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Adélio Bispo agiu sozinho, sem mandantes, conclui PF em relatório parcial de 2º inquérito


Documento subscrito pelo delegado Rodrigo Morais ainda pode sofrer alterações; acusado de esfaquear presidente na campanha de 2018 foi considerado inimputável

Por Leonardo Augusto
Policiais federais escoltam Adélio Bispo durante transferência para presídio de segurança máxima em Campo Grande (MS). Foto: Ricardo Moraes / Reuters

Um relatório parcial sobre o segundo inquérito aberto pela Polícia Federal para investigar o atentado a faca contra o então candidato à Presidência da República, Jair Bolsonaro, aponta que Adélio Bispo de Oliveira agiu sozinho, sem a participação de mandantes. O ataque ocorreu em 6 setembro de 2018 durante ato de campanha em Juiz de Fora, Minas Gerais.

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O inquérito foi entregue nesta quarta-feira, 13, à Justiça Federal, segundo informações da sede da PF em Brasília. O delegado responsável pelo inquérito, Rodrigo Morais, afirmou, no entanto, que o relatório é inconclusivo e ainda pode sofrer alteração. O motivo é que ainda não foi realizada perícia no telefone do advogado de Adélio no caso, Zanone Manuel de Oliveira Júnior.

Em 28 de fevereiro de 2019, atendendo a pedido da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o desembargador Néviton Guedes, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), suspendeu a apuração da Polícia Federal em que foi autorizada busca e apreensão contra o advogado Zanone Manuel de Oliveira.

Em junho do ano passado, depois de encerrado o primeiro inquérito, aberto no dia do atentado, o juiz Bruno Savino, da Justiça Federal em Juiz de Fora, absolveu Adélio Bispo depois de considerá-lo inimputável por ser portador de problemas psiquiátricos.

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O magistrado, na decisão, ainda converteu a prisão preventiva do autor do atentado em internação provisória por tempo indeterminado. "Sendo a inimputabilidade excludente da culpabilidade, a conduta do réu, embora típica e anti-jurídica, não pode ser punida por não ser juridicamente reprovável, já que o réu é acometido de doença mental que lhe suprimiu a capacidade de compreender o caráter ilícito do fato e de se determinar de acordo com este conhecimento.", afirmou o magistrado, na sentença.

O atentado aconteceu durante ato de campanha de Bolsonaro na região central de Juiz de Fora, quando o candidato era carregado nos ombros por apoiadores. O então candidato foi atingido no abdome. Depois da sentença, já como presidente, Bolsonaro disse que recorreria da decisão, o que acabou não ocorrendo. O Ministério Público Federal também não recorreu.

Na sentença, o juiz diz ainda que a perícia médica realizada concluiu que Adélio "é portador de Transtorno Delirante Persistente", que "a conduta criminosa foi consequência direta da doença mental ativa", e que a presença dos" sintomas psicóticos o impediram de compreender a antijuridicidade de sua conduta".

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Mesmo depois da sentença, o presidente Bolsonaro insistiu na tese de que Adélio agiu sob comando. O episódio entrou no embate entre o chefe do Poder Executivo e o então ministro da Justiça, Sérgio Moro, que pediu demissão do cargo em 24 de abril deste ano depois de levantar suspeitas de que Bolsonaro tentava interferência na Polícia Federal. O presidente insinuava que as investigações em relação ao caso Adélio não avançavam por falta de atuação do comando da PF.

O segundo inquérito, entregue ontem à Justiça, foi aberto em 25 de setembro, 19 dias depois do atentado. As investigações, conforme fontes da PF ouvidas à época, já apontavam que Adélio Bispo havia agido sozinho. A decisão de abrir outra investigação, no entanto, ocorreu porque o anterior foi iniciado a partir de prisão em flagrante, com prazo mais curto de conclusão.

"A opção em abrir um segundo inquérito foi para que se tenha a possibilidade de trabalhar com mais calma, já que se trata de um candidato à Presidência da República líder das pesquisas de intenção de voto", disse uma das fontes, à época. "A investigação, no entanto, aponta para atuação do que chamamos de 'lobo solitário'", acrescentou.

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O advogado de Adélio Bispo no processo, Zanone Manuel de Oliveira Júnior, afirmou nesta quinta-feira, 14, que a decisão judicial depois do primeiro inquérito já deixava claro que seu cliente havia agido sozinho. "Todos os psiquiatras chegaram à mesma conclusão. A medicina não mente. Os médicos convergiram para um ponto só, os problemas mentais do Adélio", afirmou.

Sobre a perícia em seu celular, o advogado afirma acreditar que o procedimento já foi realizado. "No dia da busca e apreensão, eu entreguei o celular para a PF", disse. A operação em que o equipamento do advogado foi apreendido ocorreu em 21 de dezembro de 2018. Zanone afirma que a perícia, tendo ou não sido feita, não vai alterar a investigação. "Não tem nada nele", afirma.

Policiais federais escoltam Adélio Bispo durante transferência para presídio de segurança máxima em Campo Grande (MS). Foto: Ricardo Moraes / Reuters

Um relatório parcial sobre o segundo inquérito aberto pela Polícia Federal para investigar o atentado a faca contra o então candidato à Presidência da República, Jair Bolsonaro, aponta que Adélio Bispo de Oliveira agiu sozinho, sem a participação de mandantes. O ataque ocorreu em 6 setembro de 2018 durante ato de campanha em Juiz de Fora, Minas Gerais.

O inquérito foi entregue nesta quarta-feira, 13, à Justiça Federal, segundo informações da sede da PF em Brasília. O delegado responsável pelo inquérito, Rodrigo Morais, afirmou, no entanto, que o relatório é inconclusivo e ainda pode sofrer alteração. O motivo é que ainda não foi realizada perícia no telefone do advogado de Adélio no caso, Zanone Manuel de Oliveira Júnior.

Em 28 de fevereiro de 2019, atendendo a pedido da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o desembargador Néviton Guedes, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), suspendeu a apuração da Polícia Federal em que foi autorizada busca e apreensão contra o advogado Zanone Manuel de Oliveira.

Em junho do ano passado, depois de encerrado o primeiro inquérito, aberto no dia do atentado, o juiz Bruno Savino, da Justiça Federal em Juiz de Fora, absolveu Adélio Bispo depois de considerá-lo inimputável por ser portador de problemas psiquiátricos.

O magistrado, na decisão, ainda converteu a prisão preventiva do autor do atentado em internação provisória por tempo indeterminado. "Sendo a inimputabilidade excludente da culpabilidade, a conduta do réu, embora típica e anti-jurídica, não pode ser punida por não ser juridicamente reprovável, já que o réu é acometido de doença mental que lhe suprimiu a capacidade de compreender o caráter ilícito do fato e de se determinar de acordo com este conhecimento.", afirmou o magistrado, na sentença.

O atentado aconteceu durante ato de campanha de Bolsonaro na região central de Juiz de Fora, quando o candidato era carregado nos ombros por apoiadores. O então candidato foi atingido no abdome. Depois da sentença, já como presidente, Bolsonaro disse que recorreria da decisão, o que acabou não ocorrendo. O Ministério Público Federal também não recorreu.

Na sentença, o juiz diz ainda que a perícia médica realizada concluiu que Adélio "é portador de Transtorno Delirante Persistente", que "a conduta criminosa foi consequência direta da doença mental ativa", e que a presença dos" sintomas psicóticos o impediram de compreender a antijuridicidade de sua conduta".

Mesmo depois da sentença, o presidente Bolsonaro insistiu na tese de que Adélio agiu sob comando. O episódio entrou no embate entre o chefe do Poder Executivo e o então ministro da Justiça, Sérgio Moro, que pediu demissão do cargo em 24 de abril deste ano depois de levantar suspeitas de que Bolsonaro tentava interferência na Polícia Federal. O presidente insinuava que as investigações em relação ao caso Adélio não avançavam por falta de atuação do comando da PF.

O segundo inquérito, entregue ontem à Justiça, foi aberto em 25 de setembro, 19 dias depois do atentado. As investigações, conforme fontes da PF ouvidas à época, já apontavam que Adélio Bispo havia agido sozinho. A decisão de abrir outra investigação, no entanto, ocorreu porque o anterior foi iniciado a partir de prisão em flagrante, com prazo mais curto de conclusão.

"A opção em abrir um segundo inquérito foi para que se tenha a possibilidade de trabalhar com mais calma, já que se trata de um candidato à Presidência da República líder das pesquisas de intenção de voto", disse uma das fontes, à época. "A investigação, no entanto, aponta para atuação do que chamamos de 'lobo solitário'", acrescentou.

O advogado de Adélio Bispo no processo, Zanone Manuel de Oliveira Júnior, afirmou nesta quinta-feira, 14, que a decisão judicial depois do primeiro inquérito já deixava claro que seu cliente havia agido sozinho. "Todos os psiquiatras chegaram à mesma conclusão. A medicina não mente. Os médicos convergiram para um ponto só, os problemas mentais do Adélio", afirmou.

Sobre a perícia em seu celular, o advogado afirma acreditar que o procedimento já foi realizado. "No dia da busca e apreensão, eu entreguei o celular para a PF", disse. A operação em que o equipamento do advogado foi apreendido ocorreu em 21 de dezembro de 2018. Zanone afirma que a perícia, tendo ou não sido feita, não vai alterar a investigação. "Não tem nada nele", afirma.

Policiais federais escoltam Adélio Bispo durante transferência para presídio de segurança máxima em Campo Grande (MS). Foto: Ricardo Moraes / Reuters

Um relatório parcial sobre o segundo inquérito aberto pela Polícia Federal para investigar o atentado a faca contra o então candidato à Presidência da República, Jair Bolsonaro, aponta que Adélio Bispo de Oliveira agiu sozinho, sem a participação de mandantes. O ataque ocorreu em 6 setembro de 2018 durante ato de campanha em Juiz de Fora, Minas Gerais.

O inquérito foi entregue nesta quarta-feira, 13, à Justiça Federal, segundo informações da sede da PF em Brasília. O delegado responsável pelo inquérito, Rodrigo Morais, afirmou, no entanto, que o relatório é inconclusivo e ainda pode sofrer alteração. O motivo é que ainda não foi realizada perícia no telefone do advogado de Adélio no caso, Zanone Manuel de Oliveira Júnior.

Em 28 de fevereiro de 2019, atendendo a pedido da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o desembargador Néviton Guedes, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), suspendeu a apuração da Polícia Federal em que foi autorizada busca e apreensão contra o advogado Zanone Manuel de Oliveira.

Em junho do ano passado, depois de encerrado o primeiro inquérito, aberto no dia do atentado, o juiz Bruno Savino, da Justiça Federal em Juiz de Fora, absolveu Adélio Bispo depois de considerá-lo inimputável por ser portador de problemas psiquiátricos.

O magistrado, na decisão, ainda converteu a prisão preventiva do autor do atentado em internação provisória por tempo indeterminado. "Sendo a inimputabilidade excludente da culpabilidade, a conduta do réu, embora típica e anti-jurídica, não pode ser punida por não ser juridicamente reprovável, já que o réu é acometido de doença mental que lhe suprimiu a capacidade de compreender o caráter ilícito do fato e de se determinar de acordo com este conhecimento.", afirmou o magistrado, na sentença.

O atentado aconteceu durante ato de campanha de Bolsonaro na região central de Juiz de Fora, quando o candidato era carregado nos ombros por apoiadores. O então candidato foi atingido no abdome. Depois da sentença, já como presidente, Bolsonaro disse que recorreria da decisão, o que acabou não ocorrendo. O Ministério Público Federal também não recorreu.

Na sentença, o juiz diz ainda que a perícia médica realizada concluiu que Adélio "é portador de Transtorno Delirante Persistente", que "a conduta criminosa foi consequência direta da doença mental ativa", e que a presença dos" sintomas psicóticos o impediram de compreender a antijuridicidade de sua conduta".

Mesmo depois da sentença, o presidente Bolsonaro insistiu na tese de que Adélio agiu sob comando. O episódio entrou no embate entre o chefe do Poder Executivo e o então ministro da Justiça, Sérgio Moro, que pediu demissão do cargo em 24 de abril deste ano depois de levantar suspeitas de que Bolsonaro tentava interferência na Polícia Federal. O presidente insinuava que as investigações em relação ao caso Adélio não avançavam por falta de atuação do comando da PF.

O segundo inquérito, entregue ontem à Justiça, foi aberto em 25 de setembro, 19 dias depois do atentado. As investigações, conforme fontes da PF ouvidas à época, já apontavam que Adélio Bispo havia agido sozinho. A decisão de abrir outra investigação, no entanto, ocorreu porque o anterior foi iniciado a partir de prisão em flagrante, com prazo mais curto de conclusão.

"A opção em abrir um segundo inquérito foi para que se tenha a possibilidade de trabalhar com mais calma, já que se trata de um candidato à Presidência da República líder das pesquisas de intenção de voto", disse uma das fontes, à época. "A investigação, no entanto, aponta para atuação do que chamamos de 'lobo solitário'", acrescentou.

O advogado de Adélio Bispo no processo, Zanone Manuel de Oliveira Júnior, afirmou nesta quinta-feira, 14, que a decisão judicial depois do primeiro inquérito já deixava claro que seu cliente havia agido sozinho. "Todos os psiquiatras chegaram à mesma conclusão. A medicina não mente. Os médicos convergiram para um ponto só, os problemas mentais do Adélio", afirmou.

Sobre a perícia em seu celular, o advogado afirma acreditar que o procedimento já foi realizado. "No dia da busca e apreensão, eu entreguei o celular para a PF", disse. A operação em que o equipamento do advogado foi apreendido ocorreu em 21 de dezembro de 2018. Zanone afirma que a perícia, tendo ou não sido feita, não vai alterar a investigação. "Não tem nada nele", afirma.

Policiais federais escoltam Adélio Bispo durante transferência para presídio de segurança máxima em Campo Grande (MS). Foto: Ricardo Moraes / Reuters

Um relatório parcial sobre o segundo inquérito aberto pela Polícia Federal para investigar o atentado a faca contra o então candidato à Presidência da República, Jair Bolsonaro, aponta que Adélio Bispo de Oliveira agiu sozinho, sem a participação de mandantes. O ataque ocorreu em 6 setembro de 2018 durante ato de campanha em Juiz de Fora, Minas Gerais.

O inquérito foi entregue nesta quarta-feira, 13, à Justiça Federal, segundo informações da sede da PF em Brasília. O delegado responsável pelo inquérito, Rodrigo Morais, afirmou, no entanto, que o relatório é inconclusivo e ainda pode sofrer alteração. O motivo é que ainda não foi realizada perícia no telefone do advogado de Adélio no caso, Zanone Manuel de Oliveira Júnior.

Em 28 de fevereiro de 2019, atendendo a pedido da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o desembargador Néviton Guedes, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), suspendeu a apuração da Polícia Federal em que foi autorizada busca e apreensão contra o advogado Zanone Manuel de Oliveira.

Em junho do ano passado, depois de encerrado o primeiro inquérito, aberto no dia do atentado, o juiz Bruno Savino, da Justiça Federal em Juiz de Fora, absolveu Adélio Bispo depois de considerá-lo inimputável por ser portador de problemas psiquiátricos.

O magistrado, na decisão, ainda converteu a prisão preventiva do autor do atentado em internação provisória por tempo indeterminado. "Sendo a inimputabilidade excludente da culpabilidade, a conduta do réu, embora típica e anti-jurídica, não pode ser punida por não ser juridicamente reprovável, já que o réu é acometido de doença mental que lhe suprimiu a capacidade de compreender o caráter ilícito do fato e de se determinar de acordo com este conhecimento.", afirmou o magistrado, na sentença.

O atentado aconteceu durante ato de campanha de Bolsonaro na região central de Juiz de Fora, quando o candidato era carregado nos ombros por apoiadores. O então candidato foi atingido no abdome. Depois da sentença, já como presidente, Bolsonaro disse que recorreria da decisão, o que acabou não ocorrendo. O Ministério Público Federal também não recorreu.

Na sentença, o juiz diz ainda que a perícia médica realizada concluiu que Adélio "é portador de Transtorno Delirante Persistente", que "a conduta criminosa foi consequência direta da doença mental ativa", e que a presença dos" sintomas psicóticos o impediram de compreender a antijuridicidade de sua conduta".

Mesmo depois da sentença, o presidente Bolsonaro insistiu na tese de que Adélio agiu sob comando. O episódio entrou no embate entre o chefe do Poder Executivo e o então ministro da Justiça, Sérgio Moro, que pediu demissão do cargo em 24 de abril deste ano depois de levantar suspeitas de que Bolsonaro tentava interferência na Polícia Federal. O presidente insinuava que as investigações em relação ao caso Adélio não avançavam por falta de atuação do comando da PF.

O segundo inquérito, entregue ontem à Justiça, foi aberto em 25 de setembro, 19 dias depois do atentado. As investigações, conforme fontes da PF ouvidas à época, já apontavam que Adélio Bispo havia agido sozinho. A decisão de abrir outra investigação, no entanto, ocorreu porque o anterior foi iniciado a partir de prisão em flagrante, com prazo mais curto de conclusão.

"A opção em abrir um segundo inquérito foi para que se tenha a possibilidade de trabalhar com mais calma, já que se trata de um candidato à Presidência da República líder das pesquisas de intenção de voto", disse uma das fontes, à época. "A investigação, no entanto, aponta para atuação do que chamamos de 'lobo solitário'", acrescentou.

O advogado de Adélio Bispo no processo, Zanone Manuel de Oliveira Júnior, afirmou nesta quinta-feira, 14, que a decisão judicial depois do primeiro inquérito já deixava claro que seu cliente havia agido sozinho. "Todos os psiquiatras chegaram à mesma conclusão. A medicina não mente. Os médicos convergiram para um ponto só, os problemas mentais do Adélio", afirmou.

Sobre a perícia em seu celular, o advogado afirma acreditar que o procedimento já foi realizado. "No dia da busca e apreensão, eu entreguei o celular para a PF", disse. A operação em que o equipamento do advogado foi apreendido ocorreu em 21 de dezembro de 2018. Zanone afirma que a perícia, tendo ou não sido feita, não vai alterar a investigação. "Não tem nada nele", afirma.

Policiais federais escoltam Adélio Bispo durante transferência para presídio de segurança máxima em Campo Grande (MS). Foto: Ricardo Moraes / Reuters

Um relatório parcial sobre o segundo inquérito aberto pela Polícia Federal para investigar o atentado a faca contra o então candidato à Presidência da República, Jair Bolsonaro, aponta que Adélio Bispo de Oliveira agiu sozinho, sem a participação de mandantes. O ataque ocorreu em 6 setembro de 2018 durante ato de campanha em Juiz de Fora, Minas Gerais.

O inquérito foi entregue nesta quarta-feira, 13, à Justiça Federal, segundo informações da sede da PF em Brasília. O delegado responsável pelo inquérito, Rodrigo Morais, afirmou, no entanto, que o relatório é inconclusivo e ainda pode sofrer alteração. O motivo é que ainda não foi realizada perícia no telefone do advogado de Adélio no caso, Zanone Manuel de Oliveira Júnior.

Em 28 de fevereiro de 2019, atendendo a pedido da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o desembargador Néviton Guedes, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), suspendeu a apuração da Polícia Federal em que foi autorizada busca e apreensão contra o advogado Zanone Manuel de Oliveira.

Em junho do ano passado, depois de encerrado o primeiro inquérito, aberto no dia do atentado, o juiz Bruno Savino, da Justiça Federal em Juiz de Fora, absolveu Adélio Bispo depois de considerá-lo inimputável por ser portador de problemas psiquiátricos.

O magistrado, na decisão, ainda converteu a prisão preventiva do autor do atentado em internação provisória por tempo indeterminado. "Sendo a inimputabilidade excludente da culpabilidade, a conduta do réu, embora típica e anti-jurídica, não pode ser punida por não ser juridicamente reprovável, já que o réu é acometido de doença mental que lhe suprimiu a capacidade de compreender o caráter ilícito do fato e de se determinar de acordo com este conhecimento.", afirmou o magistrado, na sentença.

O atentado aconteceu durante ato de campanha de Bolsonaro na região central de Juiz de Fora, quando o candidato era carregado nos ombros por apoiadores. O então candidato foi atingido no abdome. Depois da sentença, já como presidente, Bolsonaro disse que recorreria da decisão, o que acabou não ocorrendo. O Ministério Público Federal também não recorreu.

Na sentença, o juiz diz ainda que a perícia médica realizada concluiu que Adélio "é portador de Transtorno Delirante Persistente", que "a conduta criminosa foi consequência direta da doença mental ativa", e que a presença dos" sintomas psicóticos o impediram de compreender a antijuridicidade de sua conduta".

Mesmo depois da sentença, o presidente Bolsonaro insistiu na tese de que Adélio agiu sob comando. O episódio entrou no embate entre o chefe do Poder Executivo e o então ministro da Justiça, Sérgio Moro, que pediu demissão do cargo em 24 de abril deste ano depois de levantar suspeitas de que Bolsonaro tentava interferência na Polícia Federal. O presidente insinuava que as investigações em relação ao caso Adélio não avançavam por falta de atuação do comando da PF.

O segundo inquérito, entregue ontem à Justiça, foi aberto em 25 de setembro, 19 dias depois do atentado. As investigações, conforme fontes da PF ouvidas à época, já apontavam que Adélio Bispo havia agido sozinho. A decisão de abrir outra investigação, no entanto, ocorreu porque o anterior foi iniciado a partir de prisão em flagrante, com prazo mais curto de conclusão.

"A opção em abrir um segundo inquérito foi para que se tenha a possibilidade de trabalhar com mais calma, já que se trata de um candidato à Presidência da República líder das pesquisas de intenção de voto", disse uma das fontes, à época. "A investigação, no entanto, aponta para atuação do que chamamos de 'lobo solitário'", acrescentou.

O advogado de Adélio Bispo no processo, Zanone Manuel de Oliveira Júnior, afirmou nesta quinta-feira, 14, que a decisão judicial depois do primeiro inquérito já deixava claro que seu cliente havia agido sozinho. "Todos os psiquiatras chegaram à mesma conclusão. A medicina não mente. Os médicos convergiram para um ponto só, os problemas mentais do Adélio", afirmou.

Sobre a perícia em seu celular, o advogado afirma acreditar que o procedimento já foi realizado. "No dia da busca e apreensão, eu entreguei o celular para a PF", disse. A operação em que o equipamento do advogado foi apreendido ocorreu em 21 de dezembro de 2018. Zanone afirma que a perícia, tendo ou não sido feita, não vai alterar a investigação. "Não tem nada nele", afirma.

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