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Abin paralela era célula de contrainteligência clandestina no governo Bolsonaro, diz PF


Polícia Federal acredita que aliados do ex-presidente na Agência Brasileira de Inteligência faziam parte de ‘organização criminosa’ mais ampla

Por Rayssa Motta e Fausto Macedo
Atualização:

A Polícia Federal (PF) acredita que aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) infiltrados na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) faziam parte de um grupo mais amplo responsável por uma espécie de serviço clandestino de “contrainteligência”.

“A organização criminosa identificada na Abin era, potencialmente, uma das células de organização criminosa de maior amplitude, cuja tarefa primordial era realizar a ‘contrainteligência’ de Estado”, afirma o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), relator do caso, na decisão que autorizou novas buscas nesta segunda-feira, 29, na investigação.

Bolsonaro nega a existência do que os investigadores vêm chamando de “Abin paralela”.

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Os investigadores afirmam ter encontrado indícios de que, além da espionagem ilegal de desafetos e adversários políticos, os sistemas de inteligência do Estado podem ter sido usados para conseguir informações sobre investigações sigilosas da Polícia Federal.

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Abin está no centro da investigação da Polícia Federal sobre um possível esquema de espionagem ilegal. Foto: WILTON JUNIOR

Uma conversa recuperada pela PF no celular do deputado Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin, mostra que uma assessora do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos) pediu informações sobre inquéritos de interesse da família Bolsonaro. A servidora diz a uma auxiliar de Ramagem que precisa “muito de uma ajuda”, informa o número das investigações e acrescenta que elas envolveriam o “PR (presidente da República) e 3 filhos”.

Para a PF, as mensagens confirmam que aliados de Bolsonaro tinham acesso direito ao ex-diretor da Abin e usavam o canal para conseguir informações sigilosas e sobre “ações não totalmente esclarecidas”.

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A Procuradoria-Geral da República (PGR) sinalizou que outros episódios de interferência na Abin ocorreram enquanto Alexandre Ramagem esteve à frente da agência.

“A interferência sobre procedimentos não seria acontecimento avulso no período”, afirmou o procurador-geral da República, Paulo Gustavo Gonet, em parecer enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF).

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Um dossiê com dados de inquéritos eleitorais em tramitação na PF no Rio teria sido impresso em fevereiro de 2020, ano de eleições municipais, por Ramagem. O documento é outro indício mencionado pela Polícia Federal ao pedir autorização do STF para deflagrar a nova fase ostensiva da investigação, desta vez com buscas em endereços ligados a Carlos Bolsonaro. O filho do ex-presidente ainda não se manifestou sobre a ação.

O vereador teria feito parte do “núcleo político” do grupo que teria se instalado na Abin no governo Bolsonaro. A PF chama os investigados de “organização criminosa” e vê indícios de espionagem ilegal e aparelhamento dos sistemas de inteligência.

A Polícia Federal (PF) acredita que aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) infiltrados na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) faziam parte de um grupo mais amplo responsável por uma espécie de serviço clandestino de “contrainteligência”.

“A organização criminosa identificada na Abin era, potencialmente, uma das células de organização criminosa de maior amplitude, cuja tarefa primordial era realizar a ‘contrainteligência’ de Estado”, afirma o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), relator do caso, na decisão que autorizou novas buscas nesta segunda-feira, 29, na investigação.

Bolsonaro nega a existência do que os investigadores vêm chamando de “Abin paralela”.

Os investigadores afirmam ter encontrado indícios de que, além da espionagem ilegal de desafetos e adversários políticos, os sistemas de inteligência do Estado podem ter sido usados para conseguir informações sobre investigações sigilosas da Polícia Federal.

Abin está no centro da investigação da Polícia Federal sobre um possível esquema de espionagem ilegal. Foto: WILTON JUNIOR

Uma conversa recuperada pela PF no celular do deputado Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin, mostra que uma assessora do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos) pediu informações sobre inquéritos de interesse da família Bolsonaro. A servidora diz a uma auxiliar de Ramagem que precisa “muito de uma ajuda”, informa o número das investigações e acrescenta que elas envolveriam o “PR (presidente da República) e 3 filhos”.

Para a PF, as mensagens confirmam que aliados de Bolsonaro tinham acesso direito ao ex-diretor da Abin e usavam o canal para conseguir informações sigilosas e sobre “ações não totalmente esclarecidas”.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) sinalizou que outros episódios de interferência na Abin ocorreram enquanto Alexandre Ramagem esteve à frente da agência.

“A interferência sobre procedimentos não seria acontecimento avulso no período”, afirmou o procurador-geral da República, Paulo Gustavo Gonet, em parecer enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Um dossiê com dados de inquéritos eleitorais em tramitação na PF no Rio teria sido impresso em fevereiro de 2020, ano de eleições municipais, por Ramagem. O documento é outro indício mencionado pela Polícia Federal ao pedir autorização do STF para deflagrar a nova fase ostensiva da investigação, desta vez com buscas em endereços ligados a Carlos Bolsonaro. O filho do ex-presidente ainda não se manifestou sobre a ação.

O vereador teria feito parte do “núcleo político” do grupo que teria se instalado na Abin no governo Bolsonaro. A PF chama os investigados de “organização criminosa” e vê indícios de espionagem ilegal e aparelhamento dos sistemas de inteligência.

A Polícia Federal (PF) acredita que aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) infiltrados na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) faziam parte de um grupo mais amplo responsável por uma espécie de serviço clandestino de “contrainteligência”.

“A organização criminosa identificada na Abin era, potencialmente, uma das células de organização criminosa de maior amplitude, cuja tarefa primordial era realizar a ‘contrainteligência’ de Estado”, afirma o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), relator do caso, na decisão que autorizou novas buscas nesta segunda-feira, 29, na investigação.

Bolsonaro nega a existência do que os investigadores vêm chamando de “Abin paralela”.

Os investigadores afirmam ter encontrado indícios de que, além da espionagem ilegal de desafetos e adversários políticos, os sistemas de inteligência do Estado podem ter sido usados para conseguir informações sobre investigações sigilosas da Polícia Federal.

Abin está no centro da investigação da Polícia Federal sobre um possível esquema de espionagem ilegal. Foto: WILTON JUNIOR

Uma conversa recuperada pela PF no celular do deputado Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin, mostra que uma assessora do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos) pediu informações sobre inquéritos de interesse da família Bolsonaro. A servidora diz a uma auxiliar de Ramagem que precisa “muito de uma ajuda”, informa o número das investigações e acrescenta que elas envolveriam o “PR (presidente da República) e 3 filhos”.

Para a PF, as mensagens confirmam que aliados de Bolsonaro tinham acesso direito ao ex-diretor da Abin e usavam o canal para conseguir informações sigilosas e sobre “ações não totalmente esclarecidas”.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) sinalizou que outros episódios de interferência na Abin ocorreram enquanto Alexandre Ramagem esteve à frente da agência.

“A interferência sobre procedimentos não seria acontecimento avulso no período”, afirmou o procurador-geral da República, Paulo Gustavo Gonet, em parecer enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Um dossiê com dados de inquéritos eleitorais em tramitação na PF no Rio teria sido impresso em fevereiro de 2020, ano de eleições municipais, por Ramagem. O documento é outro indício mencionado pela Polícia Federal ao pedir autorização do STF para deflagrar a nova fase ostensiva da investigação, desta vez com buscas em endereços ligados a Carlos Bolsonaro. O filho do ex-presidente ainda não se manifestou sobre a ação.

O vereador teria feito parte do “núcleo político” do grupo que teria se instalado na Abin no governo Bolsonaro. A PF chama os investigados de “organização criminosa” e vê indícios de espionagem ilegal e aparelhamento dos sistemas de inteligência.

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