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Opinião|Datas memoráveis


Como é superficial a lembrança dos humanos. Prende-se as gloríolas, a qualquer partícula de poder ou autoridade e, assim que o alvo de homenagens parte para o mistério, em pouco tempo é despejado no ostracismo

Por José Renato Nalini

Sou vocacionado a relembrar vultos esquecidos. Uns muito olvidados, outros nem tanto.

Como é superficial a lembrança dos humanos. Prende-se as gloríolas, a qualquer partícula de poder ou autoridade e, assim que o alvo de homenagens parte para o mistério, em pouco tempo é despejado no ostracismo.

Quando encontro alguma data que mereça recordação, busco ressuscitar, ainda que modestamente, esses vultos que foram magnos enquanto viveram.

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Um deles é Vicente de Carvalho. Na verdade, Vicente Augusto de Carvalho, nascido em Santos, em 5 de abril de 1866. Depois do curso primário em sua cidade, aos doze anos seguiu para São Paulo e matriculou-se no Colégio Mamede, em seguida no Seminário Episcopal e no Colégio Norton. Com apenas dezesseis anos, matriculou-se na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco. Aos vinte, era bacharel em Direito.

Republicano combativo, já na academia foi eleito membro do Diretório Republicano de Santos e em 1891 foi eleito deputado ao Congresso Constituinte do Estado. Foi Secretário do Interior do primeiro governo constitucional bandeirante e, quando houve o golpe de estado de Deodoro, renunciou ao cargo. Mudou-se para Franca e se tornou fazendeiro.

Em 1907 voltou para São Paulo, foi nomeado Juiz de Direito. Em 15 de dezembro de 1914 tornou-se Ministro do Tribunal de Justiça, aposentando-se em maio de 1920. Foi jornalista, contribuindo com a mídia espontânea de então quase que diariamente.

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Notabilizou-se como poeta. “Palavras ao mar”, “Cantigas praianas”, “A ternura do mar”, “Fugindo ao cativeiro”, “Rosa, rosa de amor”, “Velho tema” e “Pequenino morto” eram poemas que toda criança/jovem do século passado conhecia de cor e declamava em festas de família e solenidades escolares. Foi acadêmico da Academia Paulista e da Academia Brasileira de Letras. Faleceu em 24 de abril de 1924. Por isso, em 24 de abril de 2024, dever-se-ia ter celebrado o centenário de seu falecimento.

Dois outros magistrados devem ser ainda lembrados em 2024. O primeiro deles é o Desembargador Agripino Vieira de Souza, que nasceu em Birigui em 4 de abril de 1924, ingressou na Faculdade de Direito da USP em 1946 e em 1949 iniciou bela carreira no Ministério Público do Estado de São Paulo. Foi Promotor Público em Mogi Mirim, Monte Azul Paulista, Dois Córregos, Ourinhos e Jaú. Pelo critério do Quinto Constitucional, ingressou naquele que era então o único Tribunal de Alçada do Estado de São Paulo em 1969 e, com a criação do Segundo Tribunal de Alçada Civil, passou a integrar aquela Corte que se tornou especializada em locação e acidente do trabalho, a partir de 1972.

Ali também foi eleito Vice-Presidente e, em seguida, Presidente, para a gestão de 1976. Promovido ao Tribunal de Justiça em 1979, aposentou-se em 11 de julho de 1985 e faleceu em 1º de julho de 2019.

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Era um homem correto, erudito, cumpridor de seus deveres. Verdadeiro exemplo de magistrado.

O último a merecer estas singelas palavras de carinho e saudades é o Desembargador Francis Selwyn Davis, nascido em 17 de abril de 1924. Ingressou também nas Arcadas em 1947, tornou-se juiz em 6 de junho de 1949 e passou por Ribeirão Preto, Pompeia, Itapira, São João da Boa Vista e Capital do Estado. Aqui, respondeu pela Vara da Fazenda Municipal, onde deixou profunda marca.

Promovido para o extinto e glorioso Tribunal de Alçada Criminal em 1967, foi seu Presidente em 1980 e 1981. Em plena presidência do TACRIM, foi promovido a desembargador do Tribunal de Justiça em 1980. Muito ativo na vida associativa, também relacionado no âmbito da política paulista, presidiu a APAMAGIS, a Associação Paulista de Magistrados e lutou pelas prerrogativas dos juízes.

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Conseguiu ser eleito Presidente do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo para o período de 1994 a 1995, mas exerceu apenas por quatro meses o cargo, chegando à idade de aposentadoria compulsória em 17 de abril de 1994. Era tal o seu prestígio entre os colegas, que não hesitaram em elegê-lo, mesmo sabendo que teria tão curto período de gestão. Mas, com certeza, o reconhecimento por tudo aquilo que realizou em benefício do Poder Judiciário bandeirante.

Francis Selwyn Davis, frequentador do Jockey Clube, possuidor de cavalos de corrida, um homem bem humorado e causeur, faleceu aos dez de agosto de 2013.

2024, a findar-se, não poderia deixar de registrar estes dois centenários de nascimento e um de falecimento de três pessoas que foram importantes para a distribuição da Justiça humana em nosso Estado.

Sou vocacionado a relembrar vultos esquecidos. Uns muito olvidados, outros nem tanto.

Como é superficial a lembrança dos humanos. Prende-se as gloríolas, a qualquer partícula de poder ou autoridade e, assim que o alvo de homenagens parte para o mistério, em pouco tempo é despejado no ostracismo.

Quando encontro alguma data que mereça recordação, busco ressuscitar, ainda que modestamente, esses vultos que foram magnos enquanto viveram.

Um deles é Vicente de Carvalho. Na verdade, Vicente Augusto de Carvalho, nascido em Santos, em 5 de abril de 1866. Depois do curso primário em sua cidade, aos doze anos seguiu para São Paulo e matriculou-se no Colégio Mamede, em seguida no Seminário Episcopal e no Colégio Norton. Com apenas dezesseis anos, matriculou-se na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco. Aos vinte, era bacharel em Direito.

Republicano combativo, já na academia foi eleito membro do Diretório Republicano de Santos e em 1891 foi eleito deputado ao Congresso Constituinte do Estado. Foi Secretário do Interior do primeiro governo constitucional bandeirante e, quando houve o golpe de estado de Deodoro, renunciou ao cargo. Mudou-se para Franca e se tornou fazendeiro.

Em 1907 voltou para São Paulo, foi nomeado Juiz de Direito. Em 15 de dezembro de 1914 tornou-se Ministro do Tribunal de Justiça, aposentando-se em maio de 1920. Foi jornalista, contribuindo com a mídia espontânea de então quase que diariamente.

Notabilizou-se como poeta. “Palavras ao mar”, “Cantigas praianas”, “A ternura do mar”, “Fugindo ao cativeiro”, “Rosa, rosa de amor”, “Velho tema” e “Pequenino morto” eram poemas que toda criança/jovem do século passado conhecia de cor e declamava em festas de família e solenidades escolares. Foi acadêmico da Academia Paulista e da Academia Brasileira de Letras. Faleceu em 24 de abril de 1924. Por isso, em 24 de abril de 2024, dever-se-ia ter celebrado o centenário de seu falecimento.

Dois outros magistrados devem ser ainda lembrados em 2024. O primeiro deles é o Desembargador Agripino Vieira de Souza, que nasceu em Birigui em 4 de abril de 1924, ingressou na Faculdade de Direito da USP em 1946 e em 1949 iniciou bela carreira no Ministério Público do Estado de São Paulo. Foi Promotor Público em Mogi Mirim, Monte Azul Paulista, Dois Córregos, Ourinhos e Jaú. Pelo critério do Quinto Constitucional, ingressou naquele que era então o único Tribunal de Alçada do Estado de São Paulo em 1969 e, com a criação do Segundo Tribunal de Alçada Civil, passou a integrar aquela Corte que se tornou especializada em locação e acidente do trabalho, a partir de 1972.

Ali também foi eleito Vice-Presidente e, em seguida, Presidente, para a gestão de 1976. Promovido ao Tribunal de Justiça em 1979, aposentou-se em 11 de julho de 1985 e faleceu em 1º de julho de 2019.

Era um homem correto, erudito, cumpridor de seus deveres. Verdadeiro exemplo de magistrado.

O último a merecer estas singelas palavras de carinho e saudades é o Desembargador Francis Selwyn Davis, nascido em 17 de abril de 1924. Ingressou também nas Arcadas em 1947, tornou-se juiz em 6 de junho de 1949 e passou por Ribeirão Preto, Pompeia, Itapira, São João da Boa Vista e Capital do Estado. Aqui, respondeu pela Vara da Fazenda Municipal, onde deixou profunda marca.

Promovido para o extinto e glorioso Tribunal de Alçada Criminal em 1967, foi seu Presidente em 1980 e 1981. Em plena presidência do TACRIM, foi promovido a desembargador do Tribunal de Justiça em 1980. Muito ativo na vida associativa, também relacionado no âmbito da política paulista, presidiu a APAMAGIS, a Associação Paulista de Magistrados e lutou pelas prerrogativas dos juízes.

Conseguiu ser eleito Presidente do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo para o período de 1994 a 1995, mas exerceu apenas por quatro meses o cargo, chegando à idade de aposentadoria compulsória em 17 de abril de 1994. Era tal o seu prestígio entre os colegas, que não hesitaram em elegê-lo, mesmo sabendo que teria tão curto período de gestão. Mas, com certeza, o reconhecimento por tudo aquilo que realizou em benefício do Poder Judiciário bandeirante.

Francis Selwyn Davis, frequentador do Jockey Clube, possuidor de cavalos de corrida, um homem bem humorado e causeur, faleceu aos dez de agosto de 2013.

2024, a findar-se, não poderia deixar de registrar estes dois centenários de nascimento e um de falecimento de três pessoas que foram importantes para a distribuição da Justiça humana em nosso Estado.

Sou vocacionado a relembrar vultos esquecidos. Uns muito olvidados, outros nem tanto.

Como é superficial a lembrança dos humanos. Prende-se as gloríolas, a qualquer partícula de poder ou autoridade e, assim que o alvo de homenagens parte para o mistério, em pouco tempo é despejado no ostracismo.

Quando encontro alguma data que mereça recordação, busco ressuscitar, ainda que modestamente, esses vultos que foram magnos enquanto viveram.

Um deles é Vicente de Carvalho. Na verdade, Vicente Augusto de Carvalho, nascido em Santos, em 5 de abril de 1866. Depois do curso primário em sua cidade, aos doze anos seguiu para São Paulo e matriculou-se no Colégio Mamede, em seguida no Seminário Episcopal e no Colégio Norton. Com apenas dezesseis anos, matriculou-se na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco. Aos vinte, era bacharel em Direito.

Republicano combativo, já na academia foi eleito membro do Diretório Republicano de Santos e em 1891 foi eleito deputado ao Congresso Constituinte do Estado. Foi Secretário do Interior do primeiro governo constitucional bandeirante e, quando houve o golpe de estado de Deodoro, renunciou ao cargo. Mudou-se para Franca e se tornou fazendeiro.

Em 1907 voltou para São Paulo, foi nomeado Juiz de Direito. Em 15 de dezembro de 1914 tornou-se Ministro do Tribunal de Justiça, aposentando-se em maio de 1920. Foi jornalista, contribuindo com a mídia espontânea de então quase que diariamente.

Notabilizou-se como poeta. “Palavras ao mar”, “Cantigas praianas”, “A ternura do mar”, “Fugindo ao cativeiro”, “Rosa, rosa de amor”, “Velho tema” e “Pequenino morto” eram poemas que toda criança/jovem do século passado conhecia de cor e declamava em festas de família e solenidades escolares. Foi acadêmico da Academia Paulista e da Academia Brasileira de Letras. Faleceu em 24 de abril de 1924. Por isso, em 24 de abril de 2024, dever-se-ia ter celebrado o centenário de seu falecimento.

Dois outros magistrados devem ser ainda lembrados em 2024. O primeiro deles é o Desembargador Agripino Vieira de Souza, que nasceu em Birigui em 4 de abril de 1924, ingressou na Faculdade de Direito da USP em 1946 e em 1949 iniciou bela carreira no Ministério Público do Estado de São Paulo. Foi Promotor Público em Mogi Mirim, Monte Azul Paulista, Dois Córregos, Ourinhos e Jaú. Pelo critério do Quinto Constitucional, ingressou naquele que era então o único Tribunal de Alçada do Estado de São Paulo em 1969 e, com a criação do Segundo Tribunal de Alçada Civil, passou a integrar aquela Corte que se tornou especializada em locação e acidente do trabalho, a partir de 1972.

Ali também foi eleito Vice-Presidente e, em seguida, Presidente, para a gestão de 1976. Promovido ao Tribunal de Justiça em 1979, aposentou-se em 11 de julho de 1985 e faleceu em 1º de julho de 2019.

Era um homem correto, erudito, cumpridor de seus deveres. Verdadeiro exemplo de magistrado.

O último a merecer estas singelas palavras de carinho e saudades é o Desembargador Francis Selwyn Davis, nascido em 17 de abril de 1924. Ingressou também nas Arcadas em 1947, tornou-se juiz em 6 de junho de 1949 e passou por Ribeirão Preto, Pompeia, Itapira, São João da Boa Vista e Capital do Estado. Aqui, respondeu pela Vara da Fazenda Municipal, onde deixou profunda marca.

Promovido para o extinto e glorioso Tribunal de Alçada Criminal em 1967, foi seu Presidente em 1980 e 1981. Em plena presidência do TACRIM, foi promovido a desembargador do Tribunal de Justiça em 1980. Muito ativo na vida associativa, também relacionado no âmbito da política paulista, presidiu a APAMAGIS, a Associação Paulista de Magistrados e lutou pelas prerrogativas dos juízes.

Conseguiu ser eleito Presidente do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo para o período de 1994 a 1995, mas exerceu apenas por quatro meses o cargo, chegando à idade de aposentadoria compulsória em 17 de abril de 1994. Era tal o seu prestígio entre os colegas, que não hesitaram em elegê-lo, mesmo sabendo que teria tão curto período de gestão. Mas, com certeza, o reconhecimento por tudo aquilo que realizou em benefício do Poder Judiciário bandeirante.

Francis Selwyn Davis, frequentador do Jockey Clube, possuidor de cavalos de corrida, um homem bem humorado e causeur, faleceu aos dez de agosto de 2013.

2024, a findar-se, não poderia deixar de registrar estes dois centenários de nascimento e um de falecimento de três pessoas que foram importantes para a distribuição da Justiça humana em nosso Estado.

Opinião por José Renato Nalini

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