Assassinato por discussão partidária vira marca de campanha eleitoral; leia análise


Monitoramento de crimes políticos feito pelo Estadão contabiliza 45 homicídios por motivações políticas este ano

Por Leonencio Nossa
Atualização:

BRASÍLIA - Nem a faca nem a violência são novidades nas campanhas eleitorais. O que antes era caso isolado e agora começa a se consolidar como uma marca de eleições presidenciais é a discussão partidária terminar em morte. Neste ano, o País já contabiliza 45 homicídios por motivações políticas. O Monitoramento de Crimes Políticos do Estadão mostra que cinco destas ocorrências foram registradas em situação de acirramento de ânimos e intolerância ideológica.

Em pouco mais de um mês do início da campanha, o número de assassinatos por discussão política entre eleitores e agentes públicos é quase o mesmo da soma das demais disputas presidenciais do período democrático – de 1989 a 2018 foram sete casos de homicídios desse tipo.

Rafael Silva Oliveira, 22 anos, bolsonarista que matou Benedito Cardoso dos Santos, apoiador do ex-presidente Lula (PT). Foto: Reprodução/Estadão
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Antes, essas mortes ocorriam com mais frequência em disputas municipais. Ainda assim, as eleições paroquiais pelo comando de prefeituras e vagas de vereador registraram 40 casos em mais de quatro décadas de redemocratização. A maior parte dessas mortes, 23, ocorreu na eleição municipal de 2020, a primeira realizada na Era Jair Bolsonaro.

Historicamente, o número de mortes por discussões partidárias sempre expôs um país violento, mas quase que desaparece quando se computa um total de 2.019 assassinatos por motivações políticas de 1979 até hoje. No Brasil, os homicídios por motivações políticas sempre estiveram mais associados a crimes de mando, mortes entre grupos liderados por chefes políticos do interior e assassinatos premeditados para eliminar o adversário do poder.

No feriado de 7 de setembro, o assassinato do trabalhador rural Benedito Cardoso dos Santos, de 44 anos, simpatizante do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que recebeu 17 facadas do colega Rafael Silva de Oliveira, 22, eleitor do presidente Jair Bolsonaro (PL), indica que a campanha presidencial pode se aproximar dos anos mais violentos de briga pela Presidência da República.

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Escalada histórica

A disputa de 2022 já é a quarta mais violenta no atual período democrático, ultrapassando a de 1989 (23 homicídios), 1994 (17), 2002 (43), 2006 (25) e 2014 (20). Com apenas um mês de disputa oficial, a eleição deste ano segue tendência de aproximar ou mesmo ultrapassar os registros das campanhas de maior incidência de homicídios no setor. Em 2010 foram registrados 73 assassinatos, em 2018, 71, e em 1998, 57.

Uma análise histórica indica a probabilidade do Brasil ter um dos anos mais violentos de campanha presidencial. A maior incidência de assassinatos ocorre no período que começa 20 dias antes da votação em primeiro turno e 20 depois da votação no segundo turno. Ou seja: o período mais crítico neste ano começa no dia 12 de setembro.

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O Monitoramento de Crimes Políticos do Estadão é feito desde 2013. O levantamento inclui assassinatos ocorridos na política desde 28 de agosto de 1979, data da Lei da Anistia, marco do período da redemocratização. O levantamento exclui casos de crimes passionais, conflitos de trânsito e limitados à criminalidade em geral, sem conotações políticas.

BRASÍLIA - Nem a faca nem a violência são novidades nas campanhas eleitorais. O que antes era caso isolado e agora começa a se consolidar como uma marca de eleições presidenciais é a discussão partidária terminar em morte. Neste ano, o País já contabiliza 45 homicídios por motivações políticas. O Monitoramento de Crimes Políticos do Estadão mostra que cinco destas ocorrências foram registradas em situação de acirramento de ânimos e intolerância ideológica.

Em pouco mais de um mês do início da campanha, o número de assassinatos por discussão política entre eleitores e agentes públicos é quase o mesmo da soma das demais disputas presidenciais do período democrático – de 1989 a 2018 foram sete casos de homicídios desse tipo.

Rafael Silva Oliveira, 22 anos, bolsonarista que matou Benedito Cardoso dos Santos, apoiador do ex-presidente Lula (PT). Foto: Reprodução/Estadão

Antes, essas mortes ocorriam com mais frequência em disputas municipais. Ainda assim, as eleições paroquiais pelo comando de prefeituras e vagas de vereador registraram 40 casos em mais de quatro décadas de redemocratização. A maior parte dessas mortes, 23, ocorreu na eleição municipal de 2020, a primeira realizada na Era Jair Bolsonaro.

Historicamente, o número de mortes por discussões partidárias sempre expôs um país violento, mas quase que desaparece quando se computa um total de 2.019 assassinatos por motivações políticas de 1979 até hoje. No Brasil, os homicídios por motivações políticas sempre estiveram mais associados a crimes de mando, mortes entre grupos liderados por chefes políticos do interior e assassinatos premeditados para eliminar o adversário do poder.

No feriado de 7 de setembro, o assassinato do trabalhador rural Benedito Cardoso dos Santos, de 44 anos, simpatizante do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que recebeu 17 facadas do colega Rafael Silva de Oliveira, 22, eleitor do presidente Jair Bolsonaro (PL), indica que a campanha presidencial pode se aproximar dos anos mais violentos de briga pela Presidência da República.

Escalada histórica

A disputa de 2022 já é a quarta mais violenta no atual período democrático, ultrapassando a de 1989 (23 homicídios), 1994 (17), 2002 (43), 2006 (25) e 2014 (20). Com apenas um mês de disputa oficial, a eleição deste ano segue tendência de aproximar ou mesmo ultrapassar os registros das campanhas de maior incidência de homicídios no setor. Em 2010 foram registrados 73 assassinatos, em 2018, 71, e em 1998, 57.

Uma análise histórica indica a probabilidade do Brasil ter um dos anos mais violentos de campanha presidencial. A maior incidência de assassinatos ocorre no período que começa 20 dias antes da votação em primeiro turno e 20 depois da votação no segundo turno. Ou seja: o período mais crítico neste ano começa no dia 12 de setembro.

O Monitoramento de Crimes Políticos do Estadão é feito desde 2013. O levantamento inclui assassinatos ocorridos na política desde 28 de agosto de 1979, data da Lei da Anistia, marco do período da redemocratização. O levantamento exclui casos de crimes passionais, conflitos de trânsito e limitados à criminalidade em geral, sem conotações políticas.

BRASÍLIA - Nem a faca nem a violência são novidades nas campanhas eleitorais. O que antes era caso isolado e agora começa a se consolidar como uma marca de eleições presidenciais é a discussão partidária terminar em morte. Neste ano, o País já contabiliza 45 homicídios por motivações políticas. O Monitoramento de Crimes Políticos do Estadão mostra que cinco destas ocorrências foram registradas em situação de acirramento de ânimos e intolerância ideológica.

Em pouco mais de um mês do início da campanha, o número de assassinatos por discussão política entre eleitores e agentes públicos é quase o mesmo da soma das demais disputas presidenciais do período democrático – de 1989 a 2018 foram sete casos de homicídios desse tipo.

Rafael Silva Oliveira, 22 anos, bolsonarista que matou Benedito Cardoso dos Santos, apoiador do ex-presidente Lula (PT). Foto: Reprodução/Estadão

Antes, essas mortes ocorriam com mais frequência em disputas municipais. Ainda assim, as eleições paroquiais pelo comando de prefeituras e vagas de vereador registraram 40 casos em mais de quatro décadas de redemocratização. A maior parte dessas mortes, 23, ocorreu na eleição municipal de 2020, a primeira realizada na Era Jair Bolsonaro.

Historicamente, o número de mortes por discussões partidárias sempre expôs um país violento, mas quase que desaparece quando se computa um total de 2.019 assassinatos por motivações políticas de 1979 até hoje. No Brasil, os homicídios por motivações políticas sempre estiveram mais associados a crimes de mando, mortes entre grupos liderados por chefes políticos do interior e assassinatos premeditados para eliminar o adversário do poder.

No feriado de 7 de setembro, o assassinato do trabalhador rural Benedito Cardoso dos Santos, de 44 anos, simpatizante do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que recebeu 17 facadas do colega Rafael Silva de Oliveira, 22, eleitor do presidente Jair Bolsonaro (PL), indica que a campanha presidencial pode se aproximar dos anos mais violentos de briga pela Presidência da República.

Escalada histórica

A disputa de 2022 já é a quarta mais violenta no atual período democrático, ultrapassando a de 1989 (23 homicídios), 1994 (17), 2002 (43), 2006 (25) e 2014 (20). Com apenas um mês de disputa oficial, a eleição deste ano segue tendência de aproximar ou mesmo ultrapassar os registros das campanhas de maior incidência de homicídios no setor. Em 2010 foram registrados 73 assassinatos, em 2018, 71, e em 1998, 57.

Uma análise histórica indica a probabilidade do Brasil ter um dos anos mais violentos de campanha presidencial. A maior incidência de assassinatos ocorre no período que começa 20 dias antes da votação em primeiro turno e 20 depois da votação no segundo turno. Ou seja: o período mais crítico neste ano começa no dia 12 de setembro.

O Monitoramento de Crimes Políticos do Estadão é feito desde 2013. O levantamento inclui assassinatos ocorridos na política desde 28 de agosto de 1979, data da Lei da Anistia, marco do período da redemocratização. O levantamento exclui casos de crimes passionais, conflitos de trânsito e limitados à criminalidade em geral, sem conotações políticas.

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