A Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara dos Deputados aprovou um convite para ouvir a juíza Gabriela Hardt e o pai dela, o engenheiro Jorge Hardt Filho. A data ainda não foi definida.
O requerimento foi apresentado pelo deputado Tadeu Veneri (PT) e aprovado com os votos de Jorge Solla (PT-BA) e Alberto Mourão (MDB-SP). Por ser um convite, eles não são obrigados a comparecer.
O documento cita suspeitas de vazamento e uso privilegiado de informações protegidas da Petrobrás. O pai da juíza foi funcionário da estatal até a década de 1990 e, depois de se aposentar, passou a prestar consultoria em empresas privadas.
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O pedido de explicações é sobre a tecnologia Petrosix, criada para transformar xisto em óleo e gás. O deputado petista fala em possível prejuízo aos cofres públicos, enriquecimento ilícito e atentado contra os princípios da administração pública.
O jornalista Leandro Demori divulgou o relatório de uma investigação interna da Petrobrás, de 2012, que cita o engenheiro e outros ex-funcionários. O documento concluiu, no entanto, que não havia ‘motivo suficiente’ para processos cíveis ou criminais sobre o caso.
Uma das empresas que contratou Jorge Hardt Filho é a Engevix, construtora atingida na Operação Lava Jato. A juíza voltou a conduzir, temporariamente, os processos remanescentes da investigação em curso na 13.ª Vara Federal Criminal de Curitiba com o afastamento do juiz Eduardo Appio. Ela já havia substituído o hoje senador Sérgio Moro quando ele deixou a magistratura, em 2018.
COM A PALAVRA, A JUÍZA GABRIELA HARDT
Sobre o convite para ouvir o engenheiro Jorge Hardt Filho, a juíza Gabriela Hardt e sua família divulgaram a seguinte nota: “Em resposta à convocação de nosso pai, Jorge Hardt Filho, para prestar esclarecimentos perante a Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara dos Deputados, gostaríamos de informar que ele foi diagnosticado com Alzheimer no primeiro semestre de 2020. Devido a este cenário, ele não possui condições de ser ouvido. De qualquer forma, queremos ressaltar que não temos receio algum em relação a qualquer investigação referente ao possível trabalho que ele tenha desempenhado após sua aposentadoria na Petrobrás. Seu trabalho foi sempre técnico, atuando como consultor em engenharia química, até o ano de 2016. Neste momento delicado, solicitamos respeito à privacidade de nossa família, que já enfrenta as dificuldades inerentes a essa doença”