O matador de aluguel Ronnie Lessa, que confessou ter executado a vereadora Marielle Franco, foi o pivô que arrastou o deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ) e o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), Domingos Brazão, para o centro das investigações sobre o atentado. Ambos negam participação no crime.
Dois anexos de sua colaboração premiada, que estavam sob sigilo, foram tornados públicos nesta sexta-feira, 7, por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
O primeiro anexo se chama “Caso Marielle: mando e motivação”. É nele que Ronnie Lessa detalha como, supostamente, teria sido procurado pelos irmãos Chiquinho e Domingos Brazão para matar a vereadora em troca de um loteamento em Jacarepaguá, na zona oeste do Rio, onde criaria uma nova milícia.
Segundo Ronnie Lessa, os irmãos Brazão deixaram claro que Marielle Franco tinha se tornado uma “pedra” no seu caminho. O crime foi inserido no contexto de interesses na regularização fundiária de áreas dominadas por grupos paramilitares.
No mesmo anexo, o atirador implica o delegado Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio, no crime. O delegado também nega ter envolvimento no atentado ou qualquer vínculo com os irmãos Brazão.
Ronnie Lessa afirma que o delegado era o “suporte” do plano de atentado e uma “espécie de guru” dos irmãos Brazão. ”Ele (Domingos) deixou bem claro que, quando falava que a Polícia Civil estava na mão, ele falava de Rivaldo Barbosa.”
O segundo anexo da delação é “Caso Marielle: iter criminis”. O volume reconstitui a dinâmica do atentado, da preparação até a execução. Aborda também como sumiram com a arma e o carro usado no crime.
Além dos documentos, também foram tornados públicos os depoimentos de Ronnie Lessa, gravados em vídeo. Assista:
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Atirador fechou acordo de colaboração e deu detalhes do assassinato da vereadora Marielle Franco
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