Bastidores: auxiliares de Bolsonaro dizem que declaração de Barros não tem aval do governo


Ideia de plebiscito sobre nova Constituição não foi colocada em debate pelo presidente, afirmam

Por Jussara Soares

BRASÍLIA - OPalácio do Planalto reagiu com surpresa à declaração do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), que defendeu nesta segunda-feira, 26, um plebiscito para a população decidir sobre a elaboração de uma nova Constituição. Ministros, assessores e interlocutores do Executivo afirmaram que o tema, até agora, não foi colocado em debate pelo presidente Jair Bolsonaro.

Para estes auxiliares, que falaram em caráter reservado com o Estadão, a fala de Ricardo Barros deve ser entendida como um posicionamento de um parlamentar, mas não como uma voz do governo. A interlocutores, após a repercussão de sua declaração, Barros disse que jamais conversou sobre uma nova Constituição com Bolsonaro. O presidente ainda não se manifestou sobre o assunto.

O deputado Ricardo Barros, líder do governo na Câmara Foto: Marcello Casal Jr / Agência Brasil
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Mais cedo, Barros, em um evento chamado “Um dia pela democracia”, defendeu a realização de um plebiscito sob o argumento de que a Carta Magna transformou o Brasil em um “País ingovernável”. Barros citou como exemplo o Chile, que foi às urnas no domingo, 25, e definiu que uma nova Assembleia Constituinte deverá ser eleita para a criação de uma nova constituição do país. “Eu pessoalmente defendo nova assembleia nacional constituinte, acho que devemos fazer um plebiscito, como fez o Chile, para que possamos refazer a Carta Magna e escrever muitas vezes nela a palavra deveres, porque a nossa carta só tem direitos e é preciso que o cidadão tenha deveres com a Nação”, disse Barros.

Barros disse ainda que na Constituição de 1988“o poder fiscalizador ficou muito maior que os demais” e, por isso, seria necessário também “equilibrar os Poderes” no País. O deputado, que é alvo de investigações do Ministério Público Federal, diz que é preciso punir quem apresentar denúncias sem prova.

O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, criticou a ideia do plebiscito sem citar diretamente o líder do governo. “Tenho visto gente no Brasil tentando pegar carona no plebiscito chileno para reabrir o debate sobre uma nova Constituição por aqui. Estudar um pouco de história e entender a transição democrática deles e a nossa seria útil. Só para começar”, escreveu.

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O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), rebateu as declarações de Barros.  "A situação do Chile é completamente diferente da do Brasil. Aqui, o marco final do nosso processo de redemocratização foi a aprovação da nossa constituição em 1988. No Chile, deixaram está ferida aberta até hoje", disse ele ao Broadcast Político/Estadão.

BRASÍLIA - OPalácio do Planalto reagiu com surpresa à declaração do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), que defendeu nesta segunda-feira, 26, um plebiscito para a população decidir sobre a elaboração de uma nova Constituição. Ministros, assessores e interlocutores do Executivo afirmaram que o tema, até agora, não foi colocado em debate pelo presidente Jair Bolsonaro.

Para estes auxiliares, que falaram em caráter reservado com o Estadão, a fala de Ricardo Barros deve ser entendida como um posicionamento de um parlamentar, mas não como uma voz do governo. A interlocutores, após a repercussão de sua declaração, Barros disse que jamais conversou sobre uma nova Constituição com Bolsonaro. O presidente ainda não se manifestou sobre o assunto.

O deputado Ricardo Barros, líder do governo na Câmara Foto: Marcello Casal Jr / Agência Brasil

Mais cedo, Barros, em um evento chamado “Um dia pela democracia”, defendeu a realização de um plebiscito sob o argumento de que a Carta Magna transformou o Brasil em um “País ingovernável”. Barros citou como exemplo o Chile, que foi às urnas no domingo, 25, e definiu que uma nova Assembleia Constituinte deverá ser eleita para a criação de uma nova constituição do país. “Eu pessoalmente defendo nova assembleia nacional constituinte, acho que devemos fazer um plebiscito, como fez o Chile, para que possamos refazer a Carta Magna e escrever muitas vezes nela a palavra deveres, porque a nossa carta só tem direitos e é preciso que o cidadão tenha deveres com a Nação”, disse Barros.

Barros disse ainda que na Constituição de 1988“o poder fiscalizador ficou muito maior que os demais” e, por isso, seria necessário também “equilibrar os Poderes” no País. O deputado, que é alvo de investigações do Ministério Público Federal, diz que é preciso punir quem apresentar denúncias sem prova.

O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, criticou a ideia do plebiscito sem citar diretamente o líder do governo. “Tenho visto gente no Brasil tentando pegar carona no plebiscito chileno para reabrir o debate sobre uma nova Constituição por aqui. Estudar um pouco de história e entender a transição democrática deles e a nossa seria útil. Só para começar”, escreveu.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), rebateu as declarações de Barros.  "A situação do Chile é completamente diferente da do Brasil. Aqui, o marco final do nosso processo de redemocratização foi a aprovação da nossa constituição em 1988. No Chile, deixaram está ferida aberta até hoje", disse ele ao Broadcast Político/Estadão.

BRASÍLIA - OPalácio do Planalto reagiu com surpresa à declaração do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), que defendeu nesta segunda-feira, 26, um plebiscito para a população decidir sobre a elaboração de uma nova Constituição. Ministros, assessores e interlocutores do Executivo afirmaram que o tema, até agora, não foi colocado em debate pelo presidente Jair Bolsonaro.

Para estes auxiliares, que falaram em caráter reservado com o Estadão, a fala de Ricardo Barros deve ser entendida como um posicionamento de um parlamentar, mas não como uma voz do governo. A interlocutores, após a repercussão de sua declaração, Barros disse que jamais conversou sobre uma nova Constituição com Bolsonaro. O presidente ainda não se manifestou sobre o assunto.

O deputado Ricardo Barros, líder do governo na Câmara Foto: Marcello Casal Jr / Agência Brasil

Mais cedo, Barros, em um evento chamado “Um dia pela democracia”, defendeu a realização de um plebiscito sob o argumento de que a Carta Magna transformou o Brasil em um “País ingovernável”. Barros citou como exemplo o Chile, que foi às urnas no domingo, 25, e definiu que uma nova Assembleia Constituinte deverá ser eleita para a criação de uma nova constituição do país. “Eu pessoalmente defendo nova assembleia nacional constituinte, acho que devemos fazer um plebiscito, como fez o Chile, para que possamos refazer a Carta Magna e escrever muitas vezes nela a palavra deveres, porque a nossa carta só tem direitos e é preciso que o cidadão tenha deveres com a Nação”, disse Barros.

Barros disse ainda que na Constituição de 1988“o poder fiscalizador ficou muito maior que os demais” e, por isso, seria necessário também “equilibrar os Poderes” no País. O deputado, que é alvo de investigações do Ministério Público Federal, diz que é preciso punir quem apresentar denúncias sem prova.

O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, criticou a ideia do plebiscito sem citar diretamente o líder do governo. “Tenho visto gente no Brasil tentando pegar carona no plebiscito chileno para reabrir o debate sobre uma nova Constituição por aqui. Estudar um pouco de história e entender a transição democrática deles e a nossa seria útil. Só para começar”, escreveu.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), rebateu as declarações de Barros.  "A situação do Chile é completamente diferente da do Brasil. Aqui, o marco final do nosso processo de redemocratização foi a aprovação da nossa constituição em 1988. No Chile, deixaram está ferida aberta até hoje", disse ele ao Broadcast Político/Estadão.

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