Notícias e artigos do mundo do Direito: a rotina da Polícia, Ministério Público e Tribunais

Delator de Beto Richa diz que 'viu muita coisa que até Deus duvida'


Tony Garcia relata que emprestou gravador a executivo para registrar encontro com ex-chefe de gabinete do tucano, Deonilson Roldo, que informou sobre ‘compromisso’ com a Odebrecht

Por Julia Affonso
Beto Richa. Foto: Ricardo Almeida/ANPr

O delator Antônio Celso Garcia, o Tony Garcia, que levou o ex-governador do Paraná Beto Richa (PSDB) para a cadeia, diz que 'viu muita coisa que até Deus duvida'. Tony Garcia revelou um esquema de propinas no Programa Patrulha do Campo, sobre manutenção de estradas rurais, entre 2012 e 2014, gestão do tucano.

continua após a publicidade

"Nossa, até Deus duvida. Até Deus duvida. Isso é um fio do novelozinho", afirmou o delator.

Em entrevista ao Estadão, Tony Garcia afirmou que supostas propinas e caixa 2 ao ex-governador vão a R$ 500 milhões.

Beto Richa foi preso em 11 de setembro, por ordem do juiz Fernando Fischer, da 13.ª Vara Criminal de Curitiba, que acolheu ofensiva do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado, braço do Ministério Público do Estado. O ex-governador ganhou liberdade por ordem do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF) na sexta-feira, 14.

continua após a publicidade

O tucano, sua mulher, Fernanda, seu irmão Pepe Richa e seu ex-chefe de gabinete Deonilson Roldo são alvo da Operação Radiopatrulha. Richa também é investigado na Operação Lava Jato, que fez buscas em sua residência no mesmo dia da prisão. A Lava Jato suspeita de ligação do ex-governador com recebimento de propinas da Odebrecht, que teria sido favorecida em contrato de duplicação da PR 323, no interior do Paraná.

Segundo a Lava Jato, empresários do grupo Odebrecht realizaram, no primeiro semestre de 2014, um acerto de subornos com Deonilson Roldo, para que este limitasse a concorrência da licitação para duplicação da PR-323, entre os municípios de Francisco Alves e Maringá, interior do Paraná. Em contrapartida, a Odebrecht pagaria R$ 4 milhões a Roldo e aliados.

A investigação aponta que a corrupção foi ajustada em três reuniões entre Roldo, apontado como braço direito de Richa, e representantes da empreiteira. A Lava Jato identificou que, no final de janeiro de 2014, executivos da Odebrecht procuraram o então chefe de gabinete do governador e solicitaram 'apoio' para afastar eventuais concorrentes interessados na licitação da parceria público-privada (PPP) para exploração e duplicação da PR-323.

continua após a publicidade

A Lava Jato relata que, em 14 de fevereiro de 2014, Deonilson Roldo teve uma terceira reunião com os executivos da Odebrecht. Nesse encontro, segundo os investigadores, as provas apontam que o então chefe de gabinete do ex-governador afirmou que tinha procurado as empresas CCR e Viapar, as quais indicaram que não participariam da licitação.Na ocasião, ele teria informado, ainda, que o Grupo Bertin tinha interesse na concorrência por intermédio da empresa Contern.

Em razão do interesse da Contern, em 24 de fevereiro de 2014, Deonilson Roldo chamou o executivo dessa empresa, Pedro Rache, para uma conversa no Palácio Iguaçu, de acordo com os investigadores. No encontro, gravado por Rache, o então chefe de gabinete informou ao empresário que tinha 'compromissos' com a Odebrecht e solicitou ostensivamente que a empresa Contern se afastasse do certame licitatório para obtenção do contrato da PR-323.

De acordo com a Lava Jato, no mesmo diálogo, Roldo, de forma direta, vinculou a desistência da licitação a interesses do Grupo Bertin, que controlava a Contern, na Copel, empresa de energia elétrica do estado do Paraná.

continua após a publicidade

Além de revelações que levaram à deflagração da Operação Radiopatrulha, Tony fez denúncias ligadas à investigação da Lava Jato. O delator relata que foi ele quem emprestou o gravador para Pedro Rache registrar a conversa com Deonilson Roldo.

Tony confirma que o grupo Bertin queria participar da 'concorrência dessa 323'.

"A Odebrecht tinha feito a PPP e era para eles ganharem. E eles queriam participar e falaram isso para mim, que eles tinham condição de entrar e furar a Odebrecht, como eles tinham furado no Rodoanel em São Paulo, que eles podiam dar até 60 e poucos por cento de desconto no preço da Odebrecht", narra.

continua após a publicidade

Segundo o delator, pela proposta do grupo Bertin, 'o pedágio que seria aqui de R$ 4,10 da Odebrecht, seria R$ 2,60 por eles'.

"Eu levei isso para o Beto: 'Beto, a Bertin falou isso, isso e isso'. Ele falou: 'Se eles botarem o pedágio nesse preço aí, eu estendo tapete vermelho para eles aqui'. Eu falei: 'o que eles precisam? Eu preciso que você adie por 12, 15 dias a concorrência no máximo para eles terem condição de preparar tudo, documentação, carta de fiança, tudo, e participar. Isso é um ganho político para você enorme'. Ele me perguntou: 'se eles ganharem, eles ajudam na campanha?'. Falei: 'devem ajudar. Se você topar, depois eu falo com eles'", relatou.

Tony afirma que Beto Richa 'adiou a concorrência por 15 dias'.

continua após a publicidade

"Nesses 15 dias, o presidente da Contern, empresa do Grupo Bertin, Pedro Rache, que gravou o Deonilson, recebeu dez ligações do Deonilson. Ele estava entregando o Rodoanel lá. Ele me ligou e perguntou: 'cara, que apito toca um tal de Denilson, aí de Curitiba?'. Eu falei: 'Denilson ou Deonilson? Por quê?'. Ele disse: 'esse cara está me ligando para eu ir aí, quer falar comigo'. Eu disse: 'esse cara é o governador de fato, é o chefe de gabinete'. Ele falou: Puta, eu nem dei bola para ele. Vou para aí amanhã'", contou.

"Vieram aqui no meu escritório e ele falou que queria registrar a conversa. Eu emprestei um aparelho antigo que eu tinha, ele foi lá e gravou a conversa com o Deonilson. O Deonilson estava fazendo chantagem com ele. Ou ele saía da concorrência ou ele perderia o negócio da Copel. Tinha o compromisso com a Odebrecht."

Ao deixar a cadeia na madrugada de sábado, 15, Beto Richa afirmou que vai retomar sua candidatura ao Senado nas eleições 2018 e que a prisão contra ele foi uma "crueldade".

"O que fizeram comigo foi uma crueldade enorme, não merecia o que aconteceu, mas estou de cabeça erguida e continuo respondendo todas as acusações sem a menor dificuldade", disse.

"Foram dias, não posso deixar de reconhecer, de extremo sofrimento, pra mim e pra toda minha família, e lamento que a palavra de um indivíduo, de um delator, cujo histórico de vida não demonstra nenhuma credibilidade, ao contrário, total falta de credibilidade. Aí eu pergunto: vale a palavra dele ou a minha palavra?", declarou Richa.

O tucano afirmou ainda. "Vou retomar minha campanha e nós podemos voltar a falar em outro momento. Vou dizer aqui com muita clareza: entrei nesse regimento como homem honrado e saio daqui como homem honrado."

Beto Richa. Foto: Ricardo Almeida/ANPr

O delator Antônio Celso Garcia, o Tony Garcia, que levou o ex-governador do Paraná Beto Richa (PSDB) para a cadeia, diz que 'viu muita coisa que até Deus duvida'. Tony Garcia revelou um esquema de propinas no Programa Patrulha do Campo, sobre manutenção de estradas rurais, entre 2012 e 2014, gestão do tucano.

"Nossa, até Deus duvida. Até Deus duvida. Isso é um fio do novelozinho", afirmou o delator.

Em entrevista ao Estadão, Tony Garcia afirmou que supostas propinas e caixa 2 ao ex-governador vão a R$ 500 milhões.

Beto Richa foi preso em 11 de setembro, por ordem do juiz Fernando Fischer, da 13.ª Vara Criminal de Curitiba, que acolheu ofensiva do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado, braço do Ministério Público do Estado. O ex-governador ganhou liberdade por ordem do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF) na sexta-feira, 14.

O tucano, sua mulher, Fernanda, seu irmão Pepe Richa e seu ex-chefe de gabinete Deonilson Roldo são alvo da Operação Radiopatrulha. Richa também é investigado na Operação Lava Jato, que fez buscas em sua residência no mesmo dia da prisão. A Lava Jato suspeita de ligação do ex-governador com recebimento de propinas da Odebrecht, que teria sido favorecida em contrato de duplicação da PR 323, no interior do Paraná.

Segundo a Lava Jato, empresários do grupo Odebrecht realizaram, no primeiro semestre de 2014, um acerto de subornos com Deonilson Roldo, para que este limitasse a concorrência da licitação para duplicação da PR-323, entre os municípios de Francisco Alves e Maringá, interior do Paraná. Em contrapartida, a Odebrecht pagaria R$ 4 milhões a Roldo e aliados.

A investigação aponta que a corrupção foi ajustada em três reuniões entre Roldo, apontado como braço direito de Richa, e representantes da empreiteira. A Lava Jato identificou que, no final de janeiro de 2014, executivos da Odebrecht procuraram o então chefe de gabinete do governador e solicitaram 'apoio' para afastar eventuais concorrentes interessados na licitação da parceria público-privada (PPP) para exploração e duplicação da PR-323.

A Lava Jato relata que, em 14 de fevereiro de 2014, Deonilson Roldo teve uma terceira reunião com os executivos da Odebrecht. Nesse encontro, segundo os investigadores, as provas apontam que o então chefe de gabinete do ex-governador afirmou que tinha procurado as empresas CCR e Viapar, as quais indicaram que não participariam da licitação.Na ocasião, ele teria informado, ainda, que o Grupo Bertin tinha interesse na concorrência por intermédio da empresa Contern.

Em razão do interesse da Contern, em 24 de fevereiro de 2014, Deonilson Roldo chamou o executivo dessa empresa, Pedro Rache, para uma conversa no Palácio Iguaçu, de acordo com os investigadores. No encontro, gravado por Rache, o então chefe de gabinete informou ao empresário que tinha 'compromissos' com a Odebrecht e solicitou ostensivamente que a empresa Contern se afastasse do certame licitatório para obtenção do contrato da PR-323.

De acordo com a Lava Jato, no mesmo diálogo, Roldo, de forma direta, vinculou a desistência da licitação a interesses do Grupo Bertin, que controlava a Contern, na Copel, empresa de energia elétrica do estado do Paraná.

Além de revelações que levaram à deflagração da Operação Radiopatrulha, Tony fez denúncias ligadas à investigação da Lava Jato. O delator relata que foi ele quem emprestou o gravador para Pedro Rache registrar a conversa com Deonilson Roldo.

Tony confirma que o grupo Bertin queria participar da 'concorrência dessa 323'.

"A Odebrecht tinha feito a PPP e era para eles ganharem. E eles queriam participar e falaram isso para mim, que eles tinham condição de entrar e furar a Odebrecht, como eles tinham furado no Rodoanel em São Paulo, que eles podiam dar até 60 e poucos por cento de desconto no preço da Odebrecht", narra.

Segundo o delator, pela proposta do grupo Bertin, 'o pedágio que seria aqui de R$ 4,10 da Odebrecht, seria R$ 2,60 por eles'.

"Eu levei isso para o Beto: 'Beto, a Bertin falou isso, isso e isso'. Ele falou: 'Se eles botarem o pedágio nesse preço aí, eu estendo tapete vermelho para eles aqui'. Eu falei: 'o que eles precisam? Eu preciso que você adie por 12, 15 dias a concorrência no máximo para eles terem condição de preparar tudo, documentação, carta de fiança, tudo, e participar. Isso é um ganho político para você enorme'. Ele me perguntou: 'se eles ganharem, eles ajudam na campanha?'. Falei: 'devem ajudar. Se você topar, depois eu falo com eles'", relatou.

Tony afirma que Beto Richa 'adiou a concorrência por 15 dias'.

"Nesses 15 dias, o presidente da Contern, empresa do Grupo Bertin, Pedro Rache, que gravou o Deonilson, recebeu dez ligações do Deonilson. Ele estava entregando o Rodoanel lá. Ele me ligou e perguntou: 'cara, que apito toca um tal de Denilson, aí de Curitiba?'. Eu falei: 'Denilson ou Deonilson? Por quê?'. Ele disse: 'esse cara está me ligando para eu ir aí, quer falar comigo'. Eu disse: 'esse cara é o governador de fato, é o chefe de gabinete'. Ele falou: Puta, eu nem dei bola para ele. Vou para aí amanhã'", contou.

"Vieram aqui no meu escritório e ele falou que queria registrar a conversa. Eu emprestei um aparelho antigo que eu tinha, ele foi lá e gravou a conversa com o Deonilson. O Deonilson estava fazendo chantagem com ele. Ou ele saía da concorrência ou ele perderia o negócio da Copel. Tinha o compromisso com a Odebrecht."

Ao deixar a cadeia na madrugada de sábado, 15, Beto Richa afirmou que vai retomar sua candidatura ao Senado nas eleições 2018 e que a prisão contra ele foi uma "crueldade".

"O que fizeram comigo foi uma crueldade enorme, não merecia o que aconteceu, mas estou de cabeça erguida e continuo respondendo todas as acusações sem a menor dificuldade", disse.

"Foram dias, não posso deixar de reconhecer, de extremo sofrimento, pra mim e pra toda minha família, e lamento que a palavra de um indivíduo, de um delator, cujo histórico de vida não demonstra nenhuma credibilidade, ao contrário, total falta de credibilidade. Aí eu pergunto: vale a palavra dele ou a minha palavra?", declarou Richa.

O tucano afirmou ainda. "Vou retomar minha campanha e nós podemos voltar a falar em outro momento. Vou dizer aqui com muita clareza: entrei nesse regimento como homem honrado e saio daqui como homem honrado."

Beto Richa. Foto: Ricardo Almeida/ANPr

O delator Antônio Celso Garcia, o Tony Garcia, que levou o ex-governador do Paraná Beto Richa (PSDB) para a cadeia, diz que 'viu muita coisa que até Deus duvida'. Tony Garcia revelou um esquema de propinas no Programa Patrulha do Campo, sobre manutenção de estradas rurais, entre 2012 e 2014, gestão do tucano.

"Nossa, até Deus duvida. Até Deus duvida. Isso é um fio do novelozinho", afirmou o delator.

Em entrevista ao Estadão, Tony Garcia afirmou que supostas propinas e caixa 2 ao ex-governador vão a R$ 500 milhões.

Beto Richa foi preso em 11 de setembro, por ordem do juiz Fernando Fischer, da 13.ª Vara Criminal de Curitiba, que acolheu ofensiva do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado, braço do Ministério Público do Estado. O ex-governador ganhou liberdade por ordem do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF) na sexta-feira, 14.

O tucano, sua mulher, Fernanda, seu irmão Pepe Richa e seu ex-chefe de gabinete Deonilson Roldo são alvo da Operação Radiopatrulha. Richa também é investigado na Operação Lava Jato, que fez buscas em sua residência no mesmo dia da prisão. A Lava Jato suspeita de ligação do ex-governador com recebimento de propinas da Odebrecht, que teria sido favorecida em contrato de duplicação da PR 323, no interior do Paraná.

Segundo a Lava Jato, empresários do grupo Odebrecht realizaram, no primeiro semestre de 2014, um acerto de subornos com Deonilson Roldo, para que este limitasse a concorrência da licitação para duplicação da PR-323, entre os municípios de Francisco Alves e Maringá, interior do Paraná. Em contrapartida, a Odebrecht pagaria R$ 4 milhões a Roldo e aliados.

A investigação aponta que a corrupção foi ajustada em três reuniões entre Roldo, apontado como braço direito de Richa, e representantes da empreiteira. A Lava Jato identificou que, no final de janeiro de 2014, executivos da Odebrecht procuraram o então chefe de gabinete do governador e solicitaram 'apoio' para afastar eventuais concorrentes interessados na licitação da parceria público-privada (PPP) para exploração e duplicação da PR-323.

A Lava Jato relata que, em 14 de fevereiro de 2014, Deonilson Roldo teve uma terceira reunião com os executivos da Odebrecht. Nesse encontro, segundo os investigadores, as provas apontam que o então chefe de gabinete do ex-governador afirmou que tinha procurado as empresas CCR e Viapar, as quais indicaram que não participariam da licitação.Na ocasião, ele teria informado, ainda, que o Grupo Bertin tinha interesse na concorrência por intermédio da empresa Contern.

Em razão do interesse da Contern, em 24 de fevereiro de 2014, Deonilson Roldo chamou o executivo dessa empresa, Pedro Rache, para uma conversa no Palácio Iguaçu, de acordo com os investigadores. No encontro, gravado por Rache, o então chefe de gabinete informou ao empresário que tinha 'compromissos' com a Odebrecht e solicitou ostensivamente que a empresa Contern se afastasse do certame licitatório para obtenção do contrato da PR-323.

De acordo com a Lava Jato, no mesmo diálogo, Roldo, de forma direta, vinculou a desistência da licitação a interesses do Grupo Bertin, que controlava a Contern, na Copel, empresa de energia elétrica do estado do Paraná.

Além de revelações que levaram à deflagração da Operação Radiopatrulha, Tony fez denúncias ligadas à investigação da Lava Jato. O delator relata que foi ele quem emprestou o gravador para Pedro Rache registrar a conversa com Deonilson Roldo.

Tony confirma que o grupo Bertin queria participar da 'concorrência dessa 323'.

"A Odebrecht tinha feito a PPP e era para eles ganharem. E eles queriam participar e falaram isso para mim, que eles tinham condição de entrar e furar a Odebrecht, como eles tinham furado no Rodoanel em São Paulo, que eles podiam dar até 60 e poucos por cento de desconto no preço da Odebrecht", narra.

Segundo o delator, pela proposta do grupo Bertin, 'o pedágio que seria aqui de R$ 4,10 da Odebrecht, seria R$ 2,60 por eles'.

"Eu levei isso para o Beto: 'Beto, a Bertin falou isso, isso e isso'. Ele falou: 'Se eles botarem o pedágio nesse preço aí, eu estendo tapete vermelho para eles aqui'. Eu falei: 'o que eles precisam? Eu preciso que você adie por 12, 15 dias a concorrência no máximo para eles terem condição de preparar tudo, documentação, carta de fiança, tudo, e participar. Isso é um ganho político para você enorme'. Ele me perguntou: 'se eles ganharem, eles ajudam na campanha?'. Falei: 'devem ajudar. Se você topar, depois eu falo com eles'", relatou.

Tony afirma que Beto Richa 'adiou a concorrência por 15 dias'.

"Nesses 15 dias, o presidente da Contern, empresa do Grupo Bertin, Pedro Rache, que gravou o Deonilson, recebeu dez ligações do Deonilson. Ele estava entregando o Rodoanel lá. Ele me ligou e perguntou: 'cara, que apito toca um tal de Denilson, aí de Curitiba?'. Eu falei: 'Denilson ou Deonilson? Por quê?'. Ele disse: 'esse cara está me ligando para eu ir aí, quer falar comigo'. Eu disse: 'esse cara é o governador de fato, é o chefe de gabinete'. Ele falou: Puta, eu nem dei bola para ele. Vou para aí amanhã'", contou.

"Vieram aqui no meu escritório e ele falou que queria registrar a conversa. Eu emprestei um aparelho antigo que eu tinha, ele foi lá e gravou a conversa com o Deonilson. O Deonilson estava fazendo chantagem com ele. Ou ele saía da concorrência ou ele perderia o negócio da Copel. Tinha o compromisso com a Odebrecht."

Ao deixar a cadeia na madrugada de sábado, 15, Beto Richa afirmou que vai retomar sua candidatura ao Senado nas eleições 2018 e que a prisão contra ele foi uma "crueldade".

"O que fizeram comigo foi uma crueldade enorme, não merecia o que aconteceu, mas estou de cabeça erguida e continuo respondendo todas as acusações sem a menor dificuldade", disse.

"Foram dias, não posso deixar de reconhecer, de extremo sofrimento, pra mim e pra toda minha família, e lamento que a palavra de um indivíduo, de um delator, cujo histórico de vida não demonstra nenhuma credibilidade, ao contrário, total falta de credibilidade. Aí eu pergunto: vale a palavra dele ou a minha palavra?", declarou Richa.

O tucano afirmou ainda. "Vou retomar minha campanha e nós podemos voltar a falar em outro momento. Vou dizer aqui com muita clareza: entrei nesse regimento como homem honrado e saio daqui como homem honrado."

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.