O que o empresário Joesley Batista mais temia aconteceu. Na noite de domingo, 10, para segunda-feira, 11, o bilionário passou, na Superintendência da Polícia Federal em São Paulo a primeira das quatro noites que tem pela frente no xadrez.
Em áudio que pode levar à rescisão de sua delação premiada, Joesley repetia ao executivo Ricardo Saud que eles não seriam presos. "Nenhuma chance, zero", dizia ao colega, entre goles e barulho de gelo batendo no copo. "Vamos fazer de tudo, menos ser preso."
Não deu certo. O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), ordenou a prisão temporária - cinco dias - de Joesley e Saud por suspeita de violação da delação premiada, após solicitação do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
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A carceragem da PF, onde também costumam ficar presos estrangeiros, tem dois corredores laterais. No meio, as celas. Lá dentro, entre domingo e segunda, esteve Joesley.
A cadeia da PF não tem janelas. As celas ficam uma do lado da outra, com duas camas e uma mesa de concreto, um cano com água fria e um buraco no chão - o boi.
Dia seguinte. A segunda noite de Joesley na cadeia também será em um prédio sede da Superintendência da PF, só que desta vez em Brasília, para onde foi levado na tarde da segunda, 11.
O empresário deixou a sede da PF em São Paulo, pela manhã, com um terço preso entre as mãos. Vestia camisa branca, calça jeans e tinha um semblante carregado quando entrou no camburão federal que o levou ao Aeroporto de Congonhas. Ali, o aguardava o famoso jato da PF.
Em uma hora e meia de viagem ele chegou ao seu novo endereço, uma cela de 9 m² com vaso sanitário de chão e um cano por onde jorra água gelada.