PL) para a chapa do prefeito Ricardo Nunes (MDB).

O psolista foi recebido aos gritos de “prefeito” ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em evento em Itaquera, na zona leste de São Paulo. A ex-prefeita Marta Suplicy (PT), vice na chapa de Boulos, também estava presente, mas não discursou.

É a primeira vez que Lula e Boulos fazem ato em São Paulo desde que eles foram condenados a pagar multa de R$ 20 mil e R$ 15 mil, respectivamente, por propaganda eleitoral antecipada. O presidente pediu voto para o deputado federal na disputa pela prefeitura paulistana em um ato para comemorar o feriado de 1º de Maio realizado na Neo Química Arena, estádio do Corinthians.

Questionado se conversou com Lula para não haver uma nova multa, Boulos respondeu que o ato de dois meses atrás foi um evento político organizado pelas centrais sindicais, diferente do anúncio oficial feito pelo governo federal neste sábado, 29. Apesar disso, o evento de 1º de Maio teve transmissão ao vivo pela TV Brasil, emissora pública do Executivo federal, patrocínios da Petrobras e do Conselho Nacional do Serviço Social da Indústria (Sesi).

Guilherme Boulos, pré-candidato à Prefeitura de São Paulo, discursa em evento com Lula Foto: Reprodução TV Brasil

Lula mencionou Boulos apenas uma vez em seu discurso, de passagem, e o único comentário eleitoral que teceu foi sobre Marta. Para o ex-presidente, a petista não foi reeleita para governar São Paulo em 2004 por causa do preconceito da elite paulistana com a gestão dela, que teria sido focada nos mais pobres.

“A única coisa que justifica [a derrota de Marta] é o preconceito com as pessoas que fazem políticas pensando nos mais pobres”, disse o presidente da República ao mencionar os Centros Educacionais Unificados (CEU).

O chefe do Executivo destacou a importância da educação para diminuir a desigualdade social e defendeu políticas de crédito para pequenos empresários e comerciantes como uma forma de estimular a economia e aumentar as vagas de emprego. Ele ainda exaltou a situação da economia no País, a despeito do aumento do dólar.

“Hoje eu vim aqui no Estado que é governado pelo adversário porque eu não estou preocupado com quem é o governador, eu estou preocupado com o que o povo de São Paulo necessita”, afirmou.

Evento levanta debate sobre projeto de Tarcísio para escolas cívico-militares

O evento em Itaquera serviu para o governo federal lançar a pedra fundamental do campus da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) na região e do campus Cidade Tiradentes do Instituto Federal de São Paulo (IFSP). O terreno para a construção do campus da universidade foi doado ao governo federal pela Prefeitura na gestão do atual ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT).

“Esse dia mostra a diferença do nosso projeto para os outros”, discursou Boulos, que tem como estratégia explorar a polarização entre ele, apoiado por Lula, e Nunes, aliado de Bolsonaro e Tarcísio. “A diferença é que enquanto o presidente Lula está inaugurando universidade e instituto federal, tem gente achando que a solução é escola cívico-militar”, continuou.

Após o governo Lula cancelar o programa federal de escolas cívico-militares, Tarcísio propôs e a Assembleia Legislativa de São Paulo aprovou em maio uma iniciativa para manter o modelo no Estado. O assunto é motivo de embate no Supremo Tribunal Federal (STF) entre o governador de São Paulo e o PSOL, partido de Boulos. Em coletiva após o evento, o pré-candidato disse que, se eleito, não implantará o modelo na capital paulista.

Boulos também rebateu uma declaração de Mello Araújo, que, quando era comandante das Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (Rota) em 2017, disse que a abordagem policial nos Jardins deveria ser diferente das periferias.

“Enquanto tem gente que ainda hoje acha que o morador da periferia tem que ser tratado diferente do morador do Jardins, nós que estamos aqui temos a convicção que o morador de Itaquera e Cidade Tiradentes tem que ser tratado com o mesmo respeito dos Jardins, do Morumbi ou de qualquer bairro rico da cidade”, declarou.

Nunes preferia ter outro vice em sua chapa, mas mudou de ideia após a entrada de Pablo Marçal (PRTB) na disputa eleitoral. Dessa forma, ele aceitou a indicação de Bolsonaro para selar a aliança com o ex-presidente e tentar impedir a migração de votos de eleitores de direita. A ideia da campanha do emedebista é explorar o passado de Mello Araújo, como sua atuação na Rota e a gestão feita por ele no Ceagesp, e apresentá-lo como nome técnico.

Outros nomes do primeiro escalão do governo federal estavam presentes no evento: o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, e os ministros da Educação, Camilo Santana (PT), da Fazenda, Fernando Haddad (PT) das Cidades, Jader Filho (MDB), do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira (PT) e da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, Laércio Portela. A primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, também compareceu.

Ainda neste sábado, Lula segue para a zona sul, onde assina a expansão do IFSP para o bairro Jardim Ângela e anuncia investimentos do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC) para a expansão da linha 5 Lilás do Metrô.

Evento sobre a linha 5 na semana passada também teve conotação eleitoral, mas para o principal rival de Boulos na disputa. Após assinar o termo aditivo com a concessionária para levar o metrô até o Jardim Ângela, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) anunciou que o vice de Nunes seria Mello Araújo.

A concessão da linha, assim como o projeto da obra e os recursos desembolsados são do governo do Estado. Porém, Tarcísio tem adotado a estratégia de incluir obras que exigem alto investimento no Novo PAC para facilitar eventual financiamento via Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o que abre brecha para o governo federal também capitalizar politicamente.

Estão previstos R$ 3,4 bilhões em investimentos e duas novas estações, Comendador Sant’anna e Jardim Ângela, que beneficiariam 150 mil pessoas por dia.

Tarcísio, que está em Londres, onde tenta atrair investidores para privatizar a Sabesp, e Nunes não participaram do evento na manhã deste sábado e também não estarão no Jardim Ângela à tarde. Nesta semana, Lula citou o governador como possível adversário na eleição presidencial em 2026 e, na semana passada, se queixou da proximidade dele com Roberto Campos Neto. O chefe do Executivo paulista ofereceu um jantar em homenagem ao presidente do Banco Central no Palácio dos Bandeirantes.

O prefeito de São Paulo justificou que tem outras agendas na cidade e sexta-feira disse que o anúncio do governo federal é um “ato político” em favor de Boulos. Perguntado sobre a declaração, o pré-candidato do PSOL disse que Tarcísio e Nunes é que fizeram buscaram se beneficiar politicamente do governo federal pois, segundo ele, a expansão da linha 5 do Metrô será financiada por recursos federais.

“Eu acho que o prefeito Ricardo Nunes hoje não tem autoridade moral para falar de institucionalidade. Ele se tornou um refém, um repetidor do bolsonarismo”, disse Boulos, que também criticou o fato do atual chefe do Executivo paulistano ter se antecipado e se reunido na sexta-feira com o reitor do IFSP para assinar a doação do terreno ao Ministério da Educação, o que possibilitará a construção da unidade educacional em Cidade Tiradentes. A área pertencia à Companhia Metropolitana de Habitação (COHAB).

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