Se a quarta etapa da Operação Última Milha conseguiu mapear um novo núcleo da organização criminosa integrada pela ‘Abin paralela’, a Polícia Federal ainda quer avançar nas investigações sobre os “indícios veementes” que encontrou de crime de corrupção passiva. A suspeita dos investigadores é que o grupo visava não só vantagens políticas, mas também econômicas, via corrupção passiva. Ao requerer as diligências cumpridas nesta quinta-feira, 11, a corporação diz que os indícios serão tratados “no momento oportuno para a investigação”.
“A estrutura paralela executava ações clandestinas que garantiram vantagens, seja de ordem política, ao ponto de atribuir a policial federal cedido a “ação de inteligência” de “cuidar de rede social” seja de ordem econômica em razão dos indícios veementes de atos de corrupção passiva identificados”, registrou a PF.
A indicação ocorreu quando a Polícia Federal pediu ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a expedição de cinco ordens de prisão, cumpridas nesta quinta, 11.
Foram capturados:
- Marcelo Araújo Bormevet, agente da Polícia Federal que era chefe da Coordenação-geral de Credenciamento de Segurança e Análise de Segurança Corporativa da Abin;
- Giancarlo Gomes Rodrigues, militar do Exército que fazia parte do Centro de Inteligência Nacional (CIN) da Abin;
- Richards Pozzer, artista gráfico indiciado na CPI da Covid por suposta disseminação de desinformação;
- Mateus de Carvalho Spósito, ex-assessor da Coordenação-Geral de Conteúdo e Gestão de Canais da Secretaria de Comunicação Institucional;
- Rogério Beraldo de Almeida, que também propagaria fake news com base nas informações fornecidas pela ‘Abin Paralela’;
Os investigadores argumentaram que a liberdade de Giancarlo e de Bormevet, “responsáveis pela execução e ações clandestinas”, representava risco à investigação, considerando ações realizadas para “embaraçar todas as investigações sejam elas policiais, do Ministério Público e parlamento federal e benefício do núcleo-político”.
A PF diz que ainda não identificou todos os integrantes da organização criminosa. Também destacou a Moraes que as ações de desinformações promovidas pelo grupo seguem em andamento, inclusive por parte de foragidos da Justiça.