O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reiterou nesta terça-feira, 20, que não vai responder aos questionamentos da Polícia Federal (PF) no inquérito do golpe. Bolsonaro é esperado na quinta, 22, para prestar esclarecimentos sobre a trama golpista para mantê-lo no poder.
Os advogados pediram que ele fosse dispensado de comparecer à PF, já que vai ficar em silêncio, mas o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou o pedido e avisou que a presença é obrigatória.
A defesa informou ao delegado Fábio Alvarez Shor, que conduz a investigação, que o ex-presidente não vai responder às perguntas.
“Uma vez que o Peticionário fará uso do direito ao silêncio nos termos da presente manifestação, requer seja dispensado do comparecimento pessoal, conforme já discutido previamente com Vossa Excelência em outras oitivas, notadamente em virtude de preocupações relacionadas à logística e segurança”, diz a manifestação.
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A comunicação da defesa foi enviada ao delegado depois que Moraes negou um primeiro pedido para suspender o depoimento.
A defesa havia requisitado que Bolsonaro só fosse ouvido depois de ter acesso às mensagens recuperadas pela PF nos celulares de seus aliados, apreendidos na investigação.
Moraes, por sua vez, alegou que os advogados já têm acesso integral aos autos e que apenas diligências em andamento e a delação do tenente-coronel Mauro Cid estão em sigilo. O ministro concluiu que não havia justificativa para o adiamento e cravou que não cabe ao ex-presidente, na condição de investigado, escolher a data e horário do seu interrogatório.
Em nova manifestação, nesta terça, a defesa de Bolsonaro insiste no acesso aos diálogos e afirma que o ministro Alexandre de Moraes não demonstrou “concretamente” por que a investigação pode ser prejudicada se o ex-presidente estiver a par das conversas. Outro argumento é que os advogados só receberam acesso aos autos ontem e não teriam tempo hábil para preparar a defesa.