Assustados, os baianos começaram a semana tentando voltar ao normal, mesmo com a greve da PM ainda em andamento, mas a maioria dos serviços como bancos, repartições públicas e parte das escolas não funcionou. A decisão do Sindicato dos Rodoviários, de recolher os ônibus do sistema de transporte às 17 horas, por falta de segurança para circular à noite, contribuiu para tornar a segunda-feira um dia de "meio feriado". Para completar a confusão na capital baiana, várias categorias (entre as quais professores do Estado e servidores judiciários) estão ou pretendem entrar em greve, como os três mil garis de empresas terceirizadas que fazem a limpeza da cidade, e que já pararam. Amanhã haverá uma reunião com representantes de todas as categorias de servidores públicos, para decidir uma possível paralisação geral. A reivindicação é aumento salarial. A maioria das lojas abriu, apesar dos saques dos últimos dias. No inicio da manhã, uma tentativa de assalto a uma loja de móveis na Baixa dos Sapateiros levou tensão ao local, uma das áreas mais atacadas pelos saqueadores. Um grupo de assaltantes conseguiu penetrar na Milenium Móveis, mas como a loja é toda gradeada, os bandidos não conseguiram levar os móveis e, irritados, decidiram tocar fogo no local. Somente em móveis o prejuízo foi avaliado pelos donos em R$ 30 mil. Saques e assaltos continuam ocorrendo também na periferia e subúrbio ferroviário. Vândalos não pouparam nem uma creche no subúrbio de Plataforma, que foi arrombada e teve a despensa saqueada. O Hospital Geral do Estado registrou uma média de 300 atendimentos por dia desde a quinta-feira, o dobro do movimento normal. Mais de 100 pessoas deram entrada no hospital, feridas à bala, nos últimos dias. O número de carros roubados também bateu recorde na semana passada em Salvador: 120, uma média de 17 por dia, quando em dias normais, são levados, no máximo, sete.