Naquele ano, Geddel exercia o cargo de ministro da Integração Nacional do Governo Lula.
Cláudio Melo Filho relatou à Lava Jato que o presente foi dado a Geddel pelo aniversário de 50 anos do ex-ministro.
"Em março de 2009, demos, em nome da Odebrecht, um presente relevante a ele", afirmou o delator no anexo de sua delação. "Compramos um relógio Patek Philippe, modelo Calatrava, que foi enviado juntamente com um cartão assinado por Emílio Odebrecht, Marcelo Odebrecht e eu. A compra se deu na loja H. Stern em São Paulo e foi efetivada pelo escritório de Brasília. Conforme nota fiscal, o relógio custou R$ 50 mil."
Geddel é alvo de duas petições decorrentes da delação da Odebrecht. Uma deverá ser enviada à Justiça Federal da Bahia e outra à Justiça Federal do Piauí.
A investigação remetida à Bahia apura pagamentos de vantagens indevidas a Geddel 'em virtude dos contratos referentes ao Transporte Moderno de Salvador II' e também repasse de valores 'a pretexto de contribuição de campanha nos anos de 2006 e 2014'. Neste caso, Cláudio Melo Filho narrou contrapartida consistente em apoio para a aprovação da Medida Provisória nº252/2005.
A petição enviada ao Piauí aponta dois pagamentos em favor de Geddel, no valores de R$ 155 mil no dia 13 de julho de 2010 e R$ 55 mil no dia 21 de setembro de 2010. Os repasses estariam ligados à obra Tabuleiros Litorâneos da Parnaíba.
A reportagem procurou a defesa de Geddel Vieira Lima. O espaço está aberto para manifestação.