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A complexidade da solidariedade


Por Carola Matarazzo e Marina Pechlivanis
Carola Matarazzo e Marina Pechlivanis. FOTOS: DIVULGAÇÃO  Foto: Estadão

Vivemos em mercados globais programados para a evolução. Mas este conceito, em sua essência, é paradoxal: crescer a qualquer preço, deliberar em interesse próprio, criar estruturas para benefício de poucos às custas da energia de muitos, destruir os recursos naturais, centralizar privilégios e acessos a uma minoria em detrimento de uma maioria que, por exemplo, passa fome e não tem acesso a educação de qualidade é, em alguma medida, sinônimo de nossa evolução como humanidade?

A evolução, em seu sentido realmente complexo, deveria prever a integração de tudo e de todos estimulando o aprimoramento coletivo para uma sobrevivência mais equilibrada em todas as instâncias da sociedade. De nada adianta promovermos a "comunidade global conectada em rede" se isso é apenas uma figura de linguagem, bem distante da realidade de um país onde ainda falta o básico como o acesso a rede de esgoto, que dirá o acesso à internet? Sim: quase 35 milhões de pessoas no Brasil vivem sem água tratada e cerca de 100 milhões não têm acesso à coleta de esgoto. Sem contar a pobreza, a desigualdade social e a insegurança alimentar, entre outros sérios desafios econômicos e sociais agravado pela pandemia.

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Para promover mudanças e uma transformação social consistente, precisamos realinhar relações, funções, incentivos e motivações implícitas a um equilíbrio mais eficiente sob a ótica social, para que os impactos gerados sejam melhorias notáveis e permanentes na qualidade de vida de milhões de brasileiros. Precisamos incluir em nossas atitudes gestos colaborativos e construtivos como gentileza, generosidade, solidariedade, sustentabilidade, diversidade, respeito e cidadania. Precisamos de estratégias interconectadas que sejam bem fundamentadas, porém descomplicadas e práticas, para facilitar o entendimento, o compartilhamento e a implementação. E que sejam também legitimadas, testadas e aferíveis, para garantir a sua expansão.

Aos poucos, em tempos de valorização de conceitos como o ESG, trazendo para a pauta dos negócios a consciência sobre vulnerabilidades sociais como falta de equidade social, desequilíbrios no acesso a oportunidades e desafios ambientais, as competências sociotransformacionais podem fazer a diferença. Como? A partir de cada um de nós, elos desta imensa teia de interconexões, potencializando uma sociedade civil fortalecida, organizada e que trabalha complementarmente às políticas públicas com a responsabilidade e o dever de lutar por assegurar os direitos básicos para todos ao nosso redor.

Não adianta assistir, reclamar e achar que o problema não é seu ou que você não pode fazer nada. Mais cedo ou mais tarde, sentiremos o impacto daquilo que fizemos ou deixamos de fazer.

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No fim das contas, tudo é solidário. Se você tem o senso da complexidade, você tem o senso da solidariedade. Além disso, você tem o caráter multidimensional de toda a realidade.Edgar Morin

Tudo está ligado a tudo: somos todos interligados e interdependentes.

E você, está ligado nisso?

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*Marina Pechlivanis é autora dos livros Gestão Sistêmica para um Mundo Complexo e Economia das Dádivas, sócia-fundadora da Umbigo do Mundo e idealizadora da primeira plataforma brasileira de Educação para Gentileza e Generosidade

*Carola Matarazzo é diretora executiva do Movimento Bem Maior

Carola Matarazzo e Marina Pechlivanis. FOTOS: DIVULGAÇÃO  Foto: Estadão

Vivemos em mercados globais programados para a evolução. Mas este conceito, em sua essência, é paradoxal: crescer a qualquer preço, deliberar em interesse próprio, criar estruturas para benefício de poucos às custas da energia de muitos, destruir os recursos naturais, centralizar privilégios e acessos a uma minoria em detrimento de uma maioria que, por exemplo, passa fome e não tem acesso a educação de qualidade é, em alguma medida, sinônimo de nossa evolução como humanidade?

A evolução, em seu sentido realmente complexo, deveria prever a integração de tudo e de todos estimulando o aprimoramento coletivo para uma sobrevivência mais equilibrada em todas as instâncias da sociedade. De nada adianta promovermos a "comunidade global conectada em rede" se isso é apenas uma figura de linguagem, bem distante da realidade de um país onde ainda falta o básico como o acesso a rede de esgoto, que dirá o acesso à internet? Sim: quase 35 milhões de pessoas no Brasil vivem sem água tratada e cerca de 100 milhões não têm acesso à coleta de esgoto. Sem contar a pobreza, a desigualdade social e a insegurança alimentar, entre outros sérios desafios econômicos e sociais agravado pela pandemia.

Para promover mudanças e uma transformação social consistente, precisamos realinhar relações, funções, incentivos e motivações implícitas a um equilíbrio mais eficiente sob a ótica social, para que os impactos gerados sejam melhorias notáveis e permanentes na qualidade de vida de milhões de brasileiros. Precisamos incluir em nossas atitudes gestos colaborativos e construtivos como gentileza, generosidade, solidariedade, sustentabilidade, diversidade, respeito e cidadania. Precisamos de estratégias interconectadas que sejam bem fundamentadas, porém descomplicadas e práticas, para facilitar o entendimento, o compartilhamento e a implementação. E que sejam também legitimadas, testadas e aferíveis, para garantir a sua expansão.

Aos poucos, em tempos de valorização de conceitos como o ESG, trazendo para a pauta dos negócios a consciência sobre vulnerabilidades sociais como falta de equidade social, desequilíbrios no acesso a oportunidades e desafios ambientais, as competências sociotransformacionais podem fazer a diferença. Como? A partir de cada um de nós, elos desta imensa teia de interconexões, potencializando uma sociedade civil fortalecida, organizada e que trabalha complementarmente às políticas públicas com a responsabilidade e o dever de lutar por assegurar os direitos básicos para todos ao nosso redor.

Não adianta assistir, reclamar e achar que o problema não é seu ou que você não pode fazer nada. Mais cedo ou mais tarde, sentiremos o impacto daquilo que fizemos ou deixamos de fazer.

No fim das contas, tudo é solidário. Se você tem o senso da complexidade, você tem o senso da solidariedade. Além disso, você tem o caráter multidimensional de toda a realidade.Edgar Morin

Tudo está ligado a tudo: somos todos interligados e interdependentes.

E você, está ligado nisso?

*Marina Pechlivanis é autora dos livros Gestão Sistêmica para um Mundo Complexo e Economia das Dádivas, sócia-fundadora da Umbigo do Mundo e idealizadora da primeira plataforma brasileira de Educação para Gentileza e Generosidade

*Carola Matarazzo é diretora executiva do Movimento Bem Maior

Carola Matarazzo e Marina Pechlivanis. FOTOS: DIVULGAÇÃO  Foto: Estadão

Vivemos em mercados globais programados para a evolução. Mas este conceito, em sua essência, é paradoxal: crescer a qualquer preço, deliberar em interesse próprio, criar estruturas para benefício de poucos às custas da energia de muitos, destruir os recursos naturais, centralizar privilégios e acessos a uma minoria em detrimento de uma maioria que, por exemplo, passa fome e não tem acesso a educação de qualidade é, em alguma medida, sinônimo de nossa evolução como humanidade?

A evolução, em seu sentido realmente complexo, deveria prever a integração de tudo e de todos estimulando o aprimoramento coletivo para uma sobrevivência mais equilibrada em todas as instâncias da sociedade. De nada adianta promovermos a "comunidade global conectada em rede" se isso é apenas uma figura de linguagem, bem distante da realidade de um país onde ainda falta o básico como o acesso a rede de esgoto, que dirá o acesso à internet? Sim: quase 35 milhões de pessoas no Brasil vivem sem água tratada e cerca de 100 milhões não têm acesso à coleta de esgoto. Sem contar a pobreza, a desigualdade social e a insegurança alimentar, entre outros sérios desafios econômicos e sociais agravado pela pandemia.

Para promover mudanças e uma transformação social consistente, precisamos realinhar relações, funções, incentivos e motivações implícitas a um equilíbrio mais eficiente sob a ótica social, para que os impactos gerados sejam melhorias notáveis e permanentes na qualidade de vida de milhões de brasileiros. Precisamos incluir em nossas atitudes gestos colaborativos e construtivos como gentileza, generosidade, solidariedade, sustentabilidade, diversidade, respeito e cidadania. Precisamos de estratégias interconectadas que sejam bem fundamentadas, porém descomplicadas e práticas, para facilitar o entendimento, o compartilhamento e a implementação. E que sejam também legitimadas, testadas e aferíveis, para garantir a sua expansão.

Aos poucos, em tempos de valorização de conceitos como o ESG, trazendo para a pauta dos negócios a consciência sobre vulnerabilidades sociais como falta de equidade social, desequilíbrios no acesso a oportunidades e desafios ambientais, as competências sociotransformacionais podem fazer a diferença. Como? A partir de cada um de nós, elos desta imensa teia de interconexões, potencializando uma sociedade civil fortalecida, organizada e que trabalha complementarmente às políticas públicas com a responsabilidade e o dever de lutar por assegurar os direitos básicos para todos ao nosso redor.

Não adianta assistir, reclamar e achar que o problema não é seu ou que você não pode fazer nada. Mais cedo ou mais tarde, sentiremos o impacto daquilo que fizemos ou deixamos de fazer.

No fim das contas, tudo é solidário. Se você tem o senso da complexidade, você tem o senso da solidariedade. Além disso, você tem o caráter multidimensional de toda a realidade.Edgar Morin

Tudo está ligado a tudo: somos todos interligados e interdependentes.

E você, está ligado nisso?

*Marina Pechlivanis é autora dos livros Gestão Sistêmica para um Mundo Complexo e Economia das Dádivas, sócia-fundadora da Umbigo do Mundo e idealizadora da primeira plataforma brasileira de Educação para Gentileza e Generosidade

*Carola Matarazzo é diretora executiva do Movimento Bem Maior

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