Por Fausto Macedo
Os delegados de Polícia Federal divulgaram nesta terça-feira, 14, a campanha "Mais Autonomia". Para combater a corrupção com eficácia eles querem independência administrativa, funcional e financeira. "A corrupção é um crime que não passa recibo", declarou o delegado Edson Garutti, que atua há 8 anos na Delegacia de Combate a Ilícitos Financeiros e Desvios de Verbas Públicas da PF em São Paulo.
A meta dos delegados é fortalecer a estrutura da PF, por meio inclusive da criação das Delegacias Especializadas no Combate à Corrupção em todas as superintendências regionais. Eles também querem eleger em lista tríplice o chefe da instituição, nomeado pela Presidência da República e sabatinado pelo Senado.
Sugerem, ainda, a instalação de um Conselho Nacional de Polícia Judiciária para atuar como ouvidoria e corregedoria para os casos de corrupção. Os delegados querem, também, que o servidor público indiciado por corrupção seja imediatamente afastado das funções, medida que hoje só cabe nos casos de enquadramento por lavagem de dinheiro.
Outra proposta dos delegados é priorizar investigações sobre grandes desvios de recursos do erário. "Você não sabe quanta corrupção tem no País", analisa o delegado Garutti.
Os delegados afirmam que a mobilização da categoria não tem vinculação político partidária. "Somos técnicos", diz o delegado Diógenes Perez, da PF em São Paulo. "Somos servidores públicos, não estamos aqui fazendo política. Não temos ligação com A ou B, nossas manifestações são técnicas. Lutamos por um Brasil melhor."
"É uma luta pelo aperfeiçoamento da Polícia Federal, não há qualquer tipo de conotação política", afirma a delegada Tania Fernanda Prado Pereira.
"A mobilização é suprapartidária, nenhum vínculo com partidos políticos, não somos contra nem a favor do governo, nem da oposição", assinala o delegado Matheus Mela Rodrigues.