Atacar autonomia do BC para baixar juros é ‘jogo tolo’, diz ex-secretário do Tesouro dos EUA


Declaração do economista Larry Summers ocorre em meio às críticas de Lula, integrantes do governo e do PT à atuação do Banco Central brasileiro

Por Davi Medeiros e Aline Bronzati
Atualização:

SÃO PAULO E NOVA YORK - O ex-secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Larry Summers, criticou, nesta sexta-feira, 31, governantes que atacam a independência dos bancos centrais de seus países. Segundo ele, bater nessas instituições buscando redução da taxa de juros é um “jogo de tolos”. A declaração foi feita durante o evento Brazil Conference, que ocorre na Universidade de Harvard, em Boston, nos Estados Unidos, em um painel que tratava sobre os desafios para o desenvolvimento econômico da América Latina. Organizado pela comunidade brasileira de estudantes em Boston, o evento tem parceria do Estadão, que faz a cobertura e a transmissão dos painéis.

O economista norte-americano afirmou que o sucesso de uma economia pode ser aferido pela sua capacidade de evitar mudanças bruscas nos preços ao consumidor. “A melhor forma que encontramos para manter os preços estáveis, e que são uma espécie de âncora, são os bancos centrais independentes e as formas como eles funcionam, capazes de isolar a si mesmos”, afirmou. Summers completou dizendo que persuadir políticos para atacar os bancos centrais independentes é um “jogo de tolos”. “Os bancos não ouvem, então você não consegue abaixar a taxa de juros, mas o mercado ouve.”

As falas do ex-tesoureiro americano ocorrem em meio aos ataques do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de integrantes do governo e do PT em relação à independência do Banco Central (BC) brasileiro e também aos elevados juros praticados no Brasil. Summers criticou a postura, mas não citou diretamente a gestão petista.

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Summers fez ainda um paralelo entre os eventos antidemocráticos que ocorreram em Brasília, no dia 8 de janeiro, e no Capitólio, nos Estados Unidos, ressaltando a importância dos desafios à democracia. “Não acho que seja preciso muita imaginação das ciências sociais para ver paralelos importantes entre o que acontece no meu país e o que acontece no seu”, disse, acrescentando que a capacidade do governo em administrar desafios da democracia será “imensamente importante”.

O ex-secretário do Tesouro dos Estados Unidos chamou atenção para o cenário de inflação elevada, que atinge também a América Latina, da qual o Brasil é a maior economia, e preocupações globais como as mudanças climáticas e riscos geopolíticos. “Existe o fluxo de preocupação com a inflação e o desafio de restaurar a estabilidade de preços, que é um tanto perene na América Latina”, avaliou.

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Ele enfatizou a importância do desempenho do Brasil para a América Latina, bem como a influência do país em questões globais nos próximos anos. “O Brasil assume grande importância como a maior e mais influente nação na região”, concluiu.

Dificuldades para os governos

No mesmo evento, o ex-presidente do Banco Central e atual presidente do Banco Interamericano do Desenvolvimento (BID), Ilan Goldfajn, afirmou que restrições fiscais são importantes para controlar a inflação no pós-pandemia, mas ponderou que elas dificultam que o governo entregue os benefícios que a população demanda na área social, como redução das desigualdades e melhorias no acesso à saúde e educação.

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“O governo não tem os recursos necessários para satisfazer essas demandas que a sociedade está pedindo, e está perdendo a paciência pedindo, porque os recursos que eles têm normalmente são limitados e a região enfrenta restrições fiscais”, afirmou.

Segundo Goldfajn, o atual cenário externo, considerando a guerra na Ucrânia e o choque da pandemia, faz com que o problema da inflação seja mundial, o que eleva as taxas de juros. “Os bancos centrais estão reagindo à inflação alta e, portanto, a gente tem hoje no mundo taxas de juros mais altas”, disse.

Na quinta-feira, 30, o governo Lula apresentou a nova regra fiscal que deve substituir a lei do teto de gastos. A equipe econômica espera que o novo arcabouço crie condições para o controle da inflação e, consequentemente, a redução dos juros.

SÃO PAULO E NOVA YORK - O ex-secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Larry Summers, criticou, nesta sexta-feira, 31, governantes que atacam a independência dos bancos centrais de seus países. Segundo ele, bater nessas instituições buscando redução da taxa de juros é um “jogo de tolos”. A declaração foi feita durante o evento Brazil Conference, que ocorre na Universidade de Harvard, em Boston, nos Estados Unidos, em um painel que tratava sobre os desafios para o desenvolvimento econômico da América Latina. Organizado pela comunidade brasileira de estudantes em Boston, o evento tem parceria do Estadão, que faz a cobertura e a transmissão dos painéis.

O economista norte-americano afirmou que o sucesso de uma economia pode ser aferido pela sua capacidade de evitar mudanças bruscas nos preços ao consumidor. “A melhor forma que encontramos para manter os preços estáveis, e que são uma espécie de âncora, são os bancos centrais independentes e as formas como eles funcionam, capazes de isolar a si mesmos”, afirmou. Summers completou dizendo que persuadir políticos para atacar os bancos centrais independentes é um “jogo de tolos”. “Os bancos não ouvem, então você não consegue abaixar a taxa de juros, mas o mercado ouve.”

As falas do ex-tesoureiro americano ocorrem em meio aos ataques do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de integrantes do governo e do PT em relação à independência do Banco Central (BC) brasileiro e também aos elevados juros praticados no Brasil. Summers criticou a postura, mas não citou diretamente a gestão petista.

Summers fez ainda um paralelo entre os eventos antidemocráticos que ocorreram em Brasília, no dia 8 de janeiro, e no Capitólio, nos Estados Unidos, ressaltando a importância dos desafios à democracia. “Não acho que seja preciso muita imaginação das ciências sociais para ver paralelos importantes entre o que acontece no meu país e o que acontece no seu”, disse, acrescentando que a capacidade do governo em administrar desafios da democracia será “imensamente importante”.

O ex-secretário do Tesouro dos Estados Unidos chamou atenção para o cenário de inflação elevada, que atinge também a América Latina, da qual o Brasil é a maior economia, e preocupações globais como as mudanças climáticas e riscos geopolíticos. “Existe o fluxo de preocupação com a inflação e o desafio de restaurar a estabilidade de preços, que é um tanto perene na América Latina”, avaliou.

Ele enfatizou a importância do desempenho do Brasil para a América Latina, bem como a influência do país em questões globais nos próximos anos. “O Brasil assume grande importância como a maior e mais influente nação na região”, concluiu.

Dificuldades para os governos

No mesmo evento, o ex-presidente do Banco Central e atual presidente do Banco Interamericano do Desenvolvimento (BID), Ilan Goldfajn, afirmou que restrições fiscais são importantes para controlar a inflação no pós-pandemia, mas ponderou que elas dificultam que o governo entregue os benefícios que a população demanda na área social, como redução das desigualdades e melhorias no acesso à saúde e educação.

“O governo não tem os recursos necessários para satisfazer essas demandas que a sociedade está pedindo, e está perdendo a paciência pedindo, porque os recursos que eles têm normalmente são limitados e a região enfrenta restrições fiscais”, afirmou.

Segundo Goldfajn, o atual cenário externo, considerando a guerra na Ucrânia e o choque da pandemia, faz com que o problema da inflação seja mundial, o que eleva as taxas de juros. “Os bancos centrais estão reagindo à inflação alta e, portanto, a gente tem hoje no mundo taxas de juros mais altas”, disse.

Na quinta-feira, 30, o governo Lula apresentou a nova regra fiscal que deve substituir a lei do teto de gastos. A equipe econômica espera que o novo arcabouço crie condições para o controle da inflação e, consequentemente, a redução dos juros.

SÃO PAULO E NOVA YORK - O ex-secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Larry Summers, criticou, nesta sexta-feira, 31, governantes que atacam a independência dos bancos centrais de seus países. Segundo ele, bater nessas instituições buscando redução da taxa de juros é um “jogo de tolos”. A declaração foi feita durante o evento Brazil Conference, que ocorre na Universidade de Harvard, em Boston, nos Estados Unidos, em um painel que tratava sobre os desafios para o desenvolvimento econômico da América Latina. Organizado pela comunidade brasileira de estudantes em Boston, o evento tem parceria do Estadão, que faz a cobertura e a transmissão dos painéis.

O economista norte-americano afirmou que o sucesso de uma economia pode ser aferido pela sua capacidade de evitar mudanças bruscas nos preços ao consumidor. “A melhor forma que encontramos para manter os preços estáveis, e que são uma espécie de âncora, são os bancos centrais independentes e as formas como eles funcionam, capazes de isolar a si mesmos”, afirmou. Summers completou dizendo que persuadir políticos para atacar os bancos centrais independentes é um “jogo de tolos”. “Os bancos não ouvem, então você não consegue abaixar a taxa de juros, mas o mercado ouve.”

As falas do ex-tesoureiro americano ocorrem em meio aos ataques do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de integrantes do governo e do PT em relação à independência do Banco Central (BC) brasileiro e também aos elevados juros praticados no Brasil. Summers criticou a postura, mas não citou diretamente a gestão petista.

Summers fez ainda um paralelo entre os eventos antidemocráticos que ocorreram em Brasília, no dia 8 de janeiro, e no Capitólio, nos Estados Unidos, ressaltando a importância dos desafios à democracia. “Não acho que seja preciso muita imaginação das ciências sociais para ver paralelos importantes entre o que acontece no meu país e o que acontece no seu”, disse, acrescentando que a capacidade do governo em administrar desafios da democracia será “imensamente importante”.

O ex-secretário do Tesouro dos Estados Unidos chamou atenção para o cenário de inflação elevada, que atinge também a América Latina, da qual o Brasil é a maior economia, e preocupações globais como as mudanças climáticas e riscos geopolíticos. “Existe o fluxo de preocupação com a inflação e o desafio de restaurar a estabilidade de preços, que é um tanto perene na América Latina”, avaliou.

Ele enfatizou a importância do desempenho do Brasil para a América Latina, bem como a influência do país em questões globais nos próximos anos. “O Brasil assume grande importância como a maior e mais influente nação na região”, concluiu.

Dificuldades para os governos

No mesmo evento, o ex-presidente do Banco Central e atual presidente do Banco Interamericano do Desenvolvimento (BID), Ilan Goldfajn, afirmou que restrições fiscais são importantes para controlar a inflação no pós-pandemia, mas ponderou que elas dificultam que o governo entregue os benefícios que a população demanda na área social, como redução das desigualdades e melhorias no acesso à saúde e educação.

“O governo não tem os recursos necessários para satisfazer essas demandas que a sociedade está pedindo, e está perdendo a paciência pedindo, porque os recursos que eles têm normalmente são limitados e a região enfrenta restrições fiscais”, afirmou.

Segundo Goldfajn, o atual cenário externo, considerando a guerra na Ucrânia e o choque da pandemia, faz com que o problema da inflação seja mundial, o que eleva as taxas de juros. “Os bancos centrais estão reagindo à inflação alta e, portanto, a gente tem hoje no mundo taxas de juros mais altas”, disse.

Na quinta-feira, 30, o governo Lula apresentou a nova regra fiscal que deve substituir a lei do teto de gastos. A equipe econômica espera que o novo arcabouço crie condições para o controle da inflação e, consequentemente, a redução dos juros.

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