Acorrentado e algemado, o ex-governador do Rio Sérgio Cabral (MDB) foi levado ao Instituto Médico-Legal de Curitiba nesta sexta-feira, 19. O emedebista foi submetido a exames antes de ser transferido para o Complexo Médico-Penal, em Pinhais, na região metropolitana da capital paranaense.
Ao chegar ao IML, escoltando por agentes federais, o ex-governador se queixou. "O sr está me machucando."
Na quinta-feira, 18, os juízes federais Sérgio Moro, da 13.ª Vara Federal, em Curitiba, e Caroline Vieira Figueiredo, da 7.ª Vara Federal, do Rio, determinaram a remoção do ex-governador para o presídio no Paraná por causa de regalias na Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, no Rio, onde o emedebista estava custodiado. Sérgio Cabral chegou a Curitiba no fim do dia.
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Relatório do Ministério Público do Rio apontou luxos e muitas regalias na prisão em Benfica. A 11.ª Promotoria de Investigação Penal fiscalizou o local em 24 de novembro e destacou que na Galeria 'C', onde ainda estava preso Sérgio Cabral e onde estão outros alvos da Lava Jato havia 'linguiças fritas ainda quentes'. Os promotores encontraram 'alimentos in natura diversos de frutas, como queijos e frios, pó de café, chás e alimentos que necessitavam de preparo com calor dentro da cela'.
O Ministério Público do Rio ajuizou ação civil pública por improbidade administrativa contra o ex-governador, o secretário de administração penitenciária, o subsecretário de gestão penitenciária, os diretores e subdiretores de Bangu VIII e da Cadeia Pública de Benfica, unidades prisionais que abrigaram o emedebista, em razão do tratamento diferenciado.
Sérgio Cabral está condenado a 87 anos de prisão na Lava Jato. Deste total, 14 anos e dois meses de reclusão por corrupção e lavagem de dinheiro foram impostos pelo juiz Sérgio Moro.
O ex-governador foi alvo de dois mandados de prisão preventiva em novembro de 2016, um de Moro e outro do juiz federal Marcelo Bretas, da 7.ª Vara Federal, do Rio, que comanda a Lava Jato no Estado. Cabral já esteve custodiado em Curitiba por cerca de uma semana, em dezembro de 2016.
COM A PALAVRA, SÉRGIO CABRAL
O advogado Rodrigo Roca, que defende Sérgio Cabral, afirmou. "Sérgio Cabral está proibido de falar, com pés e mãos algemados. Esqueceram apenas de colocar o capuz e a corda. A defesa está indignada e estarrecida com tamanho espetáculo e crueldade."