Em diálogo com o empresário Joesley Batista, do Grupo JBS, o presidente Michel Temer (PMDB) disse que o ex-ministro Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo) cometeu uma 'bobagem sem consequência' no episódio de um empreendimento de luxo projetado para uma área histórica em Salvador.
O caso provocou uma crise no Governo Temer. Na ocasião, em novembro do ano passado, o então ministro da Cultura Marcelo Calero denunciou supostas pressões de Geddel para que a Pasta liberasse a construção.
Na conversa gravada por Joesley, o presidente disse que Calero fez 'um carnaval' no episódio.
O empresário da JBS firmou acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República. Suas revelações culminaram com a deflagração da Operação Patmos, desdobramento da Lava Jato, nesta quinta-feira, 18.
Joesley entregou à Procuradoria o áudio da conversa que teve com o presidente na noite de 7 de março no Palácio do Jaburu.
No encontro com Temer, o executivo diz que perdeu contato com Geddel.
"De lá para cá, eu vinha falando com o Geddel, enfim, aí também não deu (inaudível)", afirmou Joesley.
"Deu aquele problema com ele (inaudível)", disse Temer.
"É, também não quis incomodar", afirmou o empresário.
"Um problema idiota que ele mesmo (inaudível) nos outros", disse Temer.
"Foi uma bobagem", aponta Joesley.
"Uma bobagem que ele fez. Bobagem sem consequência nenhuma. O cara (Marcelo Calero) aproveitou para fazer um carnaval", afirmou Temer.
"Mas eu vinha falando com o Geddel, ali, tudo bem, andei falando algumas vezes com o (Eliseu) Padilha também. Agora o Padilha adoeceu, ficou adoentado. Enfim, aí eu fiquei meio... Falei: 'Deixa eu ir lá pra dar uma'. Queria primeiro dizer o seguinte: 'Tamo junto'. O que o sr precisar de mim, me fala", declarou Joesley.