O presidente do PT, Ricardo Berzoini (SP), negou ontem que recursos da Bancoop tenham financiado sua campanha a deputado federal em 1998, a campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Planalto em 2002 ou qualquer outra candidatura do Partido dos Trabalhadores. Segundo o deputado, o depoimento prestado por Hélio Malheiro à Justiça é mais uma peça de uma "operação político-eleitoral" montada com o objetivo de prejudicar o partido. "Essa informação é absolutamente mentirosa. Nunca entrou um centavo de recurso da Bancoop nas campanhas do PT", afirmou Berzoini, acrescentando que todas as verbas de sua campanha foram devidamente contabilizadas e declaradas à Justiça Eleitoral. "Isso é lamentável. É uma operação político-eleitoral para prejudicar o PT", emendou. Berzoini destacou que, enquanto esteve na diretoria da Bancoop, nunca tomou conhecimento de qualquer tipo de irregularidade na entidade. "A minha preocupação em ter uma cooperativa saudável era tão grande que fui diretor por muitos anos e nunca recebi um centavo de remuneração", disse o deputado. Segundo ele, a cooperativa teve seus balanços auditados sem que fossem apontadas irregularidades. Ainda de acordo com o parlamentar, a entidade tem conseguido vitórias na Justiça em ações apresentadas por cooperados insatisfeitos. Berzoini afirmou também que, quando disputou uma cadeira na Câmara em 1998, teve o cuidado de não participar de nenhuma assembléia da cooperativa, para não transformar a entidade em palanque eleitoral. O presidente do PT também negou ter encontrado o ex-presidente da Bancoop Luís Malheiro em 2003. Na versão de Hélio Malheiro, seu irmão teria procurado o então ministro da Previdência para pedir dinheiro para sanar as contas da cooperativa. "O Luís Malheiro nunca me relatou nenhuma dificuldade de caixa na cooperativa", afirmou o deputado. "É uma pena que ele não esteja vivo para relatar isso." Berzoini esclareceu que, desde que deixou a diretoria da Bancoop para se juntar ao governo, encontrou Luís Malheiro poucas vezes, sempre em atividades sociais e relacionadas à função de ministro.