Em memorial ao Órgão Especial do Tribunal de Justiça de São Paulo, a Procuradoria-Geral de Justiça apresentou relatórios que dão conta de uma explosão na entrada e saída de dinheiro vivo nas contas de Jeter Rodrigues Pereira e José Merivaldo dos Santos, ex-assessores do deputado estadual denunciados, ao lado dele, pela Máfia da Merenda.
Capez foi denunciado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Na primeira sessão de julgamento, o relator do caso o inocentou. O colegiado é formado por 25 desembargadores. O julgamento deve ser retomado nesta quarta-feira, 9.
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Ex-presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo e procurador do Ministério Público paulista, Capez é o principal alvo da Alba Branca, deflagrada a partir do município de Bebedouro, interior do Estado.
As investigações dão conta de um salto nos depósitos e saques em espécie nas contas de antigos aliados e assessores do tucano - Jeter Rodrigues Pereira e José Merivaldo dos Santos. O rastreamento da Procuradoria aponta movimentações bancárias atípicas nos períodos posteriores aos supostos repasses de um lobista, Marcel Ferreira Júlio, por meio de contratos simulados de consultoria.
Em 2014, apenas R$ 2,6 mil em dinheiro vivo entraram na conta de Jeter. No ano seguinte, o valor subiu para R$ 34 mil. Os saques em 2014 foram de R$ 17 mil. Em 2015, foram R$ 68 mil sacados em dinheiro vivo.
Merivaldo, por sua vez, fez depósitos de R$ 3 mil em espécie em 2014. Em 2015, o valor de R$ 122 mil em espécie entrou na conta do assessor, em dinheiro vivo. Os gastos também cresceram. Em 2014, ele fez pagamentos de R$ 151 mil. Já em 2015, o valor subiu para R$ 518 mil.
Um gráfico revela que, entre abril de 2015 e janeiro de 2016, data da deflagração da Alba Branca, houve meses em que, ao passo em que menos de R$ 10 mil de salário eram debitados na conta de Merivaldo, proventos extra-salário chegavam a mais de R$ 50 mil.
Já Jeter chama atenção pelas despesas bem acima de seus vencimentos, especialmente entre os meses entre outubro de 2014 e janeiro de 2015.
COM A PALAVRA, O CRIMINALISTA ALBERTO ZACHARIAS TORON, QUE DEFENDE CAPEZ
"O certo é que nenhuma prova detectou qualquer movimentação atípica nas contas do deputado e nem qualquer conversa com o delator Marcel Ferreira Júlio. No mais, as palavras do delator, além de desconfirmadas por todas as outras testemunhas, foi objeto de retratação."
"Portanto, não há prova para o recebimento da denúncia contra o deputado Fernando Capez."