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Analista da PF diz que delegados mandaram instalar grampo na cela de doleiro


Dalmey Werlang, em depoimento na Justiça Federal nesta quarta-feira, 16, disse que recebeu solicitação horas antes da prisão de Alberto Youssef; em agosto, analista foi denunciado pela Procuradoria por calúnia

Por Redação

Por Fausto Macedo e Mateus Coutinho

O analista do Núcleo de Inteligência da Polícia Federal Dalmey Fernando Werlang afirmou à Justiça Federal no Paraná que os delegados da Operação Lava Jato solicitaram a ele que instalasse 'com urgência' equipamento de escuta ambiental em uma cela da Custódia da PF em Curitiba. Ele apontou os delegados Igor Romário de Paula - delegado regional de combate ao crime organizado -, Márcio Adriano Anselmo e Rosalvo Ferreira Franco, este superintendente regional da corporação no Estado.

Dalmey depôs como testemunha arrolada pela defesa de um dos executivos ligados à empreiteira Odebrecht, presos desde 19 de junho na Operação Erga Omnes, desdobramdento da Lava Jato.

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O DEPOIMENTO DE DALMEY FERNANDO - PARTE 1

A audiência ocorreu nesta quarta-feira, 16, sob presidência do juiz federal Sérgio Moro, que conduz as ações penais decorrentes da investigação sobre esquema de propinas na Petrobrás. Segundo o analista de inteligência, o pedido dos superiores foi feito horas antes da prisão do doleiro Alberto Youssef, peça central da Lava Jato.

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Depois do relato de Dalmey, foi ouvido o delegado Igor Romário de Paula. Ele afirmou que 'não existiu' ordem para instalação de aparelho de escuta ambiental na Custódia da PF em Curitiba, base da missão. Segundo Igor Romário, 'nenhuma autoridade envolvida na Operação Lava Jato, nem da Superintendência (da PF no Paraná)' determinou a colocação de grampo para captar conversas do doleiro Alberto Youssef, peça central da investigação.

O DEPOIMENTO DE DALMEY FERNANDO - PARTE 2

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O delegado disse que o equipamento era antigo, provavelmente colocado na cela para escuta do traficante Fernando Beira Mar, em 2008. Igor Romário explicou que o equipamento estava desativado.

Em agosto, o Ministério Público Federal denunciou criminalmente o analista Dalmey por calúnia contra seus superiores - as mesmas acusações que ele fez à Justiça nesta quarta, já havia feito na CPI da Petrobrás, dia 2 de julho. A Lava Jato suspeita que Dalmey tenha se engajado na estratégia de contrainteligência montada por investigados para colocar em xeque a grande investigação.

"Estiveram na minha sala no Núcleo de Inteligência o delegado Igor, o delegado Rosalvo e o delegado Márcio", afirmou o analista ao juiz Moro. "Eu não sabia do que se tratava." Segundo ele, às vésperas da deflagração da fase ostensiva da Lava Jato 'foi convocado para fazer essa instalação de um dispositivo em uma das celas da superintendência'.

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O DEPOIMENTO DO DELEGADO IGOR ROMÁRIO

Dalmey afirmou que 'efetivamente' montou o aparelho de escuta ambiental 'com auxílio de uma colega do Núcleo de Inteligência, Maria Inês, e com apoio de duas pessoas da Custódia no sentido de fazer isolamento da área'.

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Dalmey disse que comentou com o delegado Igor que não tinha condições de fazer a análise do conteúdo do grampo. "Ele (Igor) disse que precisava só da coleta e que era para passarmos o material em mídia para o delegado Márcio (Anselmo). A gente estava entendendo que seria uma demanda judicial."

Depois de algum tempo, segundo o analista, o delegado Igor lhe teria dito que era para 'apagar tudo o que existe'. "Eu perguntei (ao delegado) se ele não tinha alvará judicial para essa demanda. Ele respondeu: 'Pior que não'."

O criminalista Antônio Figueredo Basto, que defende o doleiro Alberto Youssef, perguntou ao analista se a escuta foi direcionada a seu cliente. "Posteriormente, eu fiquei sabendo que sim. O conteúdo era entregue para o delegado Márcio e, na ausência dele, para a delegada Érika."

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Dalmey disse que 'não foi ouvido' na sindicância aberta pela Corregedoria da PF.

Indagado se o grampo alcançou também o local onde estava preso o ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto Costa, o analista disse. "Eu tive a impressão que sim."

Por Fausto Macedo e Mateus Coutinho

O analista do Núcleo de Inteligência da Polícia Federal Dalmey Fernando Werlang afirmou à Justiça Federal no Paraná que os delegados da Operação Lava Jato solicitaram a ele que instalasse 'com urgência' equipamento de escuta ambiental em uma cela da Custódia da PF em Curitiba. Ele apontou os delegados Igor Romário de Paula - delegado regional de combate ao crime organizado -, Márcio Adriano Anselmo e Rosalvo Ferreira Franco, este superintendente regional da corporação no Estado.

Dalmey depôs como testemunha arrolada pela defesa de um dos executivos ligados à empreiteira Odebrecht, presos desde 19 de junho na Operação Erga Omnes, desdobramdento da Lava Jato.

O DEPOIMENTO DE DALMEY FERNANDO - PARTE 1

A audiência ocorreu nesta quarta-feira, 16, sob presidência do juiz federal Sérgio Moro, que conduz as ações penais decorrentes da investigação sobre esquema de propinas na Petrobrás. Segundo o analista de inteligência, o pedido dos superiores foi feito horas antes da prisão do doleiro Alberto Youssef, peça central da Lava Jato.

Depois do relato de Dalmey, foi ouvido o delegado Igor Romário de Paula. Ele afirmou que 'não existiu' ordem para instalação de aparelho de escuta ambiental na Custódia da PF em Curitiba, base da missão. Segundo Igor Romário, 'nenhuma autoridade envolvida na Operação Lava Jato, nem da Superintendência (da PF no Paraná)' determinou a colocação de grampo para captar conversas do doleiro Alberto Youssef, peça central da investigação.

O DEPOIMENTO DE DALMEY FERNANDO - PARTE 2

O delegado disse que o equipamento era antigo, provavelmente colocado na cela para escuta do traficante Fernando Beira Mar, em 2008. Igor Romário explicou que o equipamento estava desativado.

Em agosto, o Ministério Público Federal denunciou criminalmente o analista Dalmey por calúnia contra seus superiores - as mesmas acusações que ele fez à Justiça nesta quarta, já havia feito na CPI da Petrobrás, dia 2 de julho. A Lava Jato suspeita que Dalmey tenha se engajado na estratégia de contrainteligência montada por investigados para colocar em xeque a grande investigação.

"Estiveram na minha sala no Núcleo de Inteligência o delegado Igor, o delegado Rosalvo e o delegado Márcio", afirmou o analista ao juiz Moro. "Eu não sabia do que se tratava." Segundo ele, às vésperas da deflagração da fase ostensiva da Lava Jato 'foi convocado para fazer essa instalação de um dispositivo em uma das celas da superintendência'.

O DEPOIMENTO DO DELEGADO IGOR ROMÁRIO

Dalmey afirmou que 'efetivamente' montou o aparelho de escuta ambiental 'com auxílio de uma colega do Núcleo de Inteligência, Maria Inês, e com apoio de duas pessoas da Custódia no sentido de fazer isolamento da área'.

Dalmey disse que comentou com o delegado Igor que não tinha condições de fazer a análise do conteúdo do grampo. "Ele (Igor) disse que precisava só da coleta e que era para passarmos o material em mídia para o delegado Márcio (Anselmo). A gente estava entendendo que seria uma demanda judicial."

Depois de algum tempo, segundo o analista, o delegado Igor lhe teria dito que era para 'apagar tudo o que existe'. "Eu perguntei (ao delegado) se ele não tinha alvará judicial para essa demanda. Ele respondeu: 'Pior que não'."

O criminalista Antônio Figueredo Basto, que defende o doleiro Alberto Youssef, perguntou ao analista se a escuta foi direcionada a seu cliente. "Posteriormente, eu fiquei sabendo que sim. O conteúdo era entregue para o delegado Márcio e, na ausência dele, para a delegada Érika."

Dalmey disse que 'não foi ouvido' na sindicância aberta pela Corregedoria da PF.

Indagado se o grampo alcançou também o local onde estava preso o ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto Costa, o analista disse. "Eu tive a impressão que sim."

Por Fausto Macedo e Mateus Coutinho

O analista do Núcleo de Inteligência da Polícia Federal Dalmey Fernando Werlang afirmou à Justiça Federal no Paraná que os delegados da Operação Lava Jato solicitaram a ele que instalasse 'com urgência' equipamento de escuta ambiental em uma cela da Custódia da PF em Curitiba. Ele apontou os delegados Igor Romário de Paula - delegado regional de combate ao crime organizado -, Márcio Adriano Anselmo e Rosalvo Ferreira Franco, este superintendente regional da corporação no Estado.

Dalmey depôs como testemunha arrolada pela defesa de um dos executivos ligados à empreiteira Odebrecht, presos desde 19 de junho na Operação Erga Omnes, desdobramdento da Lava Jato.

O DEPOIMENTO DE DALMEY FERNANDO - PARTE 1

A audiência ocorreu nesta quarta-feira, 16, sob presidência do juiz federal Sérgio Moro, que conduz as ações penais decorrentes da investigação sobre esquema de propinas na Petrobrás. Segundo o analista de inteligência, o pedido dos superiores foi feito horas antes da prisão do doleiro Alberto Youssef, peça central da Lava Jato.

Depois do relato de Dalmey, foi ouvido o delegado Igor Romário de Paula. Ele afirmou que 'não existiu' ordem para instalação de aparelho de escuta ambiental na Custódia da PF em Curitiba, base da missão. Segundo Igor Romário, 'nenhuma autoridade envolvida na Operação Lava Jato, nem da Superintendência (da PF no Paraná)' determinou a colocação de grampo para captar conversas do doleiro Alberto Youssef, peça central da investigação.

O DEPOIMENTO DE DALMEY FERNANDO - PARTE 2

O delegado disse que o equipamento era antigo, provavelmente colocado na cela para escuta do traficante Fernando Beira Mar, em 2008. Igor Romário explicou que o equipamento estava desativado.

Em agosto, o Ministério Público Federal denunciou criminalmente o analista Dalmey por calúnia contra seus superiores - as mesmas acusações que ele fez à Justiça nesta quarta, já havia feito na CPI da Petrobrás, dia 2 de julho. A Lava Jato suspeita que Dalmey tenha se engajado na estratégia de contrainteligência montada por investigados para colocar em xeque a grande investigação.

"Estiveram na minha sala no Núcleo de Inteligência o delegado Igor, o delegado Rosalvo e o delegado Márcio", afirmou o analista ao juiz Moro. "Eu não sabia do que se tratava." Segundo ele, às vésperas da deflagração da fase ostensiva da Lava Jato 'foi convocado para fazer essa instalação de um dispositivo em uma das celas da superintendência'.

O DEPOIMENTO DO DELEGADO IGOR ROMÁRIO

Dalmey afirmou que 'efetivamente' montou o aparelho de escuta ambiental 'com auxílio de uma colega do Núcleo de Inteligência, Maria Inês, e com apoio de duas pessoas da Custódia no sentido de fazer isolamento da área'.

Dalmey disse que comentou com o delegado Igor que não tinha condições de fazer a análise do conteúdo do grampo. "Ele (Igor) disse que precisava só da coleta e que era para passarmos o material em mídia para o delegado Márcio (Anselmo). A gente estava entendendo que seria uma demanda judicial."

Depois de algum tempo, segundo o analista, o delegado Igor lhe teria dito que era para 'apagar tudo o que existe'. "Eu perguntei (ao delegado) se ele não tinha alvará judicial para essa demanda. Ele respondeu: 'Pior que não'."

O criminalista Antônio Figueredo Basto, que defende o doleiro Alberto Youssef, perguntou ao analista se a escuta foi direcionada a seu cliente. "Posteriormente, eu fiquei sabendo que sim. O conteúdo era entregue para o delegado Márcio e, na ausência dele, para a delegada Érika."

Dalmey disse que 'não foi ouvido' na sindicância aberta pela Corregedoria da PF.

Indagado se o grampo alcançou também o local onde estava preso o ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto Costa, o analista disse. "Eu tive a impressão que sim."

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