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Opinião|Busca de valores comuns para uma ética do bem-existir


As religiões não podem se descuidar da sua práxis que deve estar permeada das palavras de seus discursos; e entendemos também que não podem se afastar dos apelos de uma vida digna, justa e pacífica para todos, que, nesta condição humana, exige não apenas bens espirituais, mas também materiais para sua existência

Por Marcus Pinto Aguiar

É possível a convivência fraterna e pacífica frente à diversidade de valores éticos, morais e culturais que se expressam no mundo atual? Estaria se configurando a comprovação da tese de Samuel Huntington de que os conflitos mundiais pós-guerra fria seriam caracterizados por “choques entre civilizações”?

Quando propomos relações dialógicas e colaborativas para o tratamento de conflitos, não descuidamos do fato de que estas interações somente se dão efetivamente se forem “cultivados” (uma das expressões que definem a palavra cultura etimologicamente) valores nas mentes e corações humanos que se harmonizem com a finalidade de convivência da humanidade (e da pluralidade) de maneira fraterna e pacífica. E que este cultivo, na atualidade, ainda se dá por meio de processos educativos e de formação de crianças e adultos.

A escolha do tema do diálogo inter-religioso para esta reflexão que propomos surge da perspectiva de que a dimensão religiosa tem sido referida, neste último século, como relevante fonte de conflitos entre Estados, comunidades e indivíduos.

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É importante ressaltar, inicialmente, que a Igreja Católica, especialmente a partir do Concílio Vaticano II, realizado de 1962 a 1965, na Cidade do Vaticano, buscando uma reflexão mais ampla sobre as suas relações com o mundo, apresenta diversos documentos sobre o diálogo inter-religioso, enquanto proposta de interação com as Igrejas não-cristãs.

Em sua concepção etimológica, a expressão diálogo se refere a um processo de comunicação entre pessoas diversas que interagem entre si numa perspectiva de respeito, cuidado e responsabilidade com o outro. Assim, não há diálogo quando não está presente o princípio da igual consideração do outro. Se alguém, mesmo uma instituição, se coloca em posição de superioridade (dominus da verdade), não se trata de relação dialógica, mas de dominação, ou, no mínimo, de menosprezo pela verdade do outro.

Da mesma forma que dialogar não se refere apenas ao ato de falar, mas essencialmente de ouvir com atenção, com presença integral do ser. Pode-se inclusive afirmar que dialogar é um ato de amor, quando presentes seus pressupostos fundamentais: respeito, cuidado, responsabilidade, escuta e atenção. Não seriam estas as características de um amor autêntico? Segundo o apóstolo Paulo, em sua primeira carta à comunidade de Corinto (capítulo 13), o amor é bondoso, nunca egoísta e não se satisfaz com a injustiça.

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Aqui lembramos as facetas das várias espécies de amor – segundo os gregos - para entendermos a que tipo o diálogo, enquanto ato de amor, está associado. Não ao eros, que é o amor puramente individualista, no qual o outro é mero instrumento para os próprios objetivos; nem ao amor filia, que se dá apenas entre iguais.

Por fim, outra expressão grega para amor é ágape, a que melhor se adequa ao ato de dialogar, amor incondicional ao outro pelo bem do outro, pelo outro em si mesmo.

Desse modo, um diálogo animado pelo espírito de ágape busca primeiramente o melhor para o outro, o que pode realmente contribuir para o bem-estar, bem-viver, uma vida digna e tantos outros valores que permeiam os anseios de uma vida feliz.

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Aquele que dialoga movido pelo ágape está realmente presente ao momento em que está diante do outro, atento às necessidades do outro e considerando-o como mais importante do que a si próprio.

O amor, agora devidamente qualificado, é um valor presente em todas as grandes (e pequenas) expressões religiosas, que aportam invariavelmente as dimensões salvífica e humanizadora, isto é, enquanto reconhece a incompletude humana e sua condição egoísta e sofredora, cuja salvação se daria, a grosso modo, pela metanoia – transformação de pensamento e atitude, a partir de um referencial humano/divino proposto por cada religião.

Desta transformação, nasce um homem novo, já aqui, neste mundo limitado temporal e espacialmente que, segundo Pierre Bourdieu, em Contrafogos, um homem com um novo olhar para a vida.

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Considerando uma hermenêutica diatópica, de acordo com a proposta de Boaventura de Sousa Santos, e o diálogo intercultural, de Joaquin Herrera Flores, o amor (entre outros valores, tais como: bondade, compaixão, fraternidade, etc.) seria o topoi comum que poderia fomentar o diálogo inter-religioso como princípio para construir propostas de intervenção sociopolítica e econômica, para transformar o mundo em um espaço no qual a igual consideração pelo outro estivesse presente em toda decisão dos Estados, das instituições públicas e privadas, das comunidades e dos indivíduos.

Lembrando que este outro não se restringe aos seres humanos, mas alcança também os não humanos, a partir do reconhecimento de que a dignidade não é apenas um valor humano, como o limitou Kant, mas universal, que alcança todos os seres.

Não é uma tarefa fácil a transformação do ser humano em um ser novo no contexto atual, animado por valores que busquem o bem do outro, que considerem o amar a si mesmo da mesma forma que amar o próximo. E estes não são valores novos, já presentes também em sua vida (mesmo parcialmente) e na da sociedade na qual está inserido.

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As religiões não podem se descuidar da sua práxis que deve estar permeada das palavras de seus discursos; e entendemos também que não podem se afastar dos apelos de uma vida digna, justa e pacífica para todos, que, nesta condição humana, exige não apenas bens espirituais, mas também materiais para sua existência.

Assim, o diálogo inter-religioso, com base nos valores e finalidades que estão presentes univocamente nas diversas religiões, é um instrumento não apenas de prevenção e tratamento de conflitos civilizacionais, mas também de garantia e defesa dos direitos dos mais pobres, necessitados e excluídos do processo civilizatório, especialmente do ocidental, contribuindo ainda com uma cultura de paz.

Afirma Hans Küng, na elaboração dos princípios para uma ética global que “não haverá paz entre as nações se não houver paz entre as religiões, e que não haverá paz entre as religiões se não houver diálogo entre elas”; e ainda que “é necessário agregar que este diálogo será inútil, hipócrita e até blasfemo, se não está voltado para a Vida e para os pobres, sobre os direitos humanos, que são divinos também”.

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O diálogo inter-religioso não é, em essência, uma partilha de dogmas e conhecimentos para o crescimento das religiões, mas tem como objetivo principal a valorização da vida humana e não humana, sua interdependência e a promoção dos meios materiais e imateriais (incluindo espirituais) para o pleno desenvolvimento. Devido à urgência vital, com especial foco nos mais pobres e excluídos dos seres.

É possível a convivência fraterna e pacífica frente à diversidade de valores éticos, morais e culturais que se expressam no mundo atual? Estaria se configurando a comprovação da tese de Samuel Huntington de que os conflitos mundiais pós-guerra fria seriam caracterizados por “choques entre civilizações”?

Quando propomos relações dialógicas e colaborativas para o tratamento de conflitos, não descuidamos do fato de que estas interações somente se dão efetivamente se forem “cultivados” (uma das expressões que definem a palavra cultura etimologicamente) valores nas mentes e corações humanos que se harmonizem com a finalidade de convivência da humanidade (e da pluralidade) de maneira fraterna e pacífica. E que este cultivo, na atualidade, ainda se dá por meio de processos educativos e de formação de crianças e adultos.

A escolha do tema do diálogo inter-religioso para esta reflexão que propomos surge da perspectiva de que a dimensão religiosa tem sido referida, neste último século, como relevante fonte de conflitos entre Estados, comunidades e indivíduos.

É importante ressaltar, inicialmente, que a Igreja Católica, especialmente a partir do Concílio Vaticano II, realizado de 1962 a 1965, na Cidade do Vaticano, buscando uma reflexão mais ampla sobre as suas relações com o mundo, apresenta diversos documentos sobre o diálogo inter-religioso, enquanto proposta de interação com as Igrejas não-cristãs.

Em sua concepção etimológica, a expressão diálogo se refere a um processo de comunicação entre pessoas diversas que interagem entre si numa perspectiva de respeito, cuidado e responsabilidade com o outro. Assim, não há diálogo quando não está presente o princípio da igual consideração do outro. Se alguém, mesmo uma instituição, se coloca em posição de superioridade (dominus da verdade), não se trata de relação dialógica, mas de dominação, ou, no mínimo, de menosprezo pela verdade do outro.

Da mesma forma que dialogar não se refere apenas ao ato de falar, mas essencialmente de ouvir com atenção, com presença integral do ser. Pode-se inclusive afirmar que dialogar é um ato de amor, quando presentes seus pressupostos fundamentais: respeito, cuidado, responsabilidade, escuta e atenção. Não seriam estas as características de um amor autêntico? Segundo o apóstolo Paulo, em sua primeira carta à comunidade de Corinto (capítulo 13), o amor é bondoso, nunca egoísta e não se satisfaz com a injustiça.

Aqui lembramos as facetas das várias espécies de amor – segundo os gregos - para entendermos a que tipo o diálogo, enquanto ato de amor, está associado. Não ao eros, que é o amor puramente individualista, no qual o outro é mero instrumento para os próprios objetivos; nem ao amor filia, que se dá apenas entre iguais.

Por fim, outra expressão grega para amor é ágape, a que melhor se adequa ao ato de dialogar, amor incondicional ao outro pelo bem do outro, pelo outro em si mesmo.

Desse modo, um diálogo animado pelo espírito de ágape busca primeiramente o melhor para o outro, o que pode realmente contribuir para o bem-estar, bem-viver, uma vida digna e tantos outros valores que permeiam os anseios de uma vida feliz.

Aquele que dialoga movido pelo ágape está realmente presente ao momento em que está diante do outro, atento às necessidades do outro e considerando-o como mais importante do que a si próprio.

O amor, agora devidamente qualificado, é um valor presente em todas as grandes (e pequenas) expressões religiosas, que aportam invariavelmente as dimensões salvífica e humanizadora, isto é, enquanto reconhece a incompletude humana e sua condição egoísta e sofredora, cuja salvação se daria, a grosso modo, pela metanoia – transformação de pensamento e atitude, a partir de um referencial humano/divino proposto por cada religião.

Desta transformação, nasce um homem novo, já aqui, neste mundo limitado temporal e espacialmente que, segundo Pierre Bourdieu, em Contrafogos, um homem com um novo olhar para a vida.

Considerando uma hermenêutica diatópica, de acordo com a proposta de Boaventura de Sousa Santos, e o diálogo intercultural, de Joaquin Herrera Flores, o amor (entre outros valores, tais como: bondade, compaixão, fraternidade, etc.) seria o topoi comum que poderia fomentar o diálogo inter-religioso como princípio para construir propostas de intervenção sociopolítica e econômica, para transformar o mundo em um espaço no qual a igual consideração pelo outro estivesse presente em toda decisão dos Estados, das instituições públicas e privadas, das comunidades e dos indivíduos.

Lembrando que este outro não se restringe aos seres humanos, mas alcança também os não humanos, a partir do reconhecimento de que a dignidade não é apenas um valor humano, como o limitou Kant, mas universal, que alcança todos os seres.

Não é uma tarefa fácil a transformação do ser humano em um ser novo no contexto atual, animado por valores que busquem o bem do outro, que considerem o amar a si mesmo da mesma forma que amar o próximo. E estes não são valores novos, já presentes também em sua vida (mesmo parcialmente) e na da sociedade na qual está inserido.

As religiões não podem se descuidar da sua práxis que deve estar permeada das palavras de seus discursos; e entendemos também que não podem se afastar dos apelos de uma vida digna, justa e pacífica para todos, que, nesta condição humana, exige não apenas bens espirituais, mas também materiais para sua existência.

Assim, o diálogo inter-religioso, com base nos valores e finalidades que estão presentes univocamente nas diversas religiões, é um instrumento não apenas de prevenção e tratamento de conflitos civilizacionais, mas também de garantia e defesa dos direitos dos mais pobres, necessitados e excluídos do processo civilizatório, especialmente do ocidental, contribuindo ainda com uma cultura de paz.

Afirma Hans Küng, na elaboração dos princípios para uma ética global que “não haverá paz entre as nações se não houver paz entre as religiões, e que não haverá paz entre as religiões se não houver diálogo entre elas”; e ainda que “é necessário agregar que este diálogo será inútil, hipócrita e até blasfemo, se não está voltado para a Vida e para os pobres, sobre os direitos humanos, que são divinos também”.

O diálogo inter-religioso não é, em essência, uma partilha de dogmas e conhecimentos para o crescimento das religiões, mas tem como objetivo principal a valorização da vida humana e não humana, sua interdependência e a promoção dos meios materiais e imateriais (incluindo espirituais) para o pleno desenvolvimento. Devido à urgência vital, com especial foco nos mais pobres e excluídos dos seres.

É possível a convivência fraterna e pacífica frente à diversidade de valores éticos, morais e culturais que se expressam no mundo atual? Estaria se configurando a comprovação da tese de Samuel Huntington de que os conflitos mundiais pós-guerra fria seriam caracterizados por “choques entre civilizações”?

Quando propomos relações dialógicas e colaborativas para o tratamento de conflitos, não descuidamos do fato de que estas interações somente se dão efetivamente se forem “cultivados” (uma das expressões que definem a palavra cultura etimologicamente) valores nas mentes e corações humanos que se harmonizem com a finalidade de convivência da humanidade (e da pluralidade) de maneira fraterna e pacífica. E que este cultivo, na atualidade, ainda se dá por meio de processos educativos e de formação de crianças e adultos.

A escolha do tema do diálogo inter-religioso para esta reflexão que propomos surge da perspectiva de que a dimensão religiosa tem sido referida, neste último século, como relevante fonte de conflitos entre Estados, comunidades e indivíduos.

É importante ressaltar, inicialmente, que a Igreja Católica, especialmente a partir do Concílio Vaticano II, realizado de 1962 a 1965, na Cidade do Vaticano, buscando uma reflexão mais ampla sobre as suas relações com o mundo, apresenta diversos documentos sobre o diálogo inter-religioso, enquanto proposta de interação com as Igrejas não-cristãs.

Em sua concepção etimológica, a expressão diálogo se refere a um processo de comunicação entre pessoas diversas que interagem entre si numa perspectiva de respeito, cuidado e responsabilidade com o outro. Assim, não há diálogo quando não está presente o princípio da igual consideração do outro. Se alguém, mesmo uma instituição, se coloca em posição de superioridade (dominus da verdade), não se trata de relação dialógica, mas de dominação, ou, no mínimo, de menosprezo pela verdade do outro.

Da mesma forma que dialogar não se refere apenas ao ato de falar, mas essencialmente de ouvir com atenção, com presença integral do ser. Pode-se inclusive afirmar que dialogar é um ato de amor, quando presentes seus pressupostos fundamentais: respeito, cuidado, responsabilidade, escuta e atenção. Não seriam estas as características de um amor autêntico? Segundo o apóstolo Paulo, em sua primeira carta à comunidade de Corinto (capítulo 13), o amor é bondoso, nunca egoísta e não se satisfaz com a injustiça.

Aqui lembramos as facetas das várias espécies de amor – segundo os gregos - para entendermos a que tipo o diálogo, enquanto ato de amor, está associado. Não ao eros, que é o amor puramente individualista, no qual o outro é mero instrumento para os próprios objetivos; nem ao amor filia, que se dá apenas entre iguais.

Por fim, outra expressão grega para amor é ágape, a que melhor se adequa ao ato de dialogar, amor incondicional ao outro pelo bem do outro, pelo outro em si mesmo.

Desse modo, um diálogo animado pelo espírito de ágape busca primeiramente o melhor para o outro, o que pode realmente contribuir para o bem-estar, bem-viver, uma vida digna e tantos outros valores que permeiam os anseios de uma vida feliz.

Aquele que dialoga movido pelo ágape está realmente presente ao momento em que está diante do outro, atento às necessidades do outro e considerando-o como mais importante do que a si próprio.

O amor, agora devidamente qualificado, é um valor presente em todas as grandes (e pequenas) expressões religiosas, que aportam invariavelmente as dimensões salvífica e humanizadora, isto é, enquanto reconhece a incompletude humana e sua condição egoísta e sofredora, cuja salvação se daria, a grosso modo, pela metanoia – transformação de pensamento e atitude, a partir de um referencial humano/divino proposto por cada religião.

Desta transformação, nasce um homem novo, já aqui, neste mundo limitado temporal e espacialmente que, segundo Pierre Bourdieu, em Contrafogos, um homem com um novo olhar para a vida.

Considerando uma hermenêutica diatópica, de acordo com a proposta de Boaventura de Sousa Santos, e o diálogo intercultural, de Joaquin Herrera Flores, o amor (entre outros valores, tais como: bondade, compaixão, fraternidade, etc.) seria o topoi comum que poderia fomentar o diálogo inter-religioso como princípio para construir propostas de intervenção sociopolítica e econômica, para transformar o mundo em um espaço no qual a igual consideração pelo outro estivesse presente em toda decisão dos Estados, das instituições públicas e privadas, das comunidades e dos indivíduos.

Lembrando que este outro não se restringe aos seres humanos, mas alcança também os não humanos, a partir do reconhecimento de que a dignidade não é apenas um valor humano, como o limitou Kant, mas universal, que alcança todos os seres.

Não é uma tarefa fácil a transformação do ser humano em um ser novo no contexto atual, animado por valores que busquem o bem do outro, que considerem o amar a si mesmo da mesma forma que amar o próximo. E estes não são valores novos, já presentes também em sua vida (mesmo parcialmente) e na da sociedade na qual está inserido.

As religiões não podem se descuidar da sua práxis que deve estar permeada das palavras de seus discursos; e entendemos também que não podem se afastar dos apelos de uma vida digna, justa e pacífica para todos, que, nesta condição humana, exige não apenas bens espirituais, mas também materiais para sua existência.

Assim, o diálogo inter-religioso, com base nos valores e finalidades que estão presentes univocamente nas diversas religiões, é um instrumento não apenas de prevenção e tratamento de conflitos civilizacionais, mas também de garantia e defesa dos direitos dos mais pobres, necessitados e excluídos do processo civilizatório, especialmente do ocidental, contribuindo ainda com uma cultura de paz.

Afirma Hans Küng, na elaboração dos princípios para uma ética global que “não haverá paz entre as nações se não houver paz entre as religiões, e que não haverá paz entre as religiões se não houver diálogo entre elas”; e ainda que “é necessário agregar que este diálogo será inútil, hipócrita e até blasfemo, se não está voltado para a Vida e para os pobres, sobre os direitos humanos, que são divinos também”.

O diálogo inter-religioso não é, em essência, uma partilha de dogmas e conhecimentos para o crescimento das religiões, mas tem como objetivo principal a valorização da vida humana e não humana, sua interdependência e a promoção dos meios materiais e imateriais (incluindo espirituais) para o pleno desenvolvimento. Devido à urgência vital, com especial foco nos mais pobres e excluídos dos seres.

Opinião por Marcus Pinto Aguiar

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