O ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares foi transferido nesta quarta-feira, 20, da Polícia Federal, em São Paulo, para o Complexo Médico-Penal, em Pinhais, região metropolitana de Curitiba, para continuar cumprindo pena na Operação Lava Jato. A ordem é do juiz Danilo Pereira Júnior, da 12ª Vara Federal da capital paranaense.
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DECISÃO 1Documento
DECISÃO 2Delúbio saiu da PF, onde estava desde 24 de maio, no banco traseiro de um carro da corporação. O ex-tesoureiro estava de óculos, camisa branca e um paletó.
O petista cumpre pena de 6 anos de prisão por lavagem de dinheiro na Lava Jato. O processo é um desdobramento do polêmico empréstimo de R$ 12 milhões tomado pelo pecuarista José Carlos Bumlai junto ao Banco Schahin, em outubro de 2004. O dinheiro era destinado ao PT, segundo a força-tarefa da Lava Jato.
Delúbio já havia sido condenado no escândalo no Mensalão. O ex-tesoureiro pegou 6 anos e 8 meses de prisão no regime semiaberto por corrupção ativa e foi preso em novembro de 2013. Menos de um ano depois, em setembro de 2014, ele passou para o regime aberto.
A defesa do petista havia requerido ao juiz que Delúbio cumprisse pena em Brasília, perto da família. A filha do ex-tesoureiro do PT mora em Goiás.
O juiz Danilo Pereira Júnior não autorizou. O magistrado afirmou que Delúbio é réu em outra ação penal 'a qual está em fase de instrução'.
"Constata-se, então, a existência de interesse da administração judiciária, para fins de instrução criminal, na inclusão do executado no sistema prisional em Curitiba/PR", afirmou.
"Denota-se de rigor transferência do executado para o sistema prisional em Curitiba/PR, Complexo Médico Penal, em ala reservada aos presos da Operação Lava Jato."
COM A PALAVRA, O ADVOGADO PEDRO PAULO DE MEDEIROS, QUE DEFENE DELÚBIO
"A defesa de Delúbio Soares registra seu inconformismo, agora não apenas com a injusta condenação por lavagem de dinheiro que nunca praticou, baseada somente em delações nunca comprovadas, mas também com a inconstitucional, ilegal e desumana determinação de que cumpra pena longe de sua família, que mora em Goiás e Brasi?lia, em regime fechado na cidade de Curitiba, quando o previsto em lei seria o semiaberto. O cidadão, qualquer seja ele, não pode ser troféu do Estado. Merece ser tratado com dignidade, e é confiante nisso que recorrerá às instâncias superiores do Poder judiciário para ver restabelecidos seus direitos fundamentais como ser humano, de ser inocentado, ou ao menos, cumprir pena de forma digna e justa.
Pedro Paulo de Medeiros - Advogado"