A carta em defesa da Justiça Eleitoral e da democracia organizada pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo já tem mais de 300 mil signatários. Quando lançado, no fim da tarde de terça-feira, 26, o texto tinha apoio de 3 mil pessoas. Além da alta quantidade de acessos (sete milhões até o momento), o site onde a carta está disponibilizada também enfrenta ataques de hackers. Foram contabilizadas mais de 2.400 tentativas de derrubar o portal até agora.
Os organizadores também têm recebido xingamentos através da plataforma e pessoas que tentam se passar por outras. Há uma equipe trabalhando na segurança e tecnologia do portal, para manter a estabilidade de acesso. Também é feita a checagem de CPF com bases de dados da Receita Federal para confirmar a identidade dos signatários e descartar casos de duplicidade.
A maioria parte dos acessos ao portal veio do Brasil (6,2 milhões). Os acessos de fora do País vieram, em ordem crescente, de Estados Unidos, Portugal, Reino Unido e Alemanha.
Além dessa carta, outro manifesto está sendo preparado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), intitulado “Em Defesa da Democracia e da Justiça”, e faz parte de um dos atos organizados para ocorrer no dia 11 de agosto, na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo.
Na quarta-feira, 27, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) informou que vai participar deste manifesto, que deve ser publicado nos principais jornais do País, com assinatura de entidades da sociedade civil. Há expectativa de que a Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústria de Base (Abdib) também assine o texto. A ideia é unir forças em um mesmo movimento. O manifesto em defesa dos tribunais superiores e da Justiça Eleitoral se antecipa aos atos de 7 de Setembro, que estão sendo organizados por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL).
No manifesto disponível para assinatura do público em geral estão petistas, tucanos, procuradores que trabalharam na Lava Jato, o advogado que ajudava a campanha do ex-juiz Sérgio Moro, ex-ministros de FHC, Lula, Dilma e Temer, empresários, economistas liberais, subprocuradores-gerais da República, membros do Ministério Público Federal, uma ex-assessora de Paulo Guedes e João Doria, a coordenadora de programa de Simone Tebet (MDB) e uma série de outras personalidades. O manifesto foi criado na Faculdade de Direito da USP.
Entre banqueiros e empresários estão Roberto Setubal, Candido Bracher e Pedro Moreira Salles, do Itaú Unibanco, Pedro Passos e Guilherme Leal, da Natura, Walter Schalka, da Suzano, Eduardo Vassimon (Votorantim) e Horácio Lafer Piva (Klabin).