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Advogada envolvida em golpe milionário arrastou filhos de desembargadores do TJ-MS para a mira da PF


Transferências de R$ 380 mil de Emmanuelle Alves Ferreira da Silva para Rodrigo Gonçalves, filho do desembargador Sideni Soncini Pimentel, e Fabio Castro Leandro, filho do desembargador Paschoal Carmello Leandro, acenderam alerta na Polícia Federal; eles são investigados na Operação Última Ratio por suspeita de intermediação de venda de decisões no Tribunal de Mato Grosso do Sul; Estadão busca contato

Por Rayssa Motta e Fausto Macedo
Atualização:

Os advogados Rodrigo Gonçalves, filho do desembargador Sideni Soncini Pimentel, e Fabio Castro Leandro, filho do desembargador Paschoal Carmello Leandro, foram arrastados para a Operação Última Ratio, que investiga suspeitas de venda de decisões judiciais no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, após receberem transferências bancárias da advogada Emmanuelle Alves Ferreira da Silva, condenada em primeira e segunda instâncias por estelionato. Ela chegou a ser presa em 2018, mas conseguiu reverter a condenação no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Uma empresa ligada a Rodrigo Gonçalves, a Ipe Assessoria e Consultoria, recebeu R$ 275 mil. Para Fabio Leandro foram transferidos R$ 105 mil. O Estadão busca contato com as defesas.

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A Polícia Federal (PF) suspeita que o dinheiro tenha sido repassado aos filhos dos desembargadores como pagamento por decisões que favoreceram a advogada e permitiriam que ela recebesse R$ 5,5 milhões usando documentos falsos.

Os filhos dos desembargadores são apontados no inquérito como intermediadores do suposto esquema. As decisões em questão não foram assinadas por seus pais. São decisões do juiz Paulo Afonso de Oliveira, da 2.ª Vara Cível de Campo Grande, e do desembargador Júlio Roberto Siqueira Cardoso, aposentado.

Operação Ultima Ratio: juiz e desembargador teriam vendido decisão a advogada denunciada e condenada por estelionato, diz PF. Foto: Reprodução/processo judicial
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A Polícia Federal afirma que o juiz e o desembargador foram “corrompidos para favorecer indevidamente a advogada”.

“As atuações de tais magistrados nos citados processos são, a nosso ver, tão absurdas que dificilmente se trataram de erros, mas sim de atuações conscientes de que estavam participando de um estelionato de mais de R$ 5 milhões, apontando que ‘venderam’ suas decisões e que praticaram crime de corrupção passiva”, sustenta a PF na representação ao STJ pela abertura da Operação Ultima Ratio.

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O desembargador Júlio Roberto Siqueira Cardoso foi alvo de buscas na Operação Ultima Ratio, quinta, 24. Em sua casa, os federais encontraram quase R$ 3 milhões em dinheiro vivo. A PF suspeita que o dinheiro tem origem em propinas.

Mensagens trocadas por Rodrigo Gonçalves, obtidas na investigação, indicam combinações junto a magistrados e a certeza de que as decisões compradas seriam proferidas nos termos encomendados. Em uma das conversas, com o também advogado Félix Jayme Nunes da Cunha, Rodrigo promete: “Vai sair hoje!! Certeza!! Perto das 6 da tarde!! Pode falar para seus parceiros aí até o horário pra ver que temos o controle.”

A advogada Emmanuelle Alves Ferreira da Silva é casada com o juiz Aldo Ferreira da Silva Júnior, aposentado compulsoriamente pelo Tribunal de Mato Grosso do Sul por suspeita de corrupção.

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COM A PALAVRA, A DEFESA

A reportagem do Estadão busca contato com a advogada Emmanuel Ferreira da Silva, o juiz Aldo Ferreira da Silva Júnior, o desembargador Júlio Roberto Siqueira Cardoso e os advogados Rodrigo Gonçalves e Fábio Castro Leandro. O espaço está aberto para manifestações (rayssa.motta@estadao.com e fausto.macedo@estadao.com).

Os advogados Rodrigo Gonçalves, filho do desembargador Sideni Soncini Pimentel, e Fabio Castro Leandro, filho do desembargador Paschoal Carmello Leandro, foram arrastados para a Operação Última Ratio, que investiga suspeitas de venda de decisões judiciais no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, após receberem transferências bancárias da advogada Emmanuelle Alves Ferreira da Silva, condenada em primeira e segunda instâncias por estelionato. Ela chegou a ser presa em 2018, mas conseguiu reverter a condenação no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Uma empresa ligada a Rodrigo Gonçalves, a Ipe Assessoria e Consultoria, recebeu R$ 275 mil. Para Fabio Leandro foram transferidos R$ 105 mil. O Estadão busca contato com as defesas.

A Polícia Federal (PF) suspeita que o dinheiro tenha sido repassado aos filhos dos desembargadores como pagamento por decisões que favoreceram a advogada e permitiriam que ela recebesse R$ 5,5 milhões usando documentos falsos.

Os filhos dos desembargadores são apontados no inquérito como intermediadores do suposto esquema. As decisões em questão não foram assinadas por seus pais. São decisões do juiz Paulo Afonso de Oliveira, da 2.ª Vara Cível de Campo Grande, e do desembargador Júlio Roberto Siqueira Cardoso, aposentado.

Operação Ultima Ratio: juiz e desembargador teriam vendido decisão a advogada denunciada e condenada por estelionato, diz PF. Foto: Reprodução/processo judicial

A Polícia Federal afirma que o juiz e o desembargador foram “corrompidos para favorecer indevidamente a advogada”.

“As atuações de tais magistrados nos citados processos são, a nosso ver, tão absurdas que dificilmente se trataram de erros, mas sim de atuações conscientes de que estavam participando de um estelionato de mais de R$ 5 milhões, apontando que ‘venderam’ suas decisões e que praticaram crime de corrupção passiva”, sustenta a PF na representação ao STJ pela abertura da Operação Ultima Ratio.

O desembargador Júlio Roberto Siqueira Cardoso foi alvo de buscas na Operação Ultima Ratio, quinta, 24. Em sua casa, os federais encontraram quase R$ 3 milhões em dinheiro vivo. A PF suspeita que o dinheiro tem origem em propinas.

Mensagens trocadas por Rodrigo Gonçalves, obtidas na investigação, indicam combinações junto a magistrados e a certeza de que as decisões compradas seriam proferidas nos termos encomendados. Em uma das conversas, com o também advogado Félix Jayme Nunes da Cunha, Rodrigo promete: “Vai sair hoje!! Certeza!! Perto das 6 da tarde!! Pode falar para seus parceiros aí até o horário pra ver que temos o controle.”

A advogada Emmanuelle Alves Ferreira da Silva é casada com o juiz Aldo Ferreira da Silva Júnior, aposentado compulsoriamente pelo Tribunal de Mato Grosso do Sul por suspeita de corrupção.

COM A PALAVRA, A DEFESA

A reportagem do Estadão busca contato com a advogada Emmanuel Ferreira da Silva, o juiz Aldo Ferreira da Silva Júnior, o desembargador Júlio Roberto Siqueira Cardoso e os advogados Rodrigo Gonçalves e Fábio Castro Leandro. O espaço está aberto para manifestações (rayssa.motta@estadao.com e fausto.macedo@estadao.com).

Os advogados Rodrigo Gonçalves, filho do desembargador Sideni Soncini Pimentel, e Fabio Castro Leandro, filho do desembargador Paschoal Carmello Leandro, foram arrastados para a Operação Última Ratio, que investiga suspeitas de venda de decisões judiciais no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, após receberem transferências bancárias da advogada Emmanuelle Alves Ferreira da Silva, condenada em primeira e segunda instâncias por estelionato. Ela chegou a ser presa em 2018, mas conseguiu reverter a condenação no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Uma empresa ligada a Rodrigo Gonçalves, a Ipe Assessoria e Consultoria, recebeu R$ 275 mil. Para Fabio Leandro foram transferidos R$ 105 mil. O Estadão busca contato com as defesas.

A Polícia Federal (PF) suspeita que o dinheiro tenha sido repassado aos filhos dos desembargadores como pagamento por decisões que favoreceram a advogada e permitiriam que ela recebesse R$ 5,5 milhões usando documentos falsos.

Os filhos dos desembargadores são apontados no inquérito como intermediadores do suposto esquema. As decisões em questão não foram assinadas por seus pais. São decisões do juiz Paulo Afonso de Oliveira, da 2.ª Vara Cível de Campo Grande, e do desembargador Júlio Roberto Siqueira Cardoso, aposentado.

Operação Ultima Ratio: juiz e desembargador teriam vendido decisão a advogada denunciada e condenada por estelionato, diz PF. Foto: Reprodução/processo judicial

A Polícia Federal afirma que o juiz e o desembargador foram “corrompidos para favorecer indevidamente a advogada”.

“As atuações de tais magistrados nos citados processos são, a nosso ver, tão absurdas que dificilmente se trataram de erros, mas sim de atuações conscientes de que estavam participando de um estelionato de mais de R$ 5 milhões, apontando que ‘venderam’ suas decisões e que praticaram crime de corrupção passiva”, sustenta a PF na representação ao STJ pela abertura da Operação Ultima Ratio.

O desembargador Júlio Roberto Siqueira Cardoso foi alvo de buscas na Operação Ultima Ratio, quinta, 24. Em sua casa, os federais encontraram quase R$ 3 milhões em dinheiro vivo. A PF suspeita que o dinheiro tem origem em propinas.

Mensagens trocadas por Rodrigo Gonçalves, obtidas na investigação, indicam combinações junto a magistrados e a certeza de que as decisões compradas seriam proferidas nos termos encomendados. Em uma das conversas, com o também advogado Félix Jayme Nunes da Cunha, Rodrigo promete: “Vai sair hoje!! Certeza!! Perto das 6 da tarde!! Pode falar para seus parceiros aí até o horário pra ver que temos o controle.”

A advogada Emmanuelle Alves Ferreira da Silva é casada com o juiz Aldo Ferreira da Silva Júnior, aposentado compulsoriamente pelo Tribunal de Mato Grosso do Sul por suspeita de corrupção.

COM A PALAVRA, A DEFESA

A reportagem do Estadão busca contato com a advogada Emmanuel Ferreira da Silva, o juiz Aldo Ferreira da Silva Júnior, o desembargador Júlio Roberto Siqueira Cardoso e os advogados Rodrigo Gonçalves e Fábio Castro Leandro. O espaço está aberto para manifestações (rayssa.motta@estadao.com e fausto.macedo@estadao.com).

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