Após pedido da Polícia Federal, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a abertura de um inquérito para investigar um possível ataque hacker ao site da Corte, que ficou fora do ar ao longo dos últimos dias. O caso está sob sigilo.
Segundo o Estadão apurou, os fatos são conexos e podem ser relacionados com a apuração em andamento nos inquéritos das fake news e dos atos antidemocráticos, que já estão sob a relatoria de Moraes. Uma das possibilidades levantadas é a de que um algum grupo ativista anti-STF esteja por trás do ataque.
As apurações preliminares indicaram que o acesso não teve intuito de "sequestro de ambiente" - como ocorreu em episódios envolvendo o Superior Tribunal de Justiça e o Tribunal de Justiça do Rio e Janeiro -, mas sim de obtenção de dados.
No último sábado, a PF fez uma inspeção ao Supremo. Em razão das "restrições de acesso" ao site do STF, o presidente da Corte, Luiz Fux, suspendeu na semana passada a contagem dos prazos processuais e o prazo de vigência das sessões virtuais do Plenário e das Turmas que tiveram início no dia 30 de abril.
"O acesso fora do padrão foi contido enquanto ainda estava em andamento e, segundo informações preliminares, somente dados públicos ou de características técnicas do ambiente foram acessados, sem comprometimento de informações sigilosas", comunicou o STF em nota divulgada na sexta-feira passada, 7.
A quantidade de acessos ao site do Supremo registrada na semana passada foi muito superior à que é normalmente identificada, o que causou estranheza aos servidores da Corte. O portal foi retirado do ar para "segurança das informações" e a equipe técnica ainda trabalha para garantir a retomada gradual dos serviços.
Na nota divulgada na última sexta-feira, o STF informou que "nos casos em que os sistemas do Tribunal não identificam de imediato se a alta quantidade de acessos é oriunda de um 'robô do bem' ou de um hacker com intenções ilícitas, medidas são adotadas para reforço da segurança de suas portas de entradas".