Assassinato de Bruno e Dom completa um mês; relembre o caso


Indigenista brasileiro e jornalista britânico foram mortos a tiros, segundo a PF; pescador confessou os crimes, mas caso ainda pode ter desdobramentos

Por Bibiana Borba
Atualização:

As mortes do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips completam um mês nesta terça-feira, 5 de julho. O brasileiro e o britânico faziam expedição por comunidades indígenas do oeste do Amazonas quando foram assassinados a tiros, de acordo com a Polícia Federal. Dos presos até o momento, um pescador confessou ter atirado contra os dois enquanto eles atravessavam um dos rios da região, conhecida pelo tráfico internacional de armas, drogas, pescado ilegal e outros crimes.

Bruno e Dom desapareceram na manhã de 5 de junho, um domingo, ao atravessar em embarcação própria uma das áreas monitoradas pela Univaja (União dos Povos Indígenas do Vale do Javari), com sede em Atalaia do Norte (AM). Dez dias depois, em 15 de junho, a entidade divulgou nota na qual agradece à Equipe de Vigilância da entidade, ao batalhão da Polícia Militar de Tabatinga, município próximo, à imprensa nacional e internacional, e ressalta que “o caso não terminou”.

O texto cita as etnias que habitam a Terra Indígena Vale do Javari, área demarcada em 2000 e homologada em 2001 pelo governo federal, quando Fernando Henrique Cardoso (PSDB) ainda era presidente do País.

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Bruno Pereira e Dom Phillips em ilustração sobre fotos recentes. Foto: Arte DiVasca para o Estadão

Quem eram Bruno e Dom

Bruno Pereira, um dos maiores especialistas do Brasil em povos isolados do extremo oeste da Floresta Amazônica, falava ao menos quatro das várias línguas locais. No velório dele, natural de Recife (PE), representantes de etnias indígenas que moram no Nordeste brasileiro fizeram homenagem antes da cerimônia de cremação, na região metropolitana da capital. As imagens foram divulgadas internacionalmente.

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Indígenas da etnia Xukuru fizeram homenagem no velório de Bruno Pereira, morto na Amazônia durante expedição com Dom Phillips. Foto: Larissa Brainer

Dom Phillips, inglês que morava em Salvador (BA) com a esposa, Alessandra Sampaio, foi cremado em Niterói (RJ) após homenagens de familiares e amigos britânicos e brasileiros. O casal vivia antes no Rio, onde ele fez aulas de stand-up paddle (modalidade de remo em pé). Foi Alessandra quem confirmou primeiro as mortes do marido e do amigo da família, Bruno, com quem Dom já havia feito viagens para conhecer os povos isolados da floresta. Ele era colaborador do jornal The Guardian, com sede em Londres, e de outras publicações britânicas e norte-americanas.

Ela recebeu de amigos indígenas fotos da área onde os corpos foram encontrados, já esquartejados, e reconheceu pertences pessoais. Após depoimentos e perícias que duraram seis dias, a Polícia Federal informou que a dupla foi morta a tiros.

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Alessandra, viúva de Dom Phillips, em imagem do velório do jornalista em Niterói. Foto: Pedro Kirilos/Estadão

Num primeiro momento, os investigadores disseram não acreditar na existência de mandante dos crimes, mas recuaram após revelações sobre antecedentes criminais do homem que confessou os disparos, Amarildo, conhecido como Pelado. Ele foi preso inicialmente por porte ilegal de armas, mas era conhecido por trabalhar como pescador de espécies exportadas ilegalmente para o Peru e Colômbia, entre outros países.

Quem é Amarildo, o Pelado

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Em reportagem especial publicada no último sábado pelo Estadão, Leonêncio Nossa revelou que Amarildo Costa de Oliveira, o pescador “Pelado”, integrou uma equipe de 35 indígenas e ribeirinhos que há 20 anos, em junho de 2002, foi chefiada pelo sertanista Sydney Possuelo em expedição para combater invasões no território demarcado. Na época, Pelado tinha 21 anos e, nas palavras de Possuelo “era trabalhador e estava sempre sorrindo nos momentos de descanso”. Foi a última grande expedição indigenista na Amazônia.

Em primeiro plano, o pescador Amarildo Oliveira Costa, o Pelado. Ao fundo, o sertanista Sydney Possuelo. Vale do Javari, 2002.  Foto: Sydney Possuelo/Acervo pessoal

Pelado morava na comunidade São Gabriel antes de ser preso. Lá e em outras comunidades ribeirinhas, muitos jovens passaram a trabalhar para um homem conhecido como “Colômbia”, que controla a venda de pescados clandestinos. Ele é procurado pela polícia.

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Além de Amarildo, estão presos no Amazonas um irmão dele, Oseney da Costa de Oliveira, e outro morador da região, Jeferson da Silva Lima. Em São Paulo, um quarto suspeito de envolvimento nos crimes, Gabriel Pereira Dantas, se entregou à polícia em 23 de junho afirmando que esteve na lancha usada por Amarildo no dia do assassinato de Bruno e Dom.

As mortes do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips completam um mês nesta terça-feira, 5 de julho. O brasileiro e o britânico faziam expedição por comunidades indígenas do oeste do Amazonas quando foram assassinados a tiros, de acordo com a Polícia Federal. Dos presos até o momento, um pescador confessou ter atirado contra os dois enquanto eles atravessavam um dos rios da região, conhecida pelo tráfico internacional de armas, drogas, pescado ilegal e outros crimes.

Bruno e Dom desapareceram na manhã de 5 de junho, um domingo, ao atravessar em embarcação própria uma das áreas monitoradas pela Univaja (União dos Povos Indígenas do Vale do Javari), com sede em Atalaia do Norte (AM). Dez dias depois, em 15 de junho, a entidade divulgou nota na qual agradece à Equipe de Vigilância da entidade, ao batalhão da Polícia Militar de Tabatinga, município próximo, à imprensa nacional e internacional, e ressalta que “o caso não terminou”.

O texto cita as etnias que habitam a Terra Indígena Vale do Javari, área demarcada em 2000 e homologada em 2001 pelo governo federal, quando Fernando Henrique Cardoso (PSDB) ainda era presidente do País.

Bruno Pereira e Dom Phillips em ilustração sobre fotos recentes. Foto: Arte DiVasca para o Estadão

Quem eram Bruno e Dom

Bruno Pereira, um dos maiores especialistas do Brasil em povos isolados do extremo oeste da Floresta Amazônica, falava ao menos quatro das várias línguas locais. No velório dele, natural de Recife (PE), representantes de etnias indígenas que moram no Nordeste brasileiro fizeram homenagem antes da cerimônia de cremação, na região metropolitana da capital. As imagens foram divulgadas internacionalmente.

Indígenas da etnia Xukuru fizeram homenagem no velório de Bruno Pereira, morto na Amazônia durante expedição com Dom Phillips. Foto: Larissa Brainer

Dom Phillips, inglês que morava em Salvador (BA) com a esposa, Alessandra Sampaio, foi cremado em Niterói (RJ) após homenagens de familiares e amigos britânicos e brasileiros. O casal vivia antes no Rio, onde ele fez aulas de stand-up paddle (modalidade de remo em pé). Foi Alessandra quem confirmou primeiro as mortes do marido e do amigo da família, Bruno, com quem Dom já havia feito viagens para conhecer os povos isolados da floresta. Ele era colaborador do jornal The Guardian, com sede em Londres, e de outras publicações britânicas e norte-americanas.

Ela recebeu de amigos indígenas fotos da área onde os corpos foram encontrados, já esquartejados, e reconheceu pertences pessoais. Após depoimentos e perícias que duraram seis dias, a Polícia Federal informou que a dupla foi morta a tiros.

Alessandra, viúva de Dom Phillips, em imagem do velório do jornalista em Niterói. Foto: Pedro Kirilos/Estadão

Num primeiro momento, os investigadores disseram não acreditar na existência de mandante dos crimes, mas recuaram após revelações sobre antecedentes criminais do homem que confessou os disparos, Amarildo, conhecido como Pelado. Ele foi preso inicialmente por porte ilegal de armas, mas era conhecido por trabalhar como pescador de espécies exportadas ilegalmente para o Peru e Colômbia, entre outros países.

Quem é Amarildo, o Pelado

Em reportagem especial publicada no último sábado pelo Estadão, Leonêncio Nossa revelou que Amarildo Costa de Oliveira, o pescador “Pelado”, integrou uma equipe de 35 indígenas e ribeirinhos que há 20 anos, em junho de 2002, foi chefiada pelo sertanista Sydney Possuelo em expedição para combater invasões no território demarcado. Na época, Pelado tinha 21 anos e, nas palavras de Possuelo “era trabalhador e estava sempre sorrindo nos momentos de descanso”. Foi a última grande expedição indigenista na Amazônia.

Em primeiro plano, o pescador Amarildo Oliveira Costa, o Pelado. Ao fundo, o sertanista Sydney Possuelo. Vale do Javari, 2002.  Foto: Sydney Possuelo/Acervo pessoal

Pelado morava na comunidade São Gabriel antes de ser preso. Lá e em outras comunidades ribeirinhas, muitos jovens passaram a trabalhar para um homem conhecido como “Colômbia”, que controla a venda de pescados clandestinos. Ele é procurado pela polícia.

Além de Amarildo, estão presos no Amazonas um irmão dele, Oseney da Costa de Oliveira, e outro morador da região, Jeferson da Silva Lima. Em São Paulo, um quarto suspeito de envolvimento nos crimes, Gabriel Pereira Dantas, se entregou à polícia em 23 de junho afirmando que esteve na lancha usada por Amarildo no dia do assassinato de Bruno e Dom.

As mortes do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips completam um mês nesta terça-feira, 5 de julho. O brasileiro e o britânico faziam expedição por comunidades indígenas do oeste do Amazonas quando foram assassinados a tiros, de acordo com a Polícia Federal. Dos presos até o momento, um pescador confessou ter atirado contra os dois enquanto eles atravessavam um dos rios da região, conhecida pelo tráfico internacional de armas, drogas, pescado ilegal e outros crimes.

Bruno e Dom desapareceram na manhã de 5 de junho, um domingo, ao atravessar em embarcação própria uma das áreas monitoradas pela Univaja (União dos Povos Indígenas do Vale do Javari), com sede em Atalaia do Norte (AM). Dez dias depois, em 15 de junho, a entidade divulgou nota na qual agradece à Equipe de Vigilância da entidade, ao batalhão da Polícia Militar de Tabatinga, município próximo, à imprensa nacional e internacional, e ressalta que “o caso não terminou”.

O texto cita as etnias que habitam a Terra Indígena Vale do Javari, área demarcada em 2000 e homologada em 2001 pelo governo federal, quando Fernando Henrique Cardoso (PSDB) ainda era presidente do País.

Bruno Pereira e Dom Phillips em ilustração sobre fotos recentes. Foto: Arte DiVasca para o Estadão

Quem eram Bruno e Dom

Bruno Pereira, um dos maiores especialistas do Brasil em povos isolados do extremo oeste da Floresta Amazônica, falava ao menos quatro das várias línguas locais. No velório dele, natural de Recife (PE), representantes de etnias indígenas que moram no Nordeste brasileiro fizeram homenagem antes da cerimônia de cremação, na região metropolitana da capital. As imagens foram divulgadas internacionalmente.

Indígenas da etnia Xukuru fizeram homenagem no velório de Bruno Pereira, morto na Amazônia durante expedição com Dom Phillips. Foto: Larissa Brainer

Dom Phillips, inglês que morava em Salvador (BA) com a esposa, Alessandra Sampaio, foi cremado em Niterói (RJ) após homenagens de familiares e amigos britânicos e brasileiros. O casal vivia antes no Rio, onde ele fez aulas de stand-up paddle (modalidade de remo em pé). Foi Alessandra quem confirmou primeiro as mortes do marido e do amigo da família, Bruno, com quem Dom já havia feito viagens para conhecer os povos isolados da floresta. Ele era colaborador do jornal The Guardian, com sede em Londres, e de outras publicações britânicas e norte-americanas.

Ela recebeu de amigos indígenas fotos da área onde os corpos foram encontrados, já esquartejados, e reconheceu pertences pessoais. Após depoimentos e perícias que duraram seis dias, a Polícia Federal informou que a dupla foi morta a tiros.

Alessandra, viúva de Dom Phillips, em imagem do velório do jornalista em Niterói. Foto: Pedro Kirilos/Estadão

Num primeiro momento, os investigadores disseram não acreditar na existência de mandante dos crimes, mas recuaram após revelações sobre antecedentes criminais do homem que confessou os disparos, Amarildo, conhecido como Pelado. Ele foi preso inicialmente por porte ilegal de armas, mas era conhecido por trabalhar como pescador de espécies exportadas ilegalmente para o Peru e Colômbia, entre outros países.

Quem é Amarildo, o Pelado

Em reportagem especial publicada no último sábado pelo Estadão, Leonêncio Nossa revelou que Amarildo Costa de Oliveira, o pescador “Pelado”, integrou uma equipe de 35 indígenas e ribeirinhos que há 20 anos, em junho de 2002, foi chefiada pelo sertanista Sydney Possuelo em expedição para combater invasões no território demarcado. Na época, Pelado tinha 21 anos e, nas palavras de Possuelo “era trabalhador e estava sempre sorrindo nos momentos de descanso”. Foi a última grande expedição indigenista na Amazônia.

Em primeiro plano, o pescador Amarildo Oliveira Costa, o Pelado. Ao fundo, o sertanista Sydney Possuelo. Vale do Javari, 2002.  Foto: Sydney Possuelo/Acervo pessoal

Pelado morava na comunidade São Gabriel antes de ser preso. Lá e em outras comunidades ribeirinhas, muitos jovens passaram a trabalhar para um homem conhecido como “Colômbia”, que controla a venda de pescados clandestinos. Ele é procurado pela polícia.

Além de Amarildo, estão presos no Amazonas um irmão dele, Oseney da Costa de Oliveira, e outro morador da região, Jeferson da Silva Lima. Em São Paulo, um quarto suspeito de envolvimento nos crimes, Gabriel Pereira Dantas, se entregou à polícia em 23 de junho afirmando que esteve na lancha usada por Amarildo no dia do assassinato de Bruno e Dom.

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