Assessor de Dilma na web diz que mentiras mancharam campanha


Segundo Marcelo Branco, excesso de 'boatos' sobre a candidata petista foram ponto negativo da disputa travada na internet.

Por Fabrícia Peixoto

O coordenador de internet da campanha de Dilma Rousseff (PT), Marcelo Branco, diz que o peso da internet está sendo "a grande novidade" desta eleição, com milhões de eleitores "podendo se expressar" pelos canais virtuais. Mas segundo ele, o excesso de "boatos" e de "informações falsas" sobre a candidata petista "mancharam" o processo democrático, sobretudo no 1º turno. "Não posso deixar de registrar um repúdio a esse tipo de atitude, porque isso não é campanha política. Isso é bandidagem", diz. "São apoiadores do Serra em sua maioria, uma campanha que baseou toda a sua estratégia na disseminação de boatos e mentiras. Essa parte foi muito negativa para a eleição no Brasil", acrescenta. BBC Brasil - Você tem uma avaliação extremamente positiva do uso da internet nesta campanha, mas o debate de temas importantes parece ter ficado em segundo plano... Qual foi o principal ganho, então? Marcelo Branco - Eu sempre disse que a internet poderia ter um peso decisivo nessa eleição e acho que isso se confirma. O peso e o papel que a internet está tendo nestas eleições no Brasil talvez seja a grande novidade em termos de espaço e de formação de opinião. Até as últimas eleições, só os candidatos podiam ter seu espaço, seu site, seu blog, de forma oficial. O cidadão não podia ter espaço apoiando candidaturas porque isso era proibido. Em cima disso, nossa estratégia toda no primeiro turno foi não só centrar a campanha da Dilma em cima do espaço oficial dela, mas principalmente estender esse apoio à Dilma às centenas de blogs que já se movimentavam na blogosfera, de apoio a ela. Fizemos uma campanha descentralizada, valorizando essas centenas de milhares de apoios espontâneos que tinham surgido na rede. Criou-se um bloco formador de opinião que ajudou a influir, sem dúvidas, na decisão do eleitorado. BBC Brasil - Mas os próprios aliados da candidata, que apostavam em uma vitória já no primeiro turno, apontaram a internet como um dos vilões da perda de votos, em função de supostos boatos sobre a Dilma... Branco - No primeiro turno, tivemos uma estratégia que a gente vai manter, porque ela foi validada pela Dilma e pela coordenação da campanha, que foi exatamente a de estimular a cobertura colaborativa. Nossa campanha foi no positivo durante todo o primeiro turno. Nossa avaliação, da campanha, é de que nós tivemos um ponto fraco, que a gente está tentando resolver nesse segundo turno, que foi em relação aos e-mails. Nas redes sociais nós fomos muito bem, mas a avaliação nossa é de que a gente não conseguiu responder na velocidade necessária aos ataques que vieram pelas correntes de e-mail. Principalmente ataques difamatórios, fraudulentos, com depoimentos da Dilma que não eram verdade. O que é grave nisso tudo é um processo de uma campanha política que tem como objetivo a difamação, a mentira, a calúnia. Isso manchou o processo democrático nesse primeiro turno. A gente pode fazer uma análise de tudo que a internet trouxe de positivo para democratizar a informação, só que essa parte... Não posso deixar de registrar um repúdio a esse tipo de atitude porque isso não é campanha política. Isso é bandidagem. BBC Brasil - Você diz que a campanha abriu espaço para esses milhões de pessoas que estão podendo se expressar politicamente na internet. Mas isso também não acarreta alguns excessos? Branco - Esse foi o ponto negativo. Esses e-mails agressivos, mas também fraudulentos, isso é algo inaceitável na democracia. Merece o repúdio. Agora, tecnicamente não há como controlar. Isso é como spam, não é só nas eleições. São apoiadores do Serra em sua maioria, uma campanha que baseou toda a sua estratégia na disseminação de boatos e mentiras. Isso não é o debate político. Concordo que essa parte foi muito negativa para a eleição no Brasil. BBC Brasil - Conseguimos chegar pelo menos perto do que foi a campanha do Obama à Presidência dos Estados Unidos, que se tornou caso mundial de uso da internet em uma eleição? Branco - O resultado do primeiro turno mostra isso, que a internet foi muito mais importante do que se imaginava. Se você for ver o peso que as campanhas deram para isso e comparando com as outras mídias, há um consenso de que a internet teve um peso e de que foi a grande novidade. A campanha do Obama teve pontos extremamente positivos nesse sentido, mais fortes, mas essa mobilização diária, que tivemos aqui, acho que fomos até melhores. Temos comunidade no Orkut com 120 mil pessoas. Aqui o protagonista foi o cidadão. A campanha do Obama na internet foi mais centralizada nele, com ele falando para os eleitores via internet. Aqui foram os próprios eleitores que fizeram o debate. A internet tá tendo papel decisivo, e acho que a gente vai ter um grande "case". BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

O coordenador de internet da campanha de Dilma Rousseff (PT), Marcelo Branco, diz que o peso da internet está sendo "a grande novidade" desta eleição, com milhões de eleitores "podendo se expressar" pelos canais virtuais. Mas segundo ele, o excesso de "boatos" e de "informações falsas" sobre a candidata petista "mancharam" o processo democrático, sobretudo no 1º turno. "Não posso deixar de registrar um repúdio a esse tipo de atitude, porque isso não é campanha política. Isso é bandidagem", diz. "São apoiadores do Serra em sua maioria, uma campanha que baseou toda a sua estratégia na disseminação de boatos e mentiras. Essa parte foi muito negativa para a eleição no Brasil", acrescenta. BBC Brasil - Você tem uma avaliação extremamente positiva do uso da internet nesta campanha, mas o debate de temas importantes parece ter ficado em segundo plano... Qual foi o principal ganho, então? Marcelo Branco - Eu sempre disse que a internet poderia ter um peso decisivo nessa eleição e acho que isso se confirma. O peso e o papel que a internet está tendo nestas eleições no Brasil talvez seja a grande novidade em termos de espaço e de formação de opinião. Até as últimas eleições, só os candidatos podiam ter seu espaço, seu site, seu blog, de forma oficial. O cidadão não podia ter espaço apoiando candidaturas porque isso era proibido. Em cima disso, nossa estratégia toda no primeiro turno foi não só centrar a campanha da Dilma em cima do espaço oficial dela, mas principalmente estender esse apoio à Dilma às centenas de blogs que já se movimentavam na blogosfera, de apoio a ela. Fizemos uma campanha descentralizada, valorizando essas centenas de milhares de apoios espontâneos que tinham surgido na rede. Criou-se um bloco formador de opinião que ajudou a influir, sem dúvidas, na decisão do eleitorado. BBC Brasil - Mas os próprios aliados da candidata, que apostavam em uma vitória já no primeiro turno, apontaram a internet como um dos vilões da perda de votos, em função de supostos boatos sobre a Dilma... Branco - No primeiro turno, tivemos uma estratégia que a gente vai manter, porque ela foi validada pela Dilma e pela coordenação da campanha, que foi exatamente a de estimular a cobertura colaborativa. Nossa campanha foi no positivo durante todo o primeiro turno. Nossa avaliação, da campanha, é de que nós tivemos um ponto fraco, que a gente está tentando resolver nesse segundo turno, que foi em relação aos e-mails. Nas redes sociais nós fomos muito bem, mas a avaliação nossa é de que a gente não conseguiu responder na velocidade necessária aos ataques que vieram pelas correntes de e-mail. Principalmente ataques difamatórios, fraudulentos, com depoimentos da Dilma que não eram verdade. O que é grave nisso tudo é um processo de uma campanha política que tem como objetivo a difamação, a mentira, a calúnia. Isso manchou o processo democrático nesse primeiro turno. A gente pode fazer uma análise de tudo que a internet trouxe de positivo para democratizar a informação, só que essa parte... Não posso deixar de registrar um repúdio a esse tipo de atitude porque isso não é campanha política. Isso é bandidagem. BBC Brasil - Você diz que a campanha abriu espaço para esses milhões de pessoas que estão podendo se expressar politicamente na internet. Mas isso também não acarreta alguns excessos? Branco - Esse foi o ponto negativo. Esses e-mails agressivos, mas também fraudulentos, isso é algo inaceitável na democracia. Merece o repúdio. Agora, tecnicamente não há como controlar. Isso é como spam, não é só nas eleições. São apoiadores do Serra em sua maioria, uma campanha que baseou toda a sua estratégia na disseminação de boatos e mentiras. Isso não é o debate político. Concordo que essa parte foi muito negativa para a eleição no Brasil. BBC Brasil - Conseguimos chegar pelo menos perto do que foi a campanha do Obama à Presidência dos Estados Unidos, que se tornou caso mundial de uso da internet em uma eleição? Branco - O resultado do primeiro turno mostra isso, que a internet foi muito mais importante do que se imaginava. Se você for ver o peso que as campanhas deram para isso e comparando com as outras mídias, há um consenso de que a internet teve um peso e de que foi a grande novidade. A campanha do Obama teve pontos extremamente positivos nesse sentido, mais fortes, mas essa mobilização diária, que tivemos aqui, acho que fomos até melhores. Temos comunidade no Orkut com 120 mil pessoas. Aqui o protagonista foi o cidadão. A campanha do Obama na internet foi mais centralizada nele, com ele falando para os eleitores via internet. Aqui foram os próprios eleitores que fizeram o debate. A internet tá tendo papel decisivo, e acho que a gente vai ter um grande "case". BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

O coordenador de internet da campanha de Dilma Rousseff (PT), Marcelo Branco, diz que o peso da internet está sendo "a grande novidade" desta eleição, com milhões de eleitores "podendo se expressar" pelos canais virtuais. Mas segundo ele, o excesso de "boatos" e de "informações falsas" sobre a candidata petista "mancharam" o processo democrático, sobretudo no 1º turno. "Não posso deixar de registrar um repúdio a esse tipo de atitude, porque isso não é campanha política. Isso é bandidagem", diz. "São apoiadores do Serra em sua maioria, uma campanha que baseou toda a sua estratégia na disseminação de boatos e mentiras. Essa parte foi muito negativa para a eleição no Brasil", acrescenta. BBC Brasil - Você tem uma avaliação extremamente positiva do uso da internet nesta campanha, mas o debate de temas importantes parece ter ficado em segundo plano... Qual foi o principal ganho, então? Marcelo Branco - Eu sempre disse que a internet poderia ter um peso decisivo nessa eleição e acho que isso se confirma. O peso e o papel que a internet está tendo nestas eleições no Brasil talvez seja a grande novidade em termos de espaço e de formação de opinião. Até as últimas eleições, só os candidatos podiam ter seu espaço, seu site, seu blog, de forma oficial. O cidadão não podia ter espaço apoiando candidaturas porque isso era proibido. Em cima disso, nossa estratégia toda no primeiro turno foi não só centrar a campanha da Dilma em cima do espaço oficial dela, mas principalmente estender esse apoio à Dilma às centenas de blogs que já se movimentavam na blogosfera, de apoio a ela. Fizemos uma campanha descentralizada, valorizando essas centenas de milhares de apoios espontâneos que tinham surgido na rede. Criou-se um bloco formador de opinião que ajudou a influir, sem dúvidas, na decisão do eleitorado. BBC Brasil - Mas os próprios aliados da candidata, que apostavam em uma vitória já no primeiro turno, apontaram a internet como um dos vilões da perda de votos, em função de supostos boatos sobre a Dilma... Branco - No primeiro turno, tivemos uma estratégia que a gente vai manter, porque ela foi validada pela Dilma e pela coordenação da campanha, que foi exatamente a de estimular a cobertura colaborativa. Nossa campanha foi no positivo durante todo o primeiro turno. Nossa avaliação, da campanha, é de que nós tivemos um ponto fraco, que a gente está tentando resolver nesse segundo turno, que foi em relação aos e-mails. Nas redes sociais nós fomos muito bem, mas a avaliação nossa é de que a gente não conseguiu responder na velocidade necessária aos ataques que vieram pelas correntes de e-mail. Principalmente ataques difamatórios, fraudulentos, com depoimentos da Dilma que não eram verdade. O que é grave nisso tudo é um processo de uma campanha política que tem como objetivo a difamação, a mentira, a calúnia. Isso manchou o processo democrático nesse primeiro turno. A gente pode fazer uma análise de tudo que a internet trouxe de positivo para democratizar a informação, só que essa parte... Não posso deixar de registrar um repúdio a esse tipo de atitude porque isso não é campanha política. Isso é bandidagem. BBC Brasil - Você diz que a campanha abriu espaço para esses milhões de pessoas que estão podendo se expressar politicamente na internet. Mas isso também não acarreta alguns excessos? Branco - Esse foi o ponto negativo. Esses e-mails agressivos, mas também fraudulentos, isso é algo inaceitável na democracia. Merece o repúdio. Agora, tecnicamente não há como controlar. Isso é como spam, não é só nas eleições. São apoiadores do Serra em sua maioria, uma campanha que baseou toda a sua estratégia na disseminação de boatos e mentiras. Isso não é o debate político. Concordo que essa parte foi muito negativa para a eleição no Brasil. BBC Brasil - Conseguimos chegar pelo menos perto do que foi a campanha do Obama à Presidência dos Estados Unidos, que se tornou caso mundial de uso da internet em uma eleição? Branco - O resultado do primeiro turno mostra isso, que a internet foi muito mais importante do que se imaginava. Se você for ver o peso que as campanhas deram para isso e comparando com as outras mídias, há um consenso de que a internet teve um peso e de que foi a grande novidade. A campanha do Obama teve pontos extremamente positivos nesse sentido, mais fortes, mas essa mobilização diária, que tivemos aqui, acho que fomos até melhores. Temos comunidade no Orkut com 120 mil pessoas. Aqui o protagonista foi o cidadão. A campanha do Obama na internet foi mais centralizada nele, com ele falando para os eleitores via internet. Aqui foram os próprios eleitores que fizeram o debate. A internet tá tendo papel decisivo, e acho que a gente vai ter um grande "case". BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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